Dor. Frio. Escuridão.
Essas foram as primeiras sensações que Arthur experimentou ao despertar. Sua mente estava confusa, sua visão embaçada. Ele tentava se lembrar de algo, mas sua memória parecia um espelho quebrado, refletindo apenas fragmentos sem sentido.
"Eu... morri?"
A pergunta ecoou em sua mente como um trovão distante. Ele não sabia como, mas tinha certeza de uma coisa: aquela não era sua vida anterior.
Quando seus olhos finalmente se ajustaram à luz fraca do ambiente, Arthur percebeu que estava envolto em panos, deitado em uma espécie de berço improvisado. As paredes eram de madeira envelhecida, e o cheiro de ervas no ar indicava que não estava em um hospital moderno.
Foi então que ouviu vozes.
— Ele está bem? — perguntou uma mulher de voz suave.
— Sim, mas... esse bebê é estranho — respondeu um homem com tom preocupado. — Quando nasceu, não chorou. Apenas nos olhou como se já entendesse tudo ao seu redor.
Arthur congelou. "Bebê? Eu sou um bebê?!"
A revelação atingiu sua mente como um golpe certeiro. Ele tentou se mover, mas seu corpo minúsculo mal respondia. Suas mãos eram pequenas demais, suas pernas fracas. Ele realmente havia renascido.
"Isso não faz sentido. Mas, se é assim... então eu tenho uma nova chance."
Seu coração acelerou. Em sua vida passada, ele tinha habilidades que poucos possuíam. Se conseguiu mantê-las, poderia crescer rapidamente nesse novo mundo. Mas antes de qualquer coisa, precisava entender onde estava.
Enquanto tentava organizar seus pensamentos, sentiu algo estranho dentro de si. Uma energia adormecida, como uma fera esperando para despertar.
E naquele momento, Arthur Pascoal soube que essa nova vida seria tudo... menos comum.