Arthur passou a observar seus pais com mais atenção. Mesmo sendo um bebê, sua mente adulta compreendia os detalhes sutis. Dario era um guerreiro experiente, alguém que já enfrentara inúmeros perigos. Lina, por outro lado, demonstrava precisão e calma, manuseando armas com uma destreza natural.
"Eles não são caçadores comuns."
Naquela mesma noite, depois da conversa sobre a fera próxima ao rio, Arthur percebeu algo diferente. Seu corpo parecia pulsar com uma energia desconhecida. Seu coração batia mais forte, e uma estranha sensação de calor se espalhava por seus membros.
"O que é isso?"
Ele fechou os olhos e tentou se concentrar naquela sensação. Era como se houvesse algo dentro dele, algo adormecido, esperando para ser despertado.
De repente, um leve brilho percorreu suas mãos minúsculas. Não era algo visível para os outros, mas Arthur sentia claramente. Era um tipo de energia... algo que ele nunca experimentara antes, nem mesmo em sua vida passada.
Ele tentou mover essa energia, testá-la de alguma forma, mas logo sentiu sua força se esgotar. Seu corpo ainda era frágil demais para suportar aquilo.
"Ainda sou muito fraco. Mas isso confirma o que eu suspeitava… há algo especial dentro de mim."
Na manhã seguinte, enquanto Lina cuidava dele, Arthur observou seu pai afiando uma adaga na mesa.
— O rastro da fera nos leva ao sul — Dario disse, olhando para Lina. — Vou partir ao amanhecer com os outros.
Lina suspirou e olhou para Arthur no berço.
— Só volte inteiro.
Arthur percebeu a tensão nos olhos dela. Isso significava que a missão seria perigosa.
"Se eu estivesse forte o suficiente... poderia ajudar."
Mas, por enquanto, ele precisava crescer. Precisava aprender mais sobre esse mundo, sobre sua família e sobre esse poder que começava a despertar dentro dele.
A jornada de Arthur Pascoal estava apenas começando.