O som na porta ecoou pela casa. Toc. Toc. Toc.
Lina segurou firme sua pistola, seus olhos fixos na entrada. Arthur, mesmo pequeno, sentia o peso da tensão no ar. O instinto lhe dizia que algo estava errado.
— Quem está aí? — Lina perguntou, sua voz firme.
Silêncio.
Então, um arranhão longo percorreu a madeira da porta, seguido por uma respiração pesada.
Arthur sentiu um calafrio. "Isso não é humano."
Lina se afastou lentamente, pegando uma segunda arma. Seu olhar era afiado, como o de uma caçadora pronta para lutar.
De repente, um grito veio do lado de fora.
— CORRAM!
O som de tiros e espadas se chocando ecoou pela vila. Algo estava atacando, e os caçadores estavam lutando para contê-lo.
A porta tremeu violentamente, como se algo quisesse arrombá-la. Lina apontou a arma.
— Se você entrar, não sairá vivo.
Arthur observava tudo, sua mente analisando a situação. Ele não podia lutar, mas podia aprender.
"O que quer que esteja lá fora... não é um monstro comum."
Foi então que um cheiro forte de sangue invadiu a casa. Arthur percebeu:
Alguém já havia sido morto.
A noite estava apenas começando.
O cheiro de sangue ficou mais forte. Arthur, mesmo sendo apenas um bebê, sentiu seus instintos gritarem. O que quer que estivesse do outro lado da porta... não era algo comum.
Lina manteve sua pistola apontada, os olhos frios e calculistas.
— Se passar por essa porta, eu atiro — ela avisou.
Toc. Toc. Toc.
A madeira rangeu. Algo afiou suas garras contra a superfície, arranhando lentamente, como se estivesse provocando.
Então, tudo ficou em silêncio.
Arthur prendeu a respiração. "Foi embora?"
Lina não baixou a arma. Ela sabia que aquilo era um truque.
Foi então que um som abafado veio de fora. Passos rápidos, um corpo caindo.
— N-NÃO!
Um grito desesperado ecoou na vila. Lina se moveu instintivamente, correndo até a janela para olhar.
Arthur tentou ver também, mas seus olhos só captaram sombras se movendo na névoa.
CRACK!
O som de ossos se partindo. Outro grito.
Lina mordeu o lábio.
— Merda... Dario...
Ela sabia que precisava ajudar, mas não podia deixar Arthur sozinho.
A decisão veio rápido. Lina correu até o berço e o pegou nos braços.
— Pequeno, vamos sair daqui.
Arthur não protestou. Ele sabia que a situação era grave.
Lina abriu a porta lentamente. O corredor estava vazio, apenas a névoa rastejando pelo chão.
Então, ela viu.
No centro da vila, iluminado pelo fogo das tochas...
Um corpo caído.
E ao lado dele, uma silhueta sombria, de olhos vermelhos brilhantes, encarando diretamente a casa de Arthur.
O monstro havia finalmente revelado sua presença.