O clima dentro da casa estava pesado. Lina ajudou Dario a se sentar e rapidamente começou a tratar seus ferimentos. Arthur, ainda no berço, observava tudo atentamente, absorvendo cada detalhe.
— O que aconteceu lá? — Lina perguntou, seu tom firme, mas preocupado.
Dario suspirou, fechando os olhos por um momento antes de responder.
— A fera que seguimos era apenas um disfarce. Encontramos os rastros perto do rio e achamos que seria um monstro comum... mas então percebemos que havia algo errado. Havia sinais de luta, marcas de garras enormes e... corpos.
Arthur ouviu atentamente. "Corpos? Então outra coisa estava caçando o monstro?"
Lina franziu a testa.
— Você está dizendo que havia algo mais poderoso do que a fera que estavam caçando?
Dario assentiu.
— Sim. Nós seguimos os rastros até uma clareira. O cheiro de sangue era forte, e o monstro que estávamos atrás... já estava morto. Esquartejado.
Lina segurou a respiração.
— O que fez isso?
Dario olhou para ela, seus olhos refletindo um medo que ele raramente demonstrava.
— Eu não sei. Mas... senti que estávamos sendo observados.
O silêncio tomou conta do ambiente. Arthur analisava cada palavra. Se até mesmo caçadores experientes como seu pai estavam assustados, então a ameaça era real.
"Se esse mundo tem monstros assim, preciso ficar mais forte. Não posso depender apenas dos outros."
Lina se levantou, pegando a pistola da mesa.
— Precisamos nos preparar. Se essa coisa está por perto, pode chegar até nós.
Dario concordou com um aceno de cabeça.
— Amanhã, vamos reforçar as defesas da vila. Mas Lina... fique atenta. Eu tenho a sensação de que isso é só o começo.
Arthur fechou os olhos, absorvendo cada informação.
"Algo poderoso está à espreita... mas o quê?"
Naquela noite, o vento soprou mais forte, e Arthur teve a sensação de que algo, em algum lugar, estava observando a vila.