A noite foi longa e silenciosa, mas Arthur não conseguiu dormir. Seu instinto lhe dizia que algo estava prestes a acontecer. O vento soprava frio, e a vila parecia envolta em uma névoa densa.
Dario e Lina passaram o dia seguinte reforçando as defesas da casa e patrulhando os arredores. O clima entre os moradores estava tenso, pois os caçadores que haviam saído em busca de respostas não retornaram.
Arthur, mesmo preso ao seu corpo infantil, não ignorava nada. Ele observava cada detalhe e tentava entender a estrutura da vila, seus pontos fortes e fracos. Mas algo dentro dele parecia inquieto, como se uma presença invisível estivesse cada vez mais próxima.
Naquela noite, enquanto Lina preparava o jantar e Dario afiava sua lâmina, um uivo ecoou pela floresta. Não era um som comum. Era algo gutural, profundo, carregado de um poder sinistro.
Dario e Lina se entreolharam imediatamente.
— Está perto... — Dario murmurou, pegando sua pistola.
Lina não hesitou e trancou todas as janelas.
Arthur sentiu um arrepio percorrer seu pequeno corpo. "Esse som... ele me lembra algo."
Então, um estrondo veio do portão da vila. Gritos foram ouvidos ao longe. Algo estava atacando.
— Lina, fique com Arthur! — Dario ordenou, saindo rapidamente com outros caçadores.
Mas antes que Lina pudesse reagir, um som seco veio da porta. Toc. Toc. Toc.
Arthur prendeu a respiração. Ele não sabia o que estava lá fora, mas tinha certeza de uma coisa.
A escuridão finalmente havia chegado.