Chapter 23 - Passado!

"Jamais, em todo o mundo, o ódio acabou com o ódio; o que acaba com o ódio é o amor."

— Buddha

Itsumo e Hanasaki, amarraram Mukanshi com cordas. Porém, a garota dos fios marrons não parou por aí. Pegou o corpo do assassino, e o pendurou de cabeça para baixo.

— Abaixe-me sua louca! — Rogou Mukanshi.

Hanasaki o olhou fixamente, e sorriu diabólica em seguida.

— Não! — Negou-se a abaixa-lo. Em seguida, cruzou os braços e olhou para Itsumo. Que permanecia com uma expressão nula! A garota interpretou aquilo como um sinal, de que, ela poderia fazer o que quiser com o assassino a sua frente. Hanasaki soltou um riso fraco, e completou: — Não, até você nos contar o que sabe, Mukanshi! — Apontou o dedo na direção do assassino.

— Eu já disse que irei contar tudo! — Retrucou Mukanshi agressivo.

Vendo a ousadia do homem, Hanasaki balançou seu dedo em forma negativa.

— Não é desse modo que se fala, Mukanshi — Provocou a garota. O assassino torceu os lábios, mas respirou fundo e pediu uma tremenda paciência para seus antepassados.

— Solte-me, por favor — Pediu Mukanshi para Hanasaki em um sussurro frio, mas educado.

— Itsumo — Ela chama o jovem dos olhos carmesim, em um instante ela corta as cordas que sustenta Mukanshi. O jovem de cabelos prateados saiu com maestria.

Hanasaki se aproxima do jovem ainda acocado, e abaixa em sua altura atual. Leva ambas as mãos até seu rosto, e sorri. Com muito entusiasmo ela exclama: — Nossa! Você realmente possui uma beleza assustadora!

Com a aproximação repentina de Hanasaki, Mukanshi retrocedeu alguns passos.

"Muito perto!", este pensamento cruzou a mente de Mukanshi neste exato momento.

— O-Obrigada... — Agradece Mukanshi desviando o olhar, para esconder sua vergonha. Seu rosto estava tão vermelho quanto um pimentão.

— É verdade que você é descendente de uma Yuki-Onna? — Hanasaki pergunta, ansiosa para a pergunta. Só havia visto histórias desse tipo em papéis. E, lá, no fundo, pensara ser apenas fantasias.

— Sim, sou. Na verdade, sou apenas metade Yuki-Onna. Minha mãe, era uma da espécie, mas meu pai era apenas um ronin. Que vagava pelas, as estradas em busca de aprimoramento — Mukanshi ao explicar para Hanasaki, a olhou nos olhos. E, percebeu os olhos da garota brilhar.

Hanasaki apenas recuperou o foco, ao escutar o pigarreio de Itsumo. Ela se levantou, e se afastou ficando ao lado de Itsumo. Que logo apontou a ponta da espada para Mukanshi! Que levantou automaticamente os braços rendido!

— Que isso, Hansamukirã — Ela fala em tom zombeteiro — Pensei que você fosse mais simpático. Já que é o preferido deles — Mukanshi fala na intenção de provocar Itsumo, mas vendo que isso não casou efeito nenhum em Itsumo. Ele tentou avançar um pouco mais na provocação.

Desviou a atenção para Hanasaki, por um segundo e sorriu fino. A garota sentiu um calafrio ao perceber o sorriso de más intenções do jovem. Ela avança um passo, e agarra forte as mangas do hakama de Itsumo.

— Itsumo, creio que Mukanshi está planejando algo. Por favor, fique atento — Pede Hanasaki preocupada. Itsumo assente com a cabeça, sem desviar a atenção de Mukanshi.

— Oh não! Acredito que estou errado! Não é por isso que você é o favorito... — Ele sorri, e acrescenta — É, porque você lembra o melhor amigo-inimigo do líder.

Itsumo raciona no mesmo instante. Sabia que ele falava de seu pai. Sua aceleração ficou mais funda, e seus olhos começaram a brilhar intensamente. Combinando com a lua, que aparecia no alto do céu, após as nuvens ficarem em seu caminho. A noite de repente ficou mais estranha.

— O filho do demônio, Kenzou Kousei — Ele sibilou provocador.

Itsumo irei avançar em Mukanshi, mas Hanasaki não permitiu.

— Ah! Mas não acaba por aí! Conhecido por muitos como, Akuma no Kenshin! — Itsumo já estava borbulhando em raiva. Rangendo os dentes.

— Como sabe tanto? — Perguntou Itsumo gritando.

— Controla-se, Itsumo! — Pediu Hanasaki, e sem seguida lançou um olhar mortal na direção de Mukanshi — E você, cale a boca!

— Calma, princesa. Não tão cedo. Não foi vocês que pediram que eu contasse tudo? Pois, então, estou contando — Mukanshi soprou sobre o chão, e logo aparece figuras de gelo no chão — Vamos, sentem-se! Irei contar uma longa história, e sem piadas dessa vez. Prometo!

Itsumo se acalma, e se senta. Hanasaki faz o mesmo. Em poucos segundos o ar pesado desapareceu, e o silêncio permaneceu por ambos os lados. Itsumo estava matando Mukanshi com o olhar, e Hanasaki fez questão de dar uma cutucada para parar. Pois, querendo ou não, Mukanshi estava certo sobre o que disse e possuía as respostas das perguntas deles.

— Já matamos uns aos outros internamente, agora está tudo bem, né? Posso começar a contar a história? — Ele perguntou arqueando uma das sobrancelhas. Apenas confirmou com a cabeça, Itsumo antes de qualquer coisa, queria cessar algumas de suas dúvidas.

— Por que, meu pai era chamado filho do demônio? — Perguntou Itsumo encarando intensamente Mukanshi. O jovem suspirou cansado do olhar acusador de Itsumo, como se estivesse dizendo que ele estava mentindo. Ele fechou os olhos e os abriu lentamente.

— Encontrará as respostas na história — Mukanshi apenas falou isso, e logo, começou a dar formas e movimentos ao gelo que tinha sob seu controle.

TRINTA ANOS ATRÁS

Era um dia como qualquer outro. Estava frio, mas os raios solares se faziam presentes podendo esquentar um pouco da alma solitária daqueles que fora abandonado pela, a sorte.

Nada eles poderiam esperar... tudo estava perdido...

As citações dos distritos mais afastados da capital, Edo era demasiada triste. O atual líder não estava nem um pouco preocupado com as necessidades de seu povo.

Dentre alguma desses distritos, estavam um que restavam apenas vinte pessoas vivas, de duzentos. As outras já haviam morrido por conta das ondas avalassadoras de epidemia, e muitas outras foram mortas por seus próprios familiares ou parentes próximos.

A fome era muita, para ter alguma consciência do que estava fazendo. Podia dizer que aquelas pessoas não eram mais nem humanos.

Das vinte pessoas que viviam naquele inferno, tinha um garoto de doze anos. Que estava em péssimas condições! Passara tantos dias que não comia, que já podia ser claramente seus ossos, seu corpo estava impuro, seu cheiro era insuportável. Seus cabelos eram tão escuros quanto a noite, e os seus eram da cor das chamas. Ele desgostava de seus olhos, pois, foi por culpa deles que ele fora desprezado e abandonado por seus pais. Mas havia momentos que ele agradecia, pois, afastava muitos bandidos. E sombras da madrugada, que insistia em lhe atormentar uma hora ou outra.

A primeira coisa que as pessoas gritavam ao ver o garoto era: "O filho do demônio!"

Uma lenda antiga conta, que a criança que nascer com os olhos vermelhos foram escolhida pelo, o demônio e era constantemente protegida pelo, o mesmo.

E constantemente atormentado por este nome, o garoto passou a se perguntar "Então, porque, ele não está aqui? Se sou realmente seu filho? Por que ele não me tira desse inferno?"

Não estava nada...

Viver era uma tortura constante. Seu corpo doía. Sua mente estava sempre perturbada.

Para o garoto, o mundo era preto em preto. Sem o afeto de qualquer pessoa, ele nunca teve a oportunidade de conhecer as expressões. Vivia constantemente com apenas uma. Aquela que permitia não dizer nada, aquela que não mostrava o quão fundo era suas feridas, aquela que era muito mais fácil que qualquer nenhuma.

Ele passou a odiar o mundo.

Já que ele não teria nada mais a perder, ele jogou tudo para alto, e agarrou forte o restante de sua vida. Pegou uma faca qualquer, saiu matando todos aqueles que atravessava seu caminho. Debaixo da hipnotizante beleza das cerejeiras, e da iluminação da lua prateada.

Seu mundo preto e branco, era preenchido por vermelho ao mutilar, ao sentir a presença do sangue. Era uma paz que só a matança lhe trazia.

Abraçou com orgulho o apelido que fora lhe dado desde seu nascimento.

O filho do demônio.

Era perfeito.

Foi embora de seu local de nascimento, sem nem mesmo olhar para trás.

Ele não possuía passado,

Presente,

Ou muito mesmo futuro.

Em todos os lugares que aparecia, as pessoas tinham um terrível medo. A atmosfera mudava quando ele pisava sobre o solo.

Era como se fosse prestigiado, protegido, por lago maior.

A existência dele foi que fez, os humanos acreditarem que existem presenças sobrenaturais.  

A única pedra que aparecera em seu caminho foi um dos homens do Shogun. Ele até mesmo fora elogiado pelo, o mesmo, pois, ainda conseguiu o grande feito de o ferir em várias partes do corpo com tão pouca idade.

O homem foi humilhado por muito tempo pelo, o garoto, que mesmo machucado não tinha o orgulho ferido.

Ao se engasgar com o próprio sangue, o garoto poucos segundos antes de perder sua consciência, cerrou fortes os punhos e balbuciou com a voz chorosa.

"Até mesmo isso você quer tirar de mim?", o, homem não entendeu o que garoto quis dizer com aquilo. O homem apenas conclui que o garoto estava delirando.

Levou o garoto ao um lugar de pouca iluminação, e com um odor horrível. Levando-o xingar mais uma vez o homem. Logo, se deu conta que não estava sozinho. Havia outras pessoas além dele, na verdade, outras crianças na mesma condições que a dele. Isso não o chocou, sua mente pensava em como fugiria daquele lugar.

Mas os dias, se transformaram em semanas e semanas em meses, os meses em anos.

Ele nunca havia conseguido uma oportunidade para fugir do ligar, onde era submetido a um duro treinamento. Um de seus únicos conforto, era a linda voz de uma garota que cantava toda noite para a lua, e outra garota que era tão vazia quanto ele, mas que ainda lhe restava algo.

Possuía algo que era seu.

Já ele não possuía tal coisa, ou assim, ele dizia a si mesmo.

Após cinco longos anos, o garoto finalmente termina seu treinamento. Recebera uma das melhores espadas, Tamashi Yogosu. A aura que emanava da espada era tentadora, parecida com as identidades que o visitavam de madrugada quando era mais novo.

E, durante estes anos houve muitas perdas. Haviam trinta crianças quando chegara, agora só restavam quatro, contanto consigo. A garota que cantava de lua foi vendida por uns dos lordes das terras do norte. Para assim, se tornar princesa.

O garoto ficou feliz ao saber disso. Sua amizade com as outras crianças foram fazendo-o conhecer novas expressões e sentimentos.

O que era vazio, fora preenchido gradualmente. Se antes vazio era forte, preenchido nada o derribará.

Mas cuidado! Sentimentos pode ser tanto a salvação, quanto a destruição!

E, para o garoto significou os dois.

Dois se seus amigos foram sugados para a escuridão traiçoeira, que morava em seus corações. Se esqueceram do que lhes faziam felizes. O que havia lhe salvado?

Sem muita escolha, o garoto, que havia agora se tornado um homem sábio, tomou a decisão mais difícil de sua vida.

Tirar a vida daquele que lhe é importante!

A cada corte, a cada gota de sangue que caia de corpo de seu amigo, era uma ferida em sua alma.

Era um caminho sem volta! Fez sua escolha, e não olharia para trás!

Ao sentir sobre sua pele o último suspiro de seu melhor amigo, o sentimento do homem foi desperto. Chorou em silêncio, mas prometeu a si mesmo honrar as lembranças de seu amigo.

Mesmo com o passar dos anos, sua alma ainda chorava pela, a perda.

Se apaixonou pela, a garota dos fios vermelhos que se identificava quando era mais jovem. Ela o fazia se sentir compreendido. Só estando perto dela o fazia sentir paz.

Nada em sua vida poderia fazer ele esquecer aquela dor, ou esquecê-la pelo menos um pouco.

Isso era o que ele pensava...

Até entrar em contato com uma pequena vida. Segurar em seus braços, seu filho, foi uma sensação indescritível. Sua próxima missão de vida era proteger seu filho. Não deixar ele passar pelo, o que ele passou. Jamais!

Porém, nada acontece do jeito que queremos...