"Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando esperar."
— Sun Tzu
NO NORTE DA FUKITSUNA MORI
A garota dos cabelos castanhos, encarou a criatura a sua frente. Calafrios percorriam sua pele. A atmosfera mudou em um segundo com a presença da Yuki-Onna. Hanasaki calou dentro de si, aquele terrível medo que ela estava a sentir. Respirou fundo, e avançou um passo presunçoso.
— Desculpa interromper esse tão maravilhoso reencontro, mas termos um caminho a seguir — Falou Hanasaki, surpreendendo Mukanshi e atraindo a atenção da criatura. Que franziu o cenho quando olhou para a garota.
— O que uma das filhas da lua está fazendo aqui? — Perguntou mais para si, do que, para o garoto — Onde a encontrou? — Perguntou agora para o filho. Que apenas permaneceu com a cabeça virada para lado. Cerrou os punhos com força.
Não podia contar! Tinha consciência o que a mãe dele faria se descobrisse sobre Hanasaki.
— Me responda! — Ordenou e apertou forte os braços do garoto.
Hanasaki, percebeu que Mukanshi estava tremendo. No entanto, não era de frio, era de medo. Ele tinha medo da mãe. Uma enorme fúria tomou o interior da garota. Era como se estivesse vendo uma imagem sua, quando seu pai ditava o que ela podia ou não fazer.
— Deplorável — Sussurrou.
Hanasaki se aproximou mais, e arrancou as mãos da mulher de cima do garoto. A criatura a encarou com ódio, e a, garota o retribui de forma mais intensa. Tanto que a Yuki-Onna sentiu medo dela. O medo cessou por hora, e ficou impressionado por ver sua mãe, pela a primeira vez se retraindo com medo.
NO SUL DA FUKITSUNA MORI
Por outro lado, estava Itsumo, ainda com vários lobos ao seu redor; tentando dormir. No entanto, era difícil. Fazia muito tempo desde que dormia bem. Acredita que foi por causa do que aconteceu dez anos atrás.
Quando estava quase, foi despertado por uma forte presença. Ele também não fora o único que sentiu, o alfa, também acordou.
"O que planeja fazer, Itsumo?", perguntou o lobo e o garoto dos olhos carmesim já havia se levantado. Olhou para atrás, e logo, voltou a encarar o animal.
— Sinto que ela está em perigo — Respondeu preocupado.
O animal apenas riu. Era sempre muito engraçado e satisfatório ver um humano dos olhos vermelhos tendo sentimentos por outra pessoa.
"Você ama ela? Se sim, não a decepcione e nem a arraste para a sua prevista desgraça. Poupe-se de arrependimentos. Eles podem matar...", o lobo o aconselhou. O garoto apenas suspirou em resposta.
— Eu não a arrastei — Começou a caminhar, fez uma breve parada — Ela fez a própria escolha. Quando a hora chegar, eu a "matarei" conforme a ordem — Falou por cima do ombro e esboçou um sorriso sádico para o lobo. Fazendo ter calafrios.
"Relacionamento estranho que estes dois possui...", pensou o lobo.
Itsumo correu até onde sentiu a presença mais forte. Durante o percurso, não acreditava, que no fim, teria razão para lutar. Era uma péssima noite.
— Que saco! — Estralou a língua.
NO NORTE DA FUKITSUNA MORI
Se antes o vento soprava a favor da criatura das neves, agora não mais. Um vento forte soprou, e de Hanasaki emanava uma energia um pouco sombria. Apesar de se sentir estranha, e que de ter coincidência de não podia continuar daquela forma, a garota seguia. Não iria parar até conseguir fazer a criatura se afastar de perto deles.
Mukanshi em uma tentativa desesperada, agarrou o braço de Hanasaki, e fez a mesma prestar atenção nele. Falou umas coisas que a garota não conseguia entender. Ela estava concentrada em um objetivo. Mukanshi tinha plena consciência dos poderes ocultos dela, mas ela não estava pronta para usá-lo.
— Droga! — O garoto reclamou antes de uma maneira muito impulsiva beijar Hanasaki. Só assim para fazer ela se distrair.
De modo, que no atrás deles, estava Itsumo. Que levemente abriu a boca chocado com a cena que presenciava.
Aquilo era real ou era seus olhos o enganando?
Demorou poucos segundos para Itsumo absorver, e a sensação que carregava em seu peito, de que, alguém iria morrer; finalmente fez sentido. Ele sorriu diabolicamente e sacou sua espada. Suas orbes vermelhas brilharam e as nuvens que ocultavam a beleza da lua carmesim, havia sumido.
Ele avançou tão cego contra Mukanshi e Hanasaki, que nem ao menos sentiu a presença da criatura das neves. Porém, a Yuki-Onna conseguiu sentir a dele. Olhou para trás e dessa vez, ela se assustou de verdade.
— Não...pode ser. Pensei que o clã maldito estivesse extinto — Murmurou se tremendo. Saiu rapidamente do caminho de Itsumo.
Era para ser um simples beijo, mas Mukanshi havia se esquecido completamente disso. Seus lábios ainda estavam colados com os de Hanasaki. Desejava por mais; mesmo tendo consciência que a garota iria lhe matar. A garota estava estática. Não conseguia pensar com clareza, sentia-se fraca.
O momento acabou quando Hanasaki foi puxada bruscamente pelo o braço. Ainda tonta tentou absorver o que havia acontecido. Recobrou total conhecimento quando algo envolveu sua cintura e a apertou forte.
Itsumo trincou o maxilar, seus olhos transmitiam puramente ódio. Nunca, em toda sua vida, havia sentido tanta raiva e vontade de tirar a vida de uma pessoa.
— Como ousa beija-la!? — Esbravejou.
Hanasaki arqueou uma das sobrancelhas, tentando se localizar na situação.
Quem beijou quem? Quando Itsumo havia chegado?
— Beijou? — Questionou Hanasaki. Itsumo não se deu o trabalho de olha-la, apenas respondeu.
— O desgraçado do Mukanshi te beijou! — Itsumo a responde gritando. Isso a irritou um pouco, todavia, o problema atual era maior! Ela fuzilou o garoto de cabelos prateados.
— Se acalmem! Vocês dois! Não é o que estão pensando! — Mukanshi tenta explicar, mas não tem chance.
— Não é o que estou pensando... — Itsumo murmura e logo ri com escárnio. Julgou ser engraçado tentar o enganar. Já que seus olhos não o enganam!
Hanasaki tentou sair do aperto de Itsumo, e ela mesma quebrar a cara dele; infelizmente não conseguiu.
— Ela não é sua propriedade! — Mukanshi esbravejou com raiva. Ambos a sua frente ficaram confusos. O jovem arqueou uma das sobrancelhas.
— O que diabos você está dizendo? — Itsumo imaginou a cabeça de Mukanshi voando. O garoto dos cabelos pretos, suspirou e apertou o corpo da jovem mais forte contra seus corpo — Ela é minha! Não encoste em um fio de cabelo dela!
Neste instante, Hanasaki, sentiu como se seu coração fosse sair pela a boca. Não podia acreditar que aquilo havia saído da boca de Itsumo! Ela estava morrendo de vergonha.
Mukanshi cansou daquela conversa inútil, e sentou-se em um tronco. Suspirou e pediu para eles aproximar. Itsumo mesmo relutante sentou. E, incrivelmente deixou Hanasaki acomodasse ao lado de Mukanshi.
— Como eu já havia dito: tem uma razão por ter beijado a Hime — Começou a explicasse — Por pouco, você não morreu. Seus poderes são muito forte, por está razão que a sua mãe os lacrou. Te beijei para distrair...
— Hum... — Murmurou Hanasaki desconfiada, e o olhando de canto. Arfou, cruzou os braços e decidiu acreditar. Ainda se sentia um pouco fraca, então, provavelmente ele estava a falar a verdade.
Enquanto, Mukanshi prestava atenção em Hanasaki, Itsumo colocou uma pequena faça contra o pescoço do mesmo. Ele levantou as mãos em forma de rendição, e jovem abaixou a faca.
A mulher das neves, devagarinho se esgueirou atrás de Itsumo. Envolveu suas mãos frias em seu pescoço, e aos poucos ele foi congelando. Mukanshi se assustou, e Itsumo se debatia. Hanasaki ordenou a sua espada a queimar a criatura, e ela se afastou.
— Que diabos... — Tossiu. Olhou para Mukanshi e para a criatura — Tinha que ser uma de suas parentes, Mukanshi!
O garoto apenas revirou os olhos.
— A linhagem maldita tem que morrer! — Bufou ao pensar se sua chance havia se ido.
— Linhagem maldita? — Questionou Hanasaki.
— Ele! — Apontou para Itsumo — Você — Agora apontou para Hanasaki — É da linhagem mais pura que acredito já ter existido! Como vocês podem está juntos?!