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Chapter 31 - Arrependimento!

"Perder a paciência é perder a batalha"

— Sabedoria Oriental

A Yuki-Onna, a mãe de Mukanshi passou três dias inteiros cuidando de seu filho. Por ser um ferimento ocasionado pela, uma das espadas especiais, ele demorou um pouco mais para se fechar com os poderes curativos da criatura das neve. Tomando cuidado também com os outros dois para poderiam acordar a qualquer momento. Ela nunca havia se desgastado tanto em sua vida.

No entanto, já era hora de deixá-los acordar. Assim, ela soprou um suspiro gelado sobre os rostos de Hanasaki e Itsumo. Instantes depois eles se remexeram desconfortáveis. Suas costas doíam. O primeiro a abrir os olhos fora Itsumo.

Olhou em volta tentando relembrar o que havia feito. Forçou a lembrar, até que imagens embaçadas de ferindo Mukanshi e atingido Hanasaki venho. Franziu o cenho, e procurou pela, a garota. Tateando o chão, sua mão tocou em algo. Abaixou a visão e viu a jovem dormindo confortavelmente. Sorriu.

Contudo, este sorrindo desapareceu em instantes de seu rosto quando a garota de virou de costas. Havia um hematoma em seu pescoço. Não estava tão roxo, mas ainda sim, estava bastante visível.

Itsumo virou seu rosto para o lado, mordendo seu lado inferior.

Era realmente lamentável...

Decepcionado com si mesmo, levantou-se e seguiu o barulho de águas. Encontrando então um pequeno rio. Com uma expressão indiferente, desatou o laço de seu hakama, e em seguida o jogando nas margens do rio. Ficando apenas com suas calças.

A jovem, ainda deitada na grama, acordou assustada. O coração acelerado, suas mãos tremiam e suor escorria. Não conseguia raciocinar nada direito. Apenas murmurou algo baixo.

— Não morra... — mexeu devagar os lábios.

Até que voltando a si, olhou ao redor e viu que já havia acordado, e que só era um pesadelo. Fitou o lugar e não encontrou Itsumo. Andando alguns centímetros encontrou o corpo de Mukanshi, descansando. Respirou aliviada. Agachou-se e passou levemente os dedos sobre os fios da franja do garoto.

— Virará realidade — comentou uma voz pouco distorcida, aparecendo de repente atrás de Hanasaki. A assustando.

— O quê? — Hanasaki questionou confusa.

— Seu pesadelo — a criatura respondeu, e após uma pequena pausa continuou. — Não subestime seus poderes, criança.

Intrigada, a garota aproximou-se da Yuki-Onna.

— Qual é o seu nome? — apesar de está um pouco tarde para perguntar o nome da criatura, ela ousou.

A Yuki-Onna riu fraco. Era a primeira vez que perguntavam o nome dela. Por causa, da ocasião bastante rara ela não hesitou em responder:

— Kori. Chamo-me Kori, princesa Hanasaki — a respondeu usando pela, a primeira vez, usando sua voz real. Era suave. Hanasaki corou levemente, surpresa com a belíssima voz.

— O que sabe sobre mim, Kori?

— O bastante para lhe dizer que deves tomar cuidado com suas decisões. Tente não abandonar nada. O preço que pagarás por andar com o jovem dos olhos vermelhos será alto, muito alto — falou enigmática.

— Porquê? — Hanasaki ficou confusa com as palavras da Kori.

— Não sou eu que devo lhe dizer a resposta — Kori fechou os olhos e riu. — Já fiquei tempo demais. Cuide do Fuyu-chan, por favor — a Yuki-Onna desapareceu nas diversas árvores. Deixando Hanasaki envolta de dúvidas.

Preferindo não pensar muito, acreditando que ainda não era hora. Deu de ombros, e foi a procura de Itsumo. Ouvindo um barulho de água, rapidamente seguiu. O jovem poderia está ali. E ela estava certa.

Apressou os passos, mas parou abruptamente quando viu diversas cicatrizes espalhadas pelo, o torço do garoto.

Aquilo era real? Estava vendo direto?

Nunca havia pensado que o corpo do garoto havia sentindo tanta dor. Eram manchas que nunca iriam desaparecer. Finalmente, entendeu quando ele disse que não tinha vergonha de suas cicatrizes.

Receosa, se aproximou devagar. Itsumo percebeu a presença da garota. Sorriu e pediu para que ela se aproximasse. Um pouco emburrada, Hanasaki ficou parada nas margens, enquanto Itsumo estava um pouco mais afastado.

Ela ficou encarando o corpo torneado de Itsumo. Hanasaki ficou um pouco confusa. Não sabia estar olhando para torço nu de Itsumo, ou para as cicatrizes. De todo modo, acabou se achando quase uma garota muito ousada.

O jovem percebeu os olhares de Hanasaki, mas não conseguia reunir coragem para falar com ela depois do que havia feito.

— Desculpa — ele pediu sem virar para olhar no rosto da garota. Deixando Hanasaki um pouco incomodada.

— Pelo? — disse ela pegando uma pedrinha e jogando no rio.

— Por antes. Eu não queria te machucar — a última parte saiu um pouco fraco.

— Eu sei — ela diz, surpreendendo o garoto. — Não seja idiota. Ficar se culpando por algo tão pequeno, que nem mesmo eu liguei.

Itsumo conseguiu sentir que ela não estava simplesmente falando, estava o ameaçando. Em seguida, pediu para ela se aproximar. Sem hesitar, Hanasaki vai ao seu encontro. Ele não se dá o trabalho de se virar, então Hanasaki apenas admira suas costas torneadas.

— Quando eu tinha dez anos, sai da minha vila, vagando pelos distritos sem rumo um homem me ajudou. Cuidou de mim, mas em um dia, ele me levou para um lugar escuro e desconhecido. Eu estava com medo, porém ele continuava dizendo: "vai ficar tudo bem". Acreditei nele, mas ele me traiu. Este homem me vendeu para uma organização chamada Yakeshi Shi. O fundador me abraçou e disse estar procurando-me. Dessa forma, ele me treinou para ser um assassino. Aos quinze eu já havia matado muitos. De alguma forma, eu sinto que tenho uma grande dívida com ele. Contudo, sei que devo matá-lo! — cerrou os punhos com força.

Então foi assim que ele adquiriu cicatrizes tão profundas, pensou Hanasaki.

— Desculpa — disse Itsumo mais uma vez.

Sem entender a necessidade daquela desculpa, Hanasaki maneou a cabeça e riu. Com a guarda baixa, Itsumo virou-se e novamente a atingiu na nuca. Deixando a inconsciente. 

Apoiado em uma das árvores Mukanshi, observava a cena dos dois, de braços cruzados. Ele chegou até mesmo rir.

— Você não tem jeito mesmo — balançou a cabeça parecendo decepcionado.

Itsumo o ignorou. Apenas pegou o corpo da garota e o deitou cuidadosamente no chão.

— Quem irá lidar com a fúria dela, quando acordar? — perguntou Mukanshi com uma das sobrancelhas arqueadas.

O jovem dos cabelos pretos, apenas vestiu seu hakama novamente e colocou sua espada em sua cintura.

— Cuide bem dela — ele pediu sincero para Mukanshi. Que soltou um suspiro alto! Se aproximou de Itsumo, depositou uma das mãos em seu ombro, e trocaram olhares.

— Ela vai te matar.

— Ela irá me matar.

Entreolharam juntos. Riram forçado logo depois.

Itumbo volta para a sua expressão séria. Olhando para frente determinado. Não era hora para vacilar. Musschia sabia o que ele iria fazer, então balbuciou "boa sorte" sem ele poder ouvir. Olhou para o alto, e seu peito apertou por algum motivo. Não era de seu feitio ficar tão emotivo, então só significava ser muito sério.

Agachou e admirou o rosto sereno de Hanasaki. Acariciou sua bochecha.

— Você é muito linda — murmurou. Arregalou os olhos. Afastou rapidamente de Hanasaki. Não devia ter dito isso. Engoliu a seco. Deu graças a Buddha por não haver ninguém por perto.

Correndo até a sede da Yakeshi Shi, memórias desagradáveis rodam sua cabeça.

"Preste atenção! A questão não é tentar até acertar, mas sim tentar até nunca mais errar!"

Um homem alto, com uma voz grave, mas que estava abafada por conta da máscara. Se encontrava atrás de Itsumo. O garoto era encharcado de suor, sua respiração acelerada. Estava esforçando para manter seus olhos abertos e a espada erguida. Rezando para o homem não percebesse suas mãos tremendo. Encarava um pedaço de madeira. Sua missão era o cortar sem o homem perceber seu corte.

Um som persistente de gotas caindo no chão ressoava pela, a caverna, iluminada apenas por duas tochas.

Já passara da sexagésima tentativa, e ele ainda não havia conseguido acertar com perfeição. Toda vez que errava suas costas eram atingidas por um chicote com pregos. Abrindo, arrancando pedaços de suas roupas e principalmente de sua carne. Não tinha tempo para descansar. Era agora ou nunca!

Levantou sua espada em movimentos suaves, passou o fio sobre o pedaço de madeira tão rápido, que não fora ouvido barulho nenhum. Tão rápido que a madeira cortada só caiu instantes depois.

Por baixo da máscara, o homem abriu a boca levemente surpreso. No entanto, logo sorriu orgulhoso do feito do garoto.

"Bom trabalho". Deu uns leves tapinhas nas costas feridas do garoto, fazendo que respigasse um pouco de sangue sobre o ar, e uma grande porção permaneceu em sua mão.

Itsumo virou-se e o olhou com desprezo. Suas, orbes vermelhas brilhavam, e o podia sentir sua intenção para matar. Sem conseguir sem mexer, o homem ficou encarando o menino assustado. Suas pernas tremiam como nunca.

"Mexam-se! Mexam-se! Mexam-se!"

O homem pediu em desespero em sua mente, mas fora em vão. O garoto respirou fundo, com agilidade perfurou a barriga do homem.

A pessoa com máscara grunhiu de dor. E Itsumo afundou mais a espada no corpo do homem. Com muito esforço aquela pessoa segurou a espada que penetrava cada vez maus fundo em seu corpo, porém, já era tarde demais.

Tossiu sangue, e Itsumo apenas observou o líquido vermelho jorrando por baixo da máscara. Desistindo de tentar parar o garoto, ele apenas tira a máscara. Mostrando suas olheiras profundas, suas, orbes cinzas sem vida, cabelos grisalhos.

"Monstro". Disse entre dentes. Respirou uma última vez, e o corpo morto caiu sobre o chão.

Naquela noite, onde a lua carmesim surgiu, fora a primeira vez que o pequeno Itsumo havia tirado a vida de um homem...

Balança a cabeça espantando aquelas memórias. Por que estava lembrando dessas memórias logo agora? Não era o melhor momento!

Estalou sua língua irritado.

•••

Passando por uma infinidade de árvores, de plantas carnívoras, matos muito maiores que ele; consegue finalmente visualizar o telhado de uma casa. Uma propriedade enorme. Subindo uma série de escadas, Itsumo chega no topo. Um vento gelado sopra, e se ouvi o som baixo de um sino. Para em frente ao portão enorme e vermelho.

O jovem fecha os olhos por um segundo.

"Não vacile! A força não se resume apenas em atacar, mas também em resistir os ataques!"

Uma voz ressoa em sua mente. Acredita ser por está naquele lugar após bastante tempo, que estás memórias não cessam.

Abriu os olhos, correu, e chutou a porta. Fazendo ela cair voar até a parede. Tomou uma posição de ataque, mas voltou ao normal ao perceber que a casa estava vazia. Não conseguia ouvir barulhos de passos ou algo parecido. Porém, não podia abaixar completamente a guarda.

Dando cada passo cuidadosamente, ele avança para os cômodos da casa sem alertar estar lá, apesar de ter feito muito barulho com a porta.

Parou em frente a uma porta diferente das outras. Está havia gravuras das flores de cerejeiras. Abrindo apenas uma brecha, uma kunai voa em sua direção. Quase acertando seu olho, desviou no último segundo.

Empurrou a porta para lado, abrindo completamente e sacou sua espada. Fitou com ódio o homem sentado despreocupado, no centro daquela sala.

— Se sinta a vontade — disse educadamente. E Itsumo persistiu em ficar o encarando, deixando o homem de mau-humor. — Não teste minha paciência, Itsumo!

Os músculos de Itsumo ficaram tensos ao escutar aquela voz. Ele não podia… ele não conseguia ir contra ela. Guardou a Kuroishi em sua bainha, e se sentou no lugar vazio que ali havia.

— Não fique com essa cara, Itsumo — pediu Kawasaki bebendo um gole de seu saquê — Está acabando com a minha bebida. Aliás, quer? — ofereceu o jarro de saquê.

— Não. — Itsumo recusou seco. Ainda com a cara fechada — O que você quer falar?

Itsumo foi direto ao ponto. Ele não queria alongar ainda mais aquela conversa desnecessária. Escutar um velho beberrão não era seu forte. Porém, acredita que o homem a sua frente estava lúcido o bastante para lhe atacar a qualquer momento. Só precisava ter paciência.

— Sobre seu pai — limpou o líquido que descia nas beiradas de sua boca com agressividade — Kenzou Kousei. O famoso Akuma no Kenshin.

Itsumo avançou no homem, e agarrou suas vestes, o puxou para mais perto.

— Não ouse pronunciar o nome do meu pai com essa sua boca fedorenta — Itsumo fala entre dentes.

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