"Exija muito de ti e espere pouco dos outros... Assim, evitará muitos aborrecimentos."
— Confúcio
— A vida do filho do demônio pereceu nos braços de seu precioso filho — Mukanshi sussurrou dramático, ao quebrar o boneco de gelo que havia feito.
Hanasaki ficou chocada com a história do pai de Itsumo. O jovem, continuou indiferente, mas seu interior estava confuso e em profunda tristeza. Agora tudo fazia muito sentindo! Por está razão seu pai não queria que ele soubesse de seu passado.
Se sentiu esclarecido, mas também magoado. Já que, o bem mais precioso de seu pai, fora quase tirado de sua vida particular! Mesmo sendo seu filho, não sabia nem metade das coisas que havia sofrido e isso era injusto!
Mukanshi pegou sua espada jogada um pouco distante dele, e a guardou cuidadosamente na bainha. Claro, que após agradecê-la pelo, o trabalho duro e pedir desculpas por tê-la assustado.
— Ei! Mukanshi, a mulher que cantava para a lua era... — Hanasaki queria terminar sua pergunta, mas sentiu um bolo se juntando em sua garganta. E, um medo a atingiu.
— Sua mãe? — Mukanshi completou o que Hanasaki não teve coragem. Se virou para encarar a garota, e a respondeu — Sim, era. Ela nunca pertenceu às terras do norte, apenas foi vendida e criada para ser a princesa de lá. Infelizmente, eu só sei até está parte da história — Mukanshi revela. Até um ponto ele falava a verdade, mas outro estava ocultando. Isso ele nunca poderia revelar, já que, também envolvia um pouco de sua história.
Hanasaki abaixou a cabeça lamentando não poder saber mais de sua mãe, e também julgou ser muita coincidência o caminho de sua mãe e do pai de Itsumo; terem se cruzado.
O assassino dos cabelos prateados preparou-se para pular, e sumir das vistas dos jovens. No entanto, fora interrompido pelo, os jovens dos fios negros.
— Espere! — Pediu Itsumo se levantando apressadamente — Como a Yakeshi Shi sabe tanto? — O garoto questionou em seguida. Hanasaki virou-se rapidamente para encarar o semblante de Itsumo. Indignada em saber que ele trabalhava para a Yakeshi Shi. Aquela que queria roubar Chimamire da vila, e sua vida, e de seu pai.
— Yosuke Kawasaki — Sussurrou somente. Não fez questão de se virar para olhar atrás, e completou — É o fundador da Yakeshi Shi.
— Desgraçado! — Hanasaki esbravejou irada para Itsumo — Todo esse tempo você… trabalhava para a Yakeshi Shi! Não acredito nisso! Não acredito que me envolvi sentimentalmente com você! Um assassino do meu maior inimigo!
Tanto Itsumo como Mukanshi, estavam surpresos com o repentino ataque de raiva de Hanasaki.
— O quê? — Itsumo arqueou uma das sobrancelhas, e abriu um pouco a boca indignado. E suspirou em seguida — Pensei, que desde o início, eu havia deixando clara minha intenção.
— Deixou, mas não pensei que você fosse da organização Yakeshi Shi! — Ela levantou mais uma vez o tom, e apontou o dedo para Itsumo.
Mukanshi ficou apenas vivenciando a cena. Estava segurando a risada o máximo que podia, mas era quase impossível. Não podendo mais segurar a gargalhada, ele riu alto e por bastante tempo. Já levando suas mãos até a barriga.
— Você é realmente engraçada, garota — Ele enxugou algumas lágrimas que caíram de tanto rir — Realmente, não sabia que o Hansamukirã era da organização Yakeshi Shi? Julgou ser tudo uma piada? — O jovem perguntou entre risadas para Hanasaki.
— No começo sim! Pensei ser apenas uma brincadeira de mau-gosto! — Hanasaki foi sincera. Arrancando mais algumas gargalhadas de Mukanshi, e mais um suspiro de Itsumo.
— Não, Hanasaki. Nada era brincadeira. Mandaram-me tirar sua vida, e de seu pai, e destruir Chimamire no Arashi — Itsumo esclarece para a garota. Que relaxou, já que, desde o início foi a única que havia compreendido errado.
— Haa... — Suspirou pesadamente e após longos minutos de silêncio ela finalmente toma coragem para falar — Peço desculpas pelas, as palavras de momentos atrás, Itsumo.
— Tudo bem. Só não faça isso novamente — Itsumo falou calmo, e a aconselhou-a em seguida.
— Bom, estou de saída. Um bom dia para vocês! — Deu a mão em forma de despedida, mas Hanasaki correu e o segurou pela, a gola.
— Um minuto — Fala Hanasaki, e Mukanshi revira os olhos e bufa irritado. Pensando quando eles o deixariam ir embora.
— O que é agora? — Perguntou impaciente para Hanasaki.
A garota abriu a boca, mas Itsumo não a deixou falar. Tomou a frente e disse: — Nos leve com você. Apesar de ser o "preferido", eles nunca me deixaram entrar na sede da organização. Não sei onde é. Tenho contas a aceitar com eles — Segurou forte sua Kuroishi.
Mukanshi levou segundos para absorver aquilo direito.
— Eu — Ele apontou o dedo para si — Levar vocês — Agora apontou para Hanasaki e Itsumo — Até o coração da Yakeshi Shi?
Hanasaki e Itsumo confirmaram com a cabeça que sim.
— Só podem estar loucos! — Ele grita — Por acaso, vocês sabem dos riscos? A sede da Yakeshi Shi fica nas entranhas da Fukitsuna Mori. Tenho certeza que vocês já ouviram sobre ela.
— Não importa! Nós iremos! — Hanasaki e Itsumo gritaram em uníssono.
Mukanshi não estava com muita vontade de discutir. Mas ele levantou a cabeça para olhar para Hanasaki a pergunta curioso: — Hime-sama, sem ser intrometido, ou algo do tipo, mas a sua vila está uma bagunça. Você como princesa tem fazer algo sobre isso. Não pode nos acompanhar.
— Hum... — Hanasaki levantou um pouco a cabeça, e ficou pensativa — Meu pai resolve isso. Não se preocupe.
— É… sobre isso... — Mukanshi enrola um pouco, trazendo a atenção de Itsumo e de Hanasaki. Sem pensar muito do que se tratava, Hanasaki suspirou.
— Você o matou, não foi? — Itsumo foi direto na pergunta, e Hanasaki agradeceu o jovem. Era isso que passava na cabeça dela também.
— Sim... — Mukanshi confessa.
— Bom, não há muito o que fazer. Já que meu pai está morto, eu, como sua filha herdamo sua terra. Mas como está tudo uma bagunça, posso adiar minha nova posição — Hanasaki falou indiferente. Fazendo Mukanshi ficar surpreso.
Acreditou que a garota ficaria realmente muito brava com a notícia ou triste, mas foi muito longe disso. Não mostrou nenhuma emoção, além de, pensar em seu novo cargo, antes mesmo de pensar em enterrar o corpo de seu pai.
A jovem soltou Mukanshi, que apontou a direção para a floresta, onde a sede da Yakeshi Shi ficava. Hanasaki passou pelo, o portão da sua vila, pela, a primeira vez sem olhar para trás. Pois, dessa vez, ela realmente não havia mais nada. Não existia mais nada que a prendesse, mais nada para impedir que ela gritasse.
Nada para a limitar...
Sorriu ao vento ao perceber que o peso que carregava em suas costas, havia desaparecido.
Caminhando por uma hora, os três já conseguiam avistar a floresta. Mukanshi parou na entrada, e virou-se para Itsumo e Hanasaki.
— Ao entrar nesse floresta, peço que mantenham sempre em alerta! É uma floresta traiçoeira! Principalmente, os seres que nela vive! — Alerta Mukanshi, e Hanasaki e Itsumo trocam olhares, e afirmam com a cabeça.
A jovem foi a primeira a entrar na floresta, depois Itsumo e por trás Mukanshi. Logo as posições foram invertidas, o que estava atrás fora para frente, e a, que estava na frente fora para atrás.
A floresta tinha um ar pesado, e as árvores eram gigantescas. Suas copas fechava a bela visão da noite. E quanto mais avançam, a névoa ficava mais densa. Em poucos segundos, eles não conseguiram enxergar mais nada. O vento soprava ferozmente, trazendo consigo não apenas o frio, mas também coisas ruins.
O som de folhagens balançando, atrapalhava a audição de Itsumo e Hanasaki. De Mukanshi, não era tão afetada por conta de seus poderes das mulheres das neve. Além, de está muito acostumado com o ambiente.
Pisando no solo, Hanasaki sem querer pisou forte demais em um galho. O quebrando. O som que fez, despertou uma das criaturas que vivam nas sombras. Logo seu uivo fora ouvindo, ressoando por a floresta. Avisando outros de sua espécie.
Os três pararam de andar, e se atentaram somente nos sons. Os olhos das criaturas das sombras, brilharam intensamente em meio a escuridão da noite. Analisando cuidadosamente suas presas.
Mais uma vez o uivo foi escutando, porém, este foi um pouco diferente do anterior. Este ao atravessar os ouvidos, arranhava, trazendo um enorme desconforto. Podendo ficar tonto.
— Okami — Balbuciou Mukanshi — Corram!
De imediato, os três começaram a correr sobre a floresta. Adentrando cada vez mais fundo, e Itsumo ao virar a cabeça para trás. Apenas por curiosidade, viu uma alcateia os seguindo. Os lobos eram tão pretos quanto as sombras, seus olhos eram dourados. Mukanshi estalou a língua.
— Não façam contato direto com os olhos deles! — Mukanshi os alerta — Sem perceberam vocês estarão vivendo uma ilusão! Tomem cuidado!
As criaturas da noite mostraram seus dentes, na tentativa de intimidar os intrusos. Entre a perseguição, um lobo muito maior que os outros, apareceu e conseguiu alcançar Hanasaki. O jovem dos fios pretos percebeu, e inverteu as posições. Empurrou o corpo da garota para frente, e Mukanshi olhou para trás e pegou o braço da garota, trazendo-a para seu lado. A garota já estava ofegante. Já fazia um tempo que corria em uma distância tão larga e por muito tempo. Atrás dos dois, Itsumo avançava com o lobo enorme correndo ao seu lado.
Por um momento, Itsumo escutou uma voz rouca, quase um rugido atormentando sua mente.
"Nunca pensei que um dia eu iria ver um mero humano correndo quase na mesma velocidade que a minha", o lobo falou, mas não pensou que Itsumo escutaria seus pensamentos.
O jovem, olhou para o lado surpreso, e tentou se comunicar com a criatura.
"Você... também nunca vi um lobo tão grande", Itsumo riu fraco ao comentar a situação também.
O lobo ficou surpreso ao ver que o jovem, ouvia seus pensamentos. Observou o rosto de Itsumo de lado, e logo um vento sinistro soprou e dois lobos surgiram das sombras. Mostrando seus dentes, pronto na atacar Itsumo. O garoto dos olhos carmesim, colocou sua destra no cabo da espada. Mas os lobos paralisaram, ao escutar o grito do lobo enorme.
"Não! Ele é meu!", o lobo ordenou e os lobos recuaram novamente para as sombras.
O jovem continuou avançando sem tirar sua atenção de Mukanshi e Hanasaki. O lobo se aproximou mais de Itsumo.
"Ei! Como consegue entender o que eu digo?", pergunta o lobo para Itsumo.
"Não sei. Apenas consigo compreender seus pensamentos", responde Itsumo ao labo.
"Garoto, olhe para os meus olhos!", o lobo pediu, mas pareceu mais uma ordem. O tom do lobo era dominante.
Itsumo hesitou por segundos, para virou a cabeça para o lado por um segundo. Tinha consciência que ele o hipnotizaria, mas mesmo assim, queria saber o que ele estava planejando. Quando os olhos carmesins de Itsumo, entregou em contato com os de rubi do lobo. A criatura ficou surpresa. Uma lembrança antiga veio a sua mente.
LEMBRANÇA DO LOBO
Naquela noite alguém havia entrado na floresta sem ser percebido pelas, as criaturas no primeiro instante. Até mesmo a floresta se atordoou com a presença desse "ser humano". Sua aura era destrutiva! Não deveria nem mesmo viver!
Ao atravessar vários obstáculos que a sinistra floresta favorecia, umas das melhores criaturas apareceu diante do jovem para lo desafia!
Ele havia matado muito de seus companheiros para deixar o garoto empunhe. Sobre a grama seca, ambos ficaram se encarado. O vento soprou como um grito de desespero. E, ambos avançaram neste instante.
A criatura da noite mordeu forte o braço do jovem, fazendo apenas olhar para sua ferida e atacar a criatura sem pudor algum. Aproveitando que ela estava o agarrando tão forte. O lobo negro soltou um agudo rugido de dor, e seu corpo alcançando o chão, ele ficou se contorcendo.
As nuvens se dissiparam do céu, revelando as estrelas, e principalmente a beleza da lua vermelha. A mesma cor dos olhos do jovem abaixo dela.
— Não se meta em meu caminho — O menino balbuciou cambaleando, levantando mais uma vez a espada para a criatura caída no chão. O lobo fechou os olhos pensando que sua vida havia chegando ao fim, contudo, após uns segundos nada acontecia. Abriu os olhos devagar, e enxergou o menino caído no chão.
"Olhos vermelhos. Esse moleque é mais especial que pensa. Pergunto-me quando saberá de seus poderes...", o lobo pensou.
Se aproximou do garoto, e o puxou para as estranhas da floresta...