O dia começou como qualquer outro, com o nascer do sol e o canto dos pássaros. O cheiro de café fresco pairava no ar enquanto Aureus, um físico renomado, se preparava para o dia mais importante de sua vida. Anos de pesquisa e trabalho árduo que culminaram no presente: o teste final de seu reator de partículas, uma máquina capaz de gerar energia infinita e revolucionar o mundo.
No laboratório, a atmosfera era densa de expectativa. A equipe de Aureus, composta por cientistas e engenheiros brilhantes, estava reunida na sala de controle, monitorando cada detalhe do experimento. O burburinho das conversas se misturava ao som dos computadores e equipamentos, criando uma sinfonia de ciência e tecnologia.
"Atenção, pessoal!" exclamou Aureus, com um sorriso nervoso no rosto. " Estamos a poucos minutos de iniciar o teste final. Lembrem-se de seguir o protocolo à risca. O futuro da energia está em nossas mãos!"
"Pode deixar, doutor Aureus!" respondeu Kai, o engenheiro-chefe, com um aceno de cabeça confiante. "A equipe está pronta para o show!"
O coração de Aureus batia forte enquanto ele digitava os comandos finais no sistema. A contagem regressiva começou, e a tensão na sala de controle era palpável. Cinco, quatro, três, dois, um…
"Iniciando o reator!" anunciou Aureus, com a voz firme.
No centro da sala, o reator de partículas ganhou vida. Um brilho intenso emanou de seu núcleo, e a temperatura ambiente começou a subir. Os monitores exibiam os dados do experimento em tempo real, e a equipe acompanhava cada número com atenção.
"Dez por cento da capacidade!" informou Mei, a física nuclear, com os olhos fixos nos gráficos. "Tudo nos parâmetros!"
"Vinte por cento!" continuou Mei, com a voz cada vez mais animada. "O reator está respondendo bem!"
"Quarenta por cento!" gritou Mei, com um sorriso largo no rosto. "Estamos fazendo história!"
A cada aumento de potência, a euforia tomava conta da equipe. O sonho da energia infinita estava se tornando realidade. Mas, de repente, um alarme soou, e os monitores começaram a piscar em vermelho.
"O que está acontecendo?" perguntou Aureus, com a voz tensa.
"A temperatura do núcleo está subindo muito rápido!" respondeu Kai, com os dedos voando sobre o teclado. "Não consigo controlar!"
"Cem por cento!" alertou Mei, com o rosto pálido. "O reator está sobrecarregado!"
"Duzentos por cento!" continuou Mei, com a voz trêmula. "Precisamos desligar agora!"
"Não consigo!" gritou Kai, em desespero. "O sistema não responde!"
"Trezentos por cento!" Mei estava em pânico. "Vamos explodir!"
O brilho do reator se intensificou, e a sala de controle começou a tremer. Aureus sentiu um aperto no peito, e o medo o paralisou. Ele olhou para sua equipe, e viu o mesmo terror refletido em seus olhos.
"Quatrocentos por cento!" Mei mal conseguia falar.
Quinhentos por cento… Seiscentos por cento Setecentos por cento… O reator estava fora de controle, e a explosão era iminente. Aureus fechou os olhos, e se preparou para o pior.
Oitocentos por cento… Novecentos por cento… A sala de controle se tornou um inferno de luz e calor. O reator atingiu mil por cento da capacidade, e então, a explosão cataclísmica.
O mundo se dissolveu em um clarão branco e ensurdecedor. Aureus sentiu uma onda de calor insuportável percorrer seu corpo, e então, a escuridão. A explosão vaporizou o quarteirão inteiro, deixando uma cratera fumegante no lugar onde antes ficava o laboratório. O sonho da energia infinita se transformou em um pesadelo nuclear.
No instante final, Aureus experimentou uma sensação de vazio absoluto. Seus pensamentos, suas memórias, suas emoções, tudo se esvaiu em um abismo negro e silencioso. O tempo deixou de existir, e a própria consciência se dissipou como fumaça ao vento. Era como se nunca tivesse existido, como se sua vida inteira fosse somente uma ilusão fugaz. O vazio o envolveu por completo, e então, o nada.