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Chapter 2 - delicia e continuidade

Capítulo 2: Continuidade e Delícia

Sob um céu cinzento que ameaçava chuva, Joaquim, com a determinação brilhando em seus olhos, segurava firmemente a bola enquanto liderava seu time. Ao seu lado, Cupim compartilhava uma rivalidade saudável misturada com uma forte camaradagem. O campo, ainda seco, zumbia com a energia contagiante de Hermanito, que saltitava de empolgação, ansioso para exibir suas habilidades no jogo iminente.

Conforme os primeiros pingos de chuva começaram a cair, uma onda de excitação envolveu o grupo. Gargalhadas e gritos alegres ecoavam enquanto eles corriam pelo campo agora encharcado, revivendo as memórias queridas de uma infância repleta de aventuras e cumplicidade. A chuva, ao transformar a terra em lama, adicionava um desafio escorregadio ao jogo, elevando a diversão a outro nível.

Mesmo com a chuva martelando seus rostos e as roupas pesadas e molhadas, eles não conseguiam deixar de sorrir, unidos por um espírito vibrante e pela alegria simples de estarem juntos. Era um momento efêmero que encapsulava a essência da juventude e da amizade, um breve instante de felicidade pura e inabalável.

Mais tarde, na penumbra de sua sala iluminada apenas pelo brilho da televisão, Hermanito puxava um cigarro e murmurava com uma mistura de nostalgia e pesar. "Lembra, hermanito...", sua voz baixa trazia à tona as recentes notícias sobre o delegado José Pereira e seu assistente Kleiton, discutindo o caso que envolvia o desaparecimento de Dandara e a morte do irmão Isaías. "Velho filho da puta, morreu lindo," ele comentava com um suspiro, enquanto ligava para Joaquim, que demorou a atender.

Joaquim, com a voz pesada e carregada de frustração, confessava pelo telefone, "Já se passaram três meses desde o desaparecimento dela… o miserável matou ela, mas se a gente entregar ele, Cupim vai preso pela morte de Isaías, e fudeu pra ele que ódio."

Em meio a essas convulsões de emoção e realidade dura, Joaquim deixava sua casa sob o céu ainda nublado e encontrava-se com uma mulher misteriosa. "Isaías estava com ele... tem outros entre nós e precisamos achá-los," ela sussurrava, entregando a Joaquim um desafio envolto em mistério. Joaquim, absorvendo suas palavras, servia-se de um café e perguntava com um olhar pensativo, "Como vamos achar os outros?"

Enquanto a vida continuava ao redor, com a mãe de Joaquim voltando da casa de sua avó e o padrasto de Dandara carregando um bebê, Joaquim era o único a notar Katirina. Ao comer seu cuscuz, ele lembrava de Dandara e das manhãs que passaram juntos durante cinco anos, uma lágrima escorrendo por seu rosto ao ver Pingo, que ele pensava estar morto, entrando na casa de Dandara.

"Sua mãe o interpelava com um olhar carregado de conhecimento e pesar. "Você deixou comida para nós?" Ela perguntava. "Sim mãe, acabei de esquentar," ele respondia, sua voz tremendo levemente com a emoção. "Eu sei o quanto ela... ela era como uma filha para mim. Deus queria que ela estivesse bem, meu filho."

"Está certo, mãe," Joaquim respondia, a tristeza palpável em sua voz.

Enquanto caminhava pela floresta, procurando por pistas que pudessem levar a Dandara ou explicar os estranhos eventos, Joaquim encontrava vestígios de patas de um animal e marcas de queimadura entre as folhas caídas. Ao tocar em uma árvore, ela se desfazia em pó, levantando uma nuvem branca que o envolvia em mistério.

Enquanto a chuva fina goteja pela janela empoeirada do casebre, o ar carrega um aroma de terra molhada e ervas frescas do chá que a velha fervia no fogão a lenha. O ambiente é sombrio, apenas iluminado por uma lâmpada fraca que oscila com a brisa que se infiltra pelas frestas da madeira.

Dandara, sentada em uma cadeira de madeira desgastada, seus olhos refletindo uma mistura de frustração e confusão, encara a senhora à sua frente. A velha, com suas roupas que parecem não ter sido trocadas há semanas, mantém uma expressão enigmática enquanto serve o chá em duas xícaras rachadas.

"Agora você decide falar comigo?" Dandara diz, a voz tremendo um pouco. "Estou presa aqui há meses e ainda não sei o motivo. Por favor, me deixe ir."

A senhora se ajeita na cadeira, as palmas das mãos apoiadas na mesa, olhando firmemente para Dandara. "Estamos aqui juntas há três meses, e você já tentou fugir trinta e cinco vezes," ela responde com uma voz calma, porém firme. "Então, o que realmente quer de mim?" Dandara levanta, agarrando os ombros da velha com impaciência.

Com um suspiro profundo, a velha empurra Dandara gentilmente, mas com uma força surpreendente, fazendo-a recuar vários passos. "Vou te ensinar algo importante—na verdade, a primeira de muitas coisas. Você só sairá daqui quando estiver pronta."

Dandara tropeça e cai de volta na cadeira, olhando em volta enquanto o cheiro de comida cozinhando preenche o espaço. Ela esfrega a cabeça, frustrada. "Quem é você, velha? O que quer de mim? Cansei de todas essas evasivas. E o que foi isso agora? Algum tipo de magia? Você é uma bruxa?"

Nesse momento, uma jovem descalça, com o cabelo amarrado em um coque bagunçado, aparece do nada ao lado da velha. "Esta senhora tem algo a te ensinar antes que o tempo dela acabe," diz ela, a voz suave mas carregada de urgência. "O tempo está se esgotando para ela, e a loucura vai consumi-la em breve. Preste atenção enquanto pode, pois ela tem a força para te mostrar coisas que você nunca viu, para entender este mundo da maneira que ele realmente é."

Intrigada e um tanto assustada, Dandara se levanta e, num gesto impulsivo, joga a água de sua xícara na direção da jovem. A água passa direto pelo corpo da garota como se ela fosse feita de ar ou névoa. Dandara recua, seus olhos arregalados de surpresa e medo. "Você... você é um fantasma?"

Longe dali, Hermanito se encontra com Maria na casa dela, a atmosfera pesada, preenchida por um silêncio tenso. O ar está carregado de expectativa, quase palpável entre as paredes do espaço confinado. "Estou com uma dor de cabeça terrível por causa de tudo isso," diz Hermanito, a voz carregada de cansaço e frustração.

Ele fixa o olhar em Maria, os olhos estreitos e penetrantes. "Percebi que você não parece muito preocupada com Dandara, não é, Maria? Estranho, né?" O tom de sua voz sugere suspeita e um leve desafio.

Maria o encara de volta, seus olhos escurecendo, um brilho estranho e inquietante emanando deles. Sem aviso, ela agarra Hermanito pela camisa e o joga brutalmente contra o chão. "Você queria o quê de mim, seu puto?" A voz dela é um sussurro cortante, cheio de veneno.

Antes que Hermanito possa reagir, ele se vira, uma faca já posicionada no pescoço de Maria, o metal frio e ameaçador sob a pele dela. "Um pouco de consideração ao menos," ele rosna, a respiração pesada misturada com a dor.

Maria se contorce sob o aperto, seu olhar feroz não diminuindo. "Já não basta eu ter que lidar sozinha com tudo isso enquanto vocês ficavam por aí curtindo?"

Hermanito, irritado e confuso, retruca: "Que porra você está falando? Ficou louca? Eu vim aqui pedir sua ajuda. Eu vi Pingo andando por aí vivo. Precisamos achá-lo, entende?!"

Ele afrouxa o aperto, ainda desconfiado. "É sua culpa. Quando um protetor morre, ele vira um assassino em potencial, fica sem objetivo." Hermanito joga as palavras como acusações, tentando desvendar o mistério por trás do comportamento de Maria.

Ela o encara, os olhos agora mais calmos, quase resignados. "Foi assim que descobrimos Dandara. Minha avó me contava sobre o protetor, mas Pingo era um merdinha. Um dia, eu estava tomando banho com Dandara e percebi manchas em sua pele que não eram só da violência sofrida; as manchas eram azuis."

Hermanito recua, a confusão e surpresa pintadas em seu rosto. "Agora, eu realmente não entendo. Por que ela tem um protetor e nós somos os descendentes dos convocados?"

Maria, afastando-se, pega um copo de água, sua mente vagando para um dia sombrio em seu quarto, quando o espírito assustador de sua avó apareceu para ela, na forma de um urso imponente. O ar fica pesado com o eco de segredos não ditos e verdades ocultas, enquanto sombras dançam silenciosamente pelas paredes do cômodo.

Maria e hermanito seguem para a escola numa manhã ensolarada, ela com óculos de sol e um estilo indie característico, mordiscando uma maçã enquanto caminha. Ao seu lado, Hermanito desfila ao ritmo da música que ecoa de seus fones de ouvido, absorto em seu próprio mundo.

Joaquim os cruza no caminho, lançando-lhes um olhar melancólico, carregado de tristeza. Ele passa por eles sem dizer uma palavra, perdido em seus pensamentos.

Ao se aproximar da escola, a presença de carros de polícia dispersos por uma rua próxima chama a atenção de Joaquim. Aproximando-se discretamente, ele ouve um dos oficiais comentar, "Essa já é a terceira morte em quatro dias." O tom é grave, a urgência palpável no ar.

Nesse momento, um jovem todo vestido de vermelho se aproxima de Joaquim. Com uma expressão amigável, Mateu inclina-se para perto e sussurra, "Hummm, meu querido Joa, preste atenção." Ele aponta discretamente para um homem ao longe, um cabeleireiro local chamado Estefano, que, embora tentasse confortar uma família enlutada, carregava uma mancha suspeita de sangue em suas roupas.

Estefano, um homem calvo e robusto, bem conhecido na comunidade, casado e pai de três filhos que estudam com Joaquim, Maria e Hermanito, sente o olhar de Joaquim sobre ele. Seus olhos se encontram brevemente, e uma corrente elétrica parece percorrer o espaço entre eles, carregada de perguntas não ditas e suspeitas inquietantes. A tensão no ar é quase tangível enquanto Estefano volta rapidamente sua atenção para a família enlutada, mas o breve contato visual deixa Joaquim com uma sensação desconfortável e uma suspeita crescente sobre o que realmente está acontecendo naquela cena aparentemente comum.

Joaquim escuta que o senhor Carlos, foi desmembrado e que parte do seu estômago foi retirada

Joaquim, franzindo a testa, encara Mateu, sentindo um misto de incredulidade e curiosidade aguda. "Isso tem a ver com o que, exatamente?" ele questiona, a voz baixa, quase um sussurro para não chamar atenção desnecessária.

Mateu, com um olhar sério e um tanto sombrio, responde, "Ele está criando papangus."

"Papangus?" Joaquim repete, a palavra estranha ecoando em sua mente.

"São soldados obedientes, sem rosto próprio, mas que precisam de órgãos," explica Mateu, o olhar fixo e intenso. "Senti uma energia, um arrepio na pele que parecia estar pegando fogo e os pelos do meu braço se eriçaram quando os vi."

Joaquim balança a cabeça, ainda tentando processar a informação. "E qual seria o intuito de um cabeleireiro qualquer fazer algo assim? Ele vai criar um exército de mortos-vivos para servir no salão?"

Mateu dá um meio sorriso, mas seus olhos não perdem a seriedade. "Oxe, você acha que estou brincando? Os papangus são fortes, quase indestrutíveis, e se você enfrentá-los no estado em que está agora, é certeza de morte. Eles são entidades de espíritos errantes; se souber como, eles te obedecerão."

"Entendo... mas por quê?" Joaquim insiste, o cenho cada vez mais carregado.

"Mauricéia foi o epicentro de guerras travadas há dois mil anos atrás por várias raças e sociedades extintas hoje. Todos buscavam a fonte da juventude, riquezas e o paraíso. Hoje, essa cidade está sufocada pelo lixo; somos os restos de uma história que foi apagada e gentrificada pelas corporações," Mateu diz, a voz carregada de uma melancolia profunda.

Joaquim fica em silêncio, absorvendo as palavras de Mateu, percebendo a magnitude das forças ocultas em jogo. A revelação lança uma nova luz sobre a cidade e sobre os perigos que agora parecem se multiplicar nas sombras. O jogo era muito maior do que ele imaginara, e a situação exigia uma cautela e um entendimento que ele ainda precisava desenvolver.

Mauricéia, uma cidade cercada por mangues e mata, era um local onde Cupim aprendeu com sua avó a caçar caranguejos para sobreviver. Seu pai desaprovava esses momentos, mas para Cupim, era uma forma especial de conexão com sua avó e de manter a família unida, antes de seu pai se tornar policial. Cupim evitava encontrar seu pai com medo de que ele fosse preso caso as balas do incidente envolvendo Isaías fossem encontradas. O manguezal, com sua lama densa e o cheiro forte, tornou-se um refúgio onde Cupim podia escapar da realidade, mesmo que temporariamente.

Enquanto Cupim explorava o manguezal, um local que lhe servia de refúgio das confusões da vida urbana e dos problemas familiares, ele notou algo estranho semi-enterrado na lama. Uma luva branca emergia, contrastando com o ambiente escuro. Movido pela curiosidade, Cupim começou a puxar a luva, mas para sua surpresa, a mão dentro dela começou a se mexer e subitamente agarrou seu pulso com força inumana.

O papangu que surgiu era aterrorizante: pele pálida e translúcida com veias escuras pulsantes, olhos completamente negros sem íris ou pupilas, e uma boca larga e rasgada que exsudava um líquido escuro. O corpo do papangu, deformado e contorcido, movia-se de maneiras que desafiavam a anatomia humana.

Em pânico, Cupim tentou se libertar, mas o papangu o arrastava cada vez mais para dentro do mangue. Ele gritou por socorro, mas seu grito parecia ser sufocado pela densidade do ambiente. O papangu, ágil e perturbador, continuou a perseguição, deslizando pela lama com uma velocidade assustadora.

Com um ataque rápido, o papangu perfurou a perna de Cupim com uma das mãos, afiada como uma lâmina. Cupim caiu, gritando de dor, enquanto tentava se arrastar na lama. A perna ferida deixava um rastro sangrento que se misturava ao barro, pintando um quadro de desespero e horror.

Em meio ao manguezal, Cupim se arrastava, sua perna ferida causando-lhe agonia. O ar pesado do local era preenchido pelo odor característico da lama e dos restos da maré baixa. De repente, uma figura emerge das sombras, movendo-se com uma graça peculiar apesar de sua aparência envelhecida e desgastada.

É o mesmo preto velho que Cupim havia encontrado na cabana anteriormente. Sua presença era tanto reconfortante quanto inquietante. Seus olhos, profundos e sábios, encaravam Cupim com uma mistura de compaixão e determinação.

Cupim sente um arrepio percorrer sua espinha enquanto o preto velho se aproxima, seus passos ecoando no silêncio tenso do manguezal. Há uma energia misteriosa ao redor dele, como se ele trouxesse consigo segredos antigos e poderosos.

Diante dessa figura imponente, Cupim se vê envolvido por uma sensação de expectativa e temor. O que esse preto velho queria com ele? Por que ele estava ali naquele momento crucial? Essas perguntas ecoavam na mente de Cupim enquanto ele aguardava, tenso, por uma explicação ou instrução do misterioso ancião.

Lutando contra a dor e o medo, Cupim buscava desesperadamente uma maneira de escapar ou defender-se da criatura, que parecia decidida a não deixá-lo sair vivo daquele manguezal ameaçador.

No calor do confronto entre o preto velho e o papangu, Cupim se vê enredado em uma cena de horror e desespero. Com sua perna ferida, ele luta para se mover pela lama espessa enquanto observa o preto velho brandir um pedaço de madeira contra a criatura grotesca que o ameaça.

A tensão no ar é quase palpável quando o preto velho, com determinação implacável, perfura a máscara do papangu. A revelação do rosto vazio do monstro envia calafrios pela espinha de Cupim, enquanto ele se agarra a um pedaço de madeira próximo, pronto para agir caso a situação piore.

Com a máscara agora caída aos pés do papangu, o velho olha fixamente para Cupim, seus olhos irradiando uma mistura de coragem e desafio. Ele grita, instruindo Cupim a agir, a tomar a próxima medida decisiva. A voz do velho corta o ar pesado, ecoando entre os mangues como um desafio para a própria natureza.

Cupim sente sua respiração acelerar enquanto ele avança lentamente em direção ao preto velho e à criatura que ele segura com firmeza. O coração de Cupim martela em seu peito, uma batida constante de medo e determinação. Com um grito abafado, ele ergue o pedaço de madeira, pronto para obedecer ao comando do velho, mesmo que isso signifique enfrentar o desconhecido com suas próprias mãos.

O velho sorri, seu rosto enrugado iluminado por um brilho satisfeito. Ele se aproxima de Cupim, cujo corpo exausto cede ao peso da inconsciência na lama. Horas depois, Cupim desperta, encontrando-se em um barco de pesca antiquado, rodeado pelo cheiro salgado do mar e pela brisa fresca.

Desorientado e confuso, Cupim olha em volta, tentando entender sua situação. Ele se vira para o velho, ainda coberto de lama, e lança suas perguntas, cada palavra carregada de desconfiança e urgência.

"Onde você está me levando? Quem é você, velho?" Cupim tenta limpar a lama de seu rosto enquanto procura respostas.

O velho, cujo nome é revelado como Chico, encara Cupim com serenidade. "Eu me chamo Chico. Estava de olho em você, jovem Salu, desde que saíram da caverna. Senti que você seria meu!"

Hermanito está sozinho em sua casa, imerso na escuridão que envolve tudo ao seu redor. Seu coração bate com força, quase audível no silêncio opressivo da noite. Enquanto ele mastiga a tapioca com café, cada sombra parece se contorcer e se alongar, alimentando seus medos mais profundos. Ele não consegue evitar sentir como se estivesse sendo observado por algo sinistro e indescritível, espreitando nas sombras além de sua visão limitada.

"Estamos perto de entender o que está acontecendo", sussurra ele para si mesmo, sua voz trêmula ecoando pelo vazio. "Eu preciso fazer algo para juntar a gente de novo", ele murmura, mas uma sensação de impotência o envolve como uma névoa gélida. "Sinto que o jogo do rei está só começando", ele conclui, um arrepio percorrendo sua espinha enquanto ele se sente cada vez mais preso em um pesadelo do qual não pode escapar.

Enquanto Joaquim se aventura pelas ruas escuras da cidade para buscar seu irmão Alceu, a noite parece se fechar ao seu redor como um manto de trevas. O encontro com o cabelereiro Carlos é como um presságio sombrio, um arauto da morte que se aproxima sorrateiramente. O cheiro acre de decomposição parece impregnar o ar, enquanto a visão da tesoura reluzente no bolso de Carlos provoca calafrios na espinha de Joaquim. Uma sensação de terror iminente o envolve enquanto ele percebe que algo sinistro está à espreita nas sombras da noite, pronto para desencadear o horror sobre ele e seu irmão.