O jovem dos fios tão negros como a noite, deu seu último adeus para a sua vila. E de imediato, após travessar a fenda, ele voltou para a realidade. A primeira coisa que fez ao recobrar a consciência foi procurar por Hanasaki. Que no exato momento estava desacordada.
O lugar estava sendo quase completamente engolido pelas as chamas, no entanto, Itsumo não deu importância a isso. Abraçou o corpo de Hanasaki com força, e sussurrou em seu ouvido: — Estou aqui. Te esperando, minha Hanasaki...
Mesmo não estando consciente, no rosto de Hanasaki um sorriso fino surgiu e lágrimas começaram a cair de seus olhos.
Na consciência de Hanasaki:
A jovem ainda estava pensando em como sair daquele lugar com sucesso. Perguntava para Chimamire, mas a espada não fazia nada além de confundi a garota.
— Ah! Eu não estou conseguindo entender como funciona essa droga! — Queixava-se a garota, colocando ambas as mãos sobre sua cabeça.
"Minha criança, a pressa é inimiga da perfeição.", falou Chimamire na tentativa de acalmar a garota.
Hanasaki olhou para a espada, que estava sobre uma pedra e suspirou pesadamente. Não podia acreditar na tamanha calma que Chimamire possuía. Infelizmente, não era sua espada.
Não conseguia manter a calma, pois uma enorme agonia preenchia seu peito sempre que recordava-se que Itsumo corria perigo. Precisava ajudar o garoto, mas do jeito que estava, ela que estava presenciando de ajuda.
Inspirou e expirou tentando se acalmar, e olhou mais uma vez para a porta a sua frente. Que no momento parecia ser apenas uma pintura. Levou seus dedos até seu queixo, e analisou a porta de cima para baixo.
Por que não funciona? Estará faltando algo? O que ela ainda não havia entendido ainda?
Estás perguntas preenchia a cabeça de Hanasaki.
Após um tempo, a jovem, conclui que havia chegado em beco sem saída.
— Chimamire, me diga, sou tão burra assim? — Direcionou a pergunta para a espada, em seguida, jogou seu corpo contra o chão.
"Não, minha criança. Você não é burra. Apenas não percebeu o que te fez acordar de seu pesadelo, a razão de fez você se levantar outra vez. No mais fundo de suas memórias está a resposta de tudo. Medite por um tempo, e veja suas memórias mais antigas", a espada aconselha Hanasaki mais uma vez.
A garota grunhi já cansada, e se senta no chão. Mesmo lá no fundo se recusando, pensou que seria ótimo meditar de todo modo.
— Fazer o quê, né? Vamos meditar! — Hanasaki toma a posição de lótus. Fechou os olhos, desacelerou sua respiração e se concentrava em cada coisa a sua volta. Mas logo deixou sua mente limpa, concentrando-se apenas em suas lembranças.
A primeira a passar foi quando ela tinha quatro anos. Estava deitada, e sua cabeça estava apoiada nas pernas de sua mãe. Uma mulher que beleza extraordinária.
A mulher cantava uma das canções favorita da pequena, ao observar o desabrochar das árvores de cerejeiras. O clima estava fresco, e as pétalas das cerejeiras adentravam na casa.
Hanasaki escutava com atenção a doce voz de sua mãe. Até hoje nunca conheceu uma mulher com o sorriso tão caloroso quanto sua mãe.
Kimiko Nakamura.
Este era o nome de solteira de sua mãe antes de se casar com seu pai. Uma mulher das terras norte, nunca fora bem-vinda na vila de Chi no Bara. Mas Kimiko era especial. Foi pessoalmente levada por Tadashi Irashi.
Infelizmente, sua mãe, morreu quando ela havia acabado de completar sete anos.
Ela afastou essa memória rapidamente. Não iria encontrar nada de importante nela.
Outra passagem que passou foi quando havia completado nove anos. Recentemente, fora capturada por uns homens desprezíveis e esforçou-se mais do que antes em seus treinos secretos. Na noite em especial, ela fez dois pedidos a lua. Eles foram: força e que nunca se apaixonasse. No entanto, ao dormir ela sonhou com um garoto de cabelos negros, de costas, que a olhava por cima do ombro. Seus olhos vermelhos eram tão intensos, que pareciam chamas dançando.
Ela estendeu a mão para tocar no garoto, mas, infelizmente, acordou nesta hora. Com o braço erguido e com a respiração funda.
Nesta hora, Hanasaki abriu os olhos apressadamente. Não podia acreditar no que acabara de lembrar! Ela já havia conhecido Itsumo em seus sonhos!
— Ah! Por isso, me senti tão estranha ao vê-lo pela a primeira vez! Ele é o garoto dos meus sonhos! — Ela pulava de alegria ao lembrar disso. E continuava a falar — Aquele que olhava para lua tão solitariamente! — Hanasaki parou de falar tão eufórica, e logo, lágrimas começaram a cair de seus olhos — Aquele... Aquele que sofria em silêncio. Não demostrava a sua dor, mas eu conseguia sentir... Eu conseguia ver suas lágrimas de sangue. Então era você, Itsumo.
A garota correu até a espada, e a abraçou forte.
"Isso, minha criança. Você o conhecia melhor do que ninguém. Seu pedido por nunca se apaixonar foi ouvido pela a lua, mas ao invés de fazer você fria e indiferente ao amor; ela a fez conhecer o garoto que vagava pela a vida sozinho. Você o amava menos sem ter encontrado uma vez sequer. Isso é amor verdadeiro, Hanasaki. Foi isso que a fez mais forte, o que fez você aguentar seu pai todo esse tempo. Creio que o jovem Itsumo, também já a viu em um de seus sonho", Chimamire explica.
— Maldita lua — Ela balbuciou — Ainda irá se ver comigo! — Ela se levanta determinada até porta, e levanta uma das mangas de seu hakama. Chutou a porta, e pensava que iria bater na pedra, contudo sua perna atravessou a porta. Hanasaki ficou surpresa, então sem perder tempo pegou a sua espada e atravessou a porta.
Na realidade
A jovem abriu lentamente seus olhos, e sentiu que algo envolvia gentilmente seu corpo. Como se estivesse a protegendo de todo o mau. Como se ela fosse algo muito precioso.
Quando viu que era Itsumo, ela rapidamente o abraçou.
— Ah, que bom que você está bem! Não sabe o quanto eu estava preocupada! — Ela fala com a voz embarcada. Estava fazendo de tudo para não chorar.
O jovem ficou surpreso com a atitude de Hanasaki, mas logo, reagiu. E retribuiu o abraço. Sorriu fino e falou: — Você deveria está mais preocupada com você. O que estava fazendo ao perder a consciência em meio as chamas? — Com ao pergunta de Itsumo, a garota riu baixo.
— Você não fez muito diferente, Itsumo. — O responde.
— Mas acordei primeiro que você. — Fala convencido.
Hanasaki fica o observando atentamente. Um pensamento cruzou sua cabeça, e sorriu perversa em seguida.
— Ei, Itsumo! — Hanasaki chama a atenção do jovem, e no momento que ele abaixou sua cabeça, foi surpreendido pela a garota.
Hanasaki tomou rapidamente os lábios de Itsumo. Durou apenas alguns segundos, e logo a garota se afastou. Itsumo permaneceu em choque. Não conseguia absorver o que tinha acabado de acontecer.
"Hanasaki me... me beijou?", pensou Itsumo.
A garota não se arrependeu do que acabava de fazer, mas estava começando a ficar ansiosa. Pois, a reação de Itsumo estava demorando demais.
— Você me beijou? — Ele pergunta para a garota, que apenas confirma com a cabeça.
— Algum problema? Não devia ter feito isso? — Hanasaki pergunta desviando o olhar.
— Não, problema nenhum. — Itsumo fala tranquilamente. Passou levemente seus dedos sobre os lábios, e começou sentir seu rosto quente. Em instantes ele estava tão vermelho, quanto as chamas que estava ao redor. Escondeu seu rosto atrás da costas de sua mão. Não queria mostra a Hanasaki esse seu lado.
Por outro lado, Hanasaki, não conseguia o encarar. E por isso, perdia a expressão do jovem. Apesar de está tão curiosa, não conseguia reunir coragem para olhar nos olhos de Itsumo nesse exato momento.
Infelizmente, ambos não puderam aproveitar a situação atual; pois um grito agudo foi escutado não muito longe. Que chamou a atenção de Hanasaki, e de Itsumo.
Eles trocaram olhares, e deram as mãos.
— Prometo! — Falaram em uníssono. E começaram a correr em direção aos gritos.