Sua mãe, Reian, ficou muito feliz em saber que, seu pai, finalmente iria deixá-la contar a história. A mulher persistiu em carregar o garoto nos braços. Era uma situação que deixava o pequeno um pouco constrangido, mas, decidiu apenas aproveitar. Depois de resolver o que deveria naquele lugar, ele irá embora. E novamente, não iria ver sua mãe.
Chegando na casa, a ruiva coloca seu filho na cadeira. E segue para a cozinha. Já pegado uma chaleira, e colocando água para ferver. Não poderia contar uma longe história sem a companhia de um delicioso chá.
Esperando a água ferver, ela vai até a mesa e pigarreou. Após um pequeno silêncio, ela fala:
— Então... A jornada de vida de seu pai é... — Ela procura palavras para descrever sem assustar o garoto. — Conturbada. Haja o que houver, tente entender as ações de seu pai. Não tenha ódio dele. — Reian encara séria seu filho. E o pequeno, apenas confirmou que sim com a cabeça.
E, respondeu a mulher da seguinte forma:
— Nunca. Eu entendo muito bem como é fazer escolhas difíceis, por conta das circunstâncias. Sei que papai não teve escolha. — A mulher sentiu o olhar triste de seu filho. E a, profundidade de suas palavras. Como se já houvesse vivido tal experiência. Nos lábios de Reian surgiu um pequeno sorriso.
— Muito bem! Agora vamos a história! — Ela fala animada. Respirou fundo, e começou. — Há vinte anos atrás, o Shogunato havia começado. O desespero abrigava nos corações de todos. Não sabíamos, como nós, da classe mais baixa ficaríamos. Já que, o Shogun, desejava aumentar seu poder de defesa e ataque. Ele decidiu pegar crianças de ruas, dos distritos mais pobres. Entre essas crianças estavam eu, e seu pai. Recebemos um duro treinamento. Nossos professores eram muito rígidos. Quando erramos ficávamos uma semana sem receber água ou comida. Era o completo inferno. Muitas das crianças morreram antes de completar o treinamento. Apenas quatro sobreviveram.
— Dois desses quatro, acredito ser a senhora e o papai. — Itsumo comenta.
— Sim. Isso mesmo. — Ela afirma. — Os outros dois eram: Yosuke Kawasaki, e Ieyasu Minamoto, o atual Shogun. — Itsumo ficou em alerta com o primeiro nome. Yosuke Kawasaki. Já havia escutado, Shinsei falando.
"Ele não é o homem que está interessado na Chimamire no Arashi?", pensou Itsumo.
— Seu pai recebeu a Tamashi Yogosu, eu recebo Buraddotaigã, Yosuke a Tameiki Shi, e Ieyasu recebeu a Kogen. Todas espadas especiais. As Seikatsu, as espadas de vida. Elas até certo ponto tem vontade própria. Atuamos nas sombras, e matamos muitas pessoas em nome do Shogun. — Reian fez uma pausa, e continuou: — Nós éramos assassinos pessoais do Shogun, Itsumo.
Aquela revelação não chocou tanto, Itsumo. No tempo em que eles viviam matar pessoas, era normal... Eles não tinha escolha, e em sua vida, ele também havia se tornado um. Reian percebeu que isso não chocou tanto seu filho. E suspirou aliviada com isso.
— Até aí, tudo estava muito bem. Mas Yosuke, e Ieyasu se tornaram arrogantes e gananciosos. Em uma de nossas missões, Ieyasu assassinou uma vila inteira. Logo um incêndio começou, e sobrou apenas seu pai e Ieyasu lutando. Que no fim restou, ou pensamos que havia restado seu pai. Um ano depois, ele reapareceu como Shogun, e estava determinado a caçar todos nós. E roubar nossas Seikatsu. Por isso, viemos para cá. E espalhamos um falso boato, de que, foi o Shogun que nos "apagou". Há várias versões espalhadas. Seu pai é um homem determinado e cabeça dura. Muito forte. — A conversa parou quando ela saiu apressada ao ouvir chaleira. Terminou de despejar o líquido nos recipientes, e entregou um deles a Itsumo. Bebericou um pouco do delicioso chá, e esperou seu filho querer comentar alguma coisa.
— Vocês tinham recebido quatro dessas espadas. Mas aqui, nessa vila, há dez. Tirando a do pai, e da senhora há oito. Como as conseguiram?
— Uma ótima pergunta. Durante nossos missões nós nos deparamos muitas vezes com mestres que obviam do grande poder das Seikatsu. A Kuroishi, sua espada, é a gêmea de seu pai.
"Sim, eu sei. Descobri a pouquíssimos dias atrás.", Itsumo pensou nada surpreso com a atual descoberta.
— Mãe, a senhora sabe o que tem haver a Kuroishi com o meu "verdadeiro poder"? — Itsumo pergunta com esperanças de sua mãe saber de algo.
— Ah! Então seu pai já contou sobre isso? Bem, eu irei lhe contar nosso maior segredo!
"Bem, ele não me contou nada... Mas isso não importa, eu acho...", esse pensamento cruzou a cabeça de Itsumo.
Sua mãe começou a falar, e ele prestou bastante atenção. Precisava saber o que está ocorrendo no mundo afora!
— Não fique assustado. Eu e seu pai, manejamos muitas vezes nossas espadas fazendo um pouco dos poderes dela entrasse em nossos corpos. Você nasceu com habilidades únicas. Isso poderia fazer mal ao seu corpo. Então até que estivesse totalmente pronto, nós selamos seus poderes na Kuroishi. É a sua escuridão. — Ela olhou para a Kuroishi que estava encostada na parede.
Ao escutar com clareza o que saia da boca de sua mãe, ele lembrou-se da criatura negra com a mesma aparência que a sua. Mas negra. Será que era sua escuridão em forma física? Eram tantas descobertas que Itsumo estava com um pouco de dificuldade de acompanhar. Percebeu que era completamente ignorante sobre muita coisa da sua vida. Itsumo virou brevemente a cabeça, e observou a Kuroishi. Um louco pensamento cruzou sua mente. Suspirou e perguntou a sua mãe:
— A senhora pode, por favor, liberar meus podemos selados? Eu posso aguentá-los... — Ele sugere, e a mulher arregalou brevemente os olhos. E, quase se engasgou com o chá.
— Está louco Itsumo?! — Ele tossiu. — Não peça isso nem de brincadeira. Você ainda não está pronto...
— Eu estou pronto! — Ele eleva um pouco a voz em objeção.
— Não. Não está! — Sua mãe se levanta com agressividade da mesa, e sai para fora. Tomar um ar para se acalmar. Itsumo não poderia ficar mais tempo lá, então, correu para convencê-la.
— Mãe! — Ele a chama, e ela o ignora. — Por favor!
Ele pedi se ajoelhando, e curvando suas costas até sua testa chegar ao chão. Era uma posição muito, muito formal. Sabia que sua mãe, como uma Samurai, não poderia negar. A mulher bufou, e pediu seu filho para levantar a cabeça.
— Está bem. Eu liberto. — Um sorriso apareceu no rosto do garoto. A ruiva sorrio de volta, e chamou sua lança. Seus olhos dourados começaram a brilharem. E em segundos, sua lança já estava em suas mãos. Ela sentiu uma enorme onde de nostalgia. Nunca mais havia tocado em sua lança. — Olá... A quando tempo, né?
Itsumo ficou observando sua mãe com a lança, e ficou se perguntando se ela poderia fazer aquilo com a Kuroishi. No mesmo instante, por pura ou não coincidência sua mãe lhe respondeu:
— Não. Essa é habilidade específica da minha Buraddotaigã. Sua habilidade especial é... — Ela manejou a lança, e apontou a ponta da lâmina na cabeça de Itsumo. — Ler mentes. Quando estou com ela ouço todo tipo de pensamentos. Não escuto de Kenzou, porque ele possui a Tamashi. Aquela espada possui uma enorme sombra dentro de si. Bloqueando todas as habilidades das outras Seikatsu. — Ela explica.
Ela pega a Kuroishi, e no centro da cômodo ela pede para Itsumo se deitar. E, logo após coloca Kuroishi sobre seu peito. Reian começa a murmurar algo, e logo aparece um símbolo de um tigre no chão. A cada palavra que Reian soltava o círculo brilhava mais. Até que, a Kuroishi saiu da bainha por conta própria. E sombras começaram a sair, e entrar no peito de Itsumo. O garoto no começo se contorce de dor, mas após alguns longos minutos de tortura. Ele se acalma. Respira fundo e quando percebeu a dor já havia passado.
— Itsumo, considere-se muito sortudo. Nascido com o poder do tigre e da sombras, você tem possui uma ótima resistência. Estou impressionada! — Sua mãe fala olhando para Itsumo respirando pesado, e encargado de suor. Ela espera o pequeno abrir os olhos, e estende a mão. Itsumo aceita, e agradece. — Mas ainda é mais filho das sombras, do que, do tigre. Porque, meu filho, tinha que se parecer tanto com o pai? — Ela cruza os braços, e fecha os olhos como se estivesse lamentando.
Ele riu fraco com a queixa da sua mãe, mas, de repente, sentiu algo quente em seu interior. Seus olhos vermelhos começaram a brilhar intensamente. Itsumo não fraquejou, continuou calmo. Se acostumou com a sensação desconfortante, e quando menos esperava. Começou a ver nitidamente a sombra de antes. Que sorria alegremente, e brincava no ar.
— Olá de novo, Itsumo! — Saudou o menino. — Meus parabéns, por ter finalmente está unido com o seu eu verdadeiro. Nesse mundo você não poderá sentir a diferença de seus poderes. E, mais uma coisa: você poderá me ver ou falar na hora que bem desejar. Estarei sempre por perto. Eu sou você, e você sou eu.
— Ei! Antes de desaparecer, me diga, por favor seu nome! — Itsumo pede. A figura esboçou um enorme sorriso, e respondeu:
— Meu nome é Kuroishi. Se apresse, Hanasaki corre perigo... — Após responder ele desapareceu. Itsumo ficou chocado em ver a forma física de sua maior companheira.
Itsumo se despediu de sua mãe, dando-lhe um beijo na bochecha. E saiu correndo pelo os campos verdes. Chegando no mesmo lugar que antes havia parado. Ele respirou fundo, e ergueu a Kuroishi. Cortou o espaço, e uma fenda apareceu. Avançou um passo dentro da fenda, e olhou para trás.
— Adeus. — A última coisa que surrurrou antes de entrar totalmente na fenda, e se encontrar com Hanasaki.