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Chapter 8 - CONSERTANDO O ANEL DE VIDRO QUEBRADO PARTE 1

"Avô, está acontecendo alguma coisa? Se o senhor não me responde, eu fico preocupado. Devo passar aí mais tarde para vê-lo?" Jun Hyeon tentou disfarçar a exasperação na voz, enquanto gravava mais uma mensagem pelo fone durante seu trajeto para a Fundação Ji Hyeon.

Esta era a sexta mensagem que o avô não atendia, embora Jun Hyeon tivesse certeza de que o idoso estava jogando cartas online no celular, já que seu perfil aparecia online.

Mas, claro, o cirurgião sabia o motivo da ignorada que o homem mais velho estava aplicando nele.

Ele suspirou, enquanto entrava no estacionamento do prédio, após cumprimentar o funcionário responsável pela portaria com um aceno.O médico sabia que somente uma coisa iria mudar o humor do avô e conseguir o perdão dele: admitir a culpa, mesmo não sendo o culpado.

Mas não iria doer tanto assim, ele ponderou.

"Okay. O senhor está certo e eu me arrependo profundamente.Saiba que eu vou pedir desculpas para a Srta. Nam. O que eu deveria fazer? Enviar um vestido num número maior?" Ele mal conteve o sorriso, ao pensar na cena novamente, enquanto pegava sua pasta e jaleco, e saía do carro.

Era ao mesmo tempo embaraçoso e divertido relembrar o momento do dia anterior. Ele chegou mesmo a morder o punho pela agitação que a lembrança da cena embaraçosa provocava. A explosão de lantejoulas, ela se protegendo com um olhar grande e chocado, ele tendo que tirar a camisa para que ela não saísse seminua do carro, e tudo o mais.

A voz do avô reverberou no fone, pegando Jun Hyeon de surpresa: "Seu moleque! Por que ela mereceria isso? Você quer ofendê-la ainda mais, a chamando de gorda?"

"Não é bem o caso, porém o vestido… explodiu, o senhor viu bem? Ela deveria ao menos us…"

"Não, eu não vi nada, seu atrevido safado!" o avô interrompeu, ríspido.

Kim Junghyeon tapou o fone para não rir no meio da conversa, mas a situação vista sob a luz de um novo dia, era engraçada. O avô fazendo birra e não falando com ele por causa da Srta. Nam e seu vestido explosivo. Já tinha entendido com a pequena troca de palavras que a Srta. Nam estava realmente certa sobre o fato. Ela tinha fãs. Seu avô era um dos fãs ardorosos da cantora estranha.

Ao entrar no elevador, encontrou o Dr. Jang, um de seus sócios na clínica. O Dr. Jang era um homem com cerca de 15 anos a mais que Kim Jun Hyeon, de cabelos ralos e uma aparência exuberantemente saudável e polida, e sua especialidade era a dermatologia. Se cumprimentaram, e logo após isso, Kim disparou:

"Sunbae, vamos supor que uma senhorita tivesse passado um vexame na sua frente, por culpa somente dela. Mas as pessoas parecessem supor que a culpa é sua. O que seria aconselhável fazer para apaziguar o rancor das testemunhas?"

"Creio que você esteja perguntando isso somente para validar seu ponto de vista, não que você ache que eu tenha experiência em assumir erros que não são meus, certo?

"Como profissionais, não posso pensar assim. Mas me lembro daquela vez em que a Sra. Park soltou gases aqui neste elevador e você pediu desculpas como se fosse você."

"Se eu soubesse que você sabia,não teria me dado ao trabalho." O homem mais velho riu com vontade, acompanhado por Kim. O elevador abriu e eles se despediram,Dr. Kim ainda vendo ele cumprimentar a sua secretária, a referida Srta. Park, antes da porta do elevador fechar-se.

Ao chegar em seu andar, ele cumprimentou seu staff e espiou discretamente a sala de espera, percebendo que como na maioria das vezes, já havia pacientes aguardando suas consultas.

Este era um dia de consultas, não de cirurgias. Logo no início da manhã, ele já tinha passado pelo hospital que abrigava parte das cirurgias que realizava, para ver seus pacientes pós cirúrgicos, quando não podiam ser realizadas na clínica por um motivo ou outro. Esse seria um dia relativamente calmo e rotineiro, na Fundação Kim Jin Hyeon.

Ele se inclinou para a Secretária Assistente, sobre a mesa. A Secretária Sênior olhou discretamente por cima dos óculos, tentando identificar a situação inusitada. A Secretária Assistente não reparou isso, pois estava com os olhos cravados no Dr.Kim, que também a olhava fixamente.

A Srta. Kang era uma bonita jovem de aspecto moderno e gentil, cujo profissionalismo transparecia em cada ato. Exceto, claro, quando parecia uma gazela assustada por ser o foco de atenção do seu chefe. Tinha algo de divertido em ver a secretária assistente corar e sua temperatura subir a ponto de sua maquiagem se tornar oleosa em questão de segundos, toda vez que ele se dirigia a ela diretamente:

"Secretária Kang, pode me fazer um favor? Descubra com o meu avô como enviar flores para aquela amiga dele, a Cantora Nam. Escolha um arranjo exuberante, dramático, mas para uma Lady. Escreva algo bonito, como um pedido de desculpas, em meu nome. Algo como: 'Sinto muito por ter sido rude ontem, por favor aceite minhas sinceras desculpas.' Algo assim. Obrigado."

Ele se aprumou, sorrindo angelicalmente, sentindo-se muito condescendente, por um momento,e seguiu para sua sala,fechando a porta atrás de si. O assunto estaria resolvido, graças à Secretária Kang.

No lado de fora de seu consultório, as secretárias se entreolharam:

"Flores extravagantes? Uau!"

"Sunbaenim, que tipo de flores eu devo enviar?"

"Ele disse dramáticas, então devem ser rosas."

"Ele disse Lady, então deve ser uma mulher mais velha." a mais nova ponderou. "Dr. Kim envia muitas flores, mas é a primeira vez que eu ouço ele ser específico sobre deverem ser extravagantes. Me pergunto…"

"O Dr. Kim também mencionou que é uma cantora amiga do avô dele, então deve ser uma Senhora de mais idade. E por ser artista, explica-se o gosto por coisas extravagantes." a secretária mais velha relembrou a mais nova, que concordou com um sorriso. Mas em seu íntimo, a Secretária Ma sabia que algo estava errado no jeito com que ele chegou nesta manhã, diferente de todos os dias posteriores à sua visita ao túmulo da irmã gêmea.

"Ontem não foi a data em que ele vai ao cemitério ver o túmulo da Srta. Ji Hyeon todos os meses?"

As duas mulheres novamente se entreolharam, em comum curiosidade e choque. "Como foi que ele ofendeu uma cantora em um cemitério? Ele costuma ser tão paciente, até com as senhoras mais rudes!"

Não havia resposta fácil para isso no momento, então o assunto ficou pendente, enquanto se preparavam para as demandas da manhã.