17 Estrada Cruzada, perto da Estrada Palace, era propensa a acidentes — especialmente quando alguém estava muito próximo ao carro da frente.
"Chefe, a nossa tarefa era só assustá-la. Mas se ela continuar dirigindo nessa velocidade, ela pode sofrer um acidente mais à frente," um dos dois homens que perseguiam o Mercedes falou com um tom que tinha um toque de preocupação.
Mas o outro homem, que estava sentado no banco do motorista, não estava preocupado. Ele riu e comentou de forma sádica, "Deixe ela bater e morrer então. Podemos ter recebido a ordem de apenas assustá-la, mas o chefe não disse que ela não poderia morrer acidentalmente. Se isso acontecer, azar o dela."
Depois disso, os dois carros aceleraram pela via. Enquanto um tentava escapar, o outro implacavelmente pressionava o primeiro ao seu limite.
E o inevitável aconteceu logo. Na rota escura, o Mercedes sofreu um acidente mortal, parando o ar em um silêncio sereno. O carro que o seguia parou metros adiante, e o homem no banco do motorista pegou seu telefone para fazer a ligação.
"Chefe, o trabalho está feito. A Srta. Quinn sofreu um acidente com sucesso," ele relatou e então lentamente se retirou do local como se ele e seu carro nunca tivessem estado lá.
17 Estrada Cruzada era mais próxima da rodovia, mas como estava numa zona deserta, não havia muitas pessoas por perto. Quando o acidente aconteceu, não havia ninguém para chamar a ambulância. Arwen sabia disso muito bem, então ela não esperava que qualquer ajuda chegasse.
Com a cabeça sangrando e os membros dolorosamente presos, ela tentou fazer a ligação. Sua respiração estava ofegante, e cada pequeno movimento mandava ondas de dor excruciante por seu corpo.
"Arwen, não desista ainda. Isso não pode te matar." Ela se encorajava antes de lentamente se abaixar para pegar seu telefone que tinha escorregado para o assoalho do carro mais cedo. "Arhhh!" ela gemeu, sentindo sua carne rasgar enquanto se abaixava. A dor era agonizante - dado uma escolha, ela preferiria morrer a suportá-la.
Mas ela não poderia fazer isso agora. Ela tinha uma pessoa para voltar. Ela não poderia deixá-lo sozinho no mundo depois de prometer ficar com ele para sempre.
Por ele, ela escolheria sofrer. Mesmo que significasse o inferno, ela faria isso.
Segurando o telefone, ela respirou fundo enquanto discava lentamente o número dele. Era uma tarefa difícil - não apenas seus dedos estavam tremendo, mas ela estava lentamente sentindo tudo ficar dormente. Sua vida parecia estar lentamente escapando de seu corpo.
"Ryan, eu vou esperar por você. Venha me salvar logo." Ela murmurou ao seu coração, confiante de que ele ouviria seu chamado através do vínculo que compartilhavam. Afinal, por todos os anos que ela o conhecia, ela podia ouvi-lo sem que ele dissesse nada.
Após várias tentativas, ela finalmente conseguiu discar. Mas em vez de ser conectada, foi notificada que ele estava ocupado em outra ligação. Ela não desligou, optando por esperar que ele respondesse. Mas apesar de sua fé, parecia que a pessoa do outro lado estava impaciente.
Com um bip de rejeição, foi informada que o chamador estava ocupado e não podia aceitar sua ligação no momento. Seu coração se apertou. Embora esta não fosse a primeira vez que ele rejeitava sua ligação, dada a situação de hoje, ela pensou que ele poderia agir diferente.
Seu coração dolorosamente se contraiu, mas ela alcançou para acariciá-lo, instando-se a não desistir ainda. Ele viria logo. Com todo o seu esforço, ele viraria e apreciaria seu amor. Apenas aguente um pouco mais.
Um sorriso triste curvou seus lábios enquanto ela mais uma vez conseguia manipular seu coração a acreditar.
Sim, ela sabia que estava manipulando-o para esperar algo que poderia não ser verdade. Afinal, oito anos não era um período curto. Se fosse para acontecer a seu favor, já teria acontecido.
Mas ainda assim, ela não deixaria isso facilmente. Ela acreditaria, mesmo que fosse impossível. Só mais uma vez - se ela não morresse. Se ele viesse salvá-la... se ele a fizesse agarrar aquela corda de esperança ele mesmo. Então talvez ela acreditasse em seu relacionamento mais uma vez.
Arwen sentiu a consciência escapando - lentamente, gradativamente. Talvez não houvesse mais tempo para ela acreditar no impossível. Esse era seu momento de desistir e aceitar o destino.
Um suspiro resignado escapou de seus lábios enquanto ela se preparava para abraçar a morte que agora parecia inevitável. Seus cílios tremiam, lentamente fechando.
Ela tentou olhar para fora para ver se havia alguém para salvá-la, mas sua visão estava turva. Ela não tinha certeza se era por causa de suas feridas ou da fumaça do acidente. Ela não conseguia enxergar claramente lá fora. Talvez não houvesse ninguém. Caso contrário, eles teriam vindo ajudar ou chamar a ambulância.
"Aceite, Arwen. Isso foi tudo. Você não pode mais escapar." Ela disse lentamente, lamentando sua situação. Mas então, de repente, ela percebeu algo se movendo lá fora pelo canto dos olhos. Parecia que algum brilho apareceu à distância.
Poderia ser que alguém veio resgatá-la? Poderia ser Ryan?
Ela desejava que fosse ele. Então, mesmo que ela morresse hoje, ela ficaria satisfeita sabendo que tinha mudado seu coração. Seus esforços e cuidados por ele não foram em vão, e ela finalmente fez ele se importar com ela em retorno.
Agarrando-se ao último fio de consciência, ela se forçou a ficar acordada - só para ter certeza de que era ele. E ela não ficou decepcionada quando finalmente o viu aparecer no meio da fumaça.
Mesmo que ela estivesse experimentando uma dor infernal, seus lábios se curvaram em felicidade. Ele a ouviu. Ele veio salvá-la. "Ryan, você veio me salvar. Eu sabia que viria. Eu sabia que você viria..." ela murmurou, mas suas palavras falharam quando, em vez de avançar em sua direção, ela o viu virar para o outro carro.