Chapter 4 - 4º Parte

—Você parece ser tão fofo... — Ele me fala em um pequeno sorriso enquanto que seus olhos se podia ver um pequeno brilho.

Amore, eu sou fofa mais to ficando assustada com o andar dessa carruagem!

Olho-o com meus pequenos olhos e ele fica me encarrando, seus olhos me encarram como se tivesse tentando desvendar o que se encontra no meu interior, mais eu apenas olho depois para outro lado enquanto mordo seu dedo com força o fazendo me soltar. Ele leva a mão para bem longe de mim.

—Menino mau! —Ele me diz com aquela famosa voz de pai reprimindo o pequeno filho levado.

Olha, aqui moço eu sou moça.... Está ouvindo, criatura!

Esperneio batendo minhas asas indignada por ele achar que sou um homem. Ele apenas me encara. Olho para ele. Nossos olhos parecem que se concentram como se fossem imas.

Eita, porra.

Não, não.... Para, já deu Dalila.

Você tem que só conquista-lo para ele poder lhe amar e você não se tornar um pequeno pássaro para toda vida.... Oh, merda.

Posso ouvir sua pequena risada deslizar pelo meu sistema como se fosse parte de mim. Como se eu a conhecesse a vida inteira. Era como se nos conhecêssemos, como se ele soubesse quem eu era.

Balanço a cabeça de um lado para o outro enquanto tento me lembrar o porquê de eu estar ali.... Porque eu to aqui mesmo?

Ah, meu deus, com ele me olhando desse jeito eu até esqueço qual é meu nome.

Vamos com calma e nos lembrar o porque de estar ali.

Ah, é mesmo. Lembrei.

Descobrir o que ele gosta e usar isso a meu favor.

—Bem, acho que está na hora de ir dormir! —Ele me diz enquanto leva uma das mãos a boca tentando tampar o bocejo que desliza por ela, seus olhos se tornam pequenas fendas que me puxam fazendo eu querer mergulhar naqueles olhos castanhos enquanto com minhas mãos eu deslizo meus dedos contra seus fios castanhos.

Ele me olha e depois desliga o computador enquanto eu apenas fico ali do lado olhando tudo como um pequeno pássaro. Inclino minha cabeça para o lado e com os olhos passo a observar o ambiente na penumbra. Naquele escuro eu não conseguiria descobrir nada, mais eu precisava achar algo que eu pudesse usar a meu favor, então enquanto ele se diria para o banheiro, voei em direção a sua cama macia. Ali do centro da cama passei a olhar para a escuridão do quarto dele. Vi uma estante lotada de livros dos quais não conseguia ver os nomes. E vi também não muito longe de mim vários porta-retratos pendurados na parede de tijolos.

Meu Deus, o cara não tem muitas coisas que possam me dizer o que ele gosta, mais eu tenho que encontrar algo, pelo amor de Deus.

Fico ali no meio da cama olhando para o escuro tentando encontrar algo que pudesse me ajudar mais nada me vem à mente, nem mesmo uma ideia louca, a única coisa que consigo pensar é: Eu preciso de um pequeno milagre, porque sou lerda!

Pio enquanto me jogo para trás como se tivesse cansada, mais apenas indignada por não encontrar nada que pudesse me ajudar, nem mesmo um sinal de Deus eu estava conseguindo ver.

Então uma pequena luz surgiu e iluminou boa parte do quarto me fazendo ter que virar a cabeça para o lado dando de cara com o moço de toalha cobrindo suas partes intimas enquanto que seu peitoral cheio de gominhos se encontrava molhando com pequenas gotículas de agua deslizando pelos gominhos indo em direção...

Moço eu sou donzela, tenha respeito...Vista uma roupa!

Não consigo tirar meus olhos daqueles gominhos com as pequenas gotículas de agua a deslizar pelos mesmos, eu podia seguir cada caminhar das mesmas com os olhos cobiçados como se ele fosse um pedaço delicioso de chocolate.

Oh, tenho que aproveitar a Luz que Deus mandou para mim.

Rapidamente me ergo da cama. Coloco-me em pé enquanto com os olhos observo o ambiente. Vejo a estante com inúmeros livros de contabilidade e alguns dvds, os porta-retratos estão na parede de tijolos. Há um pequeno porta-retratos, uma foto onde ele está de abraçando um jovem homem loiro por trás. Consigo ver o sorriso verdadeiro naquela foto. Parecia que ambos estavam felizes e do lado a uma pequena frase escrita que não consigo ver muito bem.

Fico ali parada olhando para a fotografia tentando descobrir quem poderia ser o jovem homem ali do lado dele. O sorriso que ele demostrava naquela fotografia era tão lindo e belo diferente dos que ele tem hoje. Seu sorriso poderia ser bonito mais tinha uma pitada de tristeza, como se sorrir lhe fosse doloroso.

Como se apenas sorrir lhe fosse proibido.

Quero entende-lo, mais a única pista que eu terei será essa fotografia que se encontra pendurada na parede de tijolos, a fotografia do seu belo sorriso.

Abro meus olhos rapidamente e olho para o lado. Há um pequeno relógio digital ali piscando com suas cores florescentes me indicando que já são quase 4 horas da manhã...Espera, 4 horas? Puta merda, eu preciso voltar para casa antes de me tornar uma humana outra vez e ele me pegar aqui na cama dele. Rapidamente deslizo com minhas patas curtas para longe da cama dele. Assim que chego na beirada paro e olho rapidamente para aquele rosto adormecido que mais parece um anjo...

Pare ai, Dalila.

Chega de parecer uma boba apaixonada.

Suspiro e depois puloenquanto ergo minhas asas e deslizo pela janela aberto céu a dentro. A lua jáestava desaparecendo deixando apenas uma breve sombra no céu. As luzes da minhacasa se encontravam apagadas e do meu quarto se encontrava ligada. Entro pelajanela e deslizo em direção a minha cama que se encontrava já pronta para mim.Pio baixinho enquanto deslizo para dentro do pequeno tecido de seda que seencontrava ali e fecho meus olhos rapidamente.

—Dalila, acorda! —Ouço a voz de minha mãe me chamando de longe. Eu apenas viro para o lado como se ela não tivesse falando nada e abraço o travesseiro como se ele fosse alguém. —Dalila, acorda, logo criatura!

Posso ouvir minha mãe falar, mais era tão distante que eu apenas disse algo como agora não mãe e puxei o lençol para tentar me cobrir mais o encontrei foi um pedaço de tecido que fora rapidamente arrancado da minha mão me fazendo abrir os olhos rapidamente enquanto que ainda com os olhos arregalados de sono olho para baixo e consigo ver toda a minha surdez.

Droga, eu não dormi com lençol me cobrindo.

—Cubra-se menina, está achando que minha casa é clube de nudismo? —Ela me pergunta enquanto atira um lençol branco em cima de mim. O lençol me cobre inteira.

A brancura do lençol me fazia querer voltar a dormir mais eu sabia que se por causo eu encostasse a cabeça no travesseiro minha mãe iria retirar o lençol que me cobria e permitiria por um momento que a casa fosse um clube de nudismo só para poder gritar comigo.

Suspirando apenas ergo o lençol dando de cara com minha mãe sentada na beirada da cama me olhando com seus olhos azuis frios e calculistas. Ela me olhava como se procurasse algo.

—Então... —Ela fala mais para com as mãos em cima do colo.

—Sabe mãe... —Eu começo mais não consigo falar porque a lembrança do peitoral do jovem moço me vem à mente me fazendo desligar da realidade e só conseguir ver as gotículas de agua a deslizarem por aqueles gominhos.

—Ei, ouça quando sua mãe está falando... —Ela fala e com os dedos na frente dos meus olhos os estala me fazendo dar um pequeno sobre salto enquanto que ela apenas dá um pequeno sorriso de canto —Você se perdeu no peitoral do homem e esqueceu o que foi fazer lá? —Me pergunta com um sorriso malicioso nos lábios vermelhos.

—Mãe! —Digo com as bochechas vermelhas de vergonha tentando evitar com que ela soubesse que era isso mesmo que eu fiz e esqueci o que eu tinha que fazer. —Por favor, não me mate!

—Ora, essa Dalila eu quando estava na forma de pássaro também me perdia na imagem de seu pai nu na minha frente!

—Obrigada pelo pesadelo, mãe! —Digo num pequeno sussurro seguindo de um estremecer.

—É para isso que as mães existem! —Ela me diz com um pequeno sorriso nos lábios.

É eu sei, a senhora já me traumatizou desde que eu era criança com as cenas suas e de meu pai se pegando em todo canto da casa.

—Mais deixando isso de lado, vamos ao que interessa: Conseguiu algo para que você possa usar para conquista-lo? —Ela me pergunta enquanto coloca ambas as palmas das mãos em cima do lençol branco e se aproxima de mim. Seus olhos azuis se encontram cravados nos meus, me impedido de desviar. Engulo em seco enquanto procuro uma forma de lhe dizer que me perdi nos gominhos dele e esqueci o resto. —Você não conseguiu nada, não é Dalila?

—Se uma fotografia contar como algo, quer dizer que consegui, não é? —Pergunto com ambas as mãos entrelaçadas na minha frente. Meus olhos deviam estar brilhando enquanto que minha mãe me olha. Suspira como se perguntasse a Deus como ela me teve.

—Tome. —Ela me mostra um envelope pardo que se encontrava do seu lado. Ele parecia tão grande e tão pesado. —Pegue, é um presente de aniversário adiantado!

Ok, minha mãe me dando um presente de aniversário adiantado? O que será que é esse envelope pardo?

Olho desconfiada para o envelope. Era como se ele fosse um inimigo declarado e eu tivesse que o enfrentar. Minha mãe me olha com seus olhos como se falasse: Abra logo essa porra, criatura! Engulo em seco enquanto pego o envelope e sinto seu peso.

É um pouco pesado e parece conter várias coisas no seu interior.

Suspiro enquanto pego viro o envelope fazendo com que inúmeros papeis deslizem para fora caindo em cima da minha cama.

Há fotografias entre os papeis, pego uma e olho para ela.

—Mãe a senhora stalkeou o cara? —Pergunto enquanto pego várias folhas em mão e vejo que tem inúmeras coisas escritas como horário que ele levanta e outras coisas do dia a dia dele.

—Eu? Nunca, para que eu iria fazer isso? —Ela me pergunta. Seus olhos azuis fritam tudo ao nosso redor tentando fugir da minha pergunta.

—Mãe me fala a senhora stalkeou ele ou não? —Pergunto enquanto atiro os papeis em cima da cama e me levanto. —Merda, mãe a senhora por causa dá querendo me ferrar nessa história?

—Ora essa, olha como fala com sua mãe e tem mais eu não stalkei ele porque eu tenho dinheiro, sou rica e posso mandar os outros fazerem isso por mim. —Ela me fala com seus olhos em fúria e com a mão jogada para o alto como se tivesse se rendendo.

—Sabe, a senhora em vez de estar stalkeando o cara não podia fazer uma ação solidaria? —Pergunto com meus braços cruzados na frente dos seios nus.

—Eu já fiz esse ano e tem mais.... Coloque logo uma roupa porque minha casa não é clube de nudismo! —Ela me diz enquanto pega as folhas jogadas em cima da minha cama e as arruma.

Eu odiava essa mania de arrumação da minha mãe. Ela não podia ver algo fora do lugar que ela já enlouquecia e queria fazer a sua tão famosa arrumação que resultava em um cômodo novinho em folha na nossa casa.

—Estou me vestindo — Digo enquanto caminho até meu armário branco e pego um vestido de verão soltinho — Mais sério, mãe, a senhora ficou doida? Vai que ele descobre que a senhora stalkeou ele e vai juntando as peças mais da maneira errada? A Senhora já pensou nisso? —Começo a falar enquanto coloco o vestido. Eu não conseguia parar de falar. Sentia o medo deslizando pelas minhas veias como se fosse meu próprio sangue.

—Se eu não fizesse isso você não teria nenhuma dica do que ele gosta, além do fato de que você se perdeu no peitoral dele e esqueceu o que foi fazer lá, então para não ter mais trabalho eu fui e mandei pesquisarem sobre ele e aqui está a pesquisa —Ela me diz enquanto entrega-me os papeis e as fotografias. —Espero que quando você for vê-lo na sua forma de pássaro você não se perda no peitoral dele!

—Mãe.. —Digo enquanto olho para os papeis em minhas mãos e posso ouvir sua risada fazer eco no meu quarto.

Caralho, minha mãe stalkeou mesmo o cara, ela até sabe qual é a marca favorita dele de cueca...Puta merda, tem até quais já foram as namoradas dele e espera...

Namorado?

Oi?

Espera eu li direito? Aqui está escrito NAMORADO e não NAMORADA. Pisco os olhos enquanto observo as letras da folha deslizarem para bem longe de mim como pequenos camundongos.

Respiro fundo e quando me dou conto já to gritando o nome da minha mãe querendo que ela corra até lá e me explique o que aquilo quer dizer.

—O que aconteceu? —Ouço a voz de minha mãe gritar através da porta antes mesmo dela abrir acompanhada pelo meu pai que se encontrava descabelado e com cara de assustando.

Ela me olha com seus olhos azuis arregalados e os cabelos loiros soltos e parecendo um ninho de gato, respiro fundo e aponto para o papel nas minhas mãos enquanto meu pai apenas para na porta e fica parado somente olhando.

—Você gritou que nem louca por causa de amontoado de papeis? —Minha me pergunta enquanto desliza seus dedos pelos fios loiros e suspira.

—Não é por causa do amontoado de papeis mais sim do que está escrito nele! —Digo e lhe entrego os papeis.

—Ora essa, Dalila tu acha mesmo que eu preciso ler o que está escrito aqui? —Ela me pergunta enquanto empurra os papeis para mim. Eles batem contra meus seios e alguns deslizam até o chão como se estivessem fugindo de nós —Eu mandei stalkea-lo como você disse, é claro que eu leria o que está escrito ai!

Olho para minha mãe sem acreditar no que ela está me dizendo mais a mesma apenas suspira como se estivesse pedido a Deus forças. A vejo fechar os olhos com força enquanto puxa com delicadeza o ar para os pulmões da mesma e logo em seguindo o soltar.

—Dalila, eu sei que você está assustada por causa disso, mais ele amou esse moço sim, mas de outra forma. Não essa que você está pensando, mas ele também pode ama-la. —Ela me diz com os olhos fechados, posso ver os olhos de meu pai em cima da cabeça de minha mãe. E consigo ver um pequeno sorriso triste em seus lábios. —O amor existe de inúmeras maneiras, minha filha. Ele amou e muito esse moço mais o amor deles não era destinado e nada pode impedir o destino.

—Mais... —Digo mais tudo que consigo pensar é naquele homem alto com seus cabelos da cor da areia sorrindo para um outro moço, suas mãos entrelaçadas, seus olhos brilhando como olhos de dois amantes...E eu ali para acabar com aquela cena de contos de fadas.

—Você não leu tudo, não é Dalila? —Minha mãe me pergunta. Posso ouvir seu suspiro e também posso ouvir os passos de meu pai entrando no meu quarto — Leia o que está escrito que você vai entender o que aconteceu e pelo amor de Deus me deixe transar com seu pai em paz.

Arregalo os olhos e fico vermelha enquanto que meu pai tropeça nos próprios pés enquanto caminha até nós. Seus olhos castanhos se encontram arregalados, mais eu conseguia ver uma pequena mancha vermelha contra sua pele do pescoço...

Oh, meu. Deus. Minha mãe estava se atacando com meu pai e eu impedi eles de concluir o ato? Tenho certeza que minha mãe vai se vingar de mim um dia desses.

Engulo em seco e dou um pequeno sorriso para minha mãe que me olha com seus olhos azuis. Ela desliza seus olhos pelo meu rosto e era como se ela estivesse tentando desvendar algo que estava ali mais que não era mostrando.

—Vamos! —Ela diz enquanto se levanta da minha cama fazendo meu pai dar um passo para trás com os olhos arregalados —Levante logo daí, Dalila tu acha que eu que vou trazer seu macho?

-O que? — Eu e meu dizermos enquanto dou um pulo da cama. Olho para minha mãe que se encontrava com um pequeno sorriso nos lábios como se estivesse planejando algo.

—Querida, o que você está planejado? —Meu pai pergunta com um pequeno sorriso nervoso nos lábios tentando conter a fúria de minha mãe que deslizava pelos poros dela.

—Vamos até a casa ao lado! —Ela diz enquanto bate uma mão na outra como se estivesse comemorando algo...

Oh, ela estava.

A minha desgraça.