Evan deu passos apressados em direção à entrada, mas parecia que uma eternidade havia passado quando ela finalmente chegou lá.
Os rumores não podiam ser verdadeiros. Ela disse a mesma coisa para si mesma repetidas vezes até segurar a maçaneta da porta, mas não teve forças para abri-la.
Continuou segurando-a enquanto as lágrimas começaram a cair de seus olhos. Ela podia ouvir as risadas que perfuravam seu coração e sua alma.
Seu pai morreu dois dias atrás. Ela estava devastada e destruída. Quando seu marido a procurou e a abraçou, ela não foi capaz de ouvir uma única palavra que ele estava sussurrando.
Ele a tomou sem o seu consentimento. Aproveitou-se de sua alma frágil e destroçada e a devorou por toda a noite. Ainda assim, ela aceitou, dizendo a si mesma que agora precisaria de um herdeiro.
Ele era seu marido. Eles estavam casados há um ano. Isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Ela apenas desejava que não tivesse sido forçado. Que não tivesse sido tão desafiador.
Ela ficou de cama por um dia. Quando ele saiu, a cama estava coberta de sangue. Ela sentiu tanta dor que achou que perderia a vida. Disseram-lhe que todos a ridicularizavam por estar ausente no funeral de seu pai.
Sua meia-irmã e sua madrasta completaram todas as formalidades. Tudo o que ela pôde fazer foi chorar! Em um quarto solitário. Seu marido deve ter estado ocupado com os convidados. Ele viria até ela e se desculparia pelo que havia acontecido.
Pelo menos ele a abraçaria e lhe diria que cuidaria dela. Ela resistiu até que a empregada a limpasse. Ela esperou até que o médico a visitasse e lhe desse medicamento. Ela esperou até que os convidados começassem a partir. Todo esse tempo, ela ficou sozinha em seu quarto.
Mas ele não veio. Nem uma vez ele retornou depois daquela fatídica noite. E agora lhe contaram…
Lágrimas embaçavam seus olhos enquanto ela respirava fundo e abria a porta. Ela viu um homem e uma mulher se beijando apaixonadamente no quarto escassamente iluminado.
Era o quarto dela, a cama dela, e o marido dela, mas a que estava em seus braços era sua meia-irmã. O choque logo se transformou em raiva enquanto seu corpo tremia.
"Pare de brincar, ainda há convidados no palácio. E se alguém nos visse?" Seu marido advertiu Elene, sua meia-irmã, enquanto a segurava pela cintura.
"O quê? Você tem medo dos convidados ou da minha irmã?" Ela riu e acariciou suas bochechas. "Você já a estuprou tão cruelmente que ela foi incapaz de sair da cama. Pobre dela!"
Sua voz estava cheia de deleite e alegria quando ele suspirou.
"Você é tão encrenqueira. Você não pediu para que eu tirasse a virgindade dela antes de abandoná-la?" Ela sorriu de alegria enquanto assentia com a cabeça.
Evangeline segurava a porta firmemente. Suas mãos começaram a sangrar quando o prego da maçaneta perfurou sua palma, mas ela não sentiu nada.
Seu corpo todo estava dormente enquanto ela olhava fixamente para a cena.
"Aquela vadia ficava se exibindo como se fosse a mais inocente e pura de todas. Até depois de casar com você, ela não deixou que você a tocasse. Que cadela. Você era o marido dela, o que havia de tão errado em fazer sexo com ela?" Ela cuspiu com veneno enquanto começava a desabotoar a camisa.
"Mas ao mesmo tempo, estou com ciúmes de ter que compartilhar você agora. E se você gostar mais dela na cama do que de mim?" Ela mordeu os lábios sedutoramente e piscou os olhos como se estivesse machucada quando o homem suspirou.
Ele segurou seu rosto e beijou sua testa.
"Como isso seria possível? Ela só ficava ali deitada como um peixe morto. Só chorando pelo pai morto dela. Ela estava tão seca quando eu entrei que doía. Mas logo o sangue funcionou como lubrificante.
Foi uma noite árdua. Para compensar, você tem que me dar uma noite especial." Ela sorriu e assentiu enquanto lambia os lábios.
Evangeline sentiu náuseas ao ouvi-los. Ela podia sentir as lágrimas embaçando seus olhos e escorrendo pelo seu rosto. Quem diria que o homem com quem ela casou e se entregou estaria a traindo?
Logo suas roupas caíram no chão e seus corpos se entrelaçaram. A cama rangia com suas ações rápidas e fortes.
Evangeline apertou os punhos enquanto segurava suas emoções. Não foi até ela ouvir os sons de gemidos do casal que ela sentiu que seu mundo havia desmoronado.
Um ano atrás, Evangeline era a parceira de casamento mais cobiçada, mas ela escolheu o Barão Harold em detrimento de todos.
Ela o deixou ser o marquês enquanto ela se recuava e cuidava apenas dos assuntos da casa. Ela se certificou de que ele nunca se sentiria insultado ou desafiado. Foi por isso que ela manteve suas qualidades escondidas. Ela queria garantir que sua família permanecesse em paz.
Não! Isso não podia ser verdade. Ela só tinha amado e cuidado de sua meia-irmã e madrasta. Sempre as tratou como sua família. Ela balançou a cabeça e continuou mentindo para si mesma até sua empregada, Sophie, vir e abraçá-la.
Nesse momento, Evangeline estava caída no chão como uma bagunça quebrada.
"Oh minha senhora, você deveria estar descansando em seu quarto." Ela segurou Evangeline e a levou de volta para seu quarto.
Mas algo em sua senhora mudou naquele momento.
"Todos sabiam sobre Harold e Elene?" Sophie desviou o olhar, chocada com a pergunta.
Embora nenhuma palavra tenha sido dita, seu rosto pálido disse tudo.
Evangeline riu com escárnio. Então, ela era a única tola que acreditava que encontraria amor em seu casamento arranjado um dia. Apenas para ser deixada como uma boneca quebrada e esfarrapada.
"Prepare-me bem. Amanhã lutarei pela posição de meu pai." Ela não estava disposta a deixar que aquele homem tirasse o que lhe pertencia.