Após passar metade do dia conversando e se divertindo com Ahri, que parecia mais um encontro a meus olhos, eu tive a oportunidade de conhecê-la melhor. Isso me deixou empolgado para descobrir como seriam as próximas pessoas que eu encontraria neste mundo.
Logo, Akali e Shen chegaram, trazendo consigo a autorização para irmos ao sagrado Placídio de Navori, em Ionia. Durante nossa caminhada pelas tranquilas trilhas, Shen se transformou em um típico guia turístico, detalhando a importância do local sagrado.
O Placídio de Navori é reverenciado nas Primeiras Terras. Ele é caracterizado por sua arquitetura exuberante e harmônica, onde as estruturas se fundem com elementos naturais e espirituais. Situado em uma paisagem deslumbrante, cercado por densas florestas, cachoeiras e majestosas montanhas, o Placídio é um espetáculo visual. As construções são feitas de materiais naturais como madeira, pedra e bambu, adornadas com símbolos que refletem a profunda conexão espiritual dos ionianos com a natureza e a energia espiritual.
No centro do Placídio, conforme Shen nos contou, ergue-se um grande templo dedicado aos ensinamentos ancestrais e às práticas espirituais dos ionianos. Este templo é cercado por jardins serenos, fontes de água cristalina e estátuas de antigos líderes e heróis. À medida que nos aprofundamos no Placídio, uma sensação de tranquilidade e conexão espiritual se intensificava, e pude perceber que Ahri e todos ao meu redor compartilhavam essa atmosfera de serenidade e reverência, impregnada de respeito pelos antepassados e harmonia com o mundo natural.
— O Placídio de Navori é mais do que um local de culto; é um símbolo da identidade e da força espiritual de Ionia, um lugar onde os ionianos se reúnem para honrar suas tradições, buscar orientação espiritual e encontrar paz interior — concluiu Shen enquanto caminhávamos.
Aplaudi as informações que ele compartilhara. — Você tem um talento para explicar as coisas — afirmei, sorrindo. — É fácil entender por que vocês lutaram tanto para salvar Ionia; este lugar é realmente incrível.
Akali soltou uma leve risada e voltou seu olhar para mim. — Melhor não elogiar muito o Shen; quando ele começa a falar, não para mais — brincou ela.
Puxei o capuz de Ahri para trás, permitindo que seu rosto fosse iluminado pela serenidade do início do anoitecer.
— Ninguém vai fazer nada com você aqui dentro, e o pôr do sol só é belo quando todos podem admirá-lo sem se esconder — afirmei, sorrindo.
Ahri retribuiu o sorriso e direcionou seu olhar para a vista noturna de Ionia. Mesmo que essa fosse uma visão comum para todos, eu não conseguia deixar de admirar aquele lugar.
Virando-me para Shen e Akali, lembrei-me de fazer uma pergunta. — Falando nisso, quem eu vou encontrar aqui?
— Ah, sim. Esqueci de mencionar que a Senhora Karma e a General Irelia, líderes influentes em Ionia, estão ansiosas para conhecê-lo. Akali falou bastante sobre você para elas, despertando seu interesse — explicou Shen.
— Só disse o que achei necessário. Afinal, você se mostrou uma pessoa bastante intrigante — acrescentou Akali, cruzando os braços e olhando para frente.
Então vou conhecer Irelia, e a Karma pode ser interessante, se bem me lembro...
Karma é uma campeã com uma história profundamente ligada a Ionia. Ela é uma líder espiritual e guardiã da ordem e da virtude. Sua jornada envolve equilibrar as energias espirituais de Ionia e proteger sua terra natal de ameaças externas, como Noxus. Além disso, enfrenta conflitos internos enquanto tenta manter o equilíbrio entre compaixão e disciplina.
E por ser imortal, devido ao seu processo de renascimento constante, Karma existe há séculos em Ionia, renascendo continuamente para cumprir seu papel como guardiã espiritual e líder da ordem. Esse ciclo de renascimento é central em sua história, contribuindo para sua sabedoria e conexão com as energias espirituais de Ionia.
Mas quem realmente me interessa é Irelia, uma espadachim habilidosa que lidera as defesas de sua terra natal contra invasores, especialmente Noxus.
A história de Irelia é marcada por tragédia, pois perdeu sua família durante uma invasão noxiana. Após esse evento devastador, assumiu o comando da resistência ioniana, utilizando suas habilidades únicas com as lâminas flutuantes, conhecidas como "Dançarinas das Lâminas". Irelia é retratada como uma líder corajosa e determinada, dedicada a proteger Ionia e a vingar sua família. Sua história é uma mistura de luta pela justiça, honra e superação pessoal.
Voltando minha atenção para Ahri, percebo algo. — Shen, está tudo bem se ela vier comigo? Digo, você mencionou que ela viria junto? — perguntei, preocupado com a possibilidade de ser arriscado para ela.
— Na verdade, elas ficaram de se reunir apenas com você, por isso, a partir daqui você seguirá sozinho — explicou Shen, parando na trilha, enquanto Akali fazia o mesmo.
— Procure não dar em cima delas, por favor — provocou Akali.
— É essa a imagem que você tem de mim? — perguntei, incrédulo que pensassem que eu tentaria flertar com alguma delas.
Sentindo um aperto no meu ombro, percebo que Ahri tem algo a dizer. — Mas você pensou nisso, não é? — murmurou ela. — Eu peguei algumas lembranças suas e em todas elas você sempre chama atenção das mulheres. Não acho que seja coincidência... — afirmou ela.
Não posso negar isso... — Prometo que não farei nada — afirmei, deixando escapar um suspiro de frustração.
Caminhei sozinho pela trilha, enquanto imaginava o que Irelia ou Karma poderiam querer de mim. Afinal, não parecia fazer sentido eu ir sozinho a uma reunião com ambas. Com passos firmes em direção ao local combinado para o encontro, meu coração acelera, pulsando com a expectativa e a curiosidade sobre as duas líderes de Ionia.
Ao chegar, sou envolvido por uma aura de serenidade que emana do tranquilo jardim onde as duas mulheres me aguardam.
Karma, com sua postura elegante e imponente, está sentada em um banco de pedra, cercada por flores exuberantes que a emolduram com um charme singular. Seus olhos sábios e calmos me observam com um interesse acolhedor enquanto me aproximo.
Ao lado dela, Irelia se mantém ereta, sua presença marcante e determinada inegável. As Dançarinas das Lâminas flutuam ao seu redor, uma impressionante exibição de poder que, paradoxalmente, não revela qualquer sinal de hostilidade.
Quando me aproximo, Karma se levanta graciosamente, um sorriso acolhedor iluminando seu rosto.
— Bem-vindo, Renier Kanemoto. Estávamos ansiosas por conhecê-lo pessoalmente — saúda ela, sua voz soando como uma melodia que se harmoniza com a tranquilidade do jardim.
Irelia se junta a nós, suas lâminas ainda dançando no ar ao redor dela. Seus olhos escuros me observam com curiosidade enquanto estende a mão em um gesto de saudação.
— É um prazer conhecê-lo. Agradecemos por atender nosso pedido e vir nos encontrar, Renier. Ouvi ótimas coisas a seu respeito — diz ela, sua voz ressoando com um tom respeitoso e confiante.
Sinto-me um tanto constrangido com tanta atenção, mas aperto a mão dela, sorrindo de forma cortês.
— O prazer é todo meu, Senhora Karma, General Irelia. É uma honra finalmente conhecê-las — respondo, mantendo uma postura respeitosa para evitar mal-entendidos.
Irelia solta um pequeno sorriso e assume a palavra após soltar minha mão.
— Primeiramente, gostaria de expressar minha gratidão. Sem sua ajuda em Fae'lor, muitas vidas teriam sido perdidas. Em nome do povo de Ionia e como General, realmente aprecio sua assistência — diz ela, inclinando a cabeça em um gesto de respeito e gratidão.
— E também, Renier, não há necessidade de tanta formalidade conosco. Tenho acompanhado você há bastante tempo e considero-o um amigo, após tantas batalhas em prol de Ionia. Sinta-se à vontade — afirma Karma, convidando-me a sentar em uma das cadeiras de pedra.
Concordando, tomei meu lugar à frente das duas, observando-as. Elas têm uma presença imponente, mas não consigo deixar de admirar sua beleza.
— Heh, é surpreendente ver um jovem como você possuir tanto poder. Akali realmente teceu muitos elogios sobre você — comenta Karma, seu olhar perscrutando-me atentamente.
A menção de Akali me deixa um tanto inseguro. — Ela falou muito sobre mim? — pergunto, preocupado com a possibilidade de ter revelado demais.
— Não se preocupe, ela apenas mencionou o quanto você é habilidoso no manejo da arma e na magia. Posso garantir que foram apenas elogios. Akali parece ter uma grande admiração por você — assegura Karma, a sinceridade evidente em suas palavras.
— Bem, desculpe ser direto, mas poderiam me dizer o motivo pelo qual me chamaram? — pergunto, ansioso para partir de Ionia e encontrar Ahri que me espera lá fora.
Karma e Irelia trocam olhares significativos antes de Irelia assumir a palavra, sua expressão séria refletindo a gravidade do assunto que estava prestes a abordar, embora eu já soubesse qual seria…
— Renier, como você sabe, Ionia enfrenta uma ameaça iminente de Noxus. Nossos esforços para proteger nossa terra natal são constantes, mas estamos enfrentando dificuldades crescentes — explicou ela, sua voz ressoando com a seriedade da situação.
— Noxus está aumentando sua presença em nossas fronteiras, e tememos que em breve lancem um ataque em larga escala contra Ionia. Precisamos de toda ajuda que pudermos reunir para resistir a essa ameaça e garantir a segurança de nosso povo — acrescentou Karma, sua expressão sombria revelando a preocupação que a oprimia.
Aperto um pouco minhas mãos sobre o tecido da roupa. — Desculpe, mas não sou um soldado, e muito menos recebo ordens. Meu desejo em Ionia era explorar, mas com Zed agora me marcando, pretendo deixar Ionia em breve. Sinto muito, mas não posso lutar por vocês contra Noxus… — disse em um tom sério, consciente de minhas limitações e prioridades, especialmente com Ahri ao meu lado.
Karma soltou um pequeno sorriso, que refletia um leve desapontamento esperado. — Bem, não custava tentar. Aprecio sua sinceridade e respeito sua liberdade. Não iremos forçá-lo a nada — afirmou, aceitando minha decisão com dignidade.
Não queria deixá-las assim, especialmente ao ver a expressão de decepção em Irelia. Não desejo me tornar um soldado e ficar preso aqui; ainda tenho tanto a descobrir neste mundo…
— Duas ordens… — murmurei vagamente, olhando para elas.
— Como assim? — perguntou Irelia, confusa.
— Não pretendo permanecer em Ionia, mas posso oferecer minha palavra de cumprir duas ordens que me derem. Por vocês… — afirmei, desejando aliviar um pouco do fardo que pesava sobre elas. Embora vá contra minha política de obedecer ordens de outros, posso abrir uma exceção para Karma e Irelia, que devem ter tantas preocupações em suas mãos.
Continua…