Depois de dois dias, após minha súbita fuga de Ionia, por meio de um teletransporte forçado para não ser selado pelo Espírito de Ionia. Me peguei caminhando por uma região costeira.
Parece ser ligada a Kumugu, meu mapa criado através da minha mente tem identificado as regiões e onde o mar tem sido localizada, por isso dado a forma do continente consigo descobrir minha localização de Ixtal.
Queria ou poderia ir para Shurima, uma localização interessante seria o disco solar, ou ou Targon afinal poderia descobrir como vim parar em Runeterra com base nos deuses ou seus aspectos pela região.
Porém, devido a minha pequena crise de explorador, decidi como havia dito antes, explorar Runeterra ou seja estou indo para direção contrária de Shurima para um lugar interessante ou melhor duas regiões.
Piltover e Zaum umas das regiões mais famosas do jogo, conhecidas pela suas escolas acadêmicas e desenvolvimento de tecnologia, ciência e tecnologia Rexthec.
Embora não haja informações detalhadas sobre o funcionamento de tal tecnologia.
Foi uma junção de uma grande engenharia com a tecnologia com magia arcana, sobre runas, que em Runeterra este tipo de magia é altamente perigosa.
Mesmo sem mapa estou caminhando perto do mar, ou seja, sei a direção certa para onde devo ir.
— Achei um saco, eu auxiliar Ionia por dentro na caça de um assassino e só porque mostrei um pouco de poder, quase fui selado… — murmurei suspirando sem frustração.
E ainda me vi obrigado a fazer um salto para um local desconhecido. Acordei no meio do deserto com uma cratera formada pelo salto.
Tenho segurado a minha arma, a foice sobre a mão, e usando uma manta escura sobre o corpo.
Minha roupa tem um visual muito moderno para esse mundo, como aconteceu em Ionia, e deixei minha máscara de kitsune prendida sobre a cintura.
Assim talvez me deixe menos suspeito, espero eu?
Paro um momento sobre a grama sentindo uma leve vibração anormal por debaixo do solo.
"Um terremoto?'" pensei sacando minha foice me sentindo desconfiado pela situação.
— Vindo de Runeterra isso não é de longe um terremoto! — afirmei correndo após sentir a vibração se intensificar.
Em um momento de pânico vertiginoso, enquanto a terra tremia sob meus pés, pude sentir cada célula do meu corpo pulsando com adrenalina.
A atmosfera ao meu redor parecia distorcer-se enquanto eu avançava com destemor, utilizando minhas habilidades afiadas para escapar do iminente perigo. O solo, uma vez sólido e confiável, agora cedia sob o peso do caos iminente, rachando-se e afundando numa dança macabra de destruição.
Um estrondo retumbante ecoou pelo ar, acompanhado pelo som angustiante de terra sendo rasgada à medida que a região se despedaçava.
O cenário que se desdobrava diante de mim era surreal, porém se tratando de Runeterra é até um evento comum: uma fissura monstruosa se abrindo nas entranhas da terra, como se o próprio mundo estivesse se despedaçando em um espetáculo apocalíptico.
Com uma agilidade nascida da necessidade pura, afastei-me da beira do abismo recém-formado, mal conseguindo conter o fôlego diante da magnitude do desastre que se desenrolava diante dos meus olhos.
Ao espiar o abismo abaixo, testemunhei o surgimento de uma criatura colossal, sua pele enegrecida e corroída por uma aura roxa, emergindo como se desejasse alcançar os confins celestiais.
Preparando-me para o iminente embate, minha atenção foi desviada para outra figura que se erguia acima, envolta numa armadura simbiótica tingida de púrpura, que se estendia desde o topo de sua cabeça até os dedos dos pés.
Uma sensação de familiaridade percorreu-me quando a observei, enquanto ela desferiu disparos energéticos de seus ombros, lançando rajadas de energia roxa contra a monstruosidade que se agigantou diante de nós.
Percebendo que seus ataques não surtiam o efeito desejado, preparei-me para intervir, girando minha foice com a lâmina carregada de uma aura sombria, repleta de estrelas cintilantes.
— Aí você! Sai daí! — gritei em aviso para ela.
Parecendo surpresa por minha intervenção, desviou sua atenção para mim no momento em que despencou dos céus, acompanhada pela criatura que a perseguia.
Com uma destreza sobre-humana, ela evitou os golpes do monstro, impulsionada pelos canhões em seus ombros, o que fez com que a criatura perdesse o equilíbrio e tombasse desajeitadamente ao solo.
Percebendo que o monstro era o único agente de destruição naquele cenário caótico, decidi agir sem hesitação.
Num movimento fluido, desencadeando um golpe de energia cósmica com minha foice, uma lâmina incandescente que irrompeu em um arco de meia lua, liberando cosmos em sua trajetória.
Com precisão cirúrgica, o golpe cortou a criatura ao meio, em um único e devastador golpe.
— Até que estou ficando bom usando meu poder, — murmurei sorrindo de forma convencida, caminhando em direção à figura que observou o final do monstro.
Enquanto observava a figura misteriosa voltar sua atenção para mim, sua expressão se desvendava gradualmente, revelando traços únicos e uma beleza singular. Era Kai'Sa, conhecida como a "Filha do Vazio", seus olhos púrpuras irradiavam determinação enquanto ela ajeitava os cabelos escuros com um gesto gracioso.
— Mesmo que não fosse necessário... obrigada pela ajuda — declarou Kai'Sa, dirigindo-me um olhar de reconhecimento.
— Eu deveria ter suspeitado... quando se trata de abismos se abrindo perto de Shurima, só podem ser as criaturas do Vazio, — comentei, enquanto desviava o olhar para a abominação do Vazio caída aos nossos pés.
O Vazio, uma dimensão caótica e perigosa, é o lar de entidades monstruosas e corrompidas, um vazio cósmico que consome tudo em seu caminho. Entre as criaturas do Vazio estão seres como Kha'Zix, Kog'Maw e Cho'Gath, abomináveis em sua natureza e temidos em toda Runeterra.
— É raro encontrar alguém além de mim que conheça essas coisas nos dias de hoje, — ponderou ela. — E você o matou com um poder que nunca vi antes... você é um usuário de magia arcana?
— Algo assim — respondi vagamente, minha mão repousando sobre a cintura. — Eu sou Renier. E você, quem é?
Kai'Sa parecia cautelosa em minha presença, compreensível dada a sua reputação como um monstro aos olhos dos humanos.
Quando criança, Kai'Sa foi engolida por uma dessas crateras formadas pelo Vazio, sua família e amigos pereceram, exceto por Kassadin, seu pai, e alguns amigos próximos. Sobreviveu nos confins sombrios do Vazio até matar uma criatura e ser envolvida por uma simbiose, transformando-a em uma guerreira sobre-humana que luta para proteger os humanos, apesar de não ser reconhecida por isso.
— É estranho você saber sobre o Vazio e não ter ouvido falar de mim, a 'Filha do Vazio' — comentou ela, estreitando os olhos.
— É verdade... seria estranho não ter ouvido falar de alguém que se destaca tanto em Shurima — respondi descontraidamente. — Mas desconheço esse 'monstro' do qual você fala. Meu interesse está em conhecê-la.
Seus olhos se contraíram levemente em surpresa. — Oh... claro. Sou Kai'Sa. Obrigada por me ajudar a lidar com aquela criatura do Vazio. É um prazer conhecê-lo, Renier — disse ela, estendendo a mão num gesto amigável.
— Kai'sa, gostei de como soa… — afirmei enquanto apertava sua mão.
— Urg… — em um grunhido de dor repentino, Kai'Sa caiu de joelhos no chão, soltando um sangue roxo que escorria pela boca, como se estivesse sentindo uma agonia súbita.
— Kai'Sa!? — exclamei, ajoelhando-me ao seu lado para avaliar sua situação, preocupado com o que poderia ter causado isso. Seria o traje simbiótico dela?
Foi minha culpa? Será que minha presença desencadeou isso? Apoiei minha mão em seu peito, utilizando meus Olhos das Revelações para examiná-la.
Ela está sofrendo. O traje está causando isso, como se estivesse reagindo à minha presença...
O traje simbiótico foi criado a partir da fusão da armadura viva do Vazio com o corpo de Kai'Sa. Uma adaptação necessária para sobreviver no hostil ambiente do Vazio, após ter sido separada de sua família na infância.
O traje não apenas oferece proteção, mas também concede poderes especiais à Kai'Sa, permitindo que ela lute contra as ameaças do Vazio e proteja sua casa em Runeterra.
Porém, essa conexão direta com o Vazio parece estar causando agonia à Kai'Sa. Ela parece estar sofrendo intensamente, como se várias agulhas afiadas estivessem perfurando seu corpo...
— Droga… — murmurei frustrado. — Foi mal, isso vai doer um pouco, mas você vai sobreviver… — afirmei com seriedade, enquanto envolvia seu corpo com uma grande aura dourada, tentando aliviar sua dor.
Observando-a suportar a dor com dificuldade, vi seu rosto suado e tenso, mas com o passar do tempo sua respiração se estabilizou e ela parou de gemer e espumar pela boca.
Soltei um suspiro aliviado. — Você está bem? — perguntei, sentindo-me
culpado por minha intervenção inadvertida.
— O que você fez? — perguntou ela, ofegante. — Não sinto mais a presença simbiótica entre mim e o Vazio — continuou ela, deitada no chão, surpresa com a mudança em seu estado.
— Eu... cortei a conexão que o traje tinha com o Vazio e curei seu corpo — expliquei sobre minha intervenção.
Ela me olhou com surpresa, embora sua expressão parecesse sem energia para mostrar isso. — Isso é realmente possível? — perguntou, com voz fraca.
— Haha, tornar o impossível possível é minha especialidade — declarei com um sorriso confiante. — Agora só existe você por debaixo desse traje de combate. Você deve controlá-lo com mais eficiência, sem a influência do Vazio — instruí-a.
O que fiz foi simplesmente usar meu poder para eliminar o simbionte do Vazio, devolvendo o controle do corpo de Kai'Sa a ela mesma, e, em seguida, quebrar a ligação com o Vazio entre os dois, curando seu corpo sem vida usando minha divindade, restaurando-a completamente.
— Desculpe, não tive intenção de causar dor a você — disse em um tom baixo.
— Eu senti o Vazio... Todos no momento que a minha mão tocou você... Eles viram atrás de você — comentou ela preocupada. — Você parece alguém bem perigoso para apenas sua presença ter feito todos eles se sentirem ameaçados...
O Vazio me sentiu através de um simples toque? — Parece que arrumei briga sem nem mesmo ter feito nada, heh... — afirmei, soltando um sorriso convencido.
— Para alguém que agora está na lista do Vazio, você não me parece nem um pouco preocupado — comentou ela, tomando um pouco de força no corpo e sentando-se no chão. — Sei que talvez não seja da minha conta... mas quem é você, Renier?
— Humm, apenas o Guardião Negro — afirmei vagamente, enquanto puxava da minha bolsa na cintura uma dois pêssegos frescos, e entrego nas mãos dela.
— Pêssegos? — observou ela um pouco animada. — São para mim? — ela parece uma criança agora.
— Claro, tinha achado eles alguns quilômetros longe daqui, então trouxe comigo, coma vai fazer você se sentir bem, — na verdade acabei de criar eles usando minha habilidade.
Vendo ela os comendo de forma tímida, enquanto ficava em silêncio aproveitando o gosto doce por trás da fruta. Isso é adorável, a Kai'sa tem como fruta favorita o pêssego, por isso os dei para ela ficar animada.
— Kai'sa você já viu um deus antes? — perguntei com curiosidade, sei que existem seres divinos em Shurima como os Darkins, deuses caídos, e os assim afinal… Shurma era um império divino.
Era no entanto agora não passa de um deserto caído, de uma antiga guerra entre o Vazio e os deuses que foram acendidos entre os humanos.
— Não passei muito tempo lá embaixo, fiquei muito desinformada, mas porque essa pergunta tão repentina? — perguntou ela.
— Uhm… Você pretende continuar enfrentando o Vazio? — perguntei esperando uma resposta meio óbvia.
— Eles não vão parar, e só eu conheço a verdadeira natureza do Vazio, — Você não é a única no entanto. — Então, pretendo continuar lutando contra eles até o fim! — afirmou Kai'sa determinada.
— Ótimo… — afirmei sorrindo. — Então posso confiar em você, seu traje agora é usado por você e só você, se pretende lutar ainda, você deve receber poder para isso, — afirmei pensando em uma situação divertida.
Confusa, ela pergunta. — Mais poder… O que você pretende me dizer sobre isso?
— Me encontre novamente daqui algumas semanas em Targom se for continuar lutando, quando você decidir ir até lá, não se preocupe eu saberei e estarei imediatamente no local, ok? — Levanto do chão estendia a mão para ela.
— Certo, não sei o que está fazendo, mas você me curou e me salvou, então devo minha vida a você Renier, ou seja confiando no que deseja fazer, — afirmou ela segurando minha mão novamente dessa vez não sentindo nada que me deixou aliviado.
Ela não sabe, mas acabei de transferir meu poder para ela, hehe. Quando ela for lutar vai perceber, quando decido me despedir em um aceno temporário vejo ela se jogando novamente para dentro do abismo vendo sumindo na escuridão.
Ela me lembra meu protagonista, no caso eu, sempre lutando pelos outros e às vezes se esquecendo de si mesmo, com um alvo nas costas sendo marcado pelo Vazio minha exploração por Zaun e Piltover pode ser um tanto conturbada, mas essa viagem está sendo mais divertida do que parece.
Continua…