Após trocar algumas informações com Caitlyn, estou deixando a cidade. Desta vez, tenho permissão da Xerife para portar a foice, então dei uma modificada nela. Agora, ela pode disparar energia, como as armas Hextech, e pode ser dobrada ao meio para ficar escondida, evitando chamar muita atenção.
Estou entrando no elevador sofisticado que leva a Zaun. Os Pacificadores sabem apenas que a Xerife Caitlyn fez vista grossa para mim, e como tenho parentes em Zaum, eles simplesmente me deixaram em paz, claro que eu menti para eles.
Me acomodo nos bancos de couro vermelho instalados no elevador. Parece que a descida será um tanto lenta. Há alguns mercadores suspeitos comigo, conversando, bebendo e fumando, acompanhados por duas mulheres.
Eles se vangloriam sobre os lucros obtidos em Piltover, mas é óbvio que estão exagerando sobre os métodos que usaram para alcançar o sucesso. São zaunitas, mas é por causa de pessoas como eles que Zaun tem uma reputação tão suja.
— É a primeira vez que vejo alguém tão jovem pegar um dos elevadores que vão de Zaum para Piltover — comentou um dos vendedores, vestindo uma roupa chamativa com pelo de veludo de uma pelagem desconhecida.
Sua respiração era pesada por conta do cigarro, e o ar já não era dos mais agradáveis para um pulmão saudável. Esse cara não parece estar bem.
— Tenho meus negócios para resolver em Zaum, nada demais — afirmei vagamente, desviando o olhar para a vidraça.
— Um negócio, né? Você parece jovem, e como pegou o elevador, suponho que tenha dinheiro ou seja financiado por alguém maior que você, intrigante — respondeu o outro vendedor, usando um tapa-olho para esconder uma cicatriz.
Será que estão tentando me extorquir? — Talvez eu seja. E o que isso implica? — perguntei, dando uma abertura proposital.
Percebi uma das pessoas mostrando, de relance, uma arma em sua cintura. Entendi o que eles estavam planejando. Sem querer, deixei escapar um sorriso convencido enquanto olhava para fora.
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As portas do elevador se abrem com meus passos calmos, e saio quando a pressurização do ar solta para o lado de fora. Um soldado me olha assustado quando entrego o dinheiro da entrada para usar o elevador. Porém, seus olhos ficam nos homens inconscientes nos bancos, enquanto as mulheres estão saindo um pouco depois de mim.
— O que aconteceu aqui dentro? — perguntou o guarda, abismado.
— Eles tiveram um ataque cardíaco por conta da fumaça dos cigarros — comentou uma das mulheres.
— O Renier os ajudou, mas acabaram desmaiando por ficarem sem forças — explicou a outra, com um sorriso.
O guarda pareceu satisfeito com as respostas delas. — Se for isso, tudo bem. Vão ser responsabilidades deles afinal estavam fumando em um local fechado — afirmou ele, mexendo no saco de moedas e percebendo que tinha a mais.
— Ah, eu estou pagando pelas duas jovens — comentei com um sorriso, enquanto dava um aceno para as garotas que caminhavam junto ao meu lado.
Enquanto nós estávamos saindo, os dois vendedores estavam caídos e o posto onde ficavam alguns Pacificadores.
Pelo que sei, ambas são irmãs. — Valeu, vocês duas foram de grande ajuda, hehe — afirmei com um sorriso travesso, enquanto entregava a elas uma sacola de moedas de ouro.
Elas olhavam com um sorriso de quem acabara de fazer um bom acordo. — Bem, apesar de dizermos para ele que você era o mocinho e de fato foi — afirmou a mais velha, com cabelos castanhos cortados do lado direito e puxados para o outro lado.
— Aí deve ter dinheiro suficiente para vocês duas saírem de Zaum e viverem confortáveis por cinco ou seis anos, mas é com vocês o modo que irão gastá-lo — comentei dando de ombros.
— Você espancou e apagou a memória deles não sei como, mas se foi como havia dito. Se eles não se lembrarem de nós, então o acordo entre a gente permanece. Esse dinheiro vai nos ajudar a sair desse lugar, então só temos que agradecer — afirmou ela sorrindo enquanto me despedia, indo para a direção contrária delas.
Quando vejo elas indo embora felizes com o dinheiro, vejo que mesmo não sendo pessoas boas como transparecem, ainda tentam mudar, interesse.
Meus olhos logo se iluminam com a vista pela ponte. Zaun é uma cidade sombria e industrializada em Runeterra, caracterizada por uma paisagem urbana caótica e poluída.
As estruturas são construídas em camadas, com edifícios empilhados uns sobre os outros, formando uma espécie de labirinto vertical. A cidade é movida por tecnologia e alquimia, com fábricas em funcionamento constante e tubulações que serpenteiam por todo lugar, emitindo fumaça tóxica. As ruas são estreitas e cheias de becos escuros, onde a criminalidade prospera. Em resumo, Zaun é um lugar decadente e perigoso, mas também pulsante com uma energia peculiar.
A atmosfera aqui embaixo é espessa e pesada, o sabor de química ardente impregna o ar. A coloração cinza e verde da química é vista por toda parte nesta região.
Mas acho que eles estão acostumados a viver nesse ambiente que nem ligam mais.
Zaun é um grande distrito subterrâneo, situado nos profundos desfiladeiros e vales que atravessam Piltover.
A luz que chega aqui embaixo é filtrada através da fumaça que vaza dos emaranhados de tubulações corroídas e refletidas nos vitrais de sua arquitetura industrial.
Embora seja um crepúsculo perpétuo e poluído, Zaun prospera, mesmo no jogo e agora vendo com meus próprios olhos.
Seu povo é vibrante e sua cultura é rica, mesmo Piltover prosperando por cima deles, ainda assim permitiu que Zaun se desenvolvesse em conjunto.
Muitas das mercadorias que chegam a Piltover chegam aos mercados negros de Zaun, e os inventores hextec que consideram as restrições impostas a eles na cidade acima muito restritivas muitas vezes acham suas pesquisas perigosas bem-vindas em Zaun.
O desenvolvimento desenfreado de tecnologias voláteis e de uma indústria imprudente tornou áreas inteiras de Zaun poluídas e perigosas. Fluxos de escoamento tóxico estagnam nas áreas mais baixas da cidade, mas mesmo aqui as pessoas encontram uma maneira de existir e prosperar.
Nem tudo é perfeito, mas essa cidade tem engenhosidade, e criatividade que Piltover. Nem imagino quantas mentes brilhantes poderiam surgir se não fosse pelo preconceito com o povo aqui em baixo.
Caminho entre a multidão zaunita, com a guarda alta, mas não o suficiente para parecer suspeito, e não tão calmo a ponto de levantar suspeitas.
Estou apenas seguindo o fluxo dos próprios cidadãos daqui de baixo.
— Se bem me lembro, era para encontrar a Vi aqui embaixo, então tenho que ir para a Cidade do Ferro e Vidro — murmurei, tentando me localizar.
Salto da ponte que interliga a parte de cima de Zaun, alguns metros abaixo, agarrando-me a um dos canos suspensos para obter apoio antes de me aproximar dos telhados. Sinto que não estou pisando em falso, algo razoável.
Volto minha visão para cidade que se revelava a cada passo dado, notando o povo lá embaixo pulando em umas das ruas movimentadas.
Comida, ferramentas, bebidas, bordéis, tudo e mais um pouco era encontrado aqui um lugar perfeito para descobrir informações.
— Aí bonitão, não gostaria de se divertir com essa bela mulher aqui~ — disse uma mulher vestida de forma provocativa, mas com uma estatura baixa com orelhas pontudas.
Me parece ser uma vastaya. — Heh, foi docinho, mas sou bastante exigente quanto ao meu tipo de mulher, — afirmei com um sorriso malicioso.
— Homens indecisos tem aos montes por aqui é a primeira vez um jovem mostrar algo assim, se quiser algo basta vir aqui que darei algo especial só para você~ — afirmou ela com seu encanto.
Ela tem um jeito peculiar de falar, aceno para ela e continuo minha caminhada após essa pequena e estranha interação. Ainda acho que chamo atenção fácil demais com minha aparência atraente.
Meus pensamentos são cortados por uma grande explosão no centro da cidade, deixando os zaunitas preocupados.
A mulher do bordel, fumando, olha na direção da fumaça entre os prédios amontoados. — Parece que a Jinx está causando caos novamente, — comenta ela.
Jinx? Ela está por aqui, claro que estaria em Zaun, vai ser divertido ver ela. Começo a correr em direção ao local da explosão.
Jinx é retratada como uma personagem caótica e imprevisível, conhecida por sua obsessão por destruição. Ela é uma criminosa notória de Zaun, conhecida por seus atos de vandalismo e por semear o caos.
Encontro-me perto da localização e, usando minha habilidade de salto, chego a uma espécie de ponte para ter uma visão mais ampla do cenário.
A fumaça dificulta um pouco a visibilidade, mas logo consigo ver alguns homens mortos no chão.
Uma mulher com um braço mecânico e uma lâmina sobre ela tem o pé sobre o pescoço de uma garota ferida de cabelos azuis e olhos roxos: é a própria Jinx.
Parece que foi uma emboscada. Seu canhão está longe, e granadas e bombas estão espalhadas pela rua. Jinx não é bem-vinda neste submundo, então era esperado que algo assim acontecesse, mas não pensei que ela seria pega dessa forma.
— Acho que seus dias de caos acabaram, Jinx. Silco não está mais aqui para protegê-la — diz a mulher com desdém.
Jinx tem um sorriso irônico no rosto, como se não se importasse com a situação. Levanto a mão sinalizando para a Jinx que logo percebe minha presença.
— Heh, eu não teria tanta certeza — comenta Jinx debochando.
Retiro uma arma da cintura, melhorada e meio que roubada por mim na situação do elevador. Disparo para cima, fazendo a mulher recuar por surpresa, e então Jinx a acerta com um chute direto no queixo fazendo ela voar longe contra o chão.
Aparecendo em frente a Jinx, uso o pé para puxar sua pistola. Seu olhar é de surpresa e sadismo.
— Sério mesmo que vai dar isso para mim? Posso acabar usando-a em você — diz ela, sorrindo.
— Será divertido. Mas você não vai, então recomendo que você exploda o quarteirão todo! — afirmo, entregando-lhe uma granada.
— Isso foi a coisa mais fofa que alguém me disse em anos — responde ela animada.
— Malditos! Você nem a conhece! Vai deixar uma louca como ela sair impune!? — grita a mulher, irritada.
Jinx arremessa a granada para o alto, sorrindo como nunca, esperando pela diversão.
Soltando um sorriso convencido, levanto a arma para o alto. — Heh, foi mal aí, mas eu vou deixar sim. Tchau, tchau — digo, disparando contra a granada de Jinx. A explosão cobre toda a região, dando-nos uma grande brecha.
— Opa… — ela fica surpresa com minha ação, enquanto a seguro pela cintura e a coloco sobre o ombro. Caminho pela fumaça, pegando o lançador de mísseis dela, e, usando o salto novamente, desapareço da situação.
Continua…