Após a fuga pela cidade e usando minha habilidade de salto para retirar a Jinx, agora me encontro em uma espécie de oficina localizada bem distante do ponto inicial. Há várias pichações por toda parte e ferramentas jogadas pelos cantos.
Coloco a Jinx sobre o sofá, cuidando dela. — Até que aqui é bem legal — comento, observando o local.
— Heh, você simplesmente me salvou dessa maneira, me pergunto se você é mais louco que eu? — diz Jinx, sorrindo.
— Não fala muito, você tá bem ferida — me ajoelho para examinar os ferimentos ao redor do corpo dela. — Você soltou uma granada a queima-roupa? Tá procurando morrer?
— Você é bom em analisar haha, apenas aconteceu… — ela comenta, virando o rosto para o lado enquanto examino o corte em seu pescoço.
Jinx explica que as pessoas que eram leais ao Silco antigamente, o criador da droga chamada Sintina e responsável pela criação dela, estavam caçando-a há um bom tempo.
— Então os capangas já estavam armando sua morte há um bom tempo — afirmo, olhando para ela.
— Pode-se dizer que sim. Queria eu mesma ter armado a morte deles com uma linda explosão, mas me pegaram desprevenida antes — diz Jinx, mordendo o canto dos lábios.
Ela usa a droga para se curar; sua mente já está bem danificada também. — A propósito, sou Renier Kanemoto. E você?
— Então você salvou a donzela em apuros, mas não sabe o nome dela? Foi apenas cavalheirismo? — pergunta ela, rindo descontraidamente enquanto se senta no sofá.
Solto um sorriso seguido de um suspiro. — Capricho, apenas isso. Você parece ser alguém divertido, por isso não quis ver você morrer — respondo, olhando para ela.
Em seguida, seguro o rosto dela e examino seus olhos. Da mesma forma que fiz com a Kai'sa, uma aura azul serena cobre o corpo dela, fechando cada ferimento.
Jinx, surpresa ao ver seu corpo curado rapidamente, se levanta e começa a caminhar de forma enérgica, às vezes falando com alguém que só ela parece ver.
— Ele parece ser diferente, então calem a boca! — grita Jinx, apontando a arma na direção de um boneco sentado ao longe.
Ela realmente não é uma das pessoas mais equilibradas. — Então, Ren, o que faz aqui? Você simplesmente me ajudou, a mais procurada em Piltover e Zaun, por diversão? — pergunta ela.
Ren? É a primeira pessoa que me chama pelo apelido. — Ora, gostar de você não é o suficiente? — respondo de forma provocativa.
— Você sabe quem eu sou, Jinx. Não tem como você gostar de alguém como eu — afirma ela, disparando uma energia mágica em um urso.
Não consigo ler as emoções dela com meus olhos. Ela é muito quebrada para tentar buscar um padrão; uma emoção sempre leva a outra.
— Se você se refere a quem você foi ou não, não é problema meu, Jinx — dou um passo à frente, colocando meu peito na frente do cano da arma. — Eu gosto de você, dá você. Então, se não acredita, por que não dispara?
Ela abaixa a arma, seu olhar diminui com os ombros encolhendo. — Você então me aceita mesmo sabendo o que eu já fiz?
Jinx pensa por um momento enquanto olha para mim e se aproxima. — Prove. Você promete que não vai fugir ou me abandonar?
O desespero em sua voz é nítido, acho que ela sempre foi assim buscando alguém para se agarrar.
Cruzando os braços, respondo de forma descontraída. — Heh, eu não tenho motivo para fugir de você. Seria mais fácil você fugir de mim. Por que está confiando em mim tão rapidamente? — pergunto com curiosidade.
Ela fica em silêncio por um instante antes de abaixar a arma. — Quando falo com você, a única voz que escuto é a sua… — comenta ela, voltando seu olhar para mim.
Sorrindo de forma convencida, pergunto: — Heh, se apaixonou?
Revirando os olhos, ela apenas solta uma risada com as minhas palavras. — Ren, o que você faz aqui em Zaun? Tá na cara que você não é daqui...
— Bem, isso é uma pequena e chata história que você quer ouvir? — pergunto, afinal, isso vai envolvê-la nos meus problemas. Acabei explicando para ela o motivo que me levou a descer a Zaun.
Após ouvir tudo o que eu disse, Jinx fica em silêncio por um momento. — Você está trabalhando para aquela Pacificadora? — pergunta ela com desagrado.
— Apenas uma parceria com um motivo em comum, nada demais… — afirmo com sinceridade. — Minha missão era saber sobre Cintila e onde e quem ainda estava desenvolvendo ela, e passar a informação para Caitlyn logo depois — continuo explicando para ela.
Sentado no chão, Jinx se aproxima e se senta sobre mim, colocando sua arma com tecnologia Hextech debaixo do meu pescoço. — Sabe… se você estiver mentindo para mim, he, e eu odeio mentiras, vou estourar esse seu rostinho bonito, ouviu bem? — responde ela com seu sorriso sádico.
— Por que eu teria motivos para mentir para você, o que ganharia revelando sobre essas coisas? E ainda salvando uma criminosa das mãos de Zaun e Piltover? — respondo em minha defesa.
Afinal, eu gosto do modo de agir da Jinx, não vejo motivos para mentir para alguém como ela.
— Prove — afirma ela.
Curioso com a resposta dela, pergunto de volta. — Provar como?
— Você não disse que gosta de mim? Então… me beije, é isso. — afirma Jinx, sorrindo de forma provocativa, seus olhos emitindo o mesmo brilho rosado vibrante das suas travessuras por Zaum.
Envolvendo meus braços ao redor da cintura dela, sinto o calor do seu corpo próximo ao meu enquanto a beijo, tentando expressar meus sentimentos. Nossos lábios se encontravam, e percebo que ela se entrega ao momento, mesmo que com os olhos fechados. A sensação é prazerosa até que Jinx envolve seus braços ao redor do meu pescoço, suas unhas arranhando com força minha pele.
Beijar alguém tão peculiar como ela é uma experiência única, e não posso negar que tem seu encanto.
Me afasto dos lábios dela por um momento, encarando os seus olhos rosados enquanto compartilhamos a respiração ofegante.
— Então, o que achou? — pergunto, levemente ofegante. Ela é intensa, não há como negar.
Sua respiração também está acelerada, e observo enquanto seu olhar desliza pelo meu rosto e desce até o topo do seu corpo, coberto apenas por um top.
— Acho que vou querer repetir isso mais vezes, daqui para frente… — afirma Jinx, mordendo o canto dos lábios.
Solto um sorriso ao gostar da resposta dela. Não posso curar a mente de Jinx, mesmo com todo o meu poder. Fazê-lo só a faria se perder ainda mais, sua mente já tão quebrada poderia entrar em colapso. O máximo que posso fazer é estabilizá-la, usando minha própria confiança e um pouco de charme.
Fazê-la ignorar as vozes e os fantasmas que a atormentam desde a infância, focando apenas em mim, é o único método de salvá-la sem mudá-la completamente.
— Bem, gostaria de continuar, mas pretendo cumprir a missão que me foi dada — afirmo, limpando os lábios dela.
— Se você quer saber sobre a pessoa que ainda está desenvolvendo a Cintila, é o Pyke. Você já deve ter ouvido esse nome, certo? — informa Jinx, levantando-se de cima de mim.
Pyke... claro, deveria ter sido óbvio para mim. Ele foi quem desenvolveu essa química e é em grande parte responsável por quebrar Jinx desse jeito.
Pyke é retratado como um pescador de Zaun que perdeu sua família em um incidente traumático envolvendo a gangue chamada "Caçadores de Jinx". Ele é um dos personagens principais que luta para encontrar vingança contra essa gangue, especialmente seu líder, Silco.
Quanto à sua conexão com a droga Cintila, Pyke é mostrado como alguém em busca pessoal de vingança e redenção. Ele é apresentado como um usuário de Cintila, uma substância química poderosa que concede habilidades sobre-humanas temporárias, mas que também tem efeitos colaterais devastadores. A série explora como o uso de Cintila afetou a vida de Pyke e o levou a buscar vingança contra aqueles que destruíram sua vida.
Obviamente, seria ele a recorrer a métodos como esse relacionados à droga.
Levando minha mão ao queixo em um gesto pensativo, respondo: — Conheço esse nome, mas acredito que ele não esteja encarregado de fornecer a Cintila. Tenho que encontrar a localização do armazém dessa substância e garantir que a Cintila seja destruída — afirmo com seriedade.
Levanto do chão e trago minha foice para fora, fazendo-a voltar à sua forma original, antes dividida em duas.
— Pretendo localizar quem são os responsáveis por trás da venda da Cintila e, depois disso, tenho outros planos — continuo, enquanto coloco a foice suspensa nas costas.
— Uau, essa coisa é demais! Como você a usa? — pergunta Jinx, pegando a foice da minha mão e mexendo nela.
— Tenho meus métodos, — comento.
— Bem, estou preparada! Vamos caçar vagabundos! — exclama Jinx animada, apontando a arma e disparando contra um pequeno urso de pelúcia, que é destruído, espalhando espuma para todos os lados.
Jinx havia colocado sua arma principal e as duas sob a cintura, uma metralhadora giratória feita com tecnologia Hextech roubada e um míssil. Ela está bem preparada.
— Uh? Caçar… você vai me ajudar? — pergunto, olhando surpreso ao notar o que ela havia dito.
— Você disse que iria ficar comigo, então o Excitador, Lacaio e o Julgar estão mais do que felizes em ajudar — comenta ela, girando sua arma. — E claro, a Pólvora Z gostou de você, — completa Jinx, me abraçando.
As armas dela acabaram dizendo que sou alguém legal? — Heh, diz para elas que fico honrado pela preferência, — comento com um sorriso enquanto abraço ela de volta. Adoro a confiança que as pessoas têm em mim.
Continua…