Chereads / Acordei Como Meu Protagonista no Universo de Runeterra!? / Chapter 7 - Capítulo 7.O Reflexo das Sombras.

Chapter 7 - Capítulo 7.O Reflexo das Sombras.

Um incomparável praticante de magia letal das sombras, Shieda Kayn busca alcançar seu verdadeiro destino: um dia liderar a Ordem das Sombras em uma nova era de supremacia jônica. Ele empunha a arma darkin senciente, Rhaast, recusando-se a ceder à corrupção que ameaça devorar seu corpo e mente.

"Já não basta o Zed, agora aparece outro para complicar ainda mais as coisas..." murmurei, com o olhar preso na sinistra foice em suas mãos. "Não tem como ficar pior..."

— E aí, pirralho? Se está com medo, pode muito bem sair correndo — provocou Kayn, com um sorriso arrogante e um tom que beirava o desprezo.

— Humph, não sou de fugir ou dar ouvidos a covardes — retruquei, irritado com sua atitude presunçosa.

— Vocês dois realmente sabem como causar uma dor de cabeça — interveio Akali, assumindo uma postura defensiva.

O problema é que somos dois usuários de foice aqui: Kayn e eu. Numa luta tão próxima de aliados, minha margem de manobra é limitada para evitar ferir Akali. Uma foice é uma arma que pede liberdade, sem nada que restrinja o movimento...

— Ei, idiota, vai tropeçar antes de conseguir me alcançar? — provoquei com um sorriso de escárnio.

O som abafado de seu riso foi seguido por um olhar que me atravessou, como se eu fosse apenas uma inconveniência. — Parece que ninguém te ensinou boas maneiras, moleque...

Num instante, Kayn avançou com a intenção assassina pulsando em cada movimento. Reagi recuando rapidamente e canalizei minha energia pela foice, disparando uma rajada de mana que varreu o chão da floresta e criou uma barreira entre nós.

— Olha para onde você está mirando — debochou Kayn.

Senti o corte na bochecha antes mesmo de registrar o movimento dele. O sangue fresco escorria lentamente enquanto eu analisava a situação, mantendo uma expressão impassível.

Rápido e preciso. Esse é o Kayn. Ele se orgulha de ser uma arma viva, e talvez... talvez seja capaz de superar até mesmo Zed. Mas com essa arrogância... jamais irá longe.

Akali tentou se aproximar sorrateiramente para imobilizá-lo, mas ele bloqueou com uma facilidade insultante.

— Hahaha! Atacar por trás? Você já foi mais esperta, Akali — zombou, desferindo um golpe que arrancou um grito de dor e a lançou para longe.

Antes que ela tocasse o chão, Ahri, em um salto gracioso, a pegou e se afastou para longe do combate.

— Ela não sofreu ferimentos graves... — murmurou Ahri, fitando um octagrama de energia azul que brilhava onde Kayn a atingiu.

Aproveitei o momento para erguer uma barreira mágica ao redor das duas, isolando-as da batalha. Não posso me dar ao luxo de me preocupar com elas. E quero que essa luta seja apenas entre eu e ele.

— Então você tem mais truques, moleque? — Kayn estreitou os olhos.

— Talvez, mas você não é digno de ver todos — respondi, minha voz gélida, carregada de desprezo.

— Renier, não seja imprudente! Ele não é um mero soldado noxiano! — gritou Akali, batendo na barreira, frustrada por não conseguir atravessá-la.

Sinceramente, não me importo. Me desculpe, Akali, mas estou ansioso para ensinar uma lição a esse darkin metido a besta.

— Agora sim, isso vai ser divertido — murmurei, um sorriso ameaçador se formando em meus lábios. — Afinal, vou ter o prazer de esmagar seu ego no chão.

— Hah, você realmente tem a língua afiada, pivete — rosnou ele, claramente irritado.

— Chega de conversa fiada. Se vieram aqui para me matar, tentem. Mas já sabemos como isso vai terminar — disse calmamente, provocando com minha indiferença.

— Oh? Como isso vai terminar? Não acha que está se achando demais? — Kayn avançou outra vez, mais rápido desta vez.

Idiota... tentar um ataque frontal contra alguém que conhece suas habilidades é um desperdício.

Com um golpe rápido, arrastei a foice pelo chão, levantando uma cortina de terra e poeira, bloqueando sua visão. No exato momento em que ele se aproximou por trás, girei minha foice para interceptar o ataque, o som metálico ecoando pela floresta.

Não preciso me preocupar com Rhaast. Kayn não deixará o darkin assumir o controle... pelo menos, não por enquanto. Isso significa que ele ainda é previsível.

— Você é perspicaz. Consegue acompanhar meus movimentos e prever meus ataques. Mas até onde isso vai te levar? — ele riu, pressionando a lâmina contra a minha.

— Sabe, ficar calado enquanto luta pode salvar sua vida um dia — retruquei, desferindo um chute em seu joelho.

Ele cambaleou com o golpe e, aproveitando a abertura, puxei minha foice com força contra sua perna, desequilibrando-o e o jogando ao chão.

— Maldito... você luta sujo — rosnou Kayn, levantando-se com dificuldade.

— Isso não é um duelo... é uma luta até a morte. Então pare de agir como um amador e aceite a realidade — eu disse friamente, balançando minha foice para limpar o sangue.

Estava cansado dessa troca de palavras vazias. Notei Shen recuando para a minha posição, enquanto Zed permanecia em alerta a alguns metros de distância.

— Vocês dois já perderam no momento em que cruzaram nosso caminho — declarou Shen com um tom firme.

— Do que você está falando? — retrucou Zed, desconfiado.

Virei-me na direção dele, com um sorriso malicioso.

— Vocês ainda têm muito o que aprender...

Estalando os dedos, Akali e Ahri se dissolveram na barreira como poeira ao vento, e até mesmo Shen começou a desaparecer.

— Sinto muito, mas lutar aqui é uma perda de tempo — declarei com um tom sarcástico.

Zed avançou, mirando meu pescoço com a lâmina, mas atingiu apenas um holograma.

— Aproveite essa lição, Dono das Sombras — zombei enquanto meu corpo se desvanecia no ar.

A expressão de frustração no rosto de Zed foi a última coisa que vi antes de desaparecer completamente.

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Shen, Akali, Ahri e eu estávamos agora em segurança, no litoral de Navori, longe dos conflitos de Fae'lor. Do outro lado do mar, as sombras de Zed e Kayn estavam frustradas, completamente alheias ao nosso desaparecimento. Através do bracelete, assistíamos à cena como se fosse uma comédia: a expressão de fúria de Kayn e a frustração de Zed nos proporcionando um raro momento de diversão.

Akali não conseguia segurar o riso, sua voz reverberando pelo ambiente enquanto dava leves tapas nas minhas costas.

— Isso foi simplesmente perfeito! Haha, Zed, o mestre das sombras, caindo em um truque desses? É quase inacreditável! — disse ela, rindo de maneira sincera.

Do outro lado, Ahri estava acomodada em uma rocha, seus pés descansando sobre um musgo macio enquanto massageava a própria perna. Tínhamos corrido por quilômetros antes de encontrar uma canoa abandonada, e com um redemoinho de vento que conjurei, cruzamos rapidamente as águas até a costa de Navori.

— Você definitivamente é cheio de artimanhas, Renier — comentou Shen, seu sorriso sutil visível mesmo por trás da máscara. — Não é sempre que alguém consegue enganar Zed tão facilmente.

Eu apenas dei de ombros, evitando dar muita importância ao feito. A verdade é que lutar naquele momento parecia sem sentido. Mesmo que os tivesse derrotado, a batalha não traria nenhum benefício. Manter a situação sob controle e evitar um confronto direto era a melhor escolha, mesmo que deixasse um gosto amargo de frustração.

Suspirei e me aproximei de Ahri, retirando algumas folhas que ficaram presas em seu cabelo durante nossa fuga apressada pela floresta.

— Não foi nada demais — murmurei, tentando desviar o foco.

— Você é tão cuidadoso~ — disse Ahri, deixando um leve riso escapar, enquanto suas caudas dançavam e uma delas envolvia minha cintura de maneira possessiva.

— Então, essa é a famosa Vastaya de nove caudas, não é? — comentou Akali, com um olhar aguçado e um brilho curioso nos olhos. Ela observava Ahri, quase avaliando-a. — Vocês parecem... bem próximos...

Havia uma mistura de emoções na voz de Akali que eu não conseguia decifrar. Ciúmes? Curiosidade? Seja o que fosse, ela rapidamente desviou o olhar, cruzando os braços e tentando parecer indiferente.

— Talvez seja melhor nos apressarmos e encontrar um local seguro — interveio Shen, quebrando o silêncio momentâneo. — Zed pode não ser fácil de despistar por muito tempo.

— Mas pelo menos já estamos a meio caminho de Navori, graças ao tornado que o Renier conjurou — reconheceu Akali, seus lábios curvando-se em um sorriso discreto enquanto se virava para caminhar.

Assenti, ajudando Ahri a se levantar e limpando qualquer resquício de sujeira de suas roupas.

— Vamos continuar. Não quero ficar muito tempo aqui — murmurei.

Conforme caminhávamos pela orla rochosa, o som das ondas quebrando suavemente ao longe, refleti sobre o quanto as coisas haviam se complicado. Kayn e Zed continuariam a nos perseguir, e a sensação de que aquela era apenas uma breve calmaria antes da tempestade me incomodava.

Mas, por enquanto, aquele momento de paz era bem-vindo. Seguiríamos adiante, planejando nosso próximo movimento — cada um perdido em seus próprios pensamentos, enquanto o brilho das estrelas se refletia nas águas tranquilas ao nosso redor.

Continua…