Que se dane as regras.
Caroline Almeida
Eu já beijei um garoto na escola, mas não foi lá essas coisas, não se compara a este beijo nem ao Bryan. Me arrisco a dizer que a nossa amizade tenha se transformado em amor... Mesmo que eu não tenha adquirido tanta experiência, eu sei que ele tem. Sem recuar, Bryan segura com uma de suas mãos na minha cintura, respeitando os meus limites, e a outra... Ah! Essa outra mão subiu na minha nuca; me arrepiei ao sentir seus dedos se entrelaçarem nos meus cabelos...
Com os meus olhos fechados, sinto sua língua invadir a minha boca com desejo. Ele segura firme no meu cabelo com a sua mão, sem me deixar escapatória, como se eu quisesse sair daqui! Nunca... Não sabia muito o que fazer; porém, ele me conduziu e não demorou muito para nossas línguas se envolverem dentro de nossas bocas. Quando senti um volume em sua calça, sorri ao me afastar, apenas tocando nossas testas.
— E aí, não é a mesma coisa? — Perguntei e, antes de sua resposta, segurei sua camiseta e o puxei novamente para um beijo.
Senti a sua mão que segurava minha cintura começar a descer; porém, antes que chegasse à minha bunda, ele parou. Que fofo! Ele me respeita muito! Terminei com um leve selinho ao olhá-lo novamente.
— Sempre me surpreendendo! — Referiu-se ele ao morder seu lábio inferior, o que me fez olhá-lo e desejar mais um beijo. — Realmente eu estava com ciúmes... Mas que jeito gostoso de me fazer falar.
— E agora! — Me aproximei da sua orelha e dei algumas leves mordidas. — Quer que eu faça você comprar uma vodka pra mim?
— Quero! Putz, Carolzinha, você não sabe o quanto eu esperei por isso! — Afirmou ele, me puxando novamente para um beijo ainda mais caloroso. Minha nossa! Tô com uma vontade estranha subindo pelo meu corpo.
— Estamos em público! — Proferi entre o beijo ao me afastar em seguida; porém Bryan ainda conseguiu roubar um selinho meu... — Vai comprar agora? — Indaguei, sentando-me novamente na minha cadeira.
— Vou sim, Carolzinha! Tudo o que você quiser. Só espera um pouquinho o meu sangue esfriar! — Disse ele, engolindo em seco.
Sorri ao colocar meu braço sobre a mesa. Observando em volta, notei que meu irmão estava no meio de um pessoal e parecia que eles estavam discutindo...
— Bryan, olha o André! — Levantei-me e caminhei na direção do meu irmão.
— Carol... Carol... Espera aí porra! — Bryan segurou meu braço de leve. — Carolzinha, aqueles são da facção; já os vi com seu irmão!
— Mas ele ainda é meu irmão, Bryan! — falei olhando-o com dor no peito. Ao me soltar, corri em direção ao André...
— Tá maluco? Seu pau no cu! Sempre corri certo nesta merda e tu vem me tirar de ladrão enchendo a bola de fita errada!?
— Irmão! — O chamei e pude perceber que Bryan me acompanhou.
— O que você tá fazendo aqui, garotinha? — André parecia estar com raiva; porém segurou meu braço. — Vamos vazar daqui agora. — Em seguida ele observou um homem mal encarado e disse: — Nosso papo não terminou não, fera. — ele observou o menino que sempre vi ao seu lado. — Vamos descer, Pietro!
— André, o que está acontecendo? — Perguntei e ele não respondeu; estávamos todos nos afastando daquele grupo de homens. — Onde você estava?
— Na barraca do seu Zé! — Bryan respondeu e meu irmão me soltou após nos afastar.
André seguiu e se sentou conosco! Mesmo de longe eu consegui ver que aquele grupo de homens ficou no mesmo lugar e não parava de encarar à nossa mesa... Bryan perguntou o que estava acontecendo assim como eu; porém André desconversava sempre dizendo que o tal Pietro era o mais confiável da turma onde ele trabalha...
Meu irmão bebeu tanto que nem percebeu que eu estava no mesmo caminho; visivelmente alterada Bryan me pedia para parar... Ao sentir sua mão na minha perna e seu olhar de súplica, tomei meu último copo de vodka... Meu irmão recebeu algo no celular e se despediu ao sair junto do tal Pietro rapidamente.
— Carolzinha, você não comeu nada! E bebeu um pouco além da conta! — Bryan referiu-se a mim olhando-me; claro que ele bebeu alguns goles; porém eu fui mais além.
— Tudo bem meu lindo; eu tô feliz de estar com você. — O puxei de leve pela camisa ao continuar: — Bryan eu gosto de você e não como amiga!
— Eu também sou apaixonado por você, Carolzinha; há muito tempo! — Disse ele olhando-me nos olhos.
— Então por que você nunca me disse? — perguntei olhando-o.
— Porque eu não queria te confundir e pretendia te esperar; também não queria perder sua amizade! — Ele sorriu de leve; peguei seu celular e notei que estava quase próximo das dez.
— Bryan eu preciso ir. — Ele apenas assentiu; porém continuei: — Mas eu não quero ir embora; me leva para sua casa?
— Como? — Seu olhar foi de surpresa total; em seguida continuou: — Carolzinha você está um pouco alterada; acho melhor...
— Você não me quer na sua casa? — Perguntei enquanto coloquei minha mão sobre sua coxa. Ele olhou para minha mão e engoliu em seco, voltando seu olhar para mim.
— Quero, claro que quero! — Ele engole em seco novamente. — Mas não quero que você se arrependa depois.
— Não vai acontecer, eu prometo!
Segurei sua mão e nos levantamos da mesa. Bryan se aproximou do senhor Zé e pagou a conta. Eu só comi um salgadinho; o resto foi vodka, mas sei exatamente o que estou fazendo e o que quero... Bryan colocou a mão na minha cintura e, juntos, caminhamos até a moto.
Após os mesmos procedimentos de sempre, subimos na moto e descemos o morro. Bryan desligou o motor e, ao passar em frente à minha casa, ele parou. Do lado de fora, ouvimos os gritos do meu pai! Ele deve ter saído e voltado bêbado novamente.
— Por favor, não me deixe aqui! — pedi, segurando firme sua cintura.
Bryan assentiu e nos dirigimos até sua casa. Ele estacionou a moto ao lado do muro, já que não há fundo. Ao abrir a porta da casa, tudo estava escuro; ao acender a luz, ele voltou sua atenção para mim.
— Quer tomar um banho, carolzinha?
— Quero, mas depois! — segurei firme em sua camisa e iniciei um beijo cheio de desejo.
— Eu não vou conseguir me controlar assim! — ele disse tentando resistir.
— É isso que eu quero! — suspendi o beijo e olhei em seus olhos. — Eu quero muito que seja com você, Bryan. Não importa o amanhã! Só quero você... arrisco dizer que estou apaixonada por você.
— Que se dane as regras! — Bryan fechou a porta e me segurou em seus braços. Ele começou um beijo tranquilo e maravilhoso enquanto caminhava comigo até seu quarto.
— Eu prometo que não vou te machucar! — ele disse ao me deitar lentamente sobre a cama, olhando nos meus olhos...