Chereads / Protegida Pelo Dono Do Morro / Chapter 12 - Cap.12

Chapter 12 - Cap.12

Você passou a noite com ela?

Bryan Fernandes

Continuei parado na sua frente, sério! Enquanto todos se olharam e começaram a rir, o único que ficou em silêncio foi o Pietro, que afastou uma menina que estava quase se esfregando nele.

— E como você vai fazer isso? Antes de você chegar aqui, mandei puxar a sua ficha. Você trabalha como pedreiro menor! O André ficou me devendo muito mais dinheiro do que você imagina! — Referiu ele, acendendo um cigarro e soltando a fumaça na minha cara.

— Eu trabalho! Não tenho preguiça, só deixa a Carol fora disso! — Respondi sério.

Ele ficou em silêncio e permaneceu me olhando, parecendo pensar em algo, quando um cara se aproximou e falou algo em seu ouvido. Ele tragou e soltou a fumaça no ar, uma música alta começou a tocar e várias mulheres começaram a dançar...

— Se eu pensar, o que você teria de entrada? — Perguntou ele me olhando. No momento, não tive uma resposta. Merda, tô duro de grana... — Você veio com uma cabrita da hora, né?

— Minha moto? — Indaguei no susto! Nem paguei ainda.

— É mano! Quero dinheiro, coisa de valor ou a gatinha!... E aí? — Proferiu ele sorrindo.

— Tá bom... E as parcelas como vão ser? Qual é o valor que ele te deve? — Aceitei entregar a moto e perguntei em seguida, enquanto ele ria e se aproximava...

— Se acha mesmo que eu trabalho com parcelas! — Após sua afirmação, olhei para o Pietro e ele coçou a nuca. Retornei a olhar para ele e observei um sorriso sarcástico após fumar, continuou — Você assumiu a dívida do pilantra! Aí menor, agora você trabalha para mim... Vai pagar fazendo meus trabalhos!

Ele esperou uma resposta minha e eu fiquei parado processando que acabei de entrar pro crime!

— Tô ligado que você tá tentando proteger a mina! — Ele sorriu ao se aproximar tocando no meu ombro. — Tô com um homem a menos e tenho vários trabalhos disponíveis; você decide: trabalha para mim e salva ela — ele riu — Porque se você não aceitar eu vou pegá-la de qualquer jeito! Vou reformular minha pergunta para você entender melhor.

O desgraçado jogou o cigarro no chão e pisou sobre, olhou para alguns caras que estavam atrás dele e voltou a me olhar sorrindo.

— E aí menor, o que você pretende fazer: ficar com ela e morrer tentando salvá-la ou entrar para a minha facção?

— Tô dentro! — Não pensei duas vezes em responder. — Agora deixa a Carol fora disso! — Terminei minha frase sério.

— Demorou menor... Não toco um dedo nela — Ele me olhou sorrindo. — Só se ela quiser...

Respirei fundo e observei alguns caras dançando com mulheres enquanto seguravam armas nas mãos; outros estavam se beijando em grupos de três, bebendo e fumando... Quase desacreditando que estou no meio disso! Fiquei aliviado em saber que era até pagar a dívida; no fim perguntei novamente o valor.

— Cem mil brother! — Engoli em seco! Ele sorriu e olhou para o Pietro. — Aí manin, tu tá sem parça né? Treina este aqui pra mim... — Ele levantou as mãos e sorrindo fez o som abaixar. — Rapaziada, eu tô sem sub! A partir de agora vou observá-los e em breve estarei nomeando um novo!

Tiros foram disparados, várias rajadas e gritos foram ouvidos... Respirei fundo e caminhei até o Pietro.

— Já resolvi. Agora eu preciso ir...

— Você não pode! Até o Bola dizer que você pode sair...

— O quê? — perguntei olhando para ele, mas sentindo uma mulher me abraçar. — Sai fora! Eu já disse que não tô afim... — olhei para ela e a afaste levantando o meu braço.

— Relaxa, Bryan! — Bola se aproximou falando meu nome, tocando meu ombro. — Logo você vai estar com várias! Agora aproveita o seu primeiro dia no morro, como quase membro da facção! Temos algumas iniciações que você deverá fazer; cem mil não se paga em dois dias! — O filho da puta saiu rindo.

— O André estava prevendo isso? — Me aproximei do Pietro e falei olhando-o sério.

— A princípio, pensamos que você iria fugir com ela, não entrar para a facção! — sussurrou ele em retorno.

— Fugir como se fosse possível! — sussurrei sério... Merda, a Carol vai precisar de mim e eu aqui preso neste inferno.

Passei o dia nesse churrasco. Pietro foi quem me impediu de sair, porque por mim eu já teria ido embora, mas o miserável estava certo! Agora vou fazer parte disso! Então preciso fazer as coisas direito; se não, eles me matam e ainda judiarão da minha Carolzinha.

Me ofereceram de tudo aqui: droga, cigarro, bebida, lança, pó... Não foi difícil negar. Já o Pietro observei ele fumar maconha! Mas ele não me ofereceu. Várias mulheres vieram para cima de mim; mandei todas pastar! Eu lá quero marmita de bandido? Tenho a mulher que amo.

Recebi um celular novo, com o número de alguns caras específicos e do Bola! Disfarçado... E até uma arma, um trinta e oito cromado. Nunca atirei com uma arma antes; a partir de hoje vou ter que carregar uma... E infelizmente tive uma péssima notícia: se meu celular tocar, eu tenho que sair. Consegui convencer o tal do Bola de que preciso trabalhar; não dá para mudar minha vida de uma hora para a outra. Ele disse que o Pietro vai ficar de olho em mim e que se meu celular tocar na hora é pra sair de onde estiver.

Entreguei a moto para ele e ele já tratou de vendê-la na minha frente; tirou sete mil à vista nela... Não dei atenção, fiquei mais de canto junto do Pietro. O maluco até tem um papo legal, porém ninguém toca no assunto do André; é como se ele não existisse.

Ao cair da noite eles iam levar a festa para a praça e eu afirmei que ia descer embora. Alguns caras tentaram insistir que eu ficasse, mas eu preciso ver a Carol, e esse lugar aqui não me desce... Levei a arma atrás da cintura e o celular na frente. Subi na moto do cara que o Pietro disse para me levar em casa! Já que tô a pé.

Na sequência, o mesmo desceu! Íamos passar em frente à casa da Carolzinha, mas de longe avistamos os carros da polícia com o giroflex ligado...

— Moí-o menor! Não vai dar pra descer não! Se passarmos os cana vai ser complicado. — Referiu ele parando a moto e dando meia volta... — Vou descer na outra rua e te deixar lá embaixo.

— Deixa que eu desço aqui! — proferi tocando seu ombro.

— Tá maluco? Vai passar em frente dos cana com uma arma na cintura? — Referiu ele acelerando a moto.

Esqueci desse assunto! Porra, será que vou ter que correr da polícia agora!? Pareciam estar na casa da Carol. Ele desceu a moto na outra rua e como disse me deixou alguns metros abaixo da minha casa.

Desci agradeci e ele saiu acelerado... Subi e conforme fui me aproximando da minha casa tive certeza total de que as polícias estavam na casa da Carol. Merda! Entrei rápido, passei pela minha mãe e segui para meu quarto. Coloquei a arma na última gaveta da minha cômoda e o celular sobre a cama...

— Bryan, onde você estava? — perguntou minha mãe séria.

— Tava trabalhando mãe... Depois a gente conversa; eu preciso ver a Carol — passei por ela seguindo até a saída.

— Você não vai lá garoto! Bryan Fernandes, você passou a noite com ela em casa? — O tom de voz da minha mãe foi sério, o que me fez parar no mesmo instante antes de sair pela porta...