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Chapter 4 - Cap. 4

Incertezas.

Caroline Almeida

Parei na porta de casa, olhei para trás curiosa e vi o Bryan descendo, ele subiu o morro e virou algumas casas a cima da minha e voltou passando devagar olhando para minha casa, eu sorri e ele também, ele acelerou e desceu sumindo da minha vista, me deixando apenas com o coração batendo forte ao ainda ouvir o barulho da sua moto...

— Como foi a escola filha?

Pulei no lugar ouvindo a voz da minha mãe, enquanto levei uma mão sobre o meu peito a olhando em espanto

— Mãe do céu, que susto. — Ri

— Está assustada com o que menina? — ela perguntou parecendo me analisar, continuando — Vem almoçar filha.

— Com nada mãe. — respondi caminhando atrás dele para dentro de casa, passei pelo meu quarto deixando minha bolsa sobre a minha cama, ainda usando o uniforme da escola retornei e me sentei a mesa. — Mãe o André me disse que vem mais tarde aqui em casa. — falei empolgada

— Aí que bom Carol. — vi um brilho em seu olhar — Ele anda bem sumido por estes dias, estou muito preocupada com aquele menino! — Mas rapidamente seu semblante se tornou preocupado e triste — Onde você o encontrou filha?

— Am... — eu não poderia dizer a verdade e deixar minha mãe ainda mais triste. — Eu estava saindo do colégio e ele passando mãe...

Minha mãe estava temperando a salada e eu colocando as panelas sobre a mesa. Quando o meu irmão chegou na cozinha um pouco cansado. Olhamos para ele juntas, pensei que ele viria mais tarde, como eu estava mais próxima ele me abraçou beijando o topo da minha cabeça, segundo para fazer o mesmo com a nossa mãe.

— Fala ao galerinha do bem! — ao receber o abraço do meu irmão, eu vi esperança nos olhinhos da minha mãe o que apertou o meu coração — Como seis tão?

André estava visivelmente dragado, talvez até mais do que antes.

— O meu filho, o que você anda fazendo com a sua vida? — Minha mãe já estava com seus olhos cheios de lágrimas o olhando, meu irmão esta um pouco acelerado do que o normal.

— Nada não mãe. Tô só resolvendo uns b.o que cantou ai. — André pegou a vasilha de saladas da mão da minha mãe, pegou algumas folhas e enfiou na boca, deixando a vasilha sobre a mesa — Mais tá tranquilo, vô cantar a fita mais tarde.

— Que fita André? — Perguntei preocupada, sentindo o meu coração acelerando lentamente.

— Nada não maninha, não esquenta! — Ele se aproxima de mim e segurou o meu queixo de leve fazendo com que eu o olhe — Tá tudo bem... Eu amo você garotinha.

— Credo André, você falando assim parece até uma despedida! — O abracei forte, sentindo ele beijar o topo da minha cabeça, enquanto meus olhos se automaticamente se encheram de lágrimas.

— Eu preciso ir.

Após me soltar do abraço, André abraçou a nossa mãe e também lhe disse que a amava.

O que nos fez ficar com o coração na mão, ele está bem estranho desde a hora em que eu o vi e isso me preocupa muito... Do mesmo jeito que ele entrou ele saiu rápido e apressado, não tivemos tempo para nada, nem de saber o que estava acontecendo... Minha mãe apenas ficou parada olhando ele sair e eu fiquei para ver suas lágrimas caírem.

— Mãe não fica assim! — Caminhei até ela e a abracei forte.

— Onde foi que eu errei Carol? Olha a vida do seu irmão. — Sem se conter minha mãe começou a chorar e ver ela assim começou a se formar um nó na minha garganta.

— Mãe a senhora não errou em nada. Nem o André. Ele apenas seguiu um caminho errado e mais fácil. — Olhei em seus olhos e limpei as lágrimas da minha mãe — Juntas vamos conseguir tirar ele desta vida mãe.

— O Minha filha você não existe! — Minha mãe me abraçou novamente...

— Não adianta chorar, agora é tarde. Eu vi o irresponsável saindo em um moto e colocando uma arma na cintura — meu pai entrou falando furioso.

Voltamos a nossa atenção a ele, e ele parecia tranquilo, com nenhum pingo de preocupação, já eu quando ouvi a palavra 'arma' no meio da sua frase, senti minhas pernas bambearem, olhei para a minha mãe e ela estava pálida.

— Mãe o que foi? — Segurei suas mãos e estavam geladas — Mãe senta na cadeira por favor.

— Pare de graça mulher! Este é o menino que você criou...

— Chega pai por favor! — falei em pânico, mas em um tom mais baixo sem olhá-lo, eu queria que ele apenas parece de falar e desse mais apoio a nossa família...

Minha mãe se sentou e eu lhe fiz um copo de água com açúcar... Lhe entreguei e ela bebeu, após alguns segundos ela ficou mais calma, porém o almoço perdeu a graça eu e ela apenas mexemos na comida, enquanto meu pai almoçava tranquilamente.

Minha mãe pediu licença e se retirou, ela foi chorar no quarto como todas as veses em que meu pai fica a culpando por tudo... Recolhi os pratos, lavei toda a louça e joguei as sobras de comida fora... Lavei as panelas e organizei a cozinha, meu pai sentou e dormiu no sofá e eu fui tentar falar com a minha mãe, mas ela disse que estava tudo bem, que eu poderia fazer minha tarefa da escola...

Mas quem disse que eu tenho cabeça para isso, estou preocupada com tudo o que está acontecendo e ainda pensando no Bryan, sorri apenas em lembrar do nome dele... Ele deve estar trabalhando uma hora destas! Tentei deixar todos estes pensamentos de lado, peguei meu caderno da bolsa e abri em ciências para tentar estudar... Porém quando vi um local vago na folha, peguei uma caneta vermelha e escrevi o nome do Bryan...

Sorri ao ficar observando, eu realmente gosto dele?... A tarde foi se passando e não tivemos mais notícias do meu irmão, minha mãe andava aflita pela casa, e eu tentando acalmá-la, mas eu também estou nervosa, não consegui estudar nenhuma linha... Meu pai foi trabalhar e nem se preocupou com a situação.

Por volta das cinco da tarde tomei um banho e vesti um macacão preto curto com zíper nas costas, está muito calor, calcei uma rasteirinha bege e penteei meus cabelos os deixando soltos, em seguida fiquei na sala assistindo televisão com a minha mãe, quando o meu pai entrou sério seguindo direto para um banho...

— Filha você vai sair? — minha mãe perguntou me olhando

— Mãe o Bryan me chamou, mas agora eu não sei se ele vem mais! — falei sem saber o que pensar, quando saíamos juntos ele sempre chegou as cinco e agora já vai da seis da tarde e ele não veio, talvez eu tenha feito errado em lhe dar um beijo na bochecha e ele não gostou.

— Logo ele chega filha! — minha mãe falou tranquila.

Ela ainda pensa que somos apenas bons amigos... Eu queria que fosse, mas agora eu quero estar ao lado dele, me preocupo de um jeito diferente... Tudo isso está mexendo muito com a minha cabeça.

— Mãe a senhora está bem mesmo, eu posso ficar?! — perguntei afastando meus pensamentos e me levantando para me sentar ao seu lado.

No mesmo instante meu pai passou e nos olhou sério, minha mãe o encarou e então voltou sua atenção a mim

— Vai tranquila filha... Se ele pedir como sempre. — A mesma sorriu de leve, tentando disfarçar que hoje eles vão discutir...

Sorri e me levantei ao caminhar até a cozinha, como eu queria tirar toda esta confusão de dentro casa, bebi um pouco de água, com um nó na garganta que quase me impediu, não sei porque meu pai culpa tanto minha mãe...

Estava retornando para o sofá, quando da sala avistei o Bryan parando com a sua moto enfrente de casa e descendo dela, retirou o seu capacete e o pendurando no guidão da moto, ele ajeitou o seu cabelo e se virou na minha direção, pegando o boné que estava pendurado na sua calça e o levando a sua cabeça com a aba para frente.

Em seguida ele voltou a sua atenção a minha casa e os nossos olhares se encontram, ele deu aquele sorriso que me derrete como manteiga no calor de verão, me trazendo algumas borboletas no estomago, borboletas que eu sinto por ele a muito tempo...