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Chapter 2 - Capítulo 2: Cronos e Sua Linhagem Perdida

Nas eras longínquas, quando os deuses caminharam pela Terra e os titãs governaram os céus e as profundezas, Cronos, o titã do tempo, ergueu-se como o governante supremo. Era um deus cuja vontade era imensa, cujas mãos manipulavam o próprio tecido do destino. Mas, como todo poder absoluto, o dele não era imune à destruição, e ao buscar preservar seu reinado, Cronos selou sua própria queda. Na sua ânsia de imortalidade, ele devorou seus filhos, tentando garantir que nenhum deles o desafiaria. No entanto, um deles, Zeus, escapou de seu apetite devorador e, mais tarde, destronou-o, dando início à era dos deuses olímpicos.

Mas o que muitos não sabem, e o que o próprio Cronos preferiria esquecer, é que, entre os filhos que ele devorou e os que escaparam do seu controle, existia um outro — um filho que nunca foi lembrado, cujas lembranças foram apagadas pela própria história. Esse filho, aquele que deveria ter sido o mais temido de todos, foi Drogo Kraken.

A linhagem de Cronos foi marcada pelo sangue divino, um sangue que corria pelas veias de Zeus, Hades, Poseidon e até mesmo de outros filhos menos conhecidos do titã. Mas Drogo, por razões obscuras e misteriosas, nunca teve seu nome compartilhado entre os deuses. Ele nasceu no mesmo período em que seus irmãos, os futuros senhores do Olimpo, chegavam ao mundo, mas sua presença foi ocultada por uma força superior à dos próprios titãs. Cronos, no entanto, reconheceu a verdadeira natureza do poder de Drogo. Ao vê-lo crescer, sabia que seu filho não seria moldado por sua tirania e que, de alguma forma, sua própria criação, se deixada livre, poderia ameaçar o próprio equilíbrio do cosmos.

Foi então que Cronos tomou uma decisão drástica, algo que poucos sabiam: ele não devoraria Drogo. Em vez disso, ele fez algo muito mais cruel. Decretou que Drogo fosse esquecido — um ato de desespero de um deus que temia o futuro, mas que não tinha mais o poder de controlá-lo. Ao contrário de seus outros filhos, Drogo não seria mantido cativo pelo corpo de seu pai, mas por um destino ainda mais devastador: a total exclusão de sua existência da memória cósmica.

No entanto, essa exclusão não se limitava a Cronos. Zeus, Poseidon e Hades, todos temiam que Drogo fosse uma ameaça além do que qualquer um deles poderia imaginar. Portanto, os três irmãos, mesmo estando divididos pelas rivalidades da guerra titânica, concordaram em erradicar qualquer menção ao nome de Drogo. Seu nome foi banido dos registros divinos, apagado das lendas, como se nunca tivesse existido. Essa ação, tomada em união, era um ato de preservação do equilíbrio do poder, mas também um sinal do quão ameaçador Drogo realmente era. Ele não era apenas um filho de Cronos — ele era uma força, uma manifestação do caos que poderia destruir a ordem divina e o mundo como o conhecemos.

Mas por que? Por que Cronos não permitiu que Drogo seguisse o mesmo destino de seus irmãos? Por que ele não o destruiu junto com os outros? A resposta talvez resida na própria natureza de Drogo. Sua força não era apenas física. Sua essência era imutável e irreversível. Ele não era um deus a ser governado ou manipulado. Seu poder era uma tempestade que engolia tudo em seu caminho, e sua existência, por mais obscura que fosse, era uma ameaça real à hierarquia do cosmos.

E assim, Drogo Kraken foi enterrado nas profundezas do mar, nas sombras do esquecimento, longe da vista dos deuses e dos mortais. Mas o sangue de Cronos nunca se perde totalmente. E o que foi esquecido pelo mundo está à espera de ser redescoberto.

Drogo não seria um nome imortalizado, mas seu destino ainda estava escrito nas estrelas, nas águas e nas sombras. Enquanto os deuses olhavam para o futuro, sabendo que sua ação de apagá-lo do mundo poderia garantir a sobrevivência do panteão olímpico, o futuro de Drogo já estava sendo traçado nas profundezas onde o tempo não alcança. O poder da linhagem perdida, selado no abismo, começaria a se reerguer lentamente.

E quando ele despertasse, quando as águas subissem novamente para tomar o céu e a terra, os deuses perceberiam, tarde demais, que o destino de Drogo Kraken não foi destruído, apenas adiado. O tempo, esse velho titã, jamais esqueceu a verdadeira essência de seu filho.