Me relacionar com o Park Salin… Não farei isso. Posso me sentir estranhamente bem com ele. Mas não estou nesse ponto de desespero de propor um casamento.
Entrei em meu carro em direção ao bairro onde fica a casa de Park Han
O prédio não tinha uma vigilância adequada. Subi as escadas e parei na porta de 195. Que, aliás, estava um pouco aberta.
Sorri. Nada melhor que invadir a casa e pegar os moradores de surpresa.
Entrei na moradia e havia um pequeno corredor. Olhei em volta, tudo estava escuro. Porém, em cima da mesa da cozinha, havia um celular.
— Yoma…
Escutei uma voz ao fundo, me virei em direção ao local. Havia um pouco de luz.
Me aproximei com cautela. Enquanto ouvia sons baixos que ficavam mais altos. Era novamente um gemido? Me perguntei, quando vi pela fresta da porta. Era um homem, ele possuía cabelos pretos e curtos. Usava brincos e possuía uma tatuagem na nuca de uma meia lua e alguns nomes em seus braços. Seus membros eram extremamente definidos. E uma de suas mãos... Ela estava ocupada massageando seu membro íntimo. Estava se masturbando. Ele olhava para o lado oposto de onde eu estava, ele não podia me ver. Mas eu queria ver seu rosto, senti algo mudar em mim. A cada movimento que ele fazia, eu perdia um pouco da minha sanidade, minha respiração estava descompassada. Porque aquilo era tão… atraente? Acho que é essa palavra.
— Yoma…
Engoli em seco, ele estava chamando pelo nome de alguém.
Ele suspirou e com esforço se virou para onde eu estava. Seus olhos se arregalaram, sua respiração estava forte, era visível o subir e descer de seu peito. Seu rosto estava avermelhado e seus lábios aveludados como sangue.
Se Afrodite fosse um homem, seria como ele.
Era o Park Salin.
— Que porra! — Ele se cobre imediatamente, ele não estava completamente nu, usava uma camiseta cinza, mas se cobriu até a cabeça. Desferindo ódio. — Eu deveria ter trancado a porta, eu sabia que um de vocês, miseráveis, iam aparecer! Não tá vendo que eu tô ocupado? Desgraçado! — Ele parecia extremamente irritado por ter sido interrompido… ele ainda não controlava sua respiração. Talvez por susto.
— Não… não foi minha intenção. Na verdade, eu já estou indo!
— Ótimo, e na próxima bate na porta! Idiota! — Ele era como uma escultura perfeitamente esculpida em mármore.
Salin estava bêbado. E não parecia que fosse apenas uma garrafa.
— Vocês da Goden não têm um pingo de educação!
Isso poderia ter sido uma grande coincidência, mas parando para pensar, foi Taeho que me passou esse endereço. Talvez não seja uma coincidência tão grande assim.
— O prazo é até amanhã! — Disse, e ele me deu língua. — Eu voltarei. — Falei.
Park Sora, 24 anos. Trabalha como frentista num posto de gasolina, recebe 1600. Park Salin recebe um salário de 5 mil. E é ele quem está sustentando a família. Seu pai acabou de se recuperar de uma cirurgia e sua mãe ainda está internada. Os pais de Salin sofreram um acidente em meio a uma tempestade em seu pomar. A tempestade destruiu tudo, e eles tiveram um alto prejuízo. Seus irmãos mais novinhos estão bem, pois estavam brincando no porão. Salin os mandou para um internato, até que seus pais se recuperem. Para tratar de seus pais e salvar o pomar, há 6 meses Park Sora pegou 110 mil com Goden, e Park Salin ajuda a pagar.
Nunca senti essa sensação antes, é como se eu realmente tivesse feito algo errado. Eu estava envergonhado? Foi uma cena constrangedora? Caminhei me sentindo meio bambo, havia algo entre minhas pernas me incomodando mais do que o normal. Como isso era possível? Eu não havia tomado nenhum estimulante, mas sentia meu rosto esquentar, conseguia ouvir minha respiração e estava com uma pré-ereção.
— Qual foi, mano? Você está bem? — Thomas André, que sempre trabalhava comigo, estava me esperando.
— Não. — Eu disse, mas Thomas não reagiu bem.
— Está nervoso? Park Sora te ameaçou?
— Era o Park Salin. — Disse, ainda sem me sentir bem, só sabia que ele era bonito, todo o resto estava confuso na minha mente e corpo.
— E quem é o Park Salin?
— Você não ta sabendo? — Perguntei surpreso, tods estavam comentando que eu fiquei com ele o bar.
— Eu cheguei hoje de viagem! Mas o quê importa? Ele te tocou? Ele tentou algo?
— Não, nem cheguei perto. Acho que eu preciso voltar! — Afirmei — Mas quando senti a fraqueza nas minhas pernas devido à minha intenção de voltar, desisti imediatamente e entreguei a chave do carro ao Thomas.
— Você vai ficar bem? — Ele me perguntou e eu apenas assenti com a cabeça. — É uma droga quando você fica assim, essa terapia não tá servindo?
— Eu também odeio!
— Park Salin é uma das garotas da sua mãe? Ela fez uma emboscada? Tentou te drogar?
— Park Salin é um homem e não tem nada a ver com minha mãe.
— Ah, menos mal, mas me explica, p*rra! Eu não sou adivinha.
(...)
Na faculdade, Salin sempre parecia fofo. Mas agora, as coisas estão além disso. Eu nunca pensei nada assim, mas o Park Salin é atraente.
Estou diante da porta da sua casa. Eu ainda preciso fazer a cobrança. E também verificar se está tudo bem.
Bati na porta e ela abriu.
Os olhos do moreno vieram a mim, mas ele não disse nada. Senti uma leve pontada de decepção surgir do fundo do meu orgulho. Ao mesmo tempo, sentia perder novamente o controle de minha respiração.
— Park Salin, vim representando Goden.
Parece que até eu sou um cobrador comum.
— Por que você está agindo como se nada tivesse acontecido, Min Jun-Ho, eu sei que era você ontem!
Ele disse de uma vez, e isso… me surpreendeu.
— Eu… Eu não sabia se você lembrava. — Putz, que estressante. — E como sabia que era eu?
Eu uso máscara no rosto e luvas nas mãos, não dá nem para ver minhas tatuagens, apesar de muitas.
— Ainda são seus olhos, imbecil! Eu realmente devo parar de beber. Como que eu acabo beijando a porra de um cão de caça da Goden? — Ele disse para si mesmo. Em seguida, ele olhou brevemente para mim, mordendo os lábios e levou as mãos para trás de seu coração, envergonhado. — É claro que eu lembro…
Eu quis me aproximar, mas minhas mãos tremiam, fiquei parado no mesmo lugar. Eu me sentia muito sensível a cada ação dele.
— Entendi... Sei que é repentino, mas podemos sair algum dia…
— Tipo um encontro?
— Isso, e então você pode fazer aquilo pra eu ver de novo? Parece... interessante.
Ele mudou completamente sua postura, seu olhar confuso, transmitiu incredulidade e indignação, ele se aproximou na minha direção com os punhos cerrados. Ele colocou a sua mão no bolso e tirou um maço de dinheiro. Com ódio, ele o colocou em meu peito e me empurrou para trás.
— Nunca mais se aproxime de mim, seu esquisito!
Foi rápido, sem dizer mais nenhuma palavra ele fechou a porta me deixando do lado de fora e a trancou.