Chereads / O Acordo: Entre Amor e Favores / Chapter 13 - Apenas um expectador

Chapter 13 - Apenas um expectador

Eu o fiz se sentar na poltrona. Ele em pé seria estranho demais.

— Por favor... não me toque! — Min Jun-Ho disse de repente, e isso me assustou. Ele não estava bravo; sua voz estava carregada de tensão e medo. Era como se estivesse tentando afastar qualquer contato físico, mas não por rejeição, e sim por necessidade.

Eu rapidamente retirei minhas mãos dele.

— Desculpe, eu só... esqueci. — Mas eu também estou com medo. — Mas é que eu prefiro que fique sentado. — Disse sem graça.

— Não... Estou dizendo, apenas não dessa maneira. Não assim, de repente. Eu não posso lidar com tantos estímulos ao mesmo tempo. Visual. Só visual. Esse é o combinado.

Olhei para ele, curioso. Ele tentava se proteger, mas não queria me afastar no fim das contas.

— Não faz parecer que sou eu quem está te forçando a isso. — Falei um pouco irritado.

— Nós dois estamos em território desconhecido aqui. — Ele disse ao esboçar um sorriso.

Então subi na cama, me ajeitando de forma descontraída, tentando esconder o tremor nas mãos. Após retirar meus calçados, me apoiei com os joelhos e as pernas levemente abertas. Ele olhou para mim por alguns segundos e então fechou os olhos, agitado.

— Espere um pouco. Ainda não estou pronto. — Disse Min Jun-Ho, mantendo os olhos fechados, como se ainda não quisesse me ver. E então começou a controlar sua respiração.

— Me avise quando estiver pronto. — Disse, com certo incômodo. Tudo aquilo era confuso. Sem dúvida.

De repente, ele abriu os olhos, afiados e centrados em mim. Ele parecia determinado.

— P-pronto?

— Sim, desculpe. Não é tão fácil quanto pensei. — Ele disse, balançando a cabeça e engolindo em seco.

— Apenas me observe... Não farei nada com você. — Disse.

Ele confirmou com a cabeça.

Mas que p*rra. Foi ele que se colocou nessa situação. Pra quê propor algo que ele mal consegue fazer? A responsabilidade parece toda minha!

E o encarei novamente. Seus olhos negros arregalados, sua determinação, começaram a me sufocar. Um pico de adrenalina surgiu dentro de mim. Aparentemente, eu realmente gosto disso.

Se eu não pensar demais, eu consigo.

— Ohh.

Sorri com a resposta mansa que ele deu. Pareceu satisfeito ao ver como eu estava me preparando.

— Jun-Ho… — Chamei enquanto me movia.

— O quê? — Ele estava se inclinando para frente.

— Sente-se direito, Jun-Ho.

Ele rapidamente se recompôs, uniu as pernas e mordeu os lábios, seus olhos ainda maiores.

Sorri, me levantando, sem tirar os olhos dele. Retirei minha peça. Eu me toquei de forma lenta, como se não houvesse vergonha alguma. O olhar dele percorria meu corpo, atento. Eu sabia que ele estava excitado, e esse simples fato me deixou ainda mais ciente de tudo ao meu redor.

Realmente não sabia por que essa insistência dele comigo ao ponto de perdoar uma dívida. E eu também não sabia bem por que estava me permitindo viver isso, mas ali estava, gostando do modo como ele me olhava.

Min Jun-Ho era tão bonito e, se não fosse por toda essa situação, talvez eu tivesse até esquecido o Yoma.

Olhei para ele novamente, sentindo meu corpo aquecer. Eu precisava disso, do olhar dele, da atenção.

— Jun-Ho~ — O nome saiu da minha boca sem pensar, mas com uma intensidade que ele não ignorou.

Essa não era a primeira vez que eu o chamava dessa forma. Desde aquele dia, a sensação sempre foi a mesma: desconfortável, mas ao mesmo tempo, atraente. Ele dizia que não sentia desejo, mas por que, aparentemente, comigo é diferente? Algo em mim se acendia sempre que ele me olhava desse jeito.

Aparentemente, eu tinha uma necessidade, e Jun-Ho estava se aproveitando disso, mesmo sem saber.

Uma parte de mim queria entender o que o fazia agir assim, mas outra parte, a mais irracional, gostava de ser o foco do seu olhar.

— Salin-shi… — Ouvi Jun-Ho sussurrar, claramente em êxtase. Eu não conseguia olhar para ele; meus olhos estavam fechados enquanto eu me perdia nas sensações do momento. Mas ouvir sua voz ali mexeu comigo mais do que poderia imaginar, trazendo a realidade de que não estava sozinho, de que ele estava ali, me observando.

Eu me deixei levar pela onda de prazer, me jogando para trás na cama. Jun-Ho ainda estava ali, na cadeira, parado. Eu, ofegante, ouvi a voz dele.

— Como você consegue fazer isso comigo? Eu sinto que te amo. Seja meu namorado, Salin!

— Não sei se consigo namorar, me entregar assim a alguém... sem ter o toque, a conexão, você sabe?

— Posso superar isso, se for com você!

Eu ri, desconcertado.

— Você é tão maluco. — Ele parecia tão determinado, tão inocente nas palavras, como se aquilo fosse uma solução para seus problemas. Mas eu estava ali por outro motivo. Estou fazendo isso porque tenho uma dívida, porque preciso ajudar minha família, e ele nem parecia se importar. Ele me via de uma forma que eu não conseguia compreender. — E aí, conseguiu o que queria?

— Sim, consegui. Eu estou bem. — Ele disse com um sorriso simples, e eu ri mais uma vez, sem saber se era de alívio ou de surpresa.

— Que bom. Bom para você.

— Você é o único que me faz sentir assim... — Ele disse, com um sorriso bobo, inflando as bochechas. — Já tentei de tudo, assisti a tantos vídeos, mas não senti nada. Mas aqui, com você, é diferente.

Franzi a testa. Ele parecia falar muito sério sobre o impacto de tudo isso.

Me levantei da cama. Ele me encarou enquanto estava sentado na cadeira.

— Eu entendo o que está dizendo. Mas eu não quero nada com você.

Seus olhos se abriram mais do que o normal novamente, mas dessa vez não estavam felizes. Mas isso não vai me comover.

— Não vai nem pensar um pouco sobre isso? Eu adoraria te ver mais vezes.

— Não quero, Jun-Ho. Você prometeu que perdoaria a dívida da minha família se eu fizesse isso. Fiz. Agora acabou.

— Ah, sim… Claro! — Ele respondeu como se estivesse saindo de um transe. — Não há mais dívida.

— Ótimo. A partir de hoje, não quero te ver nunca mais. Há muitas outras pessoas por aí, você vai encontrar alguém. — Posso usar o banheiro? — Eu era prioridade.

Ele parecia hesitar antes de responder.

— Sim, claro. Eu preciso ir também. Vou chamar um motorista para você. Fique à vontade.

De repente, ele parecia mais sério, como se tivesse recobrado o controle da situação. Se levantou e saiu da sala.

Caminhei em direção ao banheiro, sentindo a realidade bater. Mas era tarde para arrependimentos.

Eu não queria me sentir sujo ou culpado. Na verdade, confesso que estou curioso sobre o que se passava na cabeça dele. O que ele realmente queria de mim? Quem era Min Jun-Ho, afinal?