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Chapter 10 - O louco na boate

— Esquisito-shi, será que ainda não percebeu que eu tô morrendo de vergonha? Será que ainda não percebeu que seu pedido é ridículo? Tá achando que eu sou nefasto? Esquece tudo o que eu falei ou fiz. Pela última vez, me deixe em paz! — Sussurro, mas parece que estou gritando. Dou passos em sua direção, empurrando-o, e ele cede até encostar novamente na parede.

— Eu só tô curioso! É só uma vez, mas podemos ir a um encontro também, não ligo de ir aos poucos...

— Não quero mais nenhum contato com você! Eu disse pra você manter distância de mim mil vezes!

— Eu também não quero tocar em você, Park Salin, não confunda. E, por favor, não toque em mim! — Me senti ofendido. Eu estava com minha mão em seu peito e sentia como seu coração batia loucamente. Então, retirei minha mão. — Mas podemos ir aos poucos. — Ele completou.

— Você é esquisito.

— Salin, tá tudo bem? — Yoma apareceu imponente, determinado a acabar com aquilo. Me pergunto se gritamos muito alto.

Olhei para Yoma e então encarei aquele homem novamente. Depois, me virei e decidi ir embora. Porém, Min Jun-Ho segurou meu braço. Eu o encarei ferozmente e me soltei.

Felizmente, ele não me seguiu mais.

— Quem era ele? Fazia o seu tipo.

— Não sei quem é direito, mas ele tá obcecado por mim.

— Salin... você...

— Eu tenho o JP, mas admito que ele é um gato.

— Em algum momento você vai dar uma chance?

— Nunca. — Afirmo.

(...)

Ele era quente, seu beijo era quente, e ele segurava minha cintura como se fosse dele.

Eu estava me sufocando com o beijo. Conforme suas mãos passeavam mais livres pelo meu corpo, eu o desejava. Não sabia quem era, só sabia que beijava bem e que queria, quase tanto quanto... É melhor que eu não pense naquele cara bizarro agora.

Ele me levantou, me colocando na pia do banheiro. Eu estava pronto para isso.

Porém, de repente, um grupo de homens entrou no banheiro. Eu travei no mesmo instante. Se continuasse assim, eu poderia desenvolver um trauma. O homem que me beijava se afastou no mesmo momento.

— Que se dane. — Ele disse, simplesmente me deixando ali.

Me senti como um gnomo. A pia era alta demais para eu sair dali com tranquilidade.

Como se lessem minha mente, um dos homens veio na minha direção e me ajudou a descer. Fiquei confuso. Eu sou um alien da realeza e os Homens de Preto vieram me buscar?

— O chefe gostaria de te ver hoje à noite.

Pisquei mais vezes do que o necessário.

— Quem?

O dono do bar? Ou o chefe deles?

O mesmo homem que me ajudou a descer estendeu o braço, apontando uma direção para onde eu deveria ir.

Pensei em sair correndo, mas já tinha alguém na porta também.

Sempre soube que, em algum momento, um cara poderoso ia perceber minha beleza.

Já ouviu falar que, se Afrodite fosse um homem, ela seria como eu?

Segui receoso pelos corredores infinitos daquele lugar. Não sabia que o local era tão grande ao fundo.

Eles abriram uma porta para mim, e eu entrei pressionado.

Não deveria estar surpreso. Mas era de novo aquele homem.

Dessa vez, ele estava diferente. Seu cabelo estava penteado para trás, e ele se vestia como um CEO.

— Salin-shi. — Ele sorriu, como tem feito habitualmente.

— Mas que c*ralhos. Você não vai fazer nada com o cara que tava comigo, né? Deixe-o em paz.

O sorriso dele sumiu. No lugar, ele arregalou os olhos e fez bico.

— Não beije mais ninguém.

— Eu... — Cada ação dele é difícil de processar. Ele se contrasta a todo momento. É um garoto muito único. — Eu faço o que eu quiser.

Ele suspirou, fez um gesto para que eu me sentasse. E assim fiz.

— Eu menti.

— Eu já desconfiava, mas seja mais específico.

— Eu menti quando disse para você que não sentia nada. Mas estou louco desde quando me beijou. Eu gostaria de experimentar de novo e ver aquilo.

Min Jun-Ho parecia um virgem tímido. Estranhamente, um virgem tímido. Se ele continuasse com essa insistência, eu poderia ficar cego de tanto revirar os olhos.

— "Aquilo"? O que seria "aquilo"?

Reparando agora, ele não parece ter noção mesmo. Ele diz não sentir nada, mas que, comigo, ele se vê diferente. Papo muito torto. Apesar de que fui eu quem o provocou naquela noite.

Ele ponderou.

— Aquilo que você estava fazendo quando cheguei na sua casa. Foi muito estranho. Foi diferente. Gostaria de ver de novo.

Ele é maluco.

— Mó papo de maníaco! Não, jamais, nunca! Você invadiu minha privacidade.

— Faça isso e sua dívida será perdoada.

— E quem você é para dizer isso? O fundador da Goden?

Ele mudou a expressão.

— Eu sou Min Jun-Ho, Park. Sou o segundo filho da família Min. Não sou zelador daqui, sou o dono.

Eu não me dou bem com cadeiras, sempre caio delas com facilidade. Se eu estivesse em uma agora, eu cairia.

— Nunca sai algo que faça sentido da sua boca...

— Estou dizendo a verdade.

Pta mrda! Eu, um mero devedor... Como se não bastasse achar ruim ter beijado um cobrador da Goden, beijei foi a p*rra do filho do líder da Goden! E pior, ele sabia de tudo?

— Você... desde o início...

— Não, foram apenas coincidências. Eu não vou fazer nada de ruim com você. Só me deixe, aos poucos, descobrir se posso amar alguém de verdade, de todas as maneiras que você quiser.

Ele continuou falando como se a informação anterior não fosse nada demais. Mas logo me recompus. Se, de fato, ele quisesse me fazer mal, já teria feito.

Me enchi de coragem. Precisava ser forte.

— Se situa, eu não amo você, e também não quero nada de você. E, já que você não pode me forçar a aceitar, me deixe em paz! — Completei.

— Arh. — Ele pareceu frustrado. Ele espremeu os olhos como se tomasse algo amargo. — Então não há um modo? — Ele perguntou, com seus olhos fixos em mim. — Me deixe ao menos saber mais sobre mim e por que me sinto diferente perto de você. Vamos a um encontro.

— De novo com essa história! Eu não quero!

É tentador ter toda a minha dívida paga, e estou impressionado por valer tanto. Mas eu nem sequer gosto dele. Se gostasse, eu faria de graça.

— Se mudar de ideia... — Ele disse, convencido, ao me estender um cartão com seu número.

— Eu não vou.