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Chapter 12 - O chefe encantado

[Horas antes.]

O diretor não media esforços para me pedir para fazer mais trabalho.

— Preciso que revise os lançamentos da semana passada até as 4! E faça um relatório para auditoria.

— Outra auditoria?

— Sim. — Meu chefe disse, levemente preocupado.

Se não me engano, a empresa está se preparando para ser vendida. Mas, contanto que eu recebesse meu salário, estava tudo bem.

Quando voltei ao meu lugar, Yoma ficou próximo de mim.

— Que saco, vamos ser demitidos. — Suspirou. — Apareceram uns caras diferentes ontem, você não viu? Devia ter visto, todos bem vestidos. Tô achando que a empresa vai ser vendida e vão nos demitir.

— Vira essa boca para lá, hyung.

— É só o que tá parecendo. — Ele disse e, em seguida, tomou minhas mãos. — Cara, suas mãos são fofas.

— São mãos de fada.

— Achei que fosse um anjo.

— Sou uma fada.

— Aquele cara não vai aparecer essa semana, não?

— Não. Ele está esperando eu mandar mensagem para ele.

— Porque não manda?

— Não é uma mensagem qualquer.

— Estou levemente curioso… Hoba! — Yoma mudou até o tom de voz. Ele foi surpreendido por um abraço de Taeho. Eu vi ele se aproximar e agi de acordo para que Yoma não notasse.

Ele virou de frente para Taeho. E eu passei a não existir, Yoma disparou a falar, de forma calma, porém era impossível não notar sua empolgação. Os braços de Taeho rodeavam a cintura de Yoma. E ambos se olharam com um sorriso.

— Não fiquem namorando no trabalho e perto de mim. — Disse, mas não me escutaram. — Ei!

Detesto ser ignorado e insisto até ser notado.

Meus pais diziam que se eu quisesse mais atenção deveria tentar a carreira de idol. Achei uma baboseira na época. Porém, hoje eu reconheço que sou assim e que isso tende a ser um defeito.

— Estou falando com vocês… Ei… Eu estou aqui…

Os olhos de Taeho vieram a mim.

— Você é tão fofo. Vou levar esse chato para longe de você.

Minha maior desilusão é não ser o centro da atenção de Yoma.

E a cada dia que passa, eu vou odiando mais isso.

Olho para minha mesa e lá estava o cartão com o número daquele agiota filho da mãe.

Min Jun-Ho.

— Mãe, ele é louco. — Disse, estando ao lado do leito dela. — Mas ele está disposto a perdoar a dívida. Eu não tenho mais nada, mas assim eu não vou precisar dar 10 mil para eles todo mês e vou poder pagar pela sua cirurgia… — Estava escondendo alguns detalhes, mas sempre contava tudo a ela. — As coisas podem melhorar para a gente. E quando você acordar, tudo vai estar em ordem! Seu filho é o melhor, mãe. Vou ajudar o pai também, então não se preocupe, eu vou resolver tudo!

— Para de se gabar para sua mãe. — Disse meu pai.

— Ela vivia se gabando também. Só estou retribuindo.

— Vá, vá. Depois que resolver, procure pelo Sora. Ele não pode ficar sumindo assim.

— Mas eu não vou me preocupar com ele. Ele não é criança mais. — Disse de volta. — E é melhor que ele se esconda muito bem.

Eu agora, devo ir até Min Jun-Ho.

(...)

Fui até em casa e me arrumei. Parei na sala, ainda pensativo, tomei duas latas de bebida e, com o celular em mãos, mandei uma mensagem.

E ele rapidamente veio.

Min Jun-Ho chegou de moto, ele saiu e veio na minha direção. Ele sabia ser atraente, sustentando o olhar em mim, me sentia como um cara de programa. O garoto tinha um olhar doce, eu não poderia confiar nele, embora nesse momento eu estivesse.

Seus olhos foram em direção à minha cintura à mostra. Eu havia colocado um cropped roxo com alguns rasgados, assim como a calça cinza. Foi de propósito que coloquei essa roupa. Sabia que seu olhar giraria em meu entorno. Eu precisava disso.

Ele dizia que não sentia nada além. Mas quando seus olhos se encontram com os meus, eles queimam. Eu despertei curiosidade nele e me sentir desejado dessa forma, devo admitir, era uma sensação boa.

— Você…

A sua voz me arrepiou.

— Eu não quero falar sobre isso. — Estava nervoso. Sabia que na presença desse homem eu conseguiria, sem nenhuma dificuldade. Mas isso era errado de tantas formas… Era melhor que não pensasse muito. Olhei para seu rosto e ele parecia tão nervoso quanto eu, seu olhar estava assustadoramente fixo para minha mão. — O que há? — Perguntei.

— Eu tenho dificuldades de tomar iniciativas, mas é estranho eu querer segurar suas mãos?

— Sim, é muito estranho, não tente nada, só... vamos logo.

Ele me deu um capacete e disse que me levaria a um lugar tranquilo.

(...)

Confesso que durante o caminho, me arrependi diversas vezes. Me perguntava se eu me machucaria muito se apenas saltasse dali.

— É aqui. Achei que fosse mais seguro te trazer para um lugar mais... reservado. — Disse Min Jun-Ho assim que entramos no quarto.

Observei cada canto do ambiente com desconfiança. Já tinha estado aqui antes, mas agora o clima parecia diferente. Tudo parecia mais intenso.

— Por favor, não se arrependa. — Ele falou com um olhar sério. — Sei que não está aqui por mim, e sim pela dívida, mas eu ainda quero que isso aconteça.

A maneira como ele disse aquilo era tão sincera, tão direta, que quase me fez esquecer o motivo pelo qual estava ali. Ele não parecia mentir, e se estava fazendo algo errado, não sabia disfarçar.

Coloquei minha bolsa na cômoda. Antes de decidir isso, fiquei horas pensando em como faria, pensando em como lidaria com as consequências caso ele filmasse e publicasse ou me chatageasse. Tudo dentro de mim estava em conflito. Estava arriscando minha vida aqui.

— Você quer algo? — Ele perguntou, pressionando os lábios um contra o outro, como se estivesse prestes a dizer algo há mais. Mas respirei fundo e não respondi.

Eu precisava me preparar, adotar uma nova persona, criar uma fachada para enfrentar aquilo.

Me aproximei de Jun-ho e pude ver claramente a agitação em seus olhos. Ele estava nervoso, mas tentava esconder num esforço astronômico, ele se endureceu como titânio quando coloquei minhas mãos em seus ombros, seu rosto estava vermelho, possivelmente ele estava mais nervoso que eu.