Chereads / A Saga de Lunizs - Livro 1: O Alvorecer / Chapter 19 - Capítulo 18 - A Proposta

Chapter 19 - Capítulo 18 - A Proposta

No dia seguinte à reunião entre as famílias reais sobre a busca dos três jovens, Hélia não aguentava mais tanta aflição por estar longe de Don, e seus pensamentos não saíam dele. Ela também gostava muito dele e queria estar ao seu lado naquele instante; gostava de como ele a observava, quando tocava em seus cabelos e lhe fazia carinho no rosto.

Os que estavam felizes, mesmo apesar da situação complicada, eram Unises e Jadita. Os dois estavam tendo uma relação muito íntima desde que se conheceram, e agora que os problemas tinham aumentado, o que eles sentiam um pelo outro aumentou ainda mais.

Nino apenas ficava olhando os carinhos que os dois trocavam, e apesar de estar feliz pelo seu irmão, achava a situação bastante constrangedora. Foi ele quem atiçou Unises para se aproximar de Jadita.

— Rei Eldarion, rainha Elara. Venho pedir um favor aos senhores; é algo que peço de todo coração: que enviem uma carta ao Rei Don informando que estou bem e aqui, e peçam para que ele venha me ver — Hélia fala com um olhar triste.

— Você sabe muito bem que não podemos fazer isso, jovem Hélia. Trazer um rei aqui em nossos domínios? Nosso povo não entra em contato com a realeza há muitos anos, e não iremos ceder agora apenas porque você sente saudades dele — diz o rei com seriedade.

— Mas entenda o que quero dizer: a realeza provavelmente já deve ter iniciado buscas por minha causa, e por causa da minha irmã e de Unises. Nossos sumiços provavelmente deixarão a realeza questionando se um de nós três é o guardião. Se o senhor deixar Don vir aqui, pode fazer o teste novamente na frente dele para provar que nenhum de nós três é o dominador. Assim, ele terá a confirmação de que nenhum de nós é o guardião e poderá informar as outras realeza que a busca pelo dominador continua. Dessa forma, Nino estará seguro aqui com vocês até o dia em que completar dezesseis anos — Hélia conta, um pouco aflita.

— Meu amor, ela está certa. Essa ideia realmente pode funcionar; assim, nosso povo estará seguro e o guardião também — fala a rainha Elara com mansidão.

— Hum... entendo. Vou permitir que isso aconteça, mas eu mesmo irei fazer o encontro e enviar a carta.

— Obrigada! — Hélia diz, sorrindo.

Enquanto Hélia conseguia seu encontro com Don, ele estava de saída em seu cavalo ao lado de seu irmão Fall. Os dois estavam levando um esquadrão dos melhores guerreiros de suas nações, em torno de cinquenta homens cada um. Fall não queria levar ninguém com ele; queria que fosse apenas seu irmão ao seu lado, mas seu pai e Don disseram que precisavam de segurança, ainda mais Don, que era um novo rei.

Kira e Erita foram as primeiras a deixar o reino, saíram de madrugada antes que o sol nascesse, pois, como iam para o lugar mais distante, tinham que se adiantar para chegar no mesmo tempo que os outros e depois poder retornar juntas.

Elas duas já tinham caminhado bastante e passado por várias cidades e vilarejos. Durante suas caminhadas, as pessoas que as avistaram ficaram apenas olhando, surpresas por verem duas mulheres lindas usando armaduras e por estarem andando sozinhas por aquelas terras; não era algo normal.

Kira havia dispensado sua guarda pessoal, dizendo que essa missão não necessitava colocar em risco os seus melhores guerreiros, mesmo tendo ido para as piores terras que existiam no mundo inteiro. Talvez fosse por causa disso que tomou essa decisão tão inesperada. Erita ficou surpresa com sua atitude; não esperava isso dela, mesmo sabendo que Kira não era uma pessoa má, apenas às vezes meio amedrontadora, mas esse estado emocional não durava muito tempo.

— Nossa, será que podíamos parar um pouco para descansar? Os cavalos também precisam beber um pouco de água — Kira pergunta, bastante suada e sem fôlego.

— Claro, mas temos que fazer poucas paradas. Precisamos visitar o máximo de cidades possíveis para nos informar — Erita diz, com o ânimo lá em cima.

— Não sei como consegue ficar feliz em uma situação como essa; o risco de sermos atacadas é muito grande — Kira fala, tomando o último gole do seu cantil. — Olha, ali tem um poço com água. Vamos encher nossos cantis e continuar andando.

— Bom dia, moças. Para onde estão indo? — pergunta um velho senhor.

— Estamos em busca de três jovens que sumiram: duas moças e um rapaz, cada um deles tem vinte anos. Sabe de alguma coisa? — pergunta Kira, um pouco esperançosa.

— Bem, não sei nada sobre três jovens desaparecidos. Mas fiquei sabendo que três jovens estão andando ao lado de um homem velho que está amedrontando todas as pessoas em cada cidade que visitam. Foi o que fiquei sabendo. E mais: dizem que eles fazem coisas inimagináveis aos olhos humanos, coisas impossíveis!

— Como assim, coisas impossíveis? — Erita pergunta, curiosa.

— Então, pelo que me disseram, um deles levantou uma pessoa sem ao menos tocá-la e a arremessou longe. Entre outras coisas que ninguém soube explicar direito, como pessoas apenas caindo no chão mortas, apenas por terem passado ao lado delas.

— O que acha, Kira? São eles? Será que algum deles é o dominador e está sendo obrigado a matar pessoas por alguma razão? — Erita questiona, assustada.

— Talvez sejam eles; não teria outra explicação para coisas impossíveis estarem acontecendo por essas terras. Vamos fazer o seguinte: daqui dá para você retornar sozinha e avisar aos outros, enquanto eu vou continuar até encontrá-los. Mas não se preocupe, não vou aparecer na frente deles; apenas irei confirmar se realmente são eles. Entendeu? — Kira pergunta, apreensiva.

— Sim, mas tome cuidado; não sabemos o que realmente aconteceu com eles — Erita fala, aflita.

— Pode deixar, vou tomar cuidado. Agora vamos.

Era esperado que Kira e Erita acabassem confundindo os três jovens desaparecidos com os jovens que o príncipe estava recrutando para a sua sociedade.

Mas quem seria ele? Como se chamava e quais eram os objetivos do espírito das trevas em criar uma sociedade? Isso tudo ainda estava como mistério, e em breve seria revelado o que tudo isso causaria no destino do mundo inteiro. O que estava claro era que as pessoas estavam começando a conhecer um pouco e ter noção do quanto era poderoso o poder das trevas.

Não faziam ideia do quanto eram grandes os planos que o espírito das trevas tinha em mente e que isso era apenas o começo de suas ambições em relação ao universo.

— Rei Twoguns? Temos um visitante inesperado chamado mestre das trevas, um rei vindo das terras sombrias ao leste daqui. Posso permiti-lo entrar em sua presença? Ele disse que deseja uma audiência com o senhor e sua irmã.

— Estranho, nunca ouvi falar da existência de um rei vindo das terras sombrias. Deixe-o entrar; quero descobrir o que ele deseja comigo.

— Com licença, meu rei; vou chamá-lo.

O mestre das trevas estava ansioso para conversar com o Rei Twoguns e sua irmã. Ele tinha planos naquele lugar e estava começando a colocá-los em ação. Não demoraria para que ele chegasse ao ápice de sua ascensão, na verdade, a ascensão do espírito das trevas.

— Estamos mais perto do que nunca de alcançar os nossos objetivos principais, mas ainda falta muito para chegarmos ao final da concretização dos meus planos. Seja eficiente, mestre das trevas, e será muito bem recompensado! — disse o espírito das trevas para o príncipe.

— Não se preocupe; consigo entender os seus motivos para fazer tudo isso. É algo necessário para que coisas maiores venham a acontecer.

— Senhor? O rei permitiu a sua entrada; por favor, me acompanhe. Por aqui, por gentileza — diz o servo, apontando com a mão na direção do trono.

Assim que o mestre das trevas chegou à presença do Rei Twoguns, ele sorriu levemente ao ver e apreciar a beleza da irmã dele, extremamente linda e de uma presença fascinante. Claramente, não iria desperdiçar a oportunidade de poder cortejá-la.

— Obrigado por me receber, Rei Twoguns. Quero dizer que a sua irmã é de uma beleza inimaginável e tem uma aparência muito chocante; me deixou extremamente surpreendido. Creio que tenha muita sorte de tê-la ao seu lado, estou errado?

Dando gargalhadas, o rei fala:

— Não, não está. Obrigado pelos seus elogios; acredito que ela tenha admirado a sua elegância com as palavras. Mas me diga, o que deseja conosco? — pergunta o rei, alegre.

— Antes que ele responda, meu querido irmão, me diga, moço gentil, quantos anos tem? — pergunta a irmã do rei.

— Tenho trinta anos, senhorita. Mas para você, vinte e cinco! — diz o mestre das trevas, com um largo sorriso no rosto. — Quero tratar de um assunto muito importante com vocês dois. Assim que cheguei neste continente, me informei a respeito do império mais poderoso dessas terras, e me disseram que eram o de vocês. A forma como conseguiram destruir outras nações e conquistar riquezas me deixou fascinado com tamanha inteligência e habilidades cruciais para domínio e poder.

— Obrigado pelo reconhecimento; são poucos que conseguem apreciar realmente o nosso reinado próspero e abençoado, não é mesmo, Harley? — pergunta Twoguns à sua irmã.

— Sim! Somos o império mais poderoso por termos estratégias que nenhuma outra nação jamais conseguiu reunir em séculos de reinados. Realmente somos um império único e grandioso, com uma futura dinastia rica e sábia — Harley conta, com prazer em suas palavras.

— E é por isso que vocês dois vão me ajudar com os meus planos ambiciosos. Juntos, poderemos alcançar altos voos que ninguém jamais conseguiu almejar. Querem ouvir a minha proposta?

— Sim! — respondem os dois, animados.