Chereads / A Saga de Lunizs - Livro 1: O Alvorecer / Chapter 18 - Capítulo 17 - A Busca

Chapter 18 - Capítulo 17 - A Busca

Todos os reis e rainhas estavam reunidos novamente pela segunda vez para tratar a respeito das buscas de Hélia, Jadita e Unises.

A maioria se perguntava por qual motivo haveriam sido sequestrados e, caso não fossem, por qual motivo fugiram e estão escondidos. Se algum dos três era o dominador, por que não apareceram ainda para despertar o espírito da planta? Esses e outros pensamentos passavam por suas mentes conturbadas.

Don estava sofrendo muito pela falta de Hélia. Ele já tinha certeza sobre os seus sentimentos por ela e estava disposto a fazer qualquer coisa para tê-la em seus braços novamente. Poder sentir o seu cheiro, tocar em sua pele macia e sentir o seu corpo em seus braços, apertando-a bem forte; ela fazia parte dele como uma parte de sua alma.

Erita pensava em todas as possibilidades para começar a procurar. Se alguém os tivesse sequestrado, só teriam um lugar para fugir: pelo lado nordeste, onde ficavam os maiores impérios do mundo inteiro. Lá, o comércio era a maior produtividade da economia dos impérios e reinos.

Funcionavam vinte e quatro horas por dia e não fechavam nunca, sempre ficavam abertos para compra e venda de produtos. Já no lado sudeste, moravam os piratas que navegavam por todos os mares em busca de tesouros perdidos e para saquear navios que viajavam a negócios.

No lado sudoeste, ficavam as terras dos vikings e todos que viviam como eles, em vários vilarejos grandes e pequenos. Nessas terras, não havia impérios nem reinos instaurados, pois os vikings não permitiam. Muitos tentavam construir nações, mas eram sempre impedidos e mortos. Mesmo sabendo disso, muitos tentavam, pois aquelas terras eram abençoadas (como os vikings chamavam), por sempre produzirem em abundância os recursos plantados.

E no lado noroeste eram terras inexploradas. O motivo era que as águas que levavam em direção a esse lado sempre impediam os navios de continuarem navegando para chegar em terra firme. Havia rumores ditos pelas pessoas de que nessas terras haveriam riquezas inimagináveis e que quem conseguisse chegar lá poderia construir o império mais rico do mundo inteiro.

Mas as enormes ondas e redemoinhos que existiam naquelas águas sempre impediam esse sonho de se realizar. Talvez agora fosse possível conhecê-las graças ao dirigível bélico que o Imperador Durmog construiu, e esse foi um dos motivos que o levou a fazer um projeto desse porte e capacidade.

— Eu vou atrás deles, quem vem comigo? — pergunta Don para todos que estão sentados à mesa.

— Eu vou! Deixarei meu conselheiro Billy no comando da nação da planta enquanto retorno, sem problemas — Redbad diz firme e bastante sério.

— Eu vou também! — Raina diz, olhando para Redbad.

— Eu, Durmog e Persephone também vamos — Kolizeu fala com autoridade.

— Eu vou? — pergunta Durmog, estranhando a ordem vinda de Kolizeu.

— Mas é óbvio que você vem, preciso da sua experiência em campo — ela diz, brava.

— Eu vou, deixarei a minha mãe e os conselheiros cuidando do Reino do Trovão — Tok conta, animado.

— Kira, você vem com a gente? — Erita pergunta, séria.

— Vou, mas se vamos fazer isso, vamos fazer direito. Devemos nos dividir em grupos para aumentar a busca. Só assim vamos conseguir cobrir o máximo de área possível.

— Eu vou com a Kira. Don, você poderia ir com o Fall, se ele for também, Fall? — Erita pergunta, olhando fixamente para ele.

— Se o Don se importa mesmo com essa tal de Hélia, eu vou. Mas não me peçam para fazer nada, estou indo apenas para apoiar o meu irmão — Fall diz, seriamente e chateado.

— Se é assim, então a Raina irá ao lado do Redbad, assim os dois se conhecem melhor, não é mesmo? — Cristelme fala, rindo e olhando para Raina.

— Mãe?! — grita Raina, com desespero em seu olhar.

— Será um prazer tê-la ao meu lado — Redbad diz, sorrindo levemente.

— Bem, eu acho que irei sozinho então — Tok diz, desanimado.

— Nada disso, você pode ir com a Persephone, ela é uma ótima companheira de viagem, minha melhor amiga, na verdade — Kolizeu conta, sorrindo.

— Não acredito que isso está acontecendo... — Durmog fala em pensamentos.

— Bom, então temos cinco grupos. Para onde vamos cada um? — pergunta Kolizeu.

— Bem, eu pensei em todas as possibilidades. Eles três podem ter sido levados em algum navio em direção aos grandes impérios no nordeste. Então Redbad e Raina poderiam dar uma olhada por lá. Já outro lugar seria nas terras dos piratas; creio que você, Kolizeu, com o Durmog, vão conseguir se entender melhor com esse povo. E os outros dois lugares seriam nas terras vikings e nas terras sombrias. Teria o grande deserto, mas acho muito difícil estarem por lá. Então eu vou com a Kira para as terras sombrias, e Don com Fall podem ir para as terras vikings. Já Tok e Persephone podem procurar pelas nações daqui por perto mesmo. Tudo certo? — pergunta Erita, alegre.

— Sim! — todos concordam e aceitam a missão.

Seria uma jornada muito difícil, mas não impossível, infelizmente. O rei e a rainha élfica estavam totalmente dispostos a manter Hélia, Jadita e Unises no castelo, sem poderem sair para nenhum lugar. E tinha mais um, que era o Nino.

— Me coloquem no chão, seus orelhudos de cara de legumes! Vocês não sabem com quem estão se metendo, isso não ficará barato, entenderam? Meu irmão vai acabar com todos vocês! — Nino diz, sendo segurado nos braços por um dos guardas elfos.

— Nino? — dando gargalhadas — você tinha que ver a sua cara de assustado pensando que ia morrer — Unises fala, morrendo de rir.

— Tadinho dele, Unises, não vê que estava com medo? Vem cá, Nino — Jadita conta, abraçando-o forte.

— Agora que todos estão reunidos, podemos ficar mais tranquilos quanto ao destino do mundo. Vamos comer um pouco para aliviar a mente — dá a ordem o rei élfico.

Parecia que tudo estava saindo como planejado, mas a realeza mal fazia ideia do que estava acontecendo nas terras sombrias. Kira e Erita irão ter uma surpresa inesperada e ficarão chocadas com tudo que vão acabar descobrindo.

Mas o que eles não estavam esperando mesmo era a grande vingança dos vikings e dos piratas. Durmog e Kolizeu irão ser surpreendidos quando baterem de frente com eles. Os piratas não deixariam barato o que Raina e suas arqueiras fizeram com eles, muito menos Hannibal e seus líderes do exército.

Násvita estava com ódio por terem traído o seu grande líder e ainda mais por terem entregue as riquezas para outros. Vataipa, por outro lado, já esperava isso vindo das terras dos seis reinos. Não fazia sentido algum uma união entre eles, muito menos acordos com altas exigências.

Estava claro para Vataipa que era uma cilada, mas ninguém deu ouvidos às suas palavras quando teve a reunião entre os líderes. Apenas a mãe Mentilí ficou do seu lado e o apoiou. Quem dera se todos eles o tivessem escutado.

Já Hácan e Kanchom, que eram os dois mais chegados a Hannibal, ficaram desolados com a notícia da traição. Eles realmente não acreditaram quando ouviram as palavras de seu grande líder. Realmente ficaram chocados com a situação.

Dolaco e Veltis nem ligaram muito para as riquezas, apenas ficaram tristes pelas perdas de seus companheiros de batalha. Teve muitas baixas no exército viking, perdas consideráveis para o seu grande povo. Houve até uma cerimônia por todas as mortes causadas na guerra, e muitos dos corpos foram trazidos do campo onde houve o conflito, mas muitos ficaram para trás. Infelizmente, não dava para retornar e pegar o restante, pois poderia haver mais mortes para o lado dos vikings.

Cada um teve uma perda diferente na dominação da nação da planta. Ginifu, por exemplo, perdeu muitas de suas companheiras; algumas delas tinham até crescido ao seu lado desde pequenas. Realmente houve muitas perdas para ambos os lados. Muitas das famílias do povo da planta tinham perdido seus filhos, e mulheres, seus maridos amados.

Por isso, o mal era a raiz de toda destruição que existia no mundo. Se não fosse a corrupção do espírito das trevas, nada disso teria acontecido, tudo por causa de ganância e poder, além das riquezas que atraíam os olhos da maioria, pois eram o que mais tinham em mente.

Muitos desejavam, mas nunca conseguiam, e os que conseguiam não sabiam aproveitar. Pois o desejo lhes cegava os olhos e os impedia de enxergar a verdade por trás das riquezas, que não eram elas que traziam a verdadeira felicidade, muito menos a paz de espírito para a alma.

Poucos no mundo sabiam valorizar o que realmente importava na vida: saúde, comida, trabalho e caráter de atitudes. Tudo isso fazia parte daqueles que tinham em mente uma noção do que era importante na vida e que ter todas essas coisas trazia o verdadeiro significado de viver.

Infelizmente, a maioria pensava ao contrário. Aproveitar os prazeres mundanos fazia desejar mais e mais, possuir mais e mais e desperdiçar a vida de maneiras egoístas e nojentas. Muitos desprezavam o respeito. Apenas os povos que tinham uma monarquia praticavam boas maneiras; até os vikings, que eram um povo bruto, sabiam respeitar seus companheiros de guerra.

Mas muitas nações eram rebeldes e sujas, viviam de acordo com suas convicções e pensamentos injustos em relação à sociedade que existia no mundo inteiro. Talvez estivesse na hora de realmente tudo mudar no mundo, mesmo que fosse um reino governado por novos ideais através do poder.