Eu nunca fui realmente "nascido". Fui apenas arrancado do útero como um erro anatômico, uma falha sem forma. Minha mãe nunca olhou para mim com afeto, nunca me tocou com carinho. O olhar que ela lançou sobre mim, na verdade, foi o de quem observava algo que não entendia, algo que não se encaixava. Meu pai, com suas mãos grosseiras e olhos vazios, apenas me ignorava, como se eu fosse um pedaço de carne inútil que ele não sabia o que fazer. Não houve gritos, não houve celebração, apenas o silêncio – um silêncio que seria minha única companhia por toda a vida.
A primeira coisa que me ensinaram foi que eu não deveria sentir. Meu pai dizia que a dor não era para ser sentida, que ela era uma fraqueza, algo para os fracos. A dor era uma ilusão que ele tentava ensinar a ignorar. E, na verdade, eu nunca senti nada, nem mesmo no momento de meu nascimento. Não havia uma sensação de desconforto, nem uma agonia da chegada ao mundo. Eu estava vazio, sem a capacidade de sequer compreender o que significava estar vivo. E minha mãe, sua expressão exaurida, nunca tentou me tocar, nunca me abraçou. Ela estava ali apenas para cumprir sua função, mais um fantasma do que uma mulher. Ela nunca me deu um nome, porque sabia que qualquer nome implicaria um destino. E o vazio não tem destino. O vazio não é nada.
Eu não sabia o que era dor até que meu pai tentou forçá-la sobre mim. Ele, como um homem que precisa de alguma reação, algo que provasse que eu ainda era humano, decidiu testar meus limites. Um dia, enquanto eu estava sentado, sem emoção, observando sua feição de raiva, ele cortou um dos meus dedos com uma faca. A lâmina rasgou minha pele e o sangue jorrou, mas eu não reagi. Não houve um grito, não houve uma careta. Apenas um movimento lento do braço e um olhar vazio de quem não reconhecia a dor. Eu olhei para ele com uma expressão monótona, esperando, sem dizer uma palavra. Ele me observava, frustrado, tentando extrair algo de mim. Talvez uma emoção, talvez um pedaço de humanidade que ele queria arrancar de mim. Mas eu não era humano. Não mais. Ele cortou o outro dedo, mais fundo, mais rápido, esperando um grito, uma tremulação, um sinal de que a carne estava viva, de que eu ainda tinha algo dentro de mim. Ele estava errado.
Eu não gritei. Eu não senti. Só observei, como se ele fosse um animal, tentando caçar algo que não existia.
Ele ficou furioso, vendo que não conseguia nada. Então, decidiu fazer algo mais grotesco. Ele pegou o facão, mais pesado e sujo, e fez um movimento como se fosse cortar meu braço, mas de propósito, ele apenas fingia. O som do aço cortando o ar e a proximidade da lâmina me fizeram observar sua reação. Ele queria ver se eu sentiria, se reagiria ao perigo, se o simples movimento de ameaça provocaria algo em mim. Ele cortou o ar ao meu lado, sua lâmina passando rente à minha pele, e ele esperava – desejava – que eu me afastasse, que eu me contorcesse. Mas, novamente, eu apenas o encarei. Não houve terror. Não houve desespero. Não havia nada.
Eu fingia, apenas para ele acreditar que ainda havia algo em mim. A raiva nos olhos dele era a única coisa que eu sentia – uma raiva insustentável de não conseguir quebrar o que ele achava que era uma "humanidade" que eu não possuía. Cada movimento meu era um ato calculado para fazê-lo acreditar que eu ainda era um ser que podia ser manipulado. Eu não tinha medo. Eu não tinha dor. Mas eu sabia que ele precisava de uma reação. Então, eu fingia o suficiente para que ele me deixasse em paz, apenas para voltar à sua cerveja, ao seu próprio vazio.
Minha mãe, como uma sombra, nunca esteve presente. Não havia laços, não havia afeto. Ela não me tocava, não me acalentava. Ela olhava para mim com a mesma indiferença de quem olha para um objeto que não serve mais. Ela se afundava em uma apatia que me fazia parecer humano comparado à sua frieza. Eu não sentia falta dela. Ela estava ali, apenas como parte do cenário, uma figura mutante que passava os dias vagando pela casa sem direção. Ela morreu sem que eu percebesse. No dia em que ela não levantou da cama, eu apenas continuei a olhar para ela, esperando que o momento fosse concluído. Quando ela finalmente se tornou rígida e fria, não houve um suspiro, não houve um movimento. Apenas a quietude. Uma quietude que eu já conhecia. Ela foi enterrada por meu pai, mas o ato não foi de luto. Foi apenas mais uma tarefa a ser feita, mais um peso a ser enterrado no quintal, como se fosse uma simples pedra.
E eu não fui ao enterro. Não precisei.
O que restava de minha existência foi marcada pela destruição do que restava dele. Meu pai, desesperado por qualquer sinal de vida em mim, afundou-se ainda mais em sua bebida, em seu vazio. Ele se tornava mais insuportável com o passar dos dias, mas eu nunca reagi. Ele tentava me provocar, me ameaçar, querendo arrancar alguma coisa que eu sabia que não estava ali. Ele foi morrendo aos poucos, afogado em seu próprio alcoolismo, até que, numa noite, ele simplesmente desapareceu.
Ele não voltou para casa. E quando o sol se ergueu, eu fui até o rio, sem pressa, sem emoção, e o encontrei. Seu corpo estava preso entre galhos e pedras, como um animal morto, seu rosto distorcido pela água. Não havia urgência em mim. Não havia desespero. Apenas a constatação de que ele estava ali, e isso era tudo. Sem pressa, puxei seu corpo do rio, arrastei-o até a margem. Não me importei com a podridão que emana da carne que já não pertence ao mundo dos vivos. Enterrei-o ao lado de minha mãe, sem uma palavra. A terra foi empurrada sobre ele, como um peso qualquer. E foi assim que minha família morreu. Não com dor, não com sofrimento, mas com um vazio absoluto que me acompanharia para sempre.
E eu? Eu não senti nada. Apenas o silêncio. E, no final, o que mais poderia restar a alguém como eu?
As ruas eram um cemitério disfarçado, uma viela escura onde as almas se perdiam, incapazes de se dar conta de que já estavam mortas. O asfalto, sujo e deformado, parecia pulsar com o eco de vidas quebradas, de sonhos desfeitos. A cada passo que eu dava, o chão parecia se abrir, oferecendo um abismo onde nem a dor, nem a raiva, nem qualquer outro sentimento, sequer o vazio, seriam capazes de me consumir. Eu não sentia fome, nem sede, nem frio. Eu era uma casca vazia, uma representação grotesca de um corpo que já tinha se desfeito em pó antes mesmo de nascer.
A primeira noite nas ruas foi uma experiência de absoluta desapropriação da humanidade. Eu não sabia o que era ser "homem", "animal", ou "ser vivo". Eu apenas estava. O cheiro de decomposição no ar, a podridão que se enfiava nas narinas, me parecia uma parte de mim, como se o próprio ar fosse feito de carne apodrecida e excrementos humanos. As sombras das figas distorcidas nas fachadas das casas, as marcas de urina nas calçadas – tudo aquilo parecia me engolir aos poucos, mas eu não via nem um pingo de horror. Eu olhava, e nada me tocava.
Vi as pessoas pelas ruas, seus rostos esqueléticos e seus olhos cansados de olhar para o nada, como se buscassem algo que não poderia ser encontrado. As mãos delas se estendiam, pedindo, mendigando. Elas queriam alguma coisa: comida, atenção, uma palavra de consolo. Eu estava além de qualquer pedido, além de qualquer suplica. Elas me olhavam e viram o que temiam, uma presença sem forma, sem história, sem alma. E, por isso, me temiam. Porque elas sabiam que o que viam não tinha vida, não tinha valor. Apenas existia.
Foi um homem sujo, com os dentes podres e o hálito fétido de cachaça, que me viu e decidiu que eu seria seu objeto de terror. Ele me parou no beco, os olhos cegos de raiva e desejo. Ele não me perguntou nada. Seu corpo, esquelético e grotesco, foi se aproximando de mim como uma sombra disforme, tentando me tocar, me molestar. Suas mãos quentes e suadas se arrastaram por meu rosto, suas unhas curtas e sujas arranhando minha pele. A cada movimento, o ar se tornava mais espesso, mais denso, e eu sentia o cheiro do medo dele, mas não o meu.
Ele queria uma reação. Queria ver uma expressão de dor, de angústia, mas ele não sabia que eu já estava morto. O que ele tocava era uma carcaça. Ele me empurrou contra a parede com força, seus dentes rangendo de excitação. O primeiro golpe, forte, me fez sentir um gosto metálico na boca. O sangue não me dizia nada. Nem dor. Nem raiva. Ele queria gritar, me fazer gritar, queria me fazer sentir alguma coisa, qualquer coisa. Mas eu estava além disso. O sangue que escorria não era meu. Era apenas o fluido espesso que ele tentou arrancar de mim, um fluido que ele nunca poderia consumir. Ele não sabia, mas estava tentando violar algo que já estava destroçado por dentro.
"Você não é humano", ele sussurrou, com medo nos olhos. E, nesse momento, ele acertou o estopim. Ele viu. Ele entendeu. Eu não tinha nada dentro de mim que ele pudesse tocar, manipular ou quebrar. Ele estava tentando se alimentar do vazio, mas o vazio não se alimenta. O vazio não sente.
Quando ele parou, sua respiração estava pesada, e ele me observou, desiludido. Suas mãos estavam sujas de sangue, mas o sangue não era meu. Eu o olhei nos olhos, vazios e sem vida, como se eu fosse o reflexo daquilo que ele temia em sua própria alma. Ele sentiu que não podia me dominar. Ele sentiu a podridão da sua própria impotência. Ele fugiu, mas não antes de perceber que ele, mais do que eu, já estava morto. Ele apenas não sabia. Se ele soubesse, talvez tivesse se matado naquela hora, mas os mortos nunca sabem que são mortos. Eles apenas continuam a caminhar, cegos, tentando se agarrar àquilo que já não existe.
O céu parecia entender a nossa miséria. A chuva fina caía sobre nós, como um véu de desespero. Mas eu não sentia. A água não tocava mais minha pele. Ela era só mais uma substância que caía da noite, suja e sem propósito. Eu vi as pessoas correrem para se abrigar, suas roupas coladas ao corpo, a expressão de pânico estampada em seus rostos. Elas buscavam abrigo, mas não sabiam que não havia lugar para se esconder. Não da chuva. Não da vida. Não de si mesmas. Eu não buscava abrigo. Não havia mais sentido em me proteger do que já estava podre.
Na calçada, uma mulher estava caída, sua boca aberta como se implorasse por algo que já não poderia mais ser dado. Ela não era mais uma pessoa. Ela era um pedaço da rua, uma marca da desolação que tomava conta do lugar. Ela olhou para mim, seu olhar vazio buscando algum tipo de contato, mas logo se entregou ao abismo do sono, um sono sem sonhos, sem vida. O que ela procurava em mim? Algo que eu não poderia dar. Algo que ela não poderia mais encontrar. Eu olhei para ela e senti a repulsa de sua existência, mas não a compaixão. Eu não tinha compaixão para dar. Eu não tinha mais nada.
A chuva continuava a cair, mas nada importava. Eu andava entre os mortos, sem ser um deles, sem ser parte de nada. Eu era o reflexo da própria destruição, e os outros, com seus rostos cobertos de sujeira e dor, não passavam de espelhos quebrados, tentando encontrar uma forma de se salvar. Mas nenhum espelho pode refletir o vazio. Eles não entendiam. Eu os vi, mas não os via. Eu não precisava ver. Eu já sabia o que acontecia quando você deixava de ser humano. Você se tornava parte da rua. Parte da sujeira. Parte da podridão. E não havia mais retorno.
Cada pedaço de mim, cada respiração que eu dava, estava se dissolvendo na mesma merda que cobria as ruas. Eu não era melhor do que aquilo. Eu era o reflexo da sujeira que respirava. Eu era parte do que me consumia. E o mais grotesco? Eu sabia que aquilo era tudo. Que não haveria mais nada. E não importava.
O orfanato era um lugar sujo, como o mundo lá fora, mas com a aparência de ser um "refúgio". Aquelas paredes desgastadas, o cheiro de umidade misturado com o de corpos suados e comida mofada, não ofereciam conforto algum. As crianças ali eram tão abandonadas quanto eu, mas ao contrário de mim, ainda buscavam algo: afeto, atenção, algum tipo de proteção. Eu, no entanto, não queria nada. O vazio que eu carregava já era maior do que qualquer desejo.
As outras crianças notavam isso. Havia algo em mim que os desconcertava. Eu não chorava, não me importava com as brigas, com a comida, com as discussões. Quando a comida era servida, os outros se esgoelavam por um pedaço maior, mas eu simplesmente me sentava, sem pressa, sem querer. Eles me chamavam de "o menino estranho", mas a verdade é que ninguém se aproximava de mim. Eles temiam algo que não compreendiam, e isso os fazia ainda mais cruéis.
As primeiras semanas foram uma observação silenciosa. Eu via os meninos brigando uns com os outros, tentando estabelecer sua hierarquia, seu poder. Vi um garoto, um dos mais velhos, batendo em um menor, enquanto os outros observavam com sorrisos de prazer. Vi crianças comendo no chão, como animais, seus rostos sujos e suados, e mesmo assim, elas brigavam por mais. Era um espetáculo grotesco, mas eu não me mexi. Eu apenas os observava, com os olhos mortos.
Foi então que Thomas, um garoto de catorze anos, me escolheu como alvo. Ele era maior que os outros, e seu olhar sujo de raiva parecia sempre procurar algo em quem pudesse descarregar sua frustração. Ele me encarou na hora do almoço, enquanto eu comia em silêncio, sem emoção. Aproximou-se de mim, seu sorriso torto, uma mistura de desprezo e diversão.
"Você parece um monstro", ele disse, suas palavras sibilando como veneno. Eu não respondi. Não havia nada para responder. Eu era um espectro, e ele sabia disso. Sentou-se ao meu lado, e eu senti sua presença, o cheiro de suor e violência impregnando o ar. Ele queria algo de mim, mas não sabia o que.
A primeira bofetada foi surda. Senti a dor do impacto, mas nada mais. Só o som da mão dele contra a minha face, e o estalo do silêncio. Ele esperava uma reação. Esperava que eu chorasse ou me assustasse, mas eu apenas olhei para ele, como um monstro observa sua presa antes de devorá-la. Ele me socou de novo, e mais uma vez, eu não senti nada. O sangue escorreu dos meus lábios, mas o que mais importava? Era apenas mais uma marca, mais uma cicatriz em um corpo que não me representava.
"Não vai reagir?" Ele riu, mas sua risada soava como uma tentativa de esconder o medo. O medo do vazio, do que eu representava. As crianças ao redor ficaram em silêncio, observando como ele me agredia, mas ninguém ousou intervir. Eles não se importavam, mas temiam. Eles viam, mas não entendiam.
Thomas continuou, agora chutando minhas costelas, meu estômago. Seus olhos estavam tão próximos aos meus que eu via o pavor neles, mas ele não parava. Ele queria quebrar algo em mim, queria arrancar alguma reação. "Por que você não sente? Por que não grita?" ele perguntou, a voz rouca de frustração.
Mas o que ele não entendia era que eu já havia sido quebrado, muito antes de chegar ali. O vazio que eu carregava não poderia ser tocado por dor física, por socos ou insultos. Eu já era mais do que isso. Eu já estava morto. Só o meu corpo se arrastava, e ele queria ver algo que não existia.
Finalmente, ele parou. Sua respiração estava pesada, seus punhos estavam vermelhos de tanto me golpear, mas ele não obteve o que queria. "Você é um monstro", ele murmurou, com nojo, antes de se afastar, deixando-me ali, deitado no chão sujo, com o sangue coagulado no canto da boca.
As crianças voltaram aos seus próprios mundos, mas elas sabiam que algo estava errado. Eu ainda estava deitado no chão, em silêncio. Não havia dor, não havia vergonha. O vazio me protegia. Eu não sentia nada.
Eu era o monstro, o espectro, e isso os fazia olhar para mim com uma mistura de medo e repulsa. E quanto mais me evitavam, mais eu me afundava nesse abismo. Eles não sabiam que eu já estava perdido, que não havia mais nada para destruir dentro de mim.
Ali, no orfanato, eu entendi uma coisa: a violência era apenas uma forma de preencher o vazio que todos carregavam. Mas nenhum soco, nenhuma dor, nenhuma humilhação jamais me faria sentir o que eles esperavam. Eu não era como eles. Eu não tinha nada.
E isso, para mim, era a única verdade que importava.
Clara era luz no meio da escuridão. Ela era a única pessoa no orfanato que parecia não ter medo de mim, o único ser que não se afastava diante da sombra que eu exalava. Quando ela falava comigo, seus olhos refletiam algo que eu nunca tinha visto antes – uma esperança crua, uma vontade genuína de me salvar, de me curar. Ela não tinha medo de minha ausência de emoção, de minha frieza. Para ela, eu era apenas uma criança perdida. Ela acreditava que poderia me encontrar, que poderia me fazer sentir.
Às vezes, Clara sorria para mim como se aquilo fosse a chave para desvendar meu segredo. Seus olhos brilhavam, sua voz suave, cheia de bondade, parecia uma música que tocava diretamente no vazio dentro de mim. Ela me trazia pequenas coisas, às vezes um pedaço de pão, outras vezes um livro de histórias que ela acreditava que eu gostaria de ler. Ela falava sobre o futuro, sobre um mundo onde eu poderia ser algo mais, alguém com propósito. Cada palavra sua parecia ser um fio tentando me puxar para fora da escuridão, como uma corda jogada a um afogado. E eu, surdo a qualquer apelo, apegava-me a ela não por necessidade, mas pela estranha ilusão de que eu poderia, de algum modo, ser tocado por isso.
Eu comecei a perceber que ela realmente acreditava que poderia mudar algo em mim. Era quase... encantador. Como um inseto se aproximando da luz, sem saber que seria consumido por ela. Mas, na verdade, eu não via mais Clara como um ser humano. Para mim, ela era apenas mais uma peça na engrenagem do nada. Mais uma ilusão de algo que nunca seria real.
Eu a observava todos os dias, como ela tentava me alcançar, como ela me olhava com aquele sorriso ingênuo, como se a bondade fosse capaz de desfazer o que estava quebrado dentro de mim. E, a cada gesto, a cada palavra, eu me perguntava: "O que aconteceria se eu a destruísse? O que aconteceria se eu a arrancasse desse sonho, arrancasse sua esperança? Será que, ao matá-la, eu poderia finalmente sentir algo?"
A resposta veio na noite em que Clara se aproximou de mim, novamente, com seus olhos brilhando com uma esperança tola. Ela me olhou com ternura, como sempre fazia, e disse: "Eu sei que você está sofrendo, mas você não precisa carregar esse fardo sozinho. Eu vou estar aqui para você. Nós podemos encontrar uma maneira."