Um Mistério Revelado
Depois de explorar a feira e fazer algumas compras, Perséfone voltou para casa com a mente um pouco mais leve. Mas, assim que entrou, foi novamente atraída pelo diário de Helena. Havia algo ali, algo que parecia incompleto.
Ela abriu o diário em uma página que ainda não havia lido. A escrita de Helena estava mais caótica do que o habitual, como se ela tivesse escrito às pressas.
"Arthur pediu que eu confiasse nele, mas estou cheia de dúvidas. Ele quer que eu o encontre amanhã à noite, na mesma praia de sempre, mas há algo em seu tom de voz que me deixou inquieta. Será que estou disposta a abandonar tudo por ele? Será que ele está sendo honesto comigo?."
Perséfone ficou imóvel, absorvendo aquelas palavras. Era evidente que Helena estava em um momento de crise. A mulher que antes falava com tanto amor agora parecia dominada pela incerteza.
Enquanto relia a entrada, algo caiu do meio das páginas – uma pequena chave, desgastada, mas ainda funcional. Perséfone a pegou com cuidado, tentando imaginar o que ela poderia abrir.
Um Cofre Escondido
Passaram-se horas enquanto Perséfone inspecionava cada canto da casa, procurando algo que pudesse ser aberto com aquela chave. Ela verificou gavetas, armários e até o porão, mas nada parecia fazer sentido.
Exausta, ela se jogou no sofá da sala. Seus olhos vagaram pela lareira antiga, algo que ela não tinha prestado muita atenção antes. Havia um pequeno compartimento na base, quase imperceptível.
Com o coração acelerado, ela se ajoelhou e usou a chave. Para sua surpresa, o compartimento se abriu com um clique suave. Dentro, havia uma caixa de madeira e um envelope envelhecido.
Perséfone abriu o envelope primeiro. Era uma carta de Helena:
"Se você encontrou isso, é porque buscou respostas, assim como eu. Dentro desta caixa, há algo que explica a última escolha que fiz. Não sei se foi a certa, mas foi a única que meu coração permitiu."
Tremendo, Perséfone abriu a caixa. Dentro, havia o colar de diamante que Arthur tinha dado a Helena, ainda brilhando como se fosse novo. Mas junto ao colar havia outra carta, esta assinada por Arthur:
"Helena,
Se esta é a última vez que nos vemos, quero que saiba que você mudou minha vida. Este colar é um símbolo de tudo o que acredito – que o amor é mais forte do que qualquer força, mais precioso do que qualquer joia. Não importa o que o mundo diga, sempre serei seu."
Reflexões de Perséfone
Enquanto segurava o colar, Perséfone sentiu um turbilhão de emoções. A história de Helena era trágica, mas também cheia de coragem e amor. O que teria acontecido depois daquela noite na praia? Por que Helena deixara tudo para trás?
Perséfone sabia que ainda não tinha todas as respostas, mas, naquele momento, percebeu algo importante: ela também precisava confiar em si mesma.
Sentada na sala com o colar nas mãos, ela fez uma promessa silenciosa. Não apenas para Helena, mas para si mesma.
Ela não seria definida pelo passado, mas pela força que encontraria para seguir em frente.
O sol começou a se pôr, tingindo o céu com cores suaves. Perséfone, ainda com o colar entre os dedos, olhou para fora da janela. Havia algo no horizonte que parecia prometer novos começos – e ela estava pronta para aceitá-los.