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Chapter 10 - A Sombras do Armazém

A madrugada era fria, e a escuridão envolvia as ruas da periferia de Nova Orleans. Vicente, Ernesto, Ramirez e Maria Augusta se aproximaram do armazém abandonado com passos calculados. A tensão no grupo era evidente, mas o silêncio prevaleceu, apenas quebrado pelo som distante de grilos e o farfalhar do vento nas folhas.

Ramirez liderou o grupo, sua postura e o olhar atento denunciando anos de experiência em situações como aquela. Ernesto carregava uma pequena mochila, que continha equipamentos básicos para a infiltração, enquanto Maria Augusta se mantinha próxima de Vicente, seus olhos avaliando cada sombra como uma possível ameaça.

Quando chegou a uma distância segura, Ramirez estendeu a mão, sinalizando para que parassem. Ele se agachou e indicou o armazém à frente: um prédio grande e deteriorado, com janelas quebradas e paredes cobertas por grafites. A luz de um post próximo piscava intermitentemente, lançando sombras inquietantes sobre a entrada principal.

— Há dois guardas na frente — sussurrou Ramirez. — Ernesto, você se lembra do plano?

Ernesto concordou, ajustando a alça da mochila. — Entramos pela lateral, onde a parede está danificada. Você distrai os guardas e garante acesso ao interior.

Ramirez olhou para Vicente, seus olhos fixos como lâminas. — Você está pronto para isso?

Vicente engoliu em seco, mas concordou.

— Não temos escolha, não é?

Ramirez esboçou um sorriso frio. — Não, não temos.

A Infiltração

Enquanto Ramirez caminhava em direção aos guardas para criar uma distração, Ernesto guiou Vicente e Maria Augusta até o lado do prédio. Ali, uma parte do muro de concreto estava desmoronada, criando uma abertura estreita. Ernesto passou primeiro, verificando se o caminho estava livre, e sinalizou para que os outros o seguissem.

Vicente ajudou Maria Augusta a passar, embora ela insistisse que não precisava de ajuda. Ele notou a determinação nos olhos dela, uma força que ele percebeu, mas que começou a admirar.

O interior do armazém era ainda mais sombrio. Grandes contêineres de metal e pilhas de caixas criavam um labirinto claustrofóbico. Ernesto ativou uma pequena lanterna, mantendo a luz baixa para não chamar atenção.

— Ramirez disse que os documentos devem estar no escritório principal, no segundo andar — murmurou Ernesto. — Vamos nos apressar.

Eles se moveram com cuidado, tentando evitar qualquer coisa que pudesse denunciar sua presença. O coração de Vicente batia rápido, e cada rangido ou eco parecia amplificar sua tensão.

O Escritório

Quando chegou ao segundo andar, o grupo encontrou uma porta de metal entreaberta. Ernesto gesticulou para que esperassem e entrassem primeiro, verificando se o local estava seguro. Após alguns segundos, ele acenou, permitindo que Vicente e Maria Augusta entrassem.

O escritório era pequeno e mal iluminado, com uma mesa cheia de papéis desorganizados e um laptop antigo. Ernesto começou a vasculhar os documentos enquanto Vicente examinava as gavetas. Maria Augusta manteve-se próxima da porta, ouvindo atentamente qualquer som vindo do lado de fora.

— Aqui! — disse Ernesto, segurando uma pasta com documentos amarelos. Ele começou a folheá-los rapidamente, mas parou para encontrar uma página em particular. — É uma lista... de nomes. Parece ser de associados antigos de Santiago.

Vicente mudou-se, olhando por cima do ombro de Ernesto. — Esses nomes ainda significam alguma coisa?

— Para o líder dessa facção, significam. — Ernesto indicou para um nome sublinhado. — Parece que alguém já está tentando localizá-los.

Maria Augusta interrompeu, sua voz baixa, mas informações de preocupação. — precisamos sair daqui antes que alguém perceba que estamos aqui.

Ernesto concordou, mas antes que pudesse se mover, ouviram passos pesados ​​no andar de baixo.

O Perigo se Aproxima

Vicente congelou, sentindo um calafrio percorrer sua espinha. Os passos se tornaram mais altos e numerosos, decrescendo que não estavam mais sozinhos no prédio.

— Eles sabem que estamos aqui — sussurrou Maria Augusta, com os olhos arregalados.

Ernesto deixou uma arma de sua cintura, entregando outra a Vicente. — Só use isso se for absolutamente necessário. Nossa prioridade é sair daqui vivos.

Ramirez apareceu na porta, sua expressão grave. — Você encontrou algo?

Ernesto mostrou a massa. — Sim, mas agora estamos encurralados.

Ramirez xingou baixinho. — Há uma saída nos fundos. Precisamos atravessar o armazém, mas vamos enfrentar resistência.

Vicente segurou a arma com firmeza, tentando conter o medo. — Vamos. Não temos tempo a perder.

Uma Fuga

O grupo desceu as escadas em silêncio, mas o som dos passos ecoando pelos corredores indicava que estavam cercados. Ramirez liderou o caminho, com Ernesto logo atrás. Vicente e Maria Augusta seguiram por último, movendo-se rapidamente entre os contêineres.

De repente, uma voz ecoou no armazém: — Eles estão aqui! Não os deixem escapar!

O som de passos se tornou mais frenético, e os tiros começaram a ecoar pelo espaço. Ramirez revidou, cobrindo o grupo enquanto se moviam. Ernesto Vicente e Maria Augusta para trás de um contêiner, protegendo-os do fogo cruzado.

— Estamos ficando sem opções! —Contrei Ernesto.

Ramirez apontou para uma porta de metal nos fundos do armazém. — Ali! Vamos!

Vicente segurou a mão da mãe, puxando-a enquanto corriam na direção da saída. Ernesto e Ramirez davam cobertura, disparando contra os atacantes. O armazém se tornou um caos de gritos, tiros e ecos metálicos.

Quando finalmente alcançaram a porta, Ramirez abriu com uma rampa, revelando uma rua deserta iluminada apenas pela luz da lua. O grupo saiu correndo, sem olhar para trás.

Revelações na Escuridão

Já a uma distância segura, eles pararam para recuperar o fôlego em um beco estreito. Ramirez olhou para Ernesto, que ainda segurava a pasta.

— Isso vale o risco? — disse Ramirez, ofegante.

Ernesto abriu a pasta novamente, mostrando os documentos para Ramirez. — Mais do que você imagina. Temos o nome de quem está por trás disso.

Ramirez estreitou os olhos, lendo o nome na lista. Seu rosto se contraiu em surpresa, seguido por um sorriso sombrio.

— Então é ele... — murmurou. Ele olhou para Vicente. — Parece que o jogo ficou ainda mais perigoso, garoto. E você acabou de se tornar o alvo principal.

Vicente sentiu um nó se formar em seu estômago, mas manteve o olhar firme. — Então precisamos estar prontos.

Maria Augusta colocou a mão no ombro do filho, seu olhar carregado de orgulho e preocupação. — Estamos juntos nisso, Vicente. Sempre.

O silêncio caiu sobre o grupo enquanto eles se preparavam para a próxima etapa. O armazém era apenas o começo, e o que viria a seguir seria ainda mais perigoso.