Arthur observou atentamente o grimório em suas mãos, sentindo um peso incomum que parecia sobrecarregar seus dedos. A capa do livro pulsava sutilmente, como se tivesse vida própria, e quando ele virou as páginas, um texto começou a se materializar diante de seus olhos. O conteúdo era claro, mas havia algo nele que parecia escapar à sua compreensão, como se as palavras não fossem meramente lidas, mas sentidas, como se o próprio grimório estivesse tentando se comunicar com ele de uma maneira estranha e imperativa.
|Para poder me usar, o criador tem que me dar uma gota do seu sangue para nos formarmos o pacto|.
Arthur ergueu uma sobrancelha, surpreso com a revelação. Nunca imaginou que o grimório fosse capaz de falar com ele, e, por um momento, uma onda de confusão o invadiu. Ele havia desejado aquele livro, mas jamais imaginara que as palavras dentro dele poderiam se transformar em algo tão vivo, tão pessoal.
Ainda com a mente turvada pela surpresa, ele perguntou em voz baixa: "O que você pode fazer por mim?"
No instante em que as palavras saíram de seus lábios, o livro ficou em branco novamente, como se aguardasse uma resposta. Lentamente, novas palavras começaram a surgir na página.
|Para saber o que eu posso fazer, o criador tem que terminar de formar o pacto comigo e me dar uma gota do seu sangue.|
Arthur hesitou. Seu olhar fixou-se no grimório, a dúvida assombrando sua mente. A ideia de fazer o pacto o inquietava, mas a urgência das palavras do livro o empurrava para frente. Ele precisava saber o que mais o aguardava. Com um suspiro de resignação, ele pegou o machado, a lâmina brilhando à luz do ambiente sombrio ao seu redor. A dor seria temporária, pensou, enquanto cortava a palma de sua mão com um movimento preciso. O sangue, ainda quente, começou a escorrer lentamente, pingando na capa do grimório.
Quando o líquido vermelho tocou o livro, uma leve cor vermelha se espalhou por toda a capa, como se algo estivesse sendo despertado de dentro do grimório. O nome de Arthur apareceu na capa, e uma sensação de frio cortante percorreu sua espinha, fazendo seu corpo se arrepiar. Ele não sabia o que esperava, mas a sensação era intensa, como se um poder ancestral estivesse sendo invocado.
De repente, a capa do grimório começou a se dissolver em seus dedos. O livro parecia escorregar pela sua pele, fundindo-se à sua mão. Uma dor lancinante atravessou seu corpo, como se algo estivesse rasgando sua carne de dentro para fora. A sensação foi tão intensa que ele mal conseguiu manter-se de pé. Seu corpo se contorceu enquanto a dor se intensificava, queimando sua mão, e uma sensação gelada de fusão com o próprio grimório tomou conta de sua pele. Era como se as fibras do livro estivessem se enredando com suas veias, como se ele estivesse se tornando parte daquela entidade. Ele sentiu que sua visão estava se desfocando, a dor era insuportável, e ele se perguntou se conseguiria resistir.
Mas, no auge da dor, quando ele já achava que cederia à agonia, algo peculiar aconteceu. Um símbolo misterioso surgiu em sua mão, como se ele estivesse sendo marcado. Era um design estilizado, com um olho único no centro, cercado por padrões ornamentais que formavam um círculo simétrico. Raios de luz saíam do olho, entrelaçando-se com o fundo escuro, criando um contraste que sugeria vigilância, sabedoria e proteção. Era uma marca de algo muito maior do que ele, algo espiritual ou místico.
Assim que o símbolo apareceu, Arthur se contorceu mais uma vez, com um pouco de desconforto. Mas, antes que ele pudesse compreender totalmente o que estava acontecendo, o símbolo desapareceu, deixando apenas uma sensação vaga de algo profundo e misterioso. O grimório, então, se materializou de volta em sua mão, como se nunca tivesse saído, agora com um peso diferente — um vínculo forjado, algo incomum que agora os conectava de forma indissolúvel.
Uma nova página do grimório se abriu diante dos olhos de Arthur, revelando um texto enigmático que parecia carregar a essência do próprio livro.
| Introdução e Essência do Grimório
Bem-vindo, portador,
Sou o Grimório dos Mundos, um artefato semi-vivo forjado pelo desejo do criador, feito pela entidade chamada de Vreneling. Meu propósito é amplificar seu poder, registrar suas conquistas e conectá-lo aos segredos que residem além da compreensão mortal.
Registros do Usuário:
Portador Atual: Arthur Morgan
Núcleo de Vitalis: [Atualiza automaticamente]
Seções
*Bestiário.
*Feitiços e Invocações.
*Rituais e Sacrifícios.
*Alquimia.
*Criação de Artefatos.
*Relatos do Portador.
*Selos de Conhecimento.
Cada seção tem um conhecimento que pode ajudar o criador a sobreviver de forma eficaz; tudo o que o criador tem que fazer é achar a página certa com o conhecimento certo e eu posso fornecer quase qualquer conhecimento. |
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Arthur sentiu uma onda de curiosidade se expandir dentro de si. Ele mal podia esperar para explorar as outras seções, então ele decidiu começar pelo "Bestiário". Quase instintivamente, ele pediu, com uma voz baixa: "Abra na seção de Bestiário."
Imediatamente, as páginas do grimório se moveram, e a seção desejada apareceu diante dele, como se tivesse sido invocada pela própria vontade de Arthur.
| *Bestiário
O Bestiário é uma coleção de criaturas que cruzaram o caminho do portador, sejam derrotadas ou vistas e ainda possuem alguns informações extras. Cada página traz um vislumbre do desconhecido, um reflexo das forças que desafiam a ordem natural. Toque em uma criatura para ver sua verdadeira forma emergir diante de seus olhos.
Criatura: Felis Umbralis
Aparência: Felis Umbralis é uma criatura felina de pelagem escura como a noite. Seus olhos são orbes luminosos, como pequenas luas, e suas garras parecem feitas de sombras condensadas.
Origem: Originária de um plano de sombras, essa criatura se alimenta de luz, consumindo tudo o que é luminoso.
Fraquezas: Embora resistente a muitos feitiços, ela é vulnerável a luz intensa ou feitiços que manipulem a energia vital.
Utilizações: Invocada em rituais de camuflagem ou para caçadas nas sombras. A captura de um Felis Umbralis oferece uma habilidade de furtividade aprimorada por um período limitado.
(...)
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Arthur, ainda absorvendo o que acabara de aprender, ficou um pouco mais calmo. O conhecimento contido naquele grimório parecia ser a chave para aumentar suas chances de sobrevivência nesse lugar estranho. Isso o motivou a sair do quarto, com a mente mais tranquila, e se aproximar da janela. A neblina na floresta, antes densa e opressiva, começava a se dissipar, revelando os contornos das árvores distantes. No entanto, a visão não trouxe a sensação de alívio que ele esperava. Era apenas mais uma pista de que o que estava acontecendo ali estava longe de ser normal.
Arthur voltou para o quarto, decidido a aprofundar ainda mais seu entendimento. Sentou-se novamente na cadeira e, com a mente focada, pediu ao grimório que abrisse a seção de Feitiços e Invocações. O grimório obedeceu rapidamente, e as páginas começaram a se virar até que ele encontrasse o que procurava.
| *Feitiços e Invocações
O domínio de feitiços e invocações é vital para o seu crescimento. Os feitiços e rituais contidos neste grimório são formas de manipulação da energia do universo, moldando-a de acordo com sua vontade. No entanto, lembre-se: a energia Vitalis é essencial, e a escolha de materiais e palavras de poder determinará a eficácia de cada feitiço.
Feitiço: Scutum
Descrição: Cria uma barreira mágica protetora. Quando pronunciado corretamente, forma uma esfera que bloqueia ataques físicos e mágicos.
Requisitos:
Sem Vitalis: Uma pequena quantidade de sangue humano ou animal.
Com Vitalis: A energia Vitalis pode ser usada para ampliar a força da barreira, tornando-a impenetrável por um tempo maior.
Método de Execução: Pronuncie a palavra "Scutum" em uma língua ancestral enquanto canaliza a energia através do núcleo de Vitalis.
Invocação: Umbra Servus
Descrição: Invoca um servo das sombras, uma criatura etérea que segue ordens simples e executa tarefas rápidas e furtivas.
Requisitos:
Sem Vitalis: Um pedaço de carvão ou um ícone de sombra.Com Vitalis: O servo invocado se torna mais inteligente, podendo executar tarefas complexas ou mesmo agir de forma autônoma por um curto período de tempo.
Método de Execução: Pronuncie a palavra "Umbra Servus" enquanto oferece a energia de seu núcleo Vitalis como combustível. O comando deve ser claro e firme.
(...)
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Ao examinar os feitiços, Arthur percebeu que poderia usar dois tipos de abordagens para invocar ou conjurar essas habilidades. O primeiro, mais simples, exigia materiais físicos, como sangue ou carvão, mas o segundo envolvia a utilização de uma energia chamada Vitalis. Isso lhe dava a possibilidade de ampliar o poder de cada feitiço, tornando-os muito mais eficazes, embora fosse necessário um controle preciso para não esgotar sua energia vital.
A ideia de usar o Vitalis parecia promissora, pois parecia ser uma fonte poderosa de energia. No entanto, a verdadeira questão era entender como ele conseguia essa energia e, mais importante, como a utilizava de forma eficaz.
Enquanto Arthur refletia sobre como usar o Vitalis de maneira eficaz, ele ficou surpreso ao ver que o grimório parecia ler seus pensamentos. As páginas começaram a se virar sozinhas e, logo, uma nova explicação apareceu diante de seus olhos.
| Energia para os Mortais: Vitalis
A Vitalis é a força que conecta os mortais ao ambiente ao seu redor, abrangendo o físico, o biológico e o espiritual. Sua origem está na própria essência da vida, sendo tanto um reflexo das emoções quanto uma extensão das capacidades naturais de cada ser.
Humanos: A Vitalis manifesta-se como força vital pura, utilizada para resistir ou manipular elementos básicos como fogo, água e outros aspectos da natureza.
Vampiros: A Vitalis é corrompida, alimentada por sangue e emoções intensas, refletindo sua existência paradoxal entre a vida e a morte.
Espíritos: Para os etéreos, a Vitalis é mais fluida e delicada, permitindo atravessar dimensões e influenciar mentes com um toque quase imperceptível.
Características:
A Vitalis é limitada, sendo regenerada por descanso, meditação ou consumo — seja de alimentos, sangue ou energia espiritual.
Uso:
É essencial para a sobrevivência e para habilidades específicas de cada espécie, ajudando-os a enfrentar os desafios de seus respectivos mundos.
| Energia para os Deuses: Divinitas
A Divinitas emana da fé, da devoção e de uma conexão profunda com a essência de planos divinos. Ela é a fonte que move os feitos milagrosos e as manifestações de poder celestial.
Anjos: A Divinitas se manifesta como um brilho radiante, utilizado para proteger e criar em nome da ordem e da justiça divina.
Dríades: Sua expressão é profundamente enraizada na natureza, permitindo regeneração e manipulação ambiental em perfeita harmonia com o mundo.
Características:
Embora incrivelmente potente, a Divinitas depende de um equilíbrio com o plano divino ao qual pertence. Em locais corrompidos ou afastados dessa essência, sua força pode enfraquecer.
Uso:
É empregada na criação de milagres, manipulação das leis naturais, proteção e combate contra forças caóticas.
| Energia para os Demônios: Malignis
A Malignis é a essência da corrupção e destruição, derivada do consumo de almas e energias negativas. Essa energia, carregada de malevolência, é a força que move os demônios e suas intenções sombrias.
Demônios inferiores: Sua Malignis é uma aura agressiva e negra, direcionada para ataques físicos e destruição direta.
Demônios superiores: Manipulam a Malignis com maior sofisticação, usando contratos, ilusões e influência psicológica como armas.
Características:
Embora intensa e poderosa, a Malignis é perigosa até mesmo para seus usuários, corroendo corpo, mente e o ambiente ao seu redor com o tempo.
Uso:
É empregada para subjugação, destruição e manipulação, servindo como uma ferramenta de controle e caos.
| Energia para os Deuses Exteriores: Eldritch
A Eldritch é a força primordial e incompreensível, nascida do caos das dimensões exteriores. Não pode ser plenamente entendida por mentes mortais, e sua influência é devastadora.
Manifestação: Ela distorce a realidade ao seu redor, cria aberrações e expõe verdades insuportáveis para aqueles que a contemplam.
Características:
Sua energia é infinita, mas destrutiva. Qualquer coisa que toque, incluindo seus próprios usuários, é corrompida ou obliterada, exceto se for uma entidade cósmica que compartilhe de sua essência.
Uso:
A Eldritch permite a distorção do espaço-tempo, a criação de universos e a destruição em escalas inimagináveis, sendo a mais terrível e poderosa das energias.
Interações entre os Tipos:
A Vitalis é vulnerável à Malignis, mas pode ser amplificada pela Divinitas. Divinitas e Malignis têm uma relação de anulação parcial, com o resultado dependendo do equilíbrio de forças entre elas. A Eldritch supera todas as demais energias em escala, mas sua influência é imprevisível, devastando Vitalis, Divinitas e Malignis de maneiras incontroláveis e caóticas.|
A explicação sobre o Vitalis, Divinitas, Malignis e Eldritch se desdobrava diante de Arthur, trazendo-lhe uma compreensão mais profunda das energias que ele podia acessar. A Vitalis, com sua conexão vital com o mundo, era a mais acessível para os mortais, mas ainda assim tinha limitações. Ele precisaria aprender a usar essa energia para poder sobreviver.