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A Lenda dos cristais

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Synopsis
Há muito tempo, um anjo foi expulso do céu, caindo na Terra como uma estrela cadente. Um misterioso mago surgiu e conseguiu aprisionar o anjo utilizando sete cristais lendários, espalhados pelos confins do mundo. Mil anos se passaram, e agora a prisão do anjo está enfraquecendo. Um jovem mago embarca em uma jornada épica para encontrar esses cristais, enfrentando criaturas poderosas, antigos segredos e uma ameaça crescente que pode mergulhar o mundo na escuridão eterna. Sua missão não é apenas salvar o mundo, mas também descobrir o seu verdadeiro destino.
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Chapter 1 - capítulo 1 O começo

Nossa história começa no Orfanato Aurora. Todas as noites, antes de dormir, as crianças se reúnem na sala para ouvir os contos dos livros de história narrados pela freira responsável, Irmã Helena. Naquela noite, o conto escolhido foi retirado de um livro antigo e misterioso, chamado Os Deuses da Criação.

"Este livro conta a história dos deuses que moldaram o mundo. Eles criaram a terra, o ar, a água, o fogo e todos os seres vivos. E, das cinzas, o homem também foi formado", começou a freira, sua voz suave ecoando pela sala. "Ao homem foi concedida uma bênção única: a capacidade de superar seus próprios instintos. 'Deus fez o homem à sua imagem', dizia o conto. Mas essa bênção, o livre-arbítrio, que deveria tornar os humanos especiais, acabou se tornando também sua maior maldição. O homem, livre para escolher, muitas vezes optava por caminhos de crueldade e destruição."

As crianças ouviam atentamente, fascinadas pelas palavras da Irmã Helena.

"Um anjo, o mais belo de todos, desprezava o modo como os humanos viviam. Ele acreditava que eram indignos da criação, criaturas imundas e destrutivas. Com ódio no coração, o anjo tentou convencer seu deus a exterminar a raça humana."

"'Eles só causam guerra! Destruem tudo o que tocam, até a si mesmos!'", a freira dramatizou a voz do anjo, fazendo as crianças se mexerem inquietas.

Mas Deus, em sua infinita paciência, respondeu com serenidade: "Cada criação é preciosa à sua maneira, com suas peculiaridades e falhas."

Irmã Helena prosseguiu com a história, enquanto as crianças olhavam para ela com olhos arregalados. "O anjo, furioso com a resposta de Deus, não aceitou o destino dado aos humanos. Em um ímpeto de raiva, ele se lançou contra o Criador, mas foi derrotado. Como punição, o anjo foi expulso do céu, caindo como uma estrela em chamas sobre a Terra."

Nesse ponto, a tensão na sala era palpável. A freira fechou o livro suavemente.

"Tá bom, crianças, agora vão para os quartos", disse a freira com um sorriso carinhoso.

"Simm!", responderam em coro, animadas. "Solaris, pode colocar o livro na biblioteca?", pediu ela.

"Sim", respondeu Solaris, um menino de sete anos, enquanto se dirigia à biblioteca com o livro nas mãos.

No caminho, um livro antigo caiu de uma prateleira e acertou sua cabeça. "Ai! Isso doeu!" Solaris esfregou a testa e olhou para o livro caído em seu colo. Era um volume de couro envelhecido, com letras douradas e uma aura misteriosa. A curiosidade foi maior do que a dor, e ele decidiu abrir o livro.

Assim que Solaris folheou a primeira página, uma luz suave emanou das palavras. As letras, escritas em uma língua desconhecida, começaram a se mover. Fascinado, ele passou os dedos sobre as palavras e sentiu uma estranha energia vibrando do livro.

De repente, algo brilhou do lado de fora da janela. Solaris olhou rapidamente, mas não viu nada.

"Ah, que estranho... juro que vi algo." Ele suspirou, mas logo percebeu que o livro em suas mãos estava brilhando ainda mais forte. As letras pareciam se transformar diante de seus olhos. "Agora... agora eu consigo entender o que está escrito."

Intrigado, Solaris murmurou um encantamento: "Etnatroc Otnev." Instantaneamente, uma rajada de vento varreu a biblioteca, derrubando todos os livros das estantes.

"Uau! Que poder!" exclamou Solaris, impressionado, enquanto olhava para a confusão que havia causado. "Aaah, preciso arrumar essa bagunça..."

Determinadamente, ele começou a recolher os livros, colocando-os de volta nas prateleiras. Depois de organizar tudo, Solaris estava exausto e foi para o quarto, onde desabou na cama.

Na manhã seguinte, os sinos do orfanato ecoaram, acordando as crianças. Solaris, ainda sonolento, levantou-se com os cabelos despenteados e olheiras profundas. "Uááá..." bocejou, enquanto saía do quarto para o café da manhã.

Após comer rapidamente, Solaris correu para a biblioteca novamente. Desta vez, retirou um livro que sempre despertou sua curiosidade e, sem ser visto, escapou para a Floresta de Nyrath, um local proibido devido às lendas sombrias e à magia ancestral.

Lá, em uma clareira isolada, ele abriu o livro e começou a ler. Os olhos de Solaris brilharam de excitação quando encontrou um encantamento de teletransporte chamado Etropsnartelet.

"Vamos ver o que isso pode fazer!" Solaris disse com um sorriso travesso. Ele pronunciou as palavras mágicas e, de repente, uma energia estranha o envolveu.

"Espere, o que...?!", gritou ele, mas era tarde demais. Solaris foi jogado de um lugar para outro, sem controle. Primeiro, ele apareceu em uma montanha gelada, depois em um deserto escaldante, e em seguida no topo de uma cachoeira.

O dia inteiro foi assim, até que, ao cair da noite, o feitiço finalmente cessou. Quando Solaris se viu de volta à vila, sentiu alívio por um breve momento. Mas logo percebeu o cheiro de fumaça e viu as chamas iluminando o horizonte.

"Não... O que aconteceu aqui?" Solaris murmurou, horrorizado ao ver sua vila em chamas.

Solaris começou a ouvir os gritos desesperados ecoando pela vila. O som parecia vir de todas as direções, aumentando o desespero em seu peito. "O que está acontecendo?!" ele sussurrou para si mesmo, enquanto o pânico tomava conta. Seu coração batia tão forte que parecia querer saltar do peito.

Decidido a correr para o orfanato, ele disparou pelos corredor da vila, o medo empurrando seus pés para frente. Quando virou uma esquina, seus olhos se arregalaram de horror: soldados estavam atacando os moradores, sorrindo cruelmente enquanto desferiam golpes impiedosos. "Não... isso não pode estar acontecendo!", Solaris falou com a voz trêmula, mal acreditando no que via. O cheiro de sangue, fogo e fumaça era insuportável, enchendo o ar pesado da vila. "Eu preciso chegar ao orfanato... eles precisam de mim...", ele disse entre o fegos, correndo o mais rápido que suas pernas podiam.

Foi então que ele ouviu uma voz atrás dele. "Ei, você aí!" Um soldado o viu e começou a persegui-lo. O medo o empurrou para frente ainda mais rápido. Solaris correu, com o coração na garganta, até que finalmente chegou ao orfanato.

A entrada estava estranhamente silenciosa. "Por favor, que estejam todos bem...", ele sussurrou, abrindo a porta com dedos trêmulos. Mas, ao entrar, viu que o salão estava vazio. "Onde estão todos?!" Solaris gritou em desespero, o eco de sua voz se espalhando pelo lugar.

De repente, um som abafado veio do andar de cima. "O que foi isso?" Solaris perguntou a si mesmo, hesitante, mas sua preocupação pelas crianças o fez subir as escadas rapidamente. Quando chegou no quarto, seu alívio foi imediato ao ver as freiras e as crianças. Helena, uma das freiras, correu até ele e o abraçou com força.

"Graças a Deus você está bem, Solaris!", Helena disse, com os olhos cheios de lágrimas.

"Eu... eu vi os soldados... eles estão matando todos na vila! Precisamos sair daqui!", Solaris respondeu ofegante, tentando manter a calma.

Mas então, o pesadelo piorou. Sons de botas ecoaram pelo orfanato enquanto os soldados entravam. O medo tomou conta das crianças, que começaram a chorar baixinho. Uma das freiras murmurou, com a voz trêmula: "Eles... eles chegaram."

Nesse momento, uma das crianças, tremendo de medo, derrubou uma lamparina no chão. O barulho foi alto o suficiente para chamar a atenção dos soldados. "Estão lá em cima!", gritou um deles.

Solaris sentiu o pânico aumentar. Ele olhou para as crianças e as freiras, sentindo a responsabilidade pesada em seus ombros. "Eu preciso fazer alguma coisa... agora!"

Os passos dos soldados se aproximavam cada vez mais, ecoando pelas escadas. Solaris, suando frio, se lembrou do livro que havia encontrado dias antes. Suas mãos tremiam ao folhear rapidamente as páginas. "Eu... eu sei que tem um feitiço aqui... precisa funcionar!", ele murmurou para si mesmo.

Quando os soldados chegaram à porta, Solaris finalmente encontrou o feitiço que procurava. "Etropsnartelet!" ele gritou, sua voz cheia de desespero. De repente, as freiras e as crianças desapareceram, como se tivessem sido engolidas pelo ar.

Quando o soldado abriu a porta, viu apenas um quarto vazio. "Procurem por eles! Eles estão aqui em algum lugar!", gritou, frustrado.

Enquanto isso, Solaris, as freiras e as crianças abriram os olhos e se viram em uma floresta densa e misteriosa. "Onde... onde estamos?" Solaris perguntou, ainda ofegante e confuso.

A freira Helena, olhando em volta, balançou a cabeça em incredulidade. "Como você conseguiu nos tirar de lá?", perguntou, ainda abalada.

Solaris levantou o livro, mostrando-o para ela. "Com isso... eu usei um feitiço desse livro."

Helena pegou o livro, olhando para a página que Solaris havia apontado. "Mas... não tem nada escrito aqui, Solaris", disse ela, franzindo o cenho.

"Claro que tem!", Solaris respondeu, confuso. Ele olhou para o livro novamente, mas não havia nada ali. "Eu juro, eu vi o feitiço!"

Helena respirou fundo, colocando a mão no ombro de Solaris. "Não importa agora. Precisamos sair daqui, encontrar um lugar seguro."

Eles começaram a caminhar pela floresta, as crianças tremendo de frio e abraçadas umas às outras. O ar era denso, e a sensação de perigo iminente estava por toda parte.

De repente, uma figura sombria apareceu entre as árvores: um homem com uma máscara preta e um capuz que parecia se mover sozinho, como se estivesse vivo. Seu olhar fixo fez o coração de Solaris quase parar.

"Quem é você?" Solaris perguntou, tentando manter a voz firme, embora o medo estivesse evidente em seus olhos.

O homem olhou para o grupo, sua presença ameaçadora. "Eu... cheguei tarde demais", ele disse, sua voz rouca e sombria.

Continua