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Chapter 9 - capítulo 9 - O Despertar da Batalha

O uivo do Fenrei ecoou pela floresta sombria, e num instante, a alcateia de lobos negros avançou contra Solaris e Nimbus. A tensão no ar era palpável, o cheiro de perigo preenchia cada respiro.

Solaris: franzindo o cenho, observando o cavaleiro negro ainda inconsciente no chão Esse cavaleiro... não vai nos ajudar?

Nimbus: jogando um frasco explosivo contra os lobos - É claro que não. Bela adormecida aí parece estar tirando uma soneca prolongada. Ele bufou, jogando mais uma bomba de gás que explodiu em uma nuvem esverdeada, fazendo os lobos recuarem por um breve momento.

Um lobo negro se esgueirou pela fumaça, atacando Nimbus com suas garras afiadas. O golpe foi rápido e feroz, rasgando o casaco do alquimista.

Nimbus: olhando para o casaco rasgado, indignado Eu ainda não paguei por esse casaco! Esses lobos têm algum problema com moda ou o quê?

Solaris, de dentro de sua barreira mágica, levantava a mão, lançando feitiços de suporte para ajudar Nimbus a se manter de pé. Seu olhar estava fixo no Fenrei, que observava calmamente à distância, como se estivesse calculando seu próximo movimento.

Nimbus: jogando outro frasco enquanto olhava de canto para Solaris - Ei, o grandalhão ali não vai vir para cima não? Tá só assistindo? Porque eu já tô com saudade de quando éramos só dois.

Solaris: concentrado - Não subestime ele... Tenho certeza que está esperando o momento certo para atacar. Fique atento!

Enquanto as garras e dentes dos lobos negros cercavam Nimbus, Solaris mantinha a barreira firme, até que de repente, um movimento ao lado chamou sua atenção. O cavaleiro negro se levantava lentamente, os músculos tensos e o olhar focado. Ele sacou sua espada com um movimento rápido, pronto para entrar na luta.

Nimbus: soltando uma risada sarcástica Ah, olha só quem acordou! A Bela Adormecida decidiu se juntar à festa.

O cavaleiro, sem dar muita atenção ao

comentário de Nimbus, se lançou contra os lobos com uma velocidade surpreendente. Em um golpe fluido, sua espada atravessou o corpo de dois lobos ao mesmo tempo, o aço brilhando com a luz fraca da floresta. O sangue escuro das criaturas espirrou pelo chão enquanto os corpos caíam sem vida.

Cavaleiro: com uma voz grave e séria Vocês não deveriam estar aqui. Essa floresta não é para os fracos.

Nimbus: ainda com seu humor ácido - Ah, valeu pela ajuda, sr. "Cheguei tarde". Mas pra sua informação, nós não somos exatamente turistas.

Os lobos que restavam hesitaram por um momento, mas o Fenrei, com seus olhos brilhando, soltou um rosnado profundo, incentivando seus subordinados a continuar o ataque.

Solaris: aumentando a concentração, preparando um novo feitiço - Se ele quer lutar, então vamos lutar.

Nimbus: limpando o suor da testa, ainda com um sorriso - Só espero que não rasguem mais nada meu, ou vou pedir reembolso desse pesadelo.

O som de dentes e garras rasgando o ar enchia a floresta enquanto os lobos atacavam sem piedade. O cavaleiro, agora totalmente de pé, lutava com ferocidade, sua espada negra brilhando ao descer em arco, decapitando um lobo em um golpe rápido e preciso. O sangue escuro jorrou para o chão, manchando a vegetação. Seus movimentos eram ágeis, precisos e brutais, sem deixar espaço para erros. Ele girou, desferindo outro golpe em um segundo lobo, partindo o animal em dois.

Cavaleiro: com um olhar feroz, limpando o sangue de sua lâmina - Isso é tudo o que vocês têm? Eu esperava mais de um uivo como aquele.

De repente, um barulho grave e assustador ecoou pela floresta, e uma enorme árvore próxima começou a se mover. Ramo por ramo, a criatura se revelou uma árvore-monstro, uma fusão de madeira viva e malícia, avançou sobre um dos lobos com suas raízes afiadas como garras. Em um movimento brutal, ela atravessou o corpo do lobo, erguendo-o no ar antes de esmagá-lo no chão, a criatura desaparecendo em um redemoinho de sangue e folhas.

Nimbus: olhos arregalados, tropeçando para trás - Que diabos é isso? Uma árvore assassina? Agora isso é novidade!

Antes que pudessem reagir, as raízes da árvore avançaram contra Nimbus, enrolando-se ao redor dele, levantando-o do chão como se fosse um brinquedo.

Nimbus: desesperado, se debatendo - Ei! Solta! Isso não está no contrato!

Solaris, vendo seu amigo em perigo, não hesitou. Ele se concentrou rapidamente, levantando sua mão enquanto invocava sua magia.

Solaris: firme, sua voz cheia de determinação - Chamas de Pyrrhos!

Uma rajada de fogo vermelho brilhante saiu de suas mãos, acertando a árvore diretamente. O fogo envolveu os galhos, e a criatura começou a crepitar e queimar enquanto Nimbus caía no chão, se libertando das garras da árvore.

Nimbus: respirando pesadamente, se levantando com um sorriso nervoso Valeu, amigo... Isso foi por pouco.

Enquanto a árvore queimava e os lobos recuavam, o Fenrei, observando tudo de longe, soltou outro uivo profundo, convocando o resto da alcateia para se retirar. Um a um, os lobos negros desapareceram na escuridão da floresta, e o Fenrei, com um último olhar penetrante, se virou e sumiu entre as sombras.

O cavaleiro, exausto da luta, caiu de joelhos no chão, sua respiração pesada, a armadura coberta de sangue e lama.

Solaris: correndo até ele, preocupado Precisamos sair daqui. Não sei se conseguiremos sobreviver a outro ataque desses.

Nimbus: balançando a cabeça, ofegante Concordo... E espero que não tenhamos que lidar com mais árvores raivosas.

Os dois, com esforço, levantaram o cavaleiro, apoiando-o nos ombros, e começaram a caminhar para longe da área. Após um tempo, Solaris avistou uma caverna escondida entre as árvores.

Solaris: apontando - Ali! Podemos descansar naquela caverna.

Uma vez dentro da caverna, Solaris usou sua magia para acender uma fogueira, enquanto Nimbus, sempre prático, tirou seus equipamentos de uma bolsa mágica.

Nimbus: tirando vários frascos e ferramentas - Vou preparar uma poção de cura. Esse cavaleiro precisa de uma ajuda extra. Ele começou a misturar ingredientes rapidamente, sem perder o sarcasmo. Da próxima vez, alguém me lembra de trazer menos explosivos e mais poções.

Depois de algum tempo, Nimbus se aproximou do cavaleiro, agora desacordado, e cuidadosamente tirou o elmo dele, revelando seu rosto jovem.

Nimbus: surpreso, arqueando uma sobrancelha Cara, eu juro que pensava que ele tinha uns 40... talvez até 50! - Ele deu um sorriso irônico. Com essa cara de adolescente, eu meio que me sinto enganado.

Horas haviam se passado desde a batalha. A caverna estava tranquila, o som da fogueira crepitando suavemente enquanto Nimbus e Solaris se recuperavam da luta.

Nimbus: recostado contra uma pedra, esfregando o ombro dolorido — Sabe, Solaris, eu esperava uma aventura, mas ser quase estrangulado por uma árvore assassina não estava no meu plano.

Solaris: rindo levemente — Bom, pelo menos estamos vivos. Isso conta, certo?

Antes que Nimbus pudesse responder, ouviram um gemido vindo do cavaleiro, que começava a se mexer. Lentamente, ele abriu os olhos, piscando algumas vezes antes de soltar um murmúrio.

Cavaleiro: com a voz rouca — Onde... onde é que eu tô?

Solaris: inclinando-se, aliviado — Você acordou! Está seguro por enquanto. Nós te tiramos daquela confusão com os lobos.

Cavaleiro: sentando-se devagar, tocando o lado da cabeça — Obrigado... Vocês salvaram minha vida.

Solaris: curioso — O que você estava fazendo aqui, sozinho, numa floresta como essa?

Cavaleiro: suspirando, ainda recuperando as forças — Estou atrás de uma flor...

Nimbus: com um sorriso travesso — Ah, claro, o cara entra numa floresta cheia de monstros pra... pegar flores? — Ele riu. — Que romantismo é esse? Espero que a flor seja no mínimo de ouro!

Cavaleiro: sério, ignorando a piada — Não é qualquer flor. Ela se chama Lacrima Lunaris. É capaz de anular qualquer tipo de maldição.

Solaris: intrigado — Uma flor que pode curar maldições? Deve ser rara.

Cavaleiro: assentindo — Extremamente rara. Estou procurando por ela há meses. Foi a única pista que encontrei... e parece que estou perto. Ela floresce nesta floresta.

Nimbus: cruzando os braços, ainda rindo — Então você quer me dizer que atravessou essa floresta maldita por causa de uma flor? — Ele sacudiu a cabeça, debochando. — O que vem a seguir? Vamos lutar contra um dragão por um buquê de rosas?

Solaris: rindo junto, mas curioso — E como você soube disso? Foi naquela noite no bar, quando você estava ouvindo as conversas?

Cavaleiro: fazendo uma pausa antes de responder — Sim, alguém lá tinha informações valiosas sobre a localização da flor... Então eu vim, mas fui atacado antes de encontrá-la.

Solaris: estendendo a mão — Já que estamos todos em uma situação complicada... Qual é o seu nome?

Cavaleiro: olhando para Solaris, ainda um pouco cansado, mas firme — Silvestre.

Tudo parecia finalmente calmo, mas de repente, um som estranho veio de fora da caverna. Nimbus, sempre atento, levantou-se de imediato, seus olhos estreitando-se em alerta.

Nimbus: murmurando, quase como se falasse consigo mesmo — Algo está errado... muito errado.

Sombras se moviam na entrada da caverna, e uma voz rouca ecoou pelo lugar, arrepiando a espinha de todos.

??? — Vocês não deveriam ter entrado na Floresta dos Pesadelos...