Chereads / Anna Uma Nova Chance Para O Amor / Chapter 22 - Capitulo XXI - Ela...

Chapter 22 - Capitulo XXI - Ela...

 

Como eu desejo ficar ali naquele abraço, toda a dor some. E aquele corpo quente e forte... a sensação é que ninguém no mundo vai me machucar.

O caminho de volta é feito em silêncio. Não tenho vontade de falar ou conversar com ninguém. Fico o tempo todo com rosto virado para o lado, olhando a paisagem a todo instante passando ao meu lado. Sinto meu celular vibrar, vejo inúmeras mensagens da Raquel, mas não quero responder. Apenas olho o celular e não me dou o trabalho nem de ler.

Mas tarde eu ligo para ela.

Eu sinto a ternura no olhar de Ulisses a todo instante, nem mesmo Bernardo falando sobre as manias da sua esposa grávida me fazem esquecer aquelas mãos imundas no meu corpo. Estou com vergonha do olhar dele, como posso olhar para eles daqui para frente?

Chegamos em frente da casa de Marcia e ela está lá na porta me esperando.

Ao descer do carro sou surpreendida com o seu abraço.

- Minha menina, bem-vinda! Desculpe-me por não estar aqui. Vamos te proteger sempre.

- Por que se desculpar Marcia? Você tem sua vida, isso não foi culpa de nenhum de vocês. Se tem alguém culpado, sou eu que deixei aquele monstro entrar na minha vida.

Meu telefone começa a tocar, sem parar. Era Raquel, teria de atender.

- É a Raquel. - Vou atender. – Alô?

- Ana, por que não me atende? Liguei para você o dia todo! Estava tão feliz ontem com o jantar. Conta-me bruxa, como foi?

Sua empolgação é tamanha que não percebeu que eu estava chorando.

- Raquel... não consigo falar - engasgo com um soluço e lágrimas escorrem pelo meu rosto.

- Ana, por que está chorando?

- Raquel... não consigo continuar- então Ulisses retira gentilmente o telefone da minha mão e me abraça novamente.

- Ana, se aquele seu chefe fez alguma coisa... suas palavras são interrompidas por ele.

- Raquel, aqui é o Ulisses.

- Ahh, tá. O que ela tem, porque está chorando? Você fez alguma coisa que machucou minha amiga? - Sua voz era de uma leoa.

- Ana foi machucada, sim, mas não por mim, acabamos de vir da delegacia. Ela está um pouco fragilizada e confusa.

- DELEGACIA?!- Grita.

- Sim, delegacia. Aquele amigo de vocês, o Verme do Vinicius, a Ana o dispensou e ele, na noite que passou, tentou machucá-la. Mas nós chegamos a tempo e ele está preso. - Naquele momento Ulisses não quis falar a palavra estrupo. – Mas ela está bem, acredito que só precise descansar por hoje. Vou adicionar o seu número ao meu telefone e mais tarde a chamo e lhe explico tudo.

Ele me devolve o telefone.

- Raquel?

- Ana, sinto muito, eu toda estabanada aqui amiga.

- Não precisa se preocupar, estou bem, só um pouco revoltada, nada que não melhore.

- Beijos, amiga, nos falamos. - Ela desligou.

Suspiro e olho a todos. Mostro um sorriso amarelo e forçado.

- Pessoal, obrigada, por tudo, mas acho que vou tomar um banho e me enfiar na cama e ver TV.

- Descanse, Ana. -Ulisses me deu um beijo na testa. Olhando para Bernardo que sorri para mim e sai também.

Marcia por sua vez fica e me acompanha até o loft.

Percebo que minha casa está toda perfumada e a roupa de cama trocada; Marcia sorri e acrescenta.

- Tem uma sopa na geladeira e alguns sanduíches, e o que você precisar me chame. Dá-me um beijo maternal e sai. Faz tanto tempo que não sinto o carinho de uma mãe e Marcia naquele momento me lembrou a minha.

Fico ali pensando em tudo, num primeiro momento me revolto, mas depois sei que a culpa não é minha, nunca foi e nunca será.