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Chapter 27 - Capítulo XXVI - Na madrugada... 

"Fazer amor de madrugada, amor com jeito de virada.

Kid Abelha"

 

Ana...

 

Chegamos em casa passando das duas da manhã. Percebi que Ulisses saiu um pouco antes de nós, mesmo assim seus amigos ainda ficaram. Era início do inverno e os turistas estavam chegando e lotando os pontos turísticos.

Raquel estava moída de cansada e adormeceu logo. Passei pelos anjos adormecidos sobre o copo de Vitor. Os três estavam embolados no colchão. Não sei quem era mais criança ali, Vitor ou os meninos.

Mas meu pensamento estava no final da rua. Não éramos um casal ou algo do tipo, mas o ciúme estava me corroendo. Ver aquela ruiva capa de revista se insinuando a noite toda para ele me tirou do sério. Eu nunca fui uma pessoa ciumenta. Na minha relação com o Rodrigo éramos muito parceiros. Claro que havia ciúmes, mas o que eu estava sentindo era possessivo, não era normal!

"Meu Deus, o que foi aquilo no banheiro? Nem nas minhas mais perversas fantasias eu imaginava ser masturbada no banheiro de um local público".

Minha mente incendeia o meu corpo, preciso de ar. Saio para a varanda e parece que tudo está me sufocando. Penso comigo: - "uma caminhada mesmo de pijamas e chinelos me fará bem". - Saio andando pela rua deserta por causa do horário.

Quando me dou conta chego em frente ao sobrado onde Ulisses mora. Na parte superior à luz está acessa e a porta da sacada está aberta. Vejo a silhueta de uma mulher e percebo ser a ruiva. A raiva toma conta de mim. – "O que vim fazer aqui, me decepcionar? Burra" - me xingo baixinho.

Ao me virar levando minha fúria e indignação, trombo com um corpo suado e sem camisa.

- Ana?

- Ulisses, o que faz aqui?

- Eu que pergunto. Afinal essa e minha casa!

- Meu Deus, me desculpa. Eu estava sem sono e sai para caminhar e vi a movimentação na sua casa. Não quero atrapalhar seu final de noite, afinal a ruiva se empenhou a noite toda. - Falo com uma certa mágoa.

- Ana. Eu saí para correr, cheguei agora e também vi as luzes. Só não entrei porque senti seu cheiro... quer dizer, perfume e vi você. Vim até aqui para não ficar com uma imagem errada, eu não sou um traia Ana.

- Quem tá lá então?

- Júlio, meu amigo, você conheceu ele mais cedo.

- Ana, por que tá aqui?

Ele me pergunta e eu não sei responder.

- Não sei. - Digo

- Ana, por que tá aqui?

Ele pergunta novamente e dessa vez se aproximando e me faz recuar alguns passos para trás.

- Ana, por que tá aqui?

Sua boa está próxima à minha, consigo sentir seu hálito quente. Ele coloca seu copo mais próximo ao meu, e não tenho como recuar. Estou entre ele e a parede. como se não bastasse coloca os braços com as palmas das mãos na parede fechando a minha prisão. Seu nariz toca suavemente o meu, e novamente pergunta.

- Ana, porque tá aqui?

Reúno toda a minha coragem e falo:

- Porque meu corpo está em chamas, porque eu quero você, porque quero terminar o que começamos no banheiro.

- Ahhhh... mulher! Você não sabe como eu te quero!

Falando assim sua boca captura toda a minha em um beijo louco nada gentil. Suas mãos sobem para os meus seios duros e empinados de tesão. Eu sinto o calor de suas mãos por debaixo da minha camiseta do pijama.

Ulisses cola seu corpo ao meu. Sinto seu pau duro... "meu Jesus Cristinho, ele tá sem cueca". - Levo minhas mãos para tocar ele por dentro do short. - Ele geme.

- Ana, não vou aguentar, eu quero você agora aqui nesse lugar! Contra essa parede!

- Me possua, me faça sua! - Falo sem restrição. – "Dona Ana, quem te viu quem te vê..."

Sem mais demora ele tira o seu pau para fora do short, me virando de costas para ele e com sua mão ele empina minha bunda e afasta o shortinho do pijama, pois estava sem calcinha e com a outra mão brinca com meu clitóris de uma forma que me faz gemer. Sinto aos poucos ele se enterrando em mim, com estocadas nada gentis, o vai e vem cada vez mais frenético e forte! Eu nem me lembro de que estamos na rua. Quero me virar de frente, mas ele não permite.

Seu pau está enterrado em mim, sua mão direita está massageando meu pontinho. E a outra apertando os meus seios em um abraço frenético enquanto sinto suas estocadas cada vez mais e mais! - Eu me perderia nesse momento...

- Ana, não aguento mais, vou gozar!

- Ahhh Ulisses! Eu tô gozando. - Respondo ofegante.

Meu corpo sofre pequenos espasmos com o meu gozo e minhas pernas não me sustentam e fazem a menção de dobrarem... sou amparada por ele que, ao mesmo tempo arruma o meu e o seu short.

Gentilmente ele senta nas escadas e me posiciona em seu colo, acariciando os meus cabelos.

- Ana, o que você fez comigo? - Eu transei com você quase no meio da rua.

- Ulisses, isso é loucura! O que é isso tudo, a transa dos seis meses?

Ele solta uma gargalhada jogando a cabeça para trás.

- Seis meses, Ana? Por quê?

Encabulada e com vergonha, respondo.

- Faz seis meses que transei com você pela primeira vez. Então agora só daqui a seis meses de novo? - Respondo sorrindo.

Antes de responder, a porta da lateral da escada abre e sai uma ruiva somente de calcinha e com uma camiseta.

- Ulissessssss, porque não vem se juntar a mim, estou tão carente... Ela, a Ruiva, não completa a frase. – Achei que você estava sozinho. - Fala e volta para o interior da casa.

No mesmo instante estou em pé, bufando de raiva, ciúmes, não sei, me sentindo uma otária, aquela camiseta eu conhecia muito bem era dele, o garanhão.

- Ana... Ele começa a falar, mas não o deixo terminar.

- Pronto, já deu sua aquecida, sua rapidinha. - Falo bufando. – Ulisses, não me deve nada, nem explicação, eu que sou uma otária mesmo!

- Ana... eu preciso falar...

Mas não quero ouvir, saio correndo me sentindo um pano de chão. Como eu pude me rebaixar desse jeito, ir atrás de um homem galinha só para transar?!

Ulisses...

Estava correndo pela mata com o meu lobo livre, precisava extravasar a tensão causada pelo nosso momento íntimo no banheiro. Eu precisava dela. Aquela mulher estava tomando o meu lado mais primitivo e irracional. Foda-se eu não quero mais esperar! Vou atrás dela assim que amanhecer e colocar os pingos nos is.

Quando me aproximo de casa, fico puto. Não acredito que o Júlio trouxe os seus esquemas aqui para casa. Eu havia pedido que hoje fosse sem mulher aqui. Porra, ele pensa com a cabeça de baixo sempre!

Ao me aproximar sinto um cheiro inconfundível, era ela. Meu Deus, ela está aqui. Sinto sua irritação. Ela pensa que sou eu que estou lá. Aproximo-me silenciosamente, sou um predador e sei não fazer barulho. Então, no auge de sua fúria ela se vira e encontra o meu corpo. Apenas sorrio do seu susto.

Após uma breve, muito breve conversa, ela se entrega a mim. Não tenho tempo de levar ela para dentro. A minha ânsia por ela e maior e então transamos ali mesmo no pé da escada. Uma forma louca e animal, ela me deixa muito primitivo sempre.

Estava tudo perfeito, até que aquela ruiva chata abre a porta usando a minha camiseta e Ana fica muito puta e sai sem me olhar.

- PORRA JÚLIO!!!! EU FALEI PRA VOCÊ, SEM MULHER AQUI EM CASA! - Entrou em casa gritando.

- Calma irmão, você disse que ia correr. Imaginei que não voltasse mais hoje, que ficaria na sua forma animal, como sempre faz quando está assim.

- Júlio, leve elas embora agora, a merda tá feita. E fale para aquela ali sair do meu quarto e tirar minha camiseta. Porra!

- Véio, o que houve? Por que tá puto assim? Eu sempre trouxe as gatas aqui, mesmo quando você não estava a fim.

Então Júlio sente o cheiro de Ana no meu corpo...

- Foi isso, agora entendi a merda que eu fiz! Ele fala. – Caram a baixinha esteve aqui e imaginou coisas... Merda! Ela entendeu tudo errado, veio desculpa.

Fuzilo meu amigo com os olhos. Ele não é bom nesse negocio de sentir, para ele é somente tesão, sexo e pronto!

- É cara, eu esperei seis meses para ela me procurar. Esperei ela sentir-se pronta para mim, e aí você vem pensando com a cabeça de baixo e estraga tudo. Falo puto.

- Deixa com o seu irmão aqui, eu conserto, sou bom nisso.

 

Ana...

Volto para casa me sentindo uma idiota, aos trinta e poucos anos, não sou mais uma jovenzinha, que não controla o tesão.

"Um que idiota eu sou" Penso comigo.

Encontro minha amiga Raquel sentada na espreguiçadeira da varanda com uma taça de vinho em uma das mãos e o olhar parado no horizonte.

- Oi! digo.

- Oi, nem precisa dizer, mas pela sua cara você foi atrás do gatão, e se arrependeu no caminho.

- Ai! Você é foda né, está lendo mentes agora. Raquel?

- Lendo ainda não, mas eu conheço muito bem você Ana. Pegue uma taça de vinho e senta aqui, acho que você está precisando desabafar.

E assim o faço, continuamos o nosso papo, onde conto a ela sobre o quase sexo no banheiro do restaurante e o sexo na calçada da casa dele.

- ANA! Ela fala alto. – EU estou muito feliz, você está vivendo, se arriscando em algo.

- Mas a ruiva estava la...

- Ana, pare de loucura, deve haver uma boa explicação, eu sei que é foda dar de cara com alguém, mas você me disse que ele estava na rua correndo, ninguém leva alguém pra sua casa e sai fazer exercícios. Você esperou ou pediu a ele o que significava a mulher na casa dele?

Apenas negue com a cabeça, e minha melhor amiga me olhou de forma acusadora, pronto eu já tinha feito a cena na minha cabeça, não era possível, mas eu estaria com ciúmes dele.

Enfim após uma garrafa de um bom rose, minha amiga e eu decidimos cair no sono, já que ela pegaria a estrada cedo na manhã seguinte.

Me despedi de Raquel e as crianças na manhã de segunda, com minha amiga prometendo voltar nas férias escolares dos meninos.

Peguei minha bolsa e segui rumo a cooperativa, o dia iria ser puxando, e não sei se estaria pronta para falar com Ulisses, a simples imagem da Ruiva com a sua camiseta fazia o meu sangue ferver.