Olha eu na sua vida, pensa, explica, como é que a gente fica?
(Henrique e Juliano)
Eles...
Ana quebra o gelo, pois Ulisses estava parado ao pé da escada olhando para ela e a deixava com certo constrangimento.
- Nossa, esse cavalheiro é extremamente pontual - Ela fala sorrindo.
Ulisses sai do seu transe e acrescenta.
- Pontualidade é tudo, mas você também está pontual, pronta para o jantar. Gosto disso. - Ele fala.
- Como não gosto de esperar, também não faço ninguém esperar por mim.
- Ana, a propósito você está ótima. Está muito bonita, essa roupa lhe caiu muito bem.
- Obrigada. - Ela sorri.
- Vamos então. - Ele leva sua mão a suas costas para lhe conduzir, quando se depara com o decote do vestido e sua mão toca a pele macia e cheirosa daquela mulher. Ana fica com certa excitação ao toque e mais ainda quando percebe que Ulisses com as pontas dos dedos lhe acaricia.
O caminho até o restaurante levou 20 minutos, onde os mesmos quase não conversaram. Não era um clima tenso, mas sim agradável. Ana olhava a paisagem. Ainda não tinha ido para aqueles lados do vale. E tudo era muito bonito e perfeito. Ulisses por sua vez mostrava-se um pouco preocupado com um carro estranho que viu estacionado no final da rua, próximo ao bosque. Iria mandar uma mensagem a Bernardo para que alguém verificasse. Tinha que cuidar da segurança da Vila e de Ana.
Chegaram ao Restaurante do Bosque. Era um lugar construído entre a natureza. Para chegar à entrada, deveriam atravessar um pequeno caminho entre canteiros de flores e temperos que já mexiam com seu olfato. O Espaço interno era um ambiente rústico com mesas espalhadas com tolhas num tom pastel que contracenava com a iluminação. Ulisses encaminhou Ana até uma mesa mais ao canto, dando um pouco mais de privacidade ao casal. Ana observou que muitas pessoas que estavam no local cumprimentavam Ulisses e olhavam para ela com certa curiosidade, mesmo assim estava encantada com a atmosfera do lugar. Um ar místico com tons de segredos.
- Acredito que você gostou do lugar? - Pergunta.
- Gostei? Amei, é incrível como tem um lugar assim! E as pessoas não lotam?
- Muito pelo contrário, aqui é sempre lotado, principalmente quando estamos na época dos festivais e festa do Vale. Os turistas fazem fila por aqui.
Antes de falar, o garçom se aproxima e nos cumprimenta nos entregando o cardápio.
- Ana, posso sugerir o filé, me lembro que você adora peixes e os daqui são maravilhosos.
Sorrindo, Ana brincou:
- Hoje estou um pouco carnívora.
Ulisses chamou o garçom e pediu dois filés e para acompanhar um vinho Pinot Noir, falando que seria uma harmonização perfeita.
- Ana, gostaria de me desculpar, quase não nos falamos nesses dias. Fiquei fora e visitando novos clientes, mas pelo que observei você vem se inteirando do todo o movimento financeiro da cooperativa.
- Sim, a Marcia é incrível e tem me auxiliado muito, e na realidade as informações estão todas no sistema é somente organizar.
- Sim, faz uns 10 anos que todos cuidamos do financeiro / contábil e não cuidamos por que sempre deixamos para depois, ou fazemos de qualquer jeito. - Falou sorrindo.
Tudo o que eu não queria nesse momento era falar das finanças da cooperativa. Queria falar daquela sensação que eu tinha toda vez que ele sorria para mim, daquele calafrio da minha espinha cada vez que nosso olhar se encontrava, queria falar e repetir aquela noite. Como se lesse a minha mente, Ulisses perguntou.
- Ana, o que está achando da vida do Vale?
Tomei um pouco de água, minha garganta estava seca.
Suspirando falei:
- Para ser sincera, parece que estou em outro planeta, aqui é tudo tão calmo. Quase não ligo o carro, vou a pé em muitos lugares e as pessoas aqui, além de encantadoras, têm aquele ar de mistério. - Dei uma ênfase na última palavra e ainda olhei para ele de forma maliciosa. Tenho certeza que a cor de seus olhos mudara de um preto para um castanho rajado.
- Mistério, por quê? Olhou-me ainda mais desafiador e malicioso com aquele sorriso no canto dos lábios. - "E que lábios".
- Sim, todos vocês são misteriosos, Marcia vive de segredo, Giovana tenho certeza que ela quer me contar algo toda vez que estamos sozinhas, porém sempre que vai falar, por incrível que possa parecer, Bernardo aparece não sei de onde.- Eu ri e ele sorri, "tão perfeito". - Outro dia eu procurei na sala de reuniões uma passagem secreta.
Ulisses gargalhou.
- Acho que a cena seria ótima, ver você procurando uma passagem secreta, mas só por isso eles são misteriosos? - Perguntou maliciosamente.
- Sim, quem mais? - Devolvi seu sorriso e acompanhado por uma leve piscadela. Tive a impressão que ele se segurou na mesa. Bingo, atingi meu objetivo!
- Ana... Ana... você gosta de brincar?
- Não, pelo contrário, sou muito profissional no trabalho.
Dessa vez quem bebeu água foi ele, voltou a me olhar com aquele olhar de tirar o fôlego.
- Mas temos chances de ficar no Vale definitivamente?
A pergunta foi direta e eu apenas sorri, tomando um gole de vinho dessa vez, e devolvi a resposta com outra pergunta.
- Por que o interesse? - Mantive meu olhar fixo em seus olhos e ele revirou os olhos e voltou me encarar. Então propositalmente desci meu olhar, a sua boca, seu peito, suas mãos, de forma bem descarada. Então acrescentei. – Por que não falamos daquela noite?
Nesse instante ele engasgou com o vinho e de certa forma pigarreou como se estivesse limpando a garganta.
Ficamos em silêncio até o garçom trazer os pratos.
Eu deveria ter sido menos direta, mas eu não sabia por que aquele homem mexia tanto comigo. Então ele me olha e sorrindo e fala.
- Gostaria de saber mais de você Ana. Como veio parar por aqui?
Me senti aliviada por ele quebrar o clima tenso.
- Então, você já sabe que sou viúva há cinco anos. - Falando essas palavras senti um nó na garganta, acrescentei. – Perdi meu marido para um tumor no cérebro. Eu o via morrendo um pouquinho todos os dias. Mantivemo-nos unidos e sempre prometendo que seríamos felizes até o último momento. - Meu olhar ficou distante.
- Compreendo você. - Ele falou tocando minha mão, o que provocou uma corrente elétrica pelo meu corpo. - Continuei:
- No seu último dia, ele estava bem, não reclamou de dor, tomou banho sozinho, pediu para fazer a barba. Sabe, ele sempre foi um homem vaidoso. E me disse que era para não fazer mais nada nesse dia, era para simplesmente passarmos o dia namorando e conversando como sempre fazíamos antes da doença. Então foi o que fiz. Preparei pipoca, brigadeiro e coloquei filmes e ficamos assim, sentados na cama vendo televisão e comendo porcarias. Porém num determinado momento ele segura as minhas mãos e mesmo estando fraco ele diz que tem um pedido importante para me fazer. Nesse momento ele me olha profundamente e diz que era para eu viver, voltar a ser feliz, ter aventuras, sair da bolha que eu sempre me colocava. Era para eu amar de novo, rir, mudar de cidade, ir morar à beira-mar.
Essas lembranças doíam, mesmo passado cinco anos após a morte do Rodrigo, tudo ainda estava bem vivo em minha memória. Suspirando fundo e com um olhar distante, continuei. Ulisses somente observava.
- Adormecemos assim, conversando e o Rodrigo falando tudo que eu deveria fazer. Mal eu sabia, Ulisses, que ele estava se despedindo de mim.
Essas palavras saíram com uma dor imensa e lágrimas brotaram em seus olhos, escorrendo pela sua face. Ulisses teve que se conter para não a abraçar e confortá-la, mas permaneceu em silêncio, ouvindo-a. Apenas colocou sua mão sobre a dela.
- Então, no dia seguinte, quando eu acordei, ele havia morrido. Eu lembro que me sentei na cama, o beijei e chorei. Havia dois lados dentro de mim, um que queria que ele acordasse, que gritava para ele voltar e não partir, e o outro que dizia que ele estava em paz, sem dor. Sabe Ulisses, o Rodrigo estava tão sereno, com um semblante tranquilo... tinha paz em seu semblante, ali somente me despedi do seu corpo físico.
- Sei bem como são esses sentimentos de despedidas, você sabe que eu também fui casado e sou viúvo.
- Sim, eu sei.
- Mas comigo foi algo mais trágico, como posso explicar. - Ulisses suspirou e revirou os olhos tentando procurar as palavras. – Então, vivi minha vida toda aqui, perdi minha mãe quando era criança, muito jovem e meu pai faleceu quando eu estava no último ano de faculdade. Ele era o que coordenava tudo no vale, por assim dizer, e essa responsabilidade passaria a ser minha, mas eu estava no último ano da minha formação superior, então a Marcia ficou coordenando tudo. O Bernardo que você conhece, também estava na faculdade nessa época. A proposito para sua informação eu sou formado em Comercio Exterior e o Ber é um excelente advogado.
Ao terminar sua fala com um sorriso, maravilhoso e sexy.
- Não fazia a mínima ideia que o Ber fosse advogado.
- Pois é. E dos bons. Então, reencontrei a Amada após cinco anos fora também havia voltado. Ela era filha de amigos da família de longa data, por assim dizer. Nós crescemos juntos, então havia uma amizade, um carinho muito grande entre nós. Eu precisava de alguém e ela sempre esteve ali. Aprendemos a nos amar.
Ouvindo essas palavras, Ana sentiu uma pontada de ciúmes.
Então Ulisses continuou sua história.
- Amanda era louca por crianças e queria uma família grande com muitos filhotes. Era como ela chamava os filhos. Então um dia ela estava grávida. Ficamos todos muito animados, porém sofre um aborto espontâneo logo nas primeiras semanas de gestação. O médico disse que o corpo dela não havia aceitado a gravidez, mas que era para fazer um tratamento a longo prazo e nos pediu para esperar um ano para tentar de novo. - Com um longo suspiro continua com muita dor no olhar. – Sabe Ana, ter filhos virou uma obsessão para Amanda. Ela mudou sua maneira de ser. Deixou de ser alegre e livre para ser uma pessoa vazia, frustrada. Então passou o período de tratamento, mais exames e o médico nos disse que nosso sangue não era compatível, que a chance de uma gravidez seria baixa e muito arriscado, tanto para ela como para o bebê.
- Ulisses, imagino como deve ter sido difícil tudo isso. Eu mesma me arrependo por ter sempre deixado para depois a tentativa de ter um bebê com o Rodrigo.
- Sim, mas para mim estava tudo bem, poderíamos adotar ou mesmo não ter, não me importava. Mas ela estava obcecada, ao ponto que tivemos de interná-la. Ela dizia que eu precisava de um herdeiro, pois quem iria tomar conta da nossa comunidade?
Ana observava a expressão angustiada daquele homem enquanto falava. Ele parecia tão frágil; e ela retribuiu o gesto de carinho colocando sua mão sobre a dele.
- Sabe, Ana foi um período difícil, mas a princípio ela estava bem quando voltou após o internamento. Estava alegre e voltou a tomar conta dos seus afazeres. Enfim, um tempo depois ficamos grávidos. Tivemos todo o cuidado com a gestação, e para nossa felicidade eram gêmeos. Mas no oitavo mês da gestação, ela entrou em trabalho de parto e os bebês nasceram sem vida. É muito doloso, sabe?
Complemento:
- A morte não é algo fácil para ninguém Ulisses, mas a morte de um filho, acredito que seja ainda mais difícil.
- Muito difícil, mas o médico nos explicou que as crianças, caso nascessem, devido à incompatibilidade do nosso sangue, teriam muitos problemas de saúde e seria bem difícil sobreviverem ou chegarem à fase adulta. Mas vida que segue. Então o período de luto acabou e ela havia aparentemente superado, voltou suas atividades aqui na Cooperativa, não falava mais em ter filhos. Até que um dia, ela jogou o carro em alta velocidade contra o paredão de pedras, ela colocou no carro todas as roupinhas dos bebês, fotos das ultrassonografias, e deixou uma carta de despedida no quarto que era para ser das crianças. Sabe o que mais me dói é que não vimos nada de diferente, nada.
- Geralmente a pessoa, com tendências suicida, não demonstram, ela simplesmente acaba com a própria vida sem aviso.
- Sim, foi isso que aconteceu. Ela não deu nenhum sinal, pelo contrário sempre falava que havia se conformando e aceitado. Agora seu olhar estava marejado de lagrimas e Ana queria muito abraçá-lo e compartilha a sua dor.
- Mas não viemos aqui para ficar triste em pleno sábado a noite. Ulisses falou dando um gole generoso no vinho.
E mudando de assunto ele falou:
- Mas Ana, como chegou até nós aqui no Vale?
Sorrindo, ela lembrou da sua viagem.
- Você acredita que alguns anos atrás, eu e o Rodrigo fizemos essa rota da serra para ir à praia, na época erramos o caminho, meu marido amou o caminho e eu, claro, fiquei louca porque iríamos atrasar a viagem, não curti nada. Então quando estava vindo resolvi descer a serra e fazer aquele caminho mais longo, mas sem perceber acabei passando reto e cheguei no restaurante da Maria, aí já estava tarde para descer, o tempo estava nublado e a Maria você sabe, me persuadiu a ficar, e o que era para ser uma noite, foram várias. -Falei rindo.
- Maria sempre sendo ela. Eu os amo.
- Então em determinado dia, no café da manhã, ela me falou da Cooperativa do Vale, e que estavam em busca de um gestor financeiro/contábil, que era complicado porque ninguém queria mudar para a vila, e ela me convenceu a conversar com vocês, e o resto você já sabe.
- Olha, a Maria tem um olho clinico mesmo. Você está sendo excepcional, em pouquíssimo tempo deixou quase tudo organizado, e em muito pouco tempo, vamos ter uma reunião com todos os dados completos do nosso financeiro.
- Muito obrigada pelo excepcional.
A noite estava ocorrendo de forma bem tranquila, Ulisses falava da faculdade, das molecagens com o Bernardo. Ana contava sobre suas histórias divertidas com suas amigas. Para a sobremesa Ulisses escolheu um mousse de chocolate de 70% cacau, e mais uma garrafa de vinho, mas dessa vez ele mudou o vinho para um mais encorpado harmonizando a sobremesa com um Cabernet Sauvignon.
Após as vinte e duas horas, uma banda começou a tocar músicas mais agitadas e dançantes e o pessoal que estava nas mesas foram mais próximos ao palco.
- Gosta de dançar? - Ele perguntou.
- Gosto, mas faz tanto tempo que não danço que acho que até perdi o jeito.
- É como andar de bicicleta. Você nunca esquece. - Falando assim ele se levantou e pegou Ana pela mão e foram para a pista de dança. Ali dançaram mais duas horas.
"Não tinha como não se divertir com Ulisses, ele era muito agradável, e no conjunto da obra era lindo, sexy e gostoso".
Ana pensou:
"Deve ser o vinho, decididamente Ulisses e vinho não combinam. ANA! Lembra-se da última vez?"
Pensou consigo novamente. Ficando ruborizada com seus pensamentos.
Ulisses, que estava lhe observando, com um ar malicioso, adivinhando seus pensamentos, lhe pergunta:
- Gostaria de saber o que está se passando por essa cabecinha. - E tocando com o dedo indicador a ponta do seu nariz.
Então, devolvendo o mesmo sorriso malicioso e tocando a ponta do seu nariz com o meu dedo indicador, falei:
- Decididamente você e vinho é uma combinação muito arriscada. Após falar, apenas sorrio e dei uma piscadela com o olho direito, me virei de costas para ele e continuei dançando.
Estava sendo uma noite incrível e eles sabiam que a química entre eles só aumentava.
Já era passado da meia-noite quando Ulisses e Ana deixaram o restaurante. Tudo estava perfeito.
Ana estava com uma certa inquietação desejando terminar a noite nos braços daquele homem, Ulisses por sua vez tentava conter o impulso do lobo dentro dele, sabia que deveria ir com calma. Ele desejava mais, só que a química e o tesão que ambos tinham um pelo outro não era o suficiente.
- Chegamos! - Ulisses falou ao parar o carro em frente à casa de Ana.
- É, chegamos.
Ulisses saiu do carro dando a volta para abrir a porta do carona para ela, mas Ana já estava do lado de fora do carro.
- Ulisses, muito obrigada pelo jantar, estava maravilho. A noite foi incrível.
- Que bom que você gostou, para mim sempre será um prazer. - Deu aquele sorriso malicioso.
- Viu? Não precisa me acompanhar até a porta.
- Claro que vou, prometi ser um cavalheiro. - Novamente aquele sorriso.
Chegaram ao pé da escada que dava acesso ao Loft.
- Mais uma vez obrigada pela noite, Ulisses. Não quer entrar para mais uma taça de vinho?
Ele sorriu, era tentador. Se ele entrasse, sabia que não iria se controlar.
- Não. - Falou e com uma piscadela e com aquele brilho no olhar que mudava a cor dos seus olhos.
Ana então sorri e mais uma vez agradece. Nesse momento vira de costas para ele com o intuito de subir as escadas, então aquele homem a puxa pelo braço virando- a de frente e seus corpos se encontram. Ficam por alguns segundos cara a cara, a respiração de ambos se torna pesada e ofegante devido ao calor que percorre seus corpos. Então, quando ela menos espera, os lábios daquele homem encontram os seus num beijo terno e carinhoso e sem nenhum aviso ele à solta, sorrindo.
- Agora sim, boa noite e obrigado pelo maravilhoso encontro. - Virando de costas para ela e indo em direção ao carro.
Ela...
Por minha vez fiquei ali parada um tempo, reunindo forças para comandar meu corpo. Aquele homem mexia comigo e não era apenas tesão, não seria somente sexo. Subiu as escadas até meu Loft. Iria trocar de roupa e tomar um banho para relaxar um pouco, pois estava com o corpo muito tenso devido aquele beijo, sabia que seria uma noite longa e para aliviar o fogo que queimava o meu corpo, teria de tomar um banho muito gelado.
Tirei a roupa e tomei uma ducha rápida e gelada. Vesti o meu roupão atoalhado e fiquei ali me olhando no espelho, escovando os cabelos e meus pensamentos voltados para Ulisses.
Ele...
Não foi fácil manter o controle tão próximo ao corpo de Ana, meu lobo desejava reclamá-la, por ele a teria pegado no colo e a levado escada acima e a ter feito minha definitivamente, mas eu preciso mais que apenas sexo. Eu preciso conquistar aquela mulher.
Mas tinha algo que estava incomodando, aquele carro no final da rua ainda estava lá. Seria melhor ficar atento, não era o carro de ninguém do vale, e até onde tinha conhecimento, ninguém da alcateia havia recebido visitas. Ligaria para Bernardo, mesmo sabendo que o amigo estava com a esposa grávida, precisaríamos averiguar.
O intruso Vinicius...
Vinicius passou a noite toda ali, próximo ao Loft de Ana. Estava furioso. Ela o havia despachando e o ignorado completamente, não atendia as suas ligações e tudo por causa daquele homem. Ela nem deu chance para ele.
A raiva o consumia, mas ele esperou ali até eles voltarem. E com qual direito aquele homem a beijava e pior, o que mais o irritava é que ela retribuiu ao beijo, enquanto o beijo dele ela repeliu. Mas ele irá mostrar a ela que não deveria tê-lo desprezado. Falariam pessoalmente... ficou mais um tempo no carro até se acalmar.