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Chapter 6 - Capítulo 6: Mentira

Sophia acordou no dia seguinte com a luz do sol entrando pelas frestas da cortina. Sentindo-se renovada após a longa conversa com Eun Na na noite anterior, ela se levantou rapidamente, tomou um banho revigorante e se preparou para seu primeiro dia na nova função. Ao chegar ao escritório, Sophia foi imediatamente recebida por Dong Hyun, o secretário-chefe, que parecia aliviado em ver Sophia pronta para começar.

— Sophia, vou te dar uma visão geral das suas responsabilidades. O trabalho aqui pode ser muito desafiador, mas sei que você está à altura. – disse ele, com um sorriso encorajador.

Sophia sentiu uma pontada de nervosismo ao olhar para a pilha de papéis e documentos que se acumulavam em sua mesa. Ele começou a explicar cada tarefa com paciência, desde a organização da agenda de Jae Hyun até a preparação de relatórios detalhados para as reuniões. Sophia percebeu rapidamente que o trabalho seria muito mais complicado do que ela imaginou.

— Uau, Jung Dong Hyun, eu sabia que seria difícil, mas isso é... – Sophia parou, procurando a palavra certa.

— Intenso? – ele riu — Sim, definitivamente é. Mas você vai pegar o jeito. E não se preocupe, estou aqui para te ajudar.

Sophia mergulhou no trabalho, determinada a dominar cada tarefa. A manhã passou em um piscar de olhos enquanto ela lia documentos, organizava agendas e respondia a e-mails. Cada nova tarefa parecia revelar outra camada de complexidade, e Sophia se surpreendeu com a quantidade de detalhes que precisava administrar.

Quando finalmente olhou para o relógio, percebeu que já era hora do almoço. Seus colegas de departamento tinham ido almoçar, e Ji Woo, sua amiga, tinha deixado uma mensagem no computador.

"Vamos almoçar juntas?" — havia perguntado Ji Woo.

Sophia respondeu rapidamente, explicando que estava atolada de trabalho e que não poderia sair. Ela sentiu uma pontada de culpa por não poder se juntar às suas amigas, mas sabia que precisava focar em suas responsabilidades.

A tarde foi igualmente intensa. Sophia se esforçava para manter a eficiência, mas a quantidade de tarefas parecia interminável. Ela admirava ainda mais Dong Hyun, que havia realizado aquele trabalho sozinho por tanto tempo, e ainda lidava com a vida privada de Jae Hyun. Cada vez mais, Sophia entendia a magnitude da responsabilidade que havia assumido.

Enquanto continuava imersa em sua pilha de papéis e relatórios, Sophia mal percebeu a hora avançando. Quando levantou a cabeça, viu Ji Woo se aproximando, sempre com aquele sorriso caloroso e uma sacola em mãos.

— Sophia, sei que você está atolada de trabalho, então trouxe isso para você. – disse Ji Woo, colocando a sacola de lanches naturais sobre a mesa com um gesto carinhoso.

Sophia sentiu uma onda de gratidão e alívio ao ver os lanches.

— Oh, muito obrigada. – ela sorriu, genuinamente agradecida — Estou faminta, nem percebi o tempo passando.

— Você não pode trabalhar sem se alimentar direito. Sei que hoje está sendo puxado, mas precisa cuidar de si mesma também. – aconselhou Ji Woo, com um olhar preocupado e ao mesmo tempo maternal.

Sophia assentiu, sabendo que sua amiga tinha razão. Ao abrir a sacola, encontrou sanduíches naturais, frutas frescas e uma garrafa de suco. Era o tipo de cuidado que Ji Woo sempre demonstrava, aquele toque de gentileza que fazia toda a diferença.

— Obrigada mesmo, Ji Woo. – disse Sophia, soltando um suspiro cansado — Estou tentando dar conta de tudo, mas é realmente muita coisa.

Ji Woo baixou a voz, como se compartilhasse um segredo entre amigas.

— Eu sei, posso imaginar. Mas lembre-se, sobrevivemos às líderes megeras. – ela sorriu de forma encorajadora — Tenho certeza de que você vai se sair muito bem. Na verdade, acho que você se adaptou rápido demais para uma novata.

Sophia pegou um sanduíche e deu uma mordida, sentindo a fome que havia ignorado o dia todo finalmente ser saciada. As palavras de Ji Woo eram exatamente o que precisava ouvir naquele momento.

— Ninguém espera que você seja perfeita de imediato, Sophia. – Ji Woo continuou, com uma voz suave, mas cheia de convicção — E você está indo muito bem, de verdade.

— Obrigada pelo apoio. – Sophia disse com um sorriso mais leve no rosto. — Eu realmente precisava ouvir isso.

— Sempre! E lembre-se, estamos aqui para ajudar uns aos outros. Não hesite em pedir ajuda se precisar. – Ji Woo acenou, despedindo-se com aquele mesmo sorriso que transmitia uma sensação de que tudo ficaria bem.

Com o lanche em mãos e as palavras encorajadoras de Ji Woo ecoando em sua mente, Sophia sentiu uma nova onda de determinação. Apesar das dificuldades, sabia que estava no caminho certo. Com dedicação, paciência e o apoio das pessoas ao seu redor, poderia superar os desafios e se destacar em sua nova função. O trabalho à sua frente parecia um pouco menos intimidante agora, e ela estava pronta para enfrentar o resto do dia com força renovada.

[...]

O escritório estava praticamente vazio quando Sophia levantou os olhos de sua mesa. O final do expediente havia chegado, mas ela ainda estava ali, organizando os últimos relatórios com o cuidado e a dedicação que sabia serem necessários para a reunião do dia seguinte. A quietude do lugar lhe dava uma falsa sensação de tranquilidade, até que percebeu uma presença ao seu lado.

Ela ergueu o olhar, e seu coração deu um salto ao ver Kim Jae Hyun parado ali, observando-a com uma expressão indecifrável. O ar ao seu redor parecia pesar, e por um breve momento, Sophia sentiu que o tempo havia parado. Cada batida de seu coração ecoava nos ouvidos, enquanto ela tentava se manter calma.

— Presidente Kim, posso ajudá-lo com algo? – perguntou ao se levantar imediatamente, sua voz soando um pouco mais suave do que o habitual, enquanto lutava para manter o tom firme. Havia uma parte de si que queria fugir daquela situação, enquanto outra parte queria decifrar o que passava pela mente daquele homem.

Ele não respondeu de imediato. Em vez disso, seus olhos a examinaram com atenção, como se cada detalhe de sua postura, cada movimento de suas mãos ao segurar com força os papéis, estivesse sendo minuciosamente analisado. Havia uma intensidade no olhar dele que a deixava inquieta, uma curiosidade quase mortal.

Finalmente, ele esboçou um sorriso — discreto, quase imperceptível, mas presente o suficiente para fazer o coração de Sophia bater mais rápido.

— Apenas verificando como está se saindo em seu primeiro dia. – sua voz era calma, mas havia uma nota de expectativa que Sophia captou de imediato. Ele estava testando-a.

— Está sendo um grande desafio, mas estou fazendo o meu melhor. – respondeu ela, mantendo o olhar longe do dele, embora sentisse o peso de suas palavras. Ela sabia que ele esperava muito mais do que apenas competência.

Jae Hyun continuou a observá-la em silêncio, como se estivesse ponderando suas palavras. Ele deu um passo mais próximo, e Sophia sentiu o ar ao redor se tornar quase eletrificado pela proximidade. O leve aroma do perfume dele envolveu seus sentidos, e ela precisou de toda sua força de vontade para não demonstrar o nervosismo que começava a se instalar.

— Fico feliz em ouvir isso. – ele disse finalmente, a voz baixa e controlada, mas cheia de uma autoridade inegável — Espero que saiba que essa posição exige mais do que habilidades técnicas. Confiança, discrição e resiliência são essenciais.

As palavras dele ressoaram em sua mente como um lembrete constante das expectativas colocadas sobre seus ombros. Sophia sabia que estava sendo avaliada de uma maneira que transcendia o desempenho cotidiano. Ele esperava que ela demonstrasse mais — muito mais.

Ela assentiu, mantendo o tom profissional apesar do turbilhão de pensamentos que se desenrolava em sua mente.

— Entendo, senhor. Farei o possível para atender a todas essas expectativas. – respondeu, a voz saindo mais firme do que se sentia por dentro. Ela queria que ele soubesse que estava determinada a provar seu valor, mesmo que não soubesse exatamente como.

Jae Hyun permaneceu em silêncio por mais alguns segundos, os olhos fixos nos dela. O silêncio entre eles era pesado, carregado de algo não dito, algo que Sophia não conseguia identificar. Então, ele deu um leve aceno de cabeça.

Sophia percebeu que ele estava mais próximo do que o habitual. Seu coração começou a bater mais forte, e ela tentou controlar a ansiedade que se instalava rapidamente

Ele deu um passo, quase imperceptível, mas o suficiente para que Sophia sentisse sua proximidade. O perfume de Sophia, suave e envolvente, parecia provocá-lo, e ele se inclinou levemente para captá-lo melhor, sem sequer se dar conta. A esse ponto, Sophia não sabia como controlar seu próprio coração que parecia querer pular para fora do peito. Uma onda de calor tomou conta de seu corpo queimando sob a pele de suas bochechas. Cada centímetro que ele diminuía a distância entre eles tornava sua respiração mais difícil, como se o simples fato de ele estar ali, tão perto, fosse suficiente para desestabilizá-la. A lembrança daquela noite voltou à tona de forma avassaladora, e ela lutou para não deixar suas emoções transparecerem.

Jae Hyun inclinou ligeiramente a cabeça, e seus olhos fixaram-se nos dela com uma intensidade que fazia o tempo parecer desacelerar. Ele parecia absorver cada detalhe, e então, como se captasse algo familiar no ar, ele comentou com a voz baixa, quase como um sussurro:

— Você usa um perfume muito distinto, senhorita Harper.

A frase, embora simples, soou carregada de significado para Sophia. Um arrepio percorreu sua espinha, e ela percebeu que 0 perfume, antes uma escolha inocente, agora parecia uma conexão perigosa com o passado que ela queria desesperadamente esconder. O nervosismo percorreu seu corpo, uma mistura de medo e ansiedade, como se aquele momento pudesse desfazer todo o esforço que ela fez para manter tudo dentro de si.

Ela respirou fundo, esforçando-se para manter a postura. Não podia deixar que o nervosismo transparecesse, não naquele momento. Com um pequeno sorriso, Sophia respondeu, tentando infundir casualidade em sua voz, apesar do turbilhão interno:

— Obrigada, Presidente Kim. É minha fragrância favorita.

Havia um leve tremor em suas palavras, quase imperceptível, mas Jae Hyun parecia captar cada nuance de sua resposta. O silêncio entre eles era denso, e Sophia se perguntava se ele se lembrava de mais do que apenas o perfume.

— Continue com o bom trabalho, senhorita Harper. – disse Jae Hyun, antes de se afastar, seus passos ecoando pelo chão do escritório enquanto ele retornava à sua sala.

Sophia soltou um longo suspiro, aliviada, mas ainda sentia a tensão acumulada em si. O breve momento em que ele esteve tão próximo, com aquele olhar penetrante que parecia despir sua alma, a deixou atordoada. Seu coração ainda batia acelerado, e ela tentou processar as emoções conflitantes que fervilhavam dentro dela. Estar perto dele era um lembrete constante de que sentia falta daquele momento passado, e o fato de apenas ela lembrar era uma crueldade que a fazia desejar esquecer tudo de uma vez.

Sentindo o calor sobre o rosto, Sophia balançou a cabeça, tentando afastar os pensamentos inúteis. Precisava focar em seu trabalho, não em memórias que a deixavam vulnerável. Mas, no fundo, sabia que enfrentar essa situação repetidamente seria um desafio maior do que jamais havia imaginado.

[...]

Sophia caminhava apressada em direção ao ponto de ônibus, ansiosa para finalmente chegar em casa, relaxar e preparar um jantar reconfortante. O céu estava escuro, e as luzes da cidade brilhavam como estrelas artificiais, criando um contraste com a escuridão que a envolvia. De repente, um carro luxuoso parou próximo a ela, capturando sua atenção.

Ela virou a cabeça, seus olhos se fixando no veículo preto brilhante, que parecia refletir um padrão de opulência incomum. A janela do carro estava parcialmente aberta, e lá dentro, Jae Hyun estava no banco do motorista, sua expressão séria e concentrada, como se estivesse esperando por algo — ou por alguém.

Sophia parou, um frio na barriga a atingindo ao perceber que estava diante do presidente fora do ambiente de trabalho. A visão dele, tão atencioso e perdido em seus próprios pensamentos, a deixou perplexa. A ideia de encontrá-lo em um contexto tão inesperado a deixou apreensiva. Ela hesitou, sem saber se deveria continuar seu caminho ou se aproximar do carro.

— Senhorita Harper. – a voz de Jae Hyun surgiu clara e autoritária do interior do carro, quebrando o silêncio da noite — Parece que você está a caminho de casa.

O tom da voz dele, sempre firme e inabalável, fez com que Sophia sentisse uma tensão crescente. Ela se esforçou para manter a calma, respondendo com um profissionalismo que ela mesma achava admirável.

— Sim, senhor. Estou indo para o ponto de ônibus.

Jae Hyun a observou com um olhar penetrante antes de falar novamente.

— Eu tenho um compromisso agora e seria um prazer se você pudesse me acompanhar.

A proposta, inesperada e desconcertante, fez com que Sophia se sentisse desconfortável. A ideia de passar mais tempo com ele, especialmente considerando o turbilhão emocional que ele provocava nela, era algo que preferia evitar. No entanto, recusar um convite do presidente poderia ser interpretado como desrespeitoso, e ela sabia que precisava manter uma boa relação com seu chefe.

— Irei acompanhá-lo, senhor. – disse Sophia, fazendo um esforço para manter sua voz firme e profissional.

Ela abriu a porta do carro e entrou, acomodando-se no banco do passageiro sob o olhar atento de Jae Hyun. O silêncio dentro do automóvel era ensurdecedor, e Sophia sentia uma mistura de ansiedade e curiosidade enquanto observava as luzes da cidade passando pela janela. Jae Hyun dirigia com uma postura rígida e concentrada, aumentando a sensação de tensão no ambiente.

— Estamos indo para o Hotel Imperial. – começou ele, quebrando o silêncio de forma inesperada. — Tenho um compromisso lá, e você estará comigo como minha acompanhante.

A simples menção daquele lugar provocou uma onda de choque que percorreu o corpo de Sophia. O nome do hotel fez seu coração disparar, como se o tempo tivesse se congelado por um instante. O frio que a envolveu parecia ter vindo de dentro de si mesma, como se cada lembrança e sensação daquela noite houvesse retornado com uma força avassaladora.

Seu estômago se contraiu em um nó de nervosismo. A presença de Jae Hyun que estava mais próxima do que nunca, amplificava seu desconforto. Ela estava perdida em pensamentos, enquanto as emoções se agitavam dentro dela, misturando nervosismo e desespero, à medida que ela tentava processar o significado da situação. Sophia se sentia impotente, seu coração batendo freneticamente enquanto tentava se preparar para o que viria a seguir.

— Concorde com tudo que eu falar. – Jae Hyun exigiu e a olhou por alguns segundos — Não importa o que eu diga, apenas acene com a cabeça.

As palavras dele soaram como um comando absoluto, fazendo os olhos de Sophia se arregalaram de surpresa. O novo sentimento que surgiu dentro dela misturava uma preocupação com a sensação de que qualquer tentativa de desvio de conduta vindo dele, por menor que fosse, não seria tolerada de forma alguma. Ela se limitou a assentir, suas emoções se contorcendo enquanto ela se preparava para enfrentar a noite que prometia ser cheia de desafios.

Quando chegaram ao Hotel Imperial, Jae Hyun conduziu Sophia com uma presença que parecia deslocar-se com a confiança de alguém acostumado ao luxo. O lobby do hotel era um cenário de requinte, com um piso de mármore polido e paredes adornadas com obras de arte. A iluminação suave emanava de lustres elegantes, criando uma atmosfera de sofisticação e exclusividade. Eles seguiram para um restaurante igualmente imponente, onde uma mesa reservada aguardava por eles.

Sophia, com o coração batendo acelerado e uma sensação de desconforto crescente, observava a movimentação ao redor. Sentia-se um tanto deslocada, como se fosse uma intrusa em um mundo de glamour que não compreendia totalmente. O mistério do motivo pelo qual estava ali com Jae Hyun apenas aumentava sua inquietação, deixando-a ansiosa e inquieta.

— Senhorita Harper, esteja pronta. – o tom firme de Jae Hyun a despertou de seus pensamentos, e Sophia tentou se recompor, olhando na direção indicada por ele.

Uma mulher jovem e deslumbrante, vestida com uma elegância impecável, caminhava em direção a eles. Seus passos eram cheios de confiança e graça, e seu olhar afiado não deixava dúvidas sobre sua determinação. A presença dela parecia iluminar a sala, e Sophia sentiu um frio percorrer o corpo ao perceber a importância que ela parecia ter para Jae Hyun.

Jae Hyun se levantou com naturalidade, e Sophia o seguiu rapidamente, posicionando-se ao lado dele, tentando não demonstrar seu nervosismo.

— Você está atrasada. – a voz de Jae Hyun era fria e direta, desprovida de qualquer cordialidade.

— Oppa. – a jovem, que se apresentava como Lee Min Hee, dirigiu um olhar curioso e carregado de desdém para Sophia. Sua expressão mudou de surpresa para uma mistura de irritação e desprezo — Quem é essa?

Jae Hyun a observou calmamente antes de quebrar o silêncio com um tom que misturava deboche e sarcasmo.

— Perdão, deixe-me apresentá-las devidamente. – sua voz carregava uma leve ironia, como se estivesse ciente do impacto que suas palavras causariam — Esta é minha assistente... e minha esposa, Sophia Harper.

Sophia sentiu um choque tão forte que quase se desequilibrou. A palavra "esposa" ressoou em sua mente como um trovão, e o pânico quase a impeliu a soltar um palavrão. Manter a compostura era um desafio monumental, pois por dentro ela estava à beira de um colapso emocional, incapaz de processar a magnitude da situação.

O choque foi inevitável na expressão de Min Hee, que olhava para Sophia com um misto de horror e incredulidade. Seus olhos se arregalaram, e a boca se abriu em um grito de incredulidade.

— O quê?! Como assim esposa? Você está louco?! – Min Hee parecia em estado de choque, sua voz carregada de raiva e frustração — Como isso pode ser possível?!

— Não há necessidade de mais explicações. – Jae Hyun permaneceu impassível, seus olhos fixos em Min Hee com uma firmeza que desmentia qualquer desvio de seu plano — Minha vida pessoal não está em discussão. Estou aqui porque você insistiu em falar sobre a negociação do hotel.

— E eu quero saber disso agora! – Min Hee exclamou, a voz cheia de indignação — Nossas famílias tinham planejado o nosso casamento desde que éramos crianças. Como você ousa se casar com uma qualquer?!

A fúria de Min Hee era evidente. Ela bateu com a bolsa na mesa, atraindo a atenção dos demais presentes no salão. O som alto fez Sophia encolher-se involuntariamente, uma onda de humilhação e desconforto tomando conta dela. Tentando manter a calma, ela sentiu a pressão de todos os olhares voltados para ela e para a cena que se desenrolava.

— Lee Min Hee, peço que meça as suas palavras e não falte com respeito à minha esposa. – a voz de Jae Hyun era firme e autoritária, e seu olhar penetrante fez Min Hee recuar, o desprezo que ela demonstrava se desfazendo em um semblante de surpresa e desconforto.

— Como você pode ter se casado em segredo? – Min Hee apertou a bolsa com força, tentando controlar a raiva que transbordava em suas palavras — Por que a sua família não me disse nada?

— Não devo satisfação da minha vida privada a ninguém. – Jae Hyun afirmou com um tom impessoal, passando o braço pela cintura de Sophia e a guiando para sair do restaurante.

Min Hee, ainda furiosa, posicionou-se rapidamente na frente deles, bloqueando o caminho com uma expressão de choque e indignação.

— Oppa, espera, vamos falar sobre a negociação do hotel. – tentou ela, sua voz carregada de desespero.

— Se você não pode respeitar a minha esposa, essa conversa termina aqui. – Jae Hyun desviou o olhar de Min Hee, com uma firmeza que não deixava espaço para discussão — E pare de me chamar de Oppa.

Sem mais palavras, o casal se afastou, deixando Min Hee para trás em um estado de frustração e raiva. Jae Hyun manteve a mão firmemente na cintura de Sophia até que ambos passaram pelas grandes portas do hotel. Sophia, lutando para manter a compostura, sentia o cheiro envolvente e sofisticado de Jae Hyun e tentava ignorar o tumulto emocional que a consumia. A sensação de estar ao lado dele, em um ambiente tão carregado de tensão, era quase insuportável, e ela se esforçava para não deixar transparecer a confusão interna que a dominava.

Jae Hyun se afastou de Sophia, percebendo onde sua mão estava posicionada. Seus olhos encontraram os dela com um olhar sincero e um pouco mais suave do que o habitual.

— Me desculpe, não deveria ter te envolvido nisso. – a voz dele estava calma, carregada de um arrependimento genuíno.

Sophia respirou fundo, tentando acalmar a bagunça dentro de si. Ela o olhou com uma mistura de cansaço e compreensão.

— Sendo franca, está tudo bem. Imagino que você tem seus motivos. – o olhar dela se desviou para o carro escuro — Apenas fui pega de surpresa. Se soubesse, teria pelo menos tentado fingir melhor.

Jae Hyun deu um leve sorriso, que surpreendeu Sophia e fez seu coração acelerar. A expressão dele transmitia uma combinação de alívio e respeito.

— Peço desculpas novamente. Estava fora de cogitação contratar alguém para algo assim. – ele explicou, pegando a chave entregue pelo manobrista.

— Não se preocupe, senhor. – Sophia esboçou um sorriso delicado, tentando tranquilizá-lo e esconder a confusão que ainda sentia — Apenas me avise com antecedência se houver uma próxima vez, para que eu possa desempenhar melhor o meu papel.

— Espero não haver.

Jae Hyun abriu a porta do carro para ela, e Sophia, ainda atordoada pela cena, entrou no veículo sem saber exatamente como reagir. Ela sentiu o calor subir ao rosto, enquanto Jae Hyun a observava com um sorriso que parecia um misto de divertimento e simpatia. A porta se fechou atrás dela, e Sophia se permitiu um breve momento de reflexão enquanto o carro começava a se mover, tentando processar a complexidade do que acabara de acontecer.