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Chapter 5 - Capítulo 5: Oportunidade

Na manhã seguinte, Sophia chegou ao escritório visivelmente cansada, acabada. Apenas uma noite trabalhando até tarde e já estava cobrando um preço tão alto. Apesar da exaustão, a menina se esforçou para manter a cabeça erguida e superar as próximas tarefas absurdas que viriam de algum líder ou gerente, e infelizmente, mal havia se sentado em sua mesa e a líder Han apareceu trazendo trabalho.

— Preciso que você revise esses documentos e prepare um relatório até o final do dia. – ordenou com um sorriso frio enquanto colocava uma pilha de papéis na mesa de Sophia.

— Sim, senhora. Vou começar agora mesmo. – respondeu Sophia, tentando esconder o cansaço.

Enquanto Sophia se preparava para enfrentar mais um dia exaustivo, a agitação no escritório sinalizava a chegada de Jae Hyun. Como de costume, todos os funcionários se levantaram, inclinando a cabeça em sinal de respeito. Sophia fez o mesmo, embora o peso da exaustão parecesse se intensificar a cada segundo.

Jae Hyun entrou em sua sala, seguido de perto pelo secretário-chefe. Ji Woo aguardou pacientemente que os outros funcionários voltassem às suas tarefas antes de deslizar sua cadeira discretamente até a mesa de Sophia.

— Ei, você parece exausta. – observou Ji Woo, com um olhar preocupado.

Sophia suspirou, sentindo-se grata pela preocupação da amiga.

— Estou realmente cansada.

Ji Woo assentiu em compreensão.

— Estão tentando acabar com a gente.

— Não podemos desistir. – disse Sophia, tentando demonstrar determinação.

— De jeito nenhum. – Ji Woo sorriu, tentando animá-la, e voltou para sua mesa.

Enquanto Sophia voltava sua atenção para os papéis sobre a mesa, sentiu alguém se aproximar.

— Bom dia. – a cumprimentou Jung Dong Hyun com um sorriso amigável. — O presidente gostaria de falar com você.

Quando Sophia ouviu a frase dita pelo secretário-chefe, seu coração acelerou levemente. O cansaço que a envolvia como um manto pesado deu lugar a uma onda inesperada de nervosismo. "O presidente quer falar comigo?", ela repetiu mentalmente, tentando disfarçar a surpresa. O que poderia ter feito de errado? Ou será que seria mais alguma missão de comprar artigos de luxo?

— Bom dia. Já estou indo. – respondeu Sophia ao se levantar.

Enquanto seguia o secretário, suas pernas pareciam mais pesadas, como se o desgaste das longas horas de trabalho finalmente estivesse cobrando seu preço. Ela percebeu os olhares curiosos dos colegas, mas estava tão exausta que sua preocupação com o que pensavam desapareceu. Tudo que importava agora era o que a aguardava naquela sala.

— Senhor, aqui está a senhorita Harper. – anunciou Jung Dong Hyun de voz firme, ao abrir a porta do escritório.

Sophia entrou, sentindo seu coração bater mais rápido. Jae Hyun levantou os olhos dos documentos em suas mãos, e por um breve segundo, seus olhares se cruzaram. Ela tentou decifrar o que ele estava pensando, mas seu rosto continuava impassível, uma máscara de seriedade.

— Senhorita Harper, preciso de sua ajuda em uma questão importante. – começou ele de voz baixa e controlada, deixando claro que não havia tempo para rodeios — Tenho uma reunião crucial com alguns executivos tailandeses e preciso de um intérprete.

A exaustão a fez imaginar algo trivial, mas a simples menção da reunião provocou um misto de surpresa e orgulho.

— Disseram-me que você fala tailandês fluentemente, além de várias outras línguas. – continuou Jae Hyun, sua voz firme agora carregando uma leve expectativa.

— Sim, senhor. Falo sete línguas, incluindo tailandês. – respondeu Sophia, tentando esconder o nervosismo. Por dentro, ela estava chocada e, ao mesmo tempo, lisonjeada por ser considerada para uma tarefa tão importante.

Jae Hyun assentiu, satisfeito com a resposta. Seus olhos examinaram rapidamente a aparência de Sophia, e ela se sentiu um tanto vulnerável sob o olhar crítico dele.

— Excelente. Precisamos estar no local em 60 minutos. Gostaria que você se preparasse para nos acompanhar. – disse ele, com a calma autoritária de quem estava acostumado a dar ordens e esperar que fossem cumpridas — Sugiro que você se arrume adequadamente.

— Sim, senhor. Vou me preparar agora mesmo. – garantiu Sophia, sentindo o nervosismo crescer.

— Muito bem. Vejo você em 10 minutos. — concluiu Jae Hyun, voltando sua atenção para os documentos sobre a mesa, como se já estivesse certo de que ela cumpriria a tarefa sem falhas.

Sophia saiu do escritório rapidamente, o coração acelerado. Assim que alcançou o banheiro, seu reflexo no espelho a fez suspirar. Como poderia melhorar sua aparência acabada em apenas dez minutos? Era como tentar fazer mágica com tempo limitado. Ela tentou prender o cabelo, mas os fios rebeldes pareciam se recusar a colaborar. Ao colocar a blusa para dentro da calça, tudo parecia desajeitado. Nada funcionava. Desesperada, Sophia não sabia mais o que fazer.

Nesse momento, Ji Woo apareceu na porta, os olhos confusos e preocupados ao ver a amiga lutando contra o tempo.

— O que está fazendo? – perguntou Ji Woo, notando o desespero no rosto de Sophia — Aconteceu alguma coisa?

— Vou acompanhar o presidente em uma reunião e tenho menos de dez minutos para parecer um ser humano. –choramingou Sophia, a voz tremendo de ansiedade enquanto tentava ajeitar o cabelo.

— Calma, calma. Vou te ajudar, mas depois quero saber todos os detalhes. – respondeu Ji Woo, já se dirigindo para a porta — Volto num instante.

Cada segundo parecia se arrastar enquanto Sophia esperava. O coração batia tão rápido que ela sentia como se pudesse ouvir cada pulsação. Ji Woo finalmente retornou com uma sacola de papel nas mãos.

— Aqui tem um vestido. Vista-se rápido! – instruiu Ji Woo, entregando a sacola com urgência. — Quando terminar, eu te ajudo com a maquiagem.

Sem questionar, Sophia pegou o vestido e entrou na primeira cabine que viu. Não havia tempo para dúvidas. Ao ajustar a peça ao corpo, saiu da cabine sob o olhar atento de Ji Woo, que sorriu com satisfação.

— Ficou perfeito! – elogiou Ji Woo, animada. — Agora vem aqui, temos que fazer mágica com essa maquiagem agora.

Sophia se aproximou, sem sequer se olhar no espelho. Ji Woo espalhou seus produtos de maquiagem pela bancada e, com agilidade, começou a transformar o rosto cansado da amiga. Cada movimento era preciso, como se soubesse exatamente o que fazer para apagar os sinais da noite mal dormida.

— Estou muito nervosa. – admitiu Sophia, tentando controlar a respiração enquanto Ji Woo aplicava o blush.

— Relaxa, estou quase acabando. Vai dar tudo certo. – garantiu Ji Woo, orgulhosa de seu trabalho — E, sério, você está linda.

— Você deve ser minha fada madrinha. – brincou Sophia, sorrindo com gratidão.

Ji Woo segurou-a pelos ombros e a virou para o espelho.

— Está pronta, senhora cliente. – anunciou Ji Woo com um sorriso radiante.

Sophia levou a mão à boca, surpresa. Em questão de minutos, ela havia passado de uma aparência desastrosa para alguém adorável. Era quase inacreditável.

— Só falta um detalhe. – disse Ji Woo, retirando um pequeno prendedor rosa do próprio cabelo e colocando-o no de Sophia.

— Ji Woo, eu não acredito... Como você...? – murmurou Sophia, encantada com o resultado.

— Depois falamos sobre isso. – respondeu Ji Woo, rindo — Agora vá, seus minutos já acabaram! E não se esqueça de me contar tudo quando voltar.

Sophia assentiu, lembrando que provavelmente poderia estar atrasada. Rapidamente ela saiu do banheiro e quando voltou para o escritório, atraiu alguns olhares curiosos dos colegas de trabalho. Sentia-se um pouco preocupada, sem saber se os olhares eram porque estava bonita ou porque algo estava fora do lugar. Tentou manter a confiança, lembrando-se do esforço de sua amiga para prepará-la.

Quando estava prestes a pegar sua bolsa, a líder Han surgiu ao seu lado, com o rosto carregado de irritação.

— Aonde pensa que vai? Você tem trabalho para fazer. – disparou a mulher de tom ácido e acusador.

O coração de Sophia disparou, mas antes que pudesse responder, Jae Hyun apareceu e sua presença fez a líder de equipe se calar imediatamente. E o simples olhar severo que lançou à mulher foi o suficiente para deixá-la quieta. Sem dizer uma palavra, ela recuou, constrangida.

O secretário Dong Hyun, que estava logo atrás, acenou para que Sophia o acompanhasse. Ela pegou seus pertences rapidamente, tentando afastar os pensamentos sobre o confronto recente e focar na importante reunião à sua frente.

[...]

Durante a reunião, Jae Hyun a observava com uma intensidade silenciosa enquanto Sophia conduzia a reunião com uma confiança inesperada. Cada palavra que ela proferia em tailandês, cada explicação cultural habilidosamente tecida na tradução, revelava uma profundidade de conhecimento que ele não tinha antecipado. A princípio, ele apenas esperava que ela desempenhasse bem o papel de intérprete, mas conforme a reunião avançava, ele se deu conta de que estava diante de alguém muito além do esperado.

Havia uma leveza na maneira como Sophia navegava entre as nuances culturais e as demandas dos executivos, transformando o que poderia ter sido uma negociação complicada em uma conversa fluida e produtiva. Jae Hyun se viu admirando não apenas a competência dela, mas a maneira sutil com que ela capturava a atenção de todos na sala, inclusive a dele. Era raro algo o surpreender, mas Sophia havia conseguido, e isso o fez questionar o quanto ele realmente sabia sobre essa jovem mulher que até então havia considerado apenas uma funcionária entre tantas.

O presidente Nam Woo Bin se aproximou com passos firmes e um sorriso caloroso, seus olhos brilharam ao avistar Jae Hyun.

— Presidente Kim! – cumprimentou com entusiasmo, estendendo a mão.

Jae Hyun retribuiu o gesto com uma expressão controlada, mas amigável, apertando firmemente a mão do mais velho.

— Presidente Nam, é sempre um prazer revê-lo. – disse, o tom respeitoso.

Nam Woo Bin soltou uma risada baixa e satisfeita.

— Você realmente sabe como impressionar, Kim Jae Hyun. – elogiou ele, lançando um olhar para Sophia ao longe — Trouxe até uma intérprete de elite. Não brinca em serviço, hein?

Jae Hyun esboçou um sorriso leve, aquele que só aparecia em momentos específicos.

— Ao meu lado, sempre tenho os melhores. – respondeu com uma confiança calma, quase desafiadora.

Antes que a conversa pudesse se aprofundar, a secretária de Nam Woo Bin apareceu, solicitando educadamente a atenção do presidente. Ele se despediu de Jae Hyun com um aceno cordial, prometendo futuros encontros.

Jae Hyun observou Nam se afastar e, em seguida, virou-se para seu secretário, mantendo o ritmo calmo enquanto caminhavam.

— Qual é o próximo compromisso? – perguntou com um tom de indiferença, enquanto ajeitava as abotoaduras do paletó.

— Duas reuniões, senhor. – respondeu o secretário-chefe com eficiência — Uma com a equipe de marketing e outra com a equipe de vendas.

Assim que chegaram ao estacionamento do hotel, Jae Hyun parou diante do carro. Antes de entrar, ele virou-se para Sophia, os olhos analisando-a brevemente. Seu rosto mantinha a seriedade habitual, mas havia algo diferente na forma como ele a olhava agora.

— Você fez um excelente trabalho hoje. – declarou, o tom grave, mas desta vez com uma pitada de reconhecimento genuíno — Meus parabéns.

Sophia sentiu o coração acelerar com o elogio inesperado, e apesar de todo o cansaço acumulado, ela se forçou a manter a postura.

— Muito obrigada, senhor. – respondeu com a voz firme, porém o brilho em seus olhos denunciava o orgulho que sentia.

Jae Hyun apenas assentiu, sua expressão voltando ao habitual profissionalismo, antes de entrar no carro e fechar a porta com precisão controlada.

Sophia sentiu o sorriso suave surgir em seu rosto, inclinando-se em uma curta reverência de agradecimento. Por fora, parecia tranquila e controlada, mas por dentro, era uma tempestade de emoções. O nervosismo borbulhava no fundo do estômago, as lembranças de como se sentiu ao estar cercada por pessoas tão influentes ainda a perturbavam. O medo de errar era real, e a ideia de arruinar sua carreira antes mesmo dela começar decolar fazia seu coração martelar no peito.

De repente, o som suave do vidro da janela descendo a tirou de seus devaneios. Jae Hyun a observava de dentro do carro, seus olhos frios, porém atentos, avaliando cada detalhe da expressão dela. Sophia congelou por um instante, como se o tempo tivesse parado. O vento brincava levemente com seus cabelos, mas o olhar penetrante do presidente a mantinha ancorada ao chão.

— E, a propósito, a partir desse momento, você é minha assistente. A única pessoa a quem você responde, sou eu. – disse ele com firmeza, o olhar fixo nela, sem deixar espaço para dúvidas — O secretário Dong Hyun irá te orientar sobre suas novas responsabilidades.

O peso dessas palavras caiu sobre Sophia com força. A promoção relâmpago trouxe uma onda de nervosismo, mas ela se esforçou para manter a postura.

— Sim, senhor presidente. – respondeu, tentando esconder o tremor em sua voz.

Enquanto o veículo do presidente partia, o secretário Dong Hyun se aproximou calmamente, guiando-a para seu carro. Sophia olhou ao redor, ainda tentando entender o que realmente aquilo significava.

— O que exatamente acabou de acontecer? – murmurou perplexa.

Ela refletiu por um instante e se deu conta de que havia passado de estagiária a assistente do presidente da empresa sem sequer passar por uma entrevista ou competir com outros candidatos. A incerteza tomou conta de sua mente. Era algo para comemorar ou chorar?

Dong Hyun, sempre tranquilo, sorriu.

— Você foi promovida. – afirmou com naturalidade — Esta semana, estarei aqui para ajudá-la a se familiarizar com tudo o que precisa saber sobre a agenda e os compromissos do presidente relacionados a empresa.

Sophia piscou algumas vezes, tentando absorver a novidade.

— Mas e você? – perguntou ainda confusa.

— Eu sou o secretário-chefe dele. Estou ao lado do presidente 24 horas por dia, mas, mesmo assim, sou apenas uma pessoa para lidar com as demandas da vida pessoal e profissional dele. — Dong Hyun deu um sorriso humorado, como se já estivesse acostumado com a confusão dos novos contratados.

— Então, eu vou lidar com as questões da empresa e só isso, certo? – perguntou ela, tentando simplificar o caos em sua mente.

— Acredito que sim. – Dong Hyun parou em frente ao carro dele, abrindo a porta para ela entrar — O presidente Kim é extremamente seletivo na escolha de seus assistentes. Ele escolheu você pela sua competência e seu currículo impressionante. E, até agora, você está provando que mereceu a oportunidade.

Sophia corou levemente, ainda tentando entender como tudo isso havia acontecido tão rápido.

— Obrigada, me sinto lisonjeada. – respondeu, ainda envergonhada e confusa, mas com uma pontada de orgulho surgindo em seu peito.

Dong Hyun sorriu de novo, entrando no carro logo em seguida.

— Temos alguns minutos até chegarmos à empresa. Vou explicar algumas coisas para que amanhã você possa começar com o pé direito na sua nova função.

Sophia assentiu, sentindo o peso da responsabilidade crescer. Ela sabia que a partir de agora sua vida mudaria drasticamente, e, por mais assustador que fosse, ela estava pronta para encarar o desafio.

[...]

Quando Sophia voltou ao escritório, o ambiente parecia o mesmo, mas algo dentro dela havia mudado. A promoção para assistente do presidente pesava sobre seus ombros como uma responsabilidade imensa. Ela ainda estava tentando entender o que exatamente aquilo significava, mas sabia que as expectativas seriam altas, e falhar não era uma opção.

Olhou ao redor, sentindo-se um pouco deslocada, mas a pilha de papelada em sua mesa lhe trouxe um alívio inesperado. Pelo menos, aquilo era algo que sabia fazer. Decidida a não deixar as incertezas dominarem, ela se sentou e começou a revisar os documentos, com a mesma determinação de sempre. Embora sua mente estivesse dividida entre o novo cargo e suas antigas tarefas, Sophia sabia que ainda tinha obrigações a cumprir.

Conforme lia cada linha, o trabalho familiar a ajudava a encontrar um pouco de tranquilidade. Era como se mergulhar na rotina fosse uma forma de manter o controle em meio ao caos que sua vida se tornara nas últimas horas.

Enquanto estava imersa no trabalho, uma notificação surgiu na tela do computador, trazendo um toque de normalidade ao seu dia turbulento. Era de Ji Woo.

"E então, para onde você foi?"

Sophia virou o rosto para o lado e encontrou os olhos gentis de sua amiga. Ji Woo, com seu sorriso caloroso e presença reconfortante, havia sido um pilar no meio do caos. Se não fosse por ela, Sophia ainda estaria usando as mesmas roupas de antes e carregando a aparência cansada de quem não dormiu direito. Aquele vestido que ela sabia que precisava devolver a lembrava do quanto sua amiga havia sido essencial.

Um sorriso involuntário surgiu em seus lábios enquanto digitava a resposta.

"Foi maravilhoso. Tenho muito para te contar."

"Uma pena não termos almoçado juntas, assim você já me contaria tudo." — Ji Woo digitou de volta, a curiosidade evidente até pelas letras na tela.

"Antes de sairmos, eu te conto." — prometeu Sophia, sabendo que a amiga estaria esperando ansiosamente por cada detalhe.

Mas, enquanto voltava a sua atenção para os documentos, a nova responsabilidade teimava em vir à mente, Sophia era um ser que sofria por antecedência, e não importava quantas vezes tentasse se distrair, no final ela voltava a sofrer com a ansiedade do dia de amanhã. Cada linha que lia parecia carregada de um significado mais profundo, como se cada parágrafo representasse uma peça crucial de um quebra-cabeça maior. Ela sabia que não havia margem para erros, especialmente agora que havia sido escolhida para estar tão próxima do presidente. Era uma oportunidade única, mas também um desafio imenso.

Ainda assim, a presença constante de Ji Woo, mesmo que virtual, era um alívio bem-vindo. Sophia estava ansiosa para compartilhar os detalhes do seu dia, especialmente a promoção inesperada, e embora não pudessem almoçar juntas, a promessa de uma conversa no final do expediente era algo que a mantinha firme em meio à tempestade de emoções.

[...]

Quando Sophia chegou em casa, a quietude do apartamento foi a primeira coisa que notou. Eun Na estava viajando, e a ausência de sua colega de quarto fazia o lugar parecer ainda mais vazio. A solidão era um contraste gritante com o turbilhão de emoções e eventos do dia.

Sophia suspirou, largando a bolsa no sofá e se dirigindo para a cozinha. Preparar uma refeição simples seria uma boa maneira de relaxar e, talvez, organizar seus pensamentos. Enquanto cortava os legumes, não conseguia parar de pensar no dia mais maluco da sua vida.

Seus pensamentos vagavam inquietos enquanto tentava imaginar como seria trabalhar ao lado do presidente Kim Jae Hyun todos os dias. O nervosismo crescia ao pensar na proximidade diária com ele. Antes, vê-lo de vez em quando no escritório ou em reuniões já era o suficiente para despertar uma sensação de inquietação. Agora, estar constantemente ao seu lado parecia um desafio assustador, mas também despertava sua curiosidade.

As memórias daquela noite no baile de máscaras surgiram, trazendo uma mistura de sentimentos. Jae Hyun havia sido uma presença inesperadamente gentil em um momento em que ela estava vulnerável. Embora aquela noite estivesse envolta em luxo e ostentação, ela ainda se sentia deslocada, como se não pertencesse àquele mundo. O desconforto físico que experimentou ao usar um vestido caro e andar de salto alto parecia refletir sua atual ansiedade em relação a trabalhar tão de perto com ele.

Uma lembrança específica surgiu com força. Ela se recordou de quando estavam sentados na cama, conversando de forma descontraída. Naquele momento, ele parecia uma pessoa completamente diferente, mais humano e menos distante. Ela lembrou-se do instante em que ele tocou delicadamente a fita da máscara que cobria seu rosto e, com um sorriso confiante, ousou dizer que a reconheceria em qualquer lugar se a encontrasse novamente.

— Mentiroso. – resmungou Sophia irritada, cortando uma cebola com força enquanto revisava mentalmente a lembrança — Nem mesmo se eu me vestisse igual, me reconheceria.

Aquela afirmação, que havia parecido tão sincera no calor do momento, agora soava vazia. Era como se o presidente Kim Jae Hyun que ela encontraria todos os dias no trabalho fosse uma versão diferente do homem que conheceu naquela noite — alguém distante, inatingível, e ainda assim, estranhamente presente em seus pensamentos.

Sophia refletiu, perdida em suas próprias dúvidas, sobre a possibilidade de que Jae Hyun simplesmente não se lembrasse dela. Talvez, para ele, ela tivesse sido apenas mais uma figura insignificante. O pensamento de que a noite que tanto a marcou poderia ser irrelevante para ele a deixou profundamente triste. Enquanto para Sophia, aquela noite tinha sido um misto de confusão e emoção, para Jae Hyun, poderia não ter passado de mais uma noite trivial em um quarto de hotel.

A tristeza tomou conta de Sophia com uma intensidade inesperada, dissipando a raiva que antes a consumia. O peso de estar no mesmo ambiente que Jae Hyun já era imenso, mas a ideia de ser completamente esquecida por alguém que, mesmo sem saber, teve um papel tão importante em sua vida, fazia com que ela se sentisse ainda mais sozinha naquele ambiente impiedoso. A dúvida de pertencer àquele lugar, a insegurança de estar ao lado de alguém tão distante e inatingível, a fazia questionar se algum dia encontraria seu espaço e se conseguiria provar seu valor — não apenas para Jae Hyun, mas para si mesma.

Enquanto essas emoções a envolviam, o toque repentino de seu celular interrompeu seus pensamentos sombrios. O som familiar a trouxe de volta para a realidade. Era uma videochamada de Eun Na. A visão do nome de sua amiga na tela foi como um alívio, um pequeno refúgio de sua angústia.

— Eun Na! Que bom te ver! – exclamou Sophia, com o rosto iluminado ao ver a amiga sorridente na tela do celular.

— Oi, Soph! Como você está? – respondeu Eun Na com aquele entusiasmo contagiante de sempre — Tenho tantas coisas para te contar! Você não vai acreditar nas coisas que vi por aqui!

As duas logo começaram a conversar animadamente, como se a distância e o fuso horário fossem irrelevantes. Eun Na descrevia com detalhes vívidos suas aventuras nos Estados Unidos, cada lugar que visitou, cada pessoa interessante que conheceu. Sophia ria das histórias engraçadas, especialmente dos momentos inesperados e hilários que sua amiga sempre parecia atrair. Mesmo a quilômetros de distância, Eun Na conseguia transformar uma simples chamada de vídeo em um jantar virtual divertido e acolhedor, fazendo Sophia se sentir menos sozinha naquele dia agitado.

— E você, Soph? Como estão as coisas por aí? – perguntou Eun Na, curiosa, com aquele brilho de sempre nos olhos.

— Ah, tudo bem. Nada de muito interessante. – respondeu Sophia, tentando soar descontraída — Apenas as pilhas de trabalho como sempre.

Ela sorriu, tentando manter a leveza da conversa. Não estava pronta para falar sobre a promoção inesperada ou a confusão de sentimentos envolvendo Jae Hyun, mesmo que sua amiga fosse sua maior apoiadora. Naquele momento, tudo o que queria era aproveitar a companhia virtual de sua melhor amiga, sem preocupações. Falar sobre os planos de Eun Na para o restante da viagem e sonhar com o que fariam juntas quando ela voltasse foi a distração perfeita, mantendo Sophia alegre e fazendo com que, por um momento, ela esquecesse as preocupações futuras.