Tudo estava escuro. O silêncio era perturbador, como se o mundo ao meu redor tivesse morrido. Quando meus olhos se ajustaram à escuridão, a realidade começou a se formar, e o que vi me deixou em choque. Sou Gabriel, tenho 25 anos, e trabalho no exército militar. Sempre fui disciplinado, focado em minhas missões, mas nada me preparou para o que estava prestes a enfrentar.Minha família e eu viemos para Nova York para passar as férias, uma pausa rara e merecida. Sendo brasileiro, a vida na cidade grande ainda era um pouco estranha para mim, mas eu estava tentando me acostumar. Após um dia exaustivo, me levantei para pegar uma cerveja na geladeira. Ao abrir a janela, fui recebido por uma visão que parecia saída de um pesadelo."O quê? O que aconteceu? Estou sonhando?" murmurei para mim mesmo, tentando processar o caos que via lá fora.Olhei para o relógio: eram 2 horas da manhã. Corri para ligar a TV, e o noticiário estava transmitindo algo inacreditável. As palavras "vírus experimental" e "Tecbot" apareceram na tela. O âncora, com um tom de voz urgente, relatava que as pessoas foram expostas a um vírus chamado Tecbot, que estava transformando-as em zumbis robóticos, famintos por carne e metal.Não pude acreditar no que estava ouvindo, mas os gritos e o barulho de destruição do lado de fora confirmavam que não era um pesadelo. Minha primeira preocupação foi minha família. O pânico ameaçou tomar conta de mim, mas eu sabia que não podia me dar ao luxo de perder o controle. Sou um soldado de elite, treinado para lidar com situações extremas. Isso seria apenas mais uma missão. Precisava manter a calma e proteger aqueles que amo.Os zumbis já estavam subindo o prédio, seus corpos metálicos emitindo um som horrível de ranger de engrenagens. Eles estavam prestes a chegar à minha casa. Não havia tempo para hesitar.Peguei as armas que trouxe comigo, prevendo que algo desse tipo poderia acontecer. Não estava acostumado a deixar minha segurança nas mãos de outros, mesmo em férias. Montei barricadas improvisadas com móveis e me preparei para o ataque. Quando os primeiros zumbis começaram a arrombar a porta, não hesitei.Comecei a atirar, mirando na cabeça como qualquer filme de zumbi me ensinou. Mas algo estava errado. Mesmo após tiros diretos, eles não caíam. Ao invés disso, suas partes destruídas começavam a se regenerar, a fusão de carne morta e metal vivo se recompondo diante dos meus olhos."Isso não é como nos filmes," murmurei, enquanto recarregava a arma. A tensão subia a cada segundo. Tiros na cabeça, no peito, em qualquer parte do corpo. Nada parecia funcionar por muito tempo. Eles continuavam voltando, mais fortes, mais rápidos. Eu estava enfrentando algo além da minha compreensão.O pânico começou a crescer, mas precisei manter a calma. Precisava pensar em uma nova estratégia, encontrar um ponto fraco. Talvez fosse na parte mecânica, ou algo relacionado ao vírus Tecbot. Mas o tempo estava se esgotando, e as balas também.A cena corta para mim, Kaio, curtindo a calmaria incomum que o apocalipse trouxe. A cidade em caos lá fora, mas eu estava despreocupado. Não precisava me preocupar com nada; afinal, eu tinha comida estocada para um ano inteiro. Ainda bem que não virei uma daquelas coisas. Abri uma cerveja e dei um gole, aproveitando a tranquilidade."Ah... que maravilha!" pensei comigo mesmo, mas quando fui pegar outra cerveja, percebi que algo estava errado. "Oxi, cadê a cerveja?" Me desesperei. Tinha certeza de que tinha estoque para uma vida inteira, mas parecia que estava enganado.De repente, ouvi o som de tiros vindo do andar de cima. Era meu vizinho, Gabriel. Nunca fui do tipo que se mete nos assuntos dos outros, mas pelo som das coisas, ele estava realmente lascado. E, por extensão, eu também. A realidade me acertou como um soco no estômago: eu teria que sair para pegar suprimentos. Olhei para meu celular, tentando buscar alguma informação na internet, mas claro, o Wi-Fi estava fora do ar."Que merda!" resmunguei, sabendo que não tinha escolha senão sair para enfrentar a realidade do lado de fora.A cena corta para Gabriel, lutando para escapar dos zumbis pelos corredores estreitos do prédio. A cada esquina, ele tentava encontrar um ponto fraco nos zumbis, mas nada parecia funcionar. Os corredores se transformaram em um labirinto mortal, e a única saída parecia ser continuar correndo.Quando Gabriel finalmente achou que estava conseguindo escapar, ele deu de cara com algo ainda mais assustador: um zumbi coberto de um metal líquido, que parecia pulsar como se estivesse vivo. Ele tentou recuar, mas foi arremessado contra a parede com uma força que o deixou sem fôlego.A cena corta de novo para mim, Kaio, também correndo pelos corredores. Esses zumbis não desgrudavam de mim. "Que merda!" gritei, enquanto tentava despistar as criaturas. Em um ato de desespero, fingi cair da janela, e os zumbis, sem hesitar, caíram junto comigo."Zumbis idiotas! Hahahah!" ri, aliviado por ter escapado por pouco. Mas minha alegria foi interrompida quando percebi que o prédio onde eu estava começou a desmoronar. Caí em cima de um carro, o impacto foi brutal, mas, para minha surpresa, as feridas que deveriam ter sido graves se curaram em questão de segundos."Me curei? Será por causa daquela injeção que tomei?" Não tive tempo para refletir. Lembrei do meu vizinho Gabriel, que parecia precisar de ajuda. Mas ao olhar para cima, vi que ele estava se virando sozinho. Não era hora de me intrometer, pensei, mas algo dentro de mim disse o contrário.Gabriel foi arremessado contra o carro onde eu estava, o zumbi pegou o pescoço dele e o jogou contra o prédio. Eu estava impotente, mas algo em mim se recusava a deixar aquilo passar.Olhei para o pingente no pescoço de Gabriel, uma foto de sua família lá dentro, e algo em mim estalou. "Não posso deixar esse cara morrer."Peguei minha mochila e a joguei contra o monstro, tentando distraí-lo. Comecei a correr para dentro do prédio, jogando tudo que podia nas pernas da criatura, tentando fazer com que ela parasse. Mas, com um único soco, o zumbi me jogou contra a parede, deixando-me sem ar.Foi então que Gabriel apareceu novamente, usando uma máquina que emitia um som estridente. O zumbi parou, convulsionando enquanto o som penetrava em seus componentes mecânicos. O metal líquido começou a se contorcer e, finalmente, o zumbi desmoronou em um monte de partes quebradas.Gabriel olhou para mim, ainda ofegante, e a única coisa que consegui pensar foi: "Será que ele é um aliado ou um inimigo formidável?"