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Chapter 18 - O Despertar da Escuridão

O retorno ao Vale da Aliança foi um processo silencioso e tenso. O grupo havia conseguido recuperar o Véu de Arannis, mas a consciência de que a escuridão ainda pairava sobre Elysium pesava sobre seus ombros. A cada passo, Elara sentia uma conexão mais forte com a entidade sombria que havia despertado. Como se essa presença estivesse aguardando pacientemente por seu retorno.

Ao chegarem ao Vale, foram recebidos com alívio e celebração pelos habitantes, mas o grupo não se permitiu descansar. Eles sabiam que o tempo era curto, e a verdadeira batalha ainda estava por vir.

Naquela noite, Elara se recolheu em seus aposentos no castelo, segurando o Véu de Arannis com as mãos trêmulas. As palavras do Velho Seer ecoavam em sua mente. A escuridão antiga estava se agitando, buscando um caminho para o mundo, e ela era a chave para isso. Ela sabia que não podia adiar o inevitável. A manhã traria a batalha final.

Elara fechou os olhos, tentando acalmar sua mente, mas foi puxada para um sonho perturbador. Ela se viu em uma planície desolada, o céu tingido de vermelho, e à sua frente, uma figura encapuzada, envolta em sombras. A entidade.

"Você finalmente chegou, Elara," disse a figura com uma voz que parecia vir de todas as direções. "Você tem algo que me pertence."

"Eu não pertenço a você," respondeu Elara, tentando parecer firme. "Eu vim para acabar com isso, para selar você para sempre."

A figura riu, um som frio e cruel. "Você acha que o Véu de Arannis pode me deter? Eu existo desde antes do tempo, nascido das profundezas de Elysium. Você é apenas uma peça no meu jogo."

Elara sentiu a escuridão tentar invadir sua mente, mas resistiu, concentrando-se na luz do Véu que segurava. "Eu não estou sozinha. Meus amigos, as nações de Elysium, todos lutaremos contra você. Você não terá sucesso."

A entidade se aproximou, as sombras ao redor dela se contorcendo como serpentes. "Nós veremos, pequena guerreira. O confronto final está próximo. E quando o sol nascer, Elysium será meu."

Elara acordou com um sobressalto, suando frio. Ela sabia que aquele não era apenas um sonho, mas uma premonição. A entidade estava se preparando para romper as barreiras entre os mundos, e ela precisava agir rápido.

Na manhã seguinte, Elara reuniu seus companheiros na sala do trono. Eles estavam cansados, mas prontos para a batalha. Ela explicou o que havia visto no sonho e a urgência da situação.

"O confronto final acontecerá em breve," disse ela, segurando o Véu de Arannis. "Precisamos usar este artefato para selar a entidade antes que ela consiga se manifestar completamente em nosso mundo. Mas para isso, precisaremos atraí-la para um local onde possamos concentrar o poder do Véu."

Kaelion, sempre o estrategista, sugeriu um local antigo nas proximidades do Vale, onde as barreiras entre os mundos eram mais fracas. "Se a entidade está tentando romper para o nosso mundo, provavelmente estará concentrando suas energias lá. Se conseguirmos chegar primeiro, podemos usar o Véu para fechar o portal e banir a escuridão."

Aldric assentiu, seu rosto sério. "É arriscado, mas não temos outra escolha. Precisamos deter essa coisa antes que seja tarde demais."

Rashid, com um brilho de determinação nos olhos, sorriu. "Então, vamos acabar com isso. Não podemos permitir que essa escuridão tome Elysium."

O grupo preparou-se rapidamente, cientes de que cada segundo contava. Enquanto marchavam em direção ao local designado, a atmosfera ao redor começou a mudar. O ar ficou mais denso, e o céu, que antes estava claro, agora estava coberto por nuvens escuras e ameaçadoras.

Chegaram ao local ao anoitecer, uma antiga ruína cercada por uma floresta densa. As árvores ao redor pareciam mortas, retorcidas e secas, como se toda a vida tivesse sido drenada delas. O lugar emanava uma energia sombria, e Elara podia sentir a presença da entidade mais forte do que nunca.

"Ela está aqui," sussurrou Miriel, seu arco pronto. "Posso sentir."

De repente, o chão começou a tremer, e fissuras se abriram ao redor das ruínas. Do centro do local, uma coluna de luz negra ascendeu ao céu, rasgando as nuvens e emitindo um som ensurdecedor. A entidade estava tentando romper a barreira entre os mundos.

"Agora, Elara!" gritou Kaelion. "Use o Véu!"

Elara correu para o centro do local, levantando o Véu de Arannis acima de sua cabeça. A entidade, percebendo a ameaça, começou a manifestar-se no mundo físico. Uma figura colossal, feita de sombras e escuridão pura, surgiu da coluna de luz negra, seus olhos brilhando com um ódio ancestral.

"Você não vai me deter!" rugiu a entidade, sua voz sacudindo o terreno.

Elara concentrou-se, sentindo o poder do Véu se intensificar. Com um grito de determinação, ela canalizou toda a energia do artefato em direção à entidade. A luz do Véu se expandiu, envolvendo a criatura em uma barreira brilhante.

A entidade rugiu em fúria, mas a luz do Véu era pura e poderosa. A batalha de vontades durou o que pareceu uma eternidade, até que, finalmente, a escuridão começou a recuar. As sombras que compunham a entidade começaram a se desfazer, sendo sugadas de volta para a fissura entre os mundos.

"Não...!" gritou a entidade, enquanto sua forma desvanecia, "Isso ainda não acabou!"

Com um último esforço, Elara canalizou toda a energia restante do Véu, fechando a fissura e selando a entidade do outro lado, na escuridão eterna. A luz do Véu explodiu em um brilho final, dissipando as nuvens escuras e trazendo de volta a luz do amanhecer.

O grupo ficou em silêncio, observando o sol nascer no horizonte. A batalha havia terminado, mas o custo havia sido alto. O Véu de Arannis, agora sem poder, desintegrou-se nas mãos de Elara, transformando-se em pó que foi levado pelo vento.

"Conseguimos," disse Aldric, quebrando o silêncio. "Elysium está segura... pelo menos por enquanto."

Elara olhou para o céu claro e sentiu uma mistura de alívio e tristeza. Eles haviam vencido, mas sabiam que essa vitória não significava o fim de todos os desafios. Havia muito trabalho a ser feito para garantir que a paz durasse.

"Vamos voltar para casa," disse Elara, com um sorriso cansado. "Ainda temos um mundo para reconstruir."

Com isso, o grupo começou sua jornada de volta ao Vale da Aliança, cientes de que haviam enfrentado a escuridão e prevalecido, mas também de que o futuro ainda reservava muitas surpresas.