3.000 anos após os eventos do primeiro volume
No ano 4012, Elysium era um mundo de tecnologia avançada, onde as cidades brilhavam como joias sob o sol, e as relíquias do passado haviam sido relegadas aos museus e livros de história. Entre as torres reluzentes de Aetheria, a capital da Nova Aliança de Elysium, vivia Dr. Aria Voss, uma arqueóloga e cientista conhecida por seu trabalho em tecnologia antiga. Apesar do ceticismo de muitos de seus colegas, Aria dedicou sua vida a desvendar os mistérios de Elysium, acreditando que as lendas e mitos do passado continham verdades esquecidas.
No subsolo de uma das torres mais altas de Aetheria, o laboratório de Aria era um santuário de conhecimento antigo. Em uma mesa no centro do laboratório, repousava seu achado mais recente: uma esfera metálica coberta por runas desgastadas. A origem desse artefato era desconhecida, mas Aria sabia que ele continha segredos além do que a ciência moderna poderia compreender.
Numa noite silenciosa, enquanto trabalhava incansavelmente para desvendar o significado das runas, a esfera começou a brilhar com uma luz dourada. As runas, antes apagadas, agora brilhavam intensamente, e a esfera emitiu um som profundo, como um tambor distante. Aria deu um passo para trás, surpresa, mas ao mesmo tempo, sentiu uma estranha excitação. Algo estava acontecendo — algo importante.
De repente, a esfera começou a flutuar no ar, girando lentamente. Aria observava, hipnotizada, enquanto a esfera projetava hologramas que preenchiam a sala com visões de destruição. Cidades ruindo, montanhas explodindo, e, no meio do caos, figuras colossais emergiam da terra, suas formas indistintas, mas imponentes. Eram os guardiões, os mesmos deuses adormecidos que as lendas mencionavam.
"Não pode ser..." Aria sussurrou para si mesma, enquanto as visões se intensificavam.
Antes que pudesse reagir, a esfera soltou um grito ensurdecedor que reverberou pelo laboratório, fazendo o chão tremer. No mesmo instante, do outro lado da cidade, o solo começou a rachar, e o céu, antes claro, escureceu em questão de segundos.
Aetheria foi tomada pelo caos. As pessoas corriam pelas ruas, confusas e aterrorizadas, enquanto prédios tremiam e desabavam sob forças invisíveis. O som de sirenes ecoava por toda parte, mas antes que qualquer resposta organizada pudesse ser feita, eles emergiram.
Gigantes de pedra e metal romperam do solo, suas formas cobertas de runas antigas que brilhavam com a mesma luz dourada da esfera de Aria. Eram os guardiões, despertados após milênios de sono, e estavam furiosos. Com cada passo, o chão tremia, e as estruturas ao redor deles desmoronavam como se fossem feitas de areia. Os guardiões começaram a avançar pela cidade, esmagando tudo em seu caminho com uma força que nenhuma arma moderna parecia capaz de deter.
Aria, ainda no laboratório, sentiu a terra tremer sob seus pés. Ela correu para a janela e viu, com horror, os gigantes destruindo a cidade que ela conhecia. A visão era surreal — algo saído diretamente dos textos antigos que ela estudava.
Desesperada, Aria voltou para a esfera, que agora estava quase impossível de olhar diretamente devido ao brilho intenso. "O que você fez?!" ela gritou, como se a esfera pudesse responder. Mas em vez de parar, a esfera explodiu em uma onda de energia que lançou Aria para trás. Quando ela se levantou, viu que o laboratório estava em ruínas, mas a esfera ainda flutuava no ar, emitindo um pulso constante de energia.
A voz que ecoou anteriormente voltou, mais forte desta vez, como se estivesse diretamente na mente de Aria: **"O véu caiu. Os guardiões despertaram. Eles não descansarão até que o equilíbrio seja restaurado."**
A consciência terrível atingiu Aria — ela havia inadvertidamente desencadeado o que o mundo temia por eras. As lendas eram reais, e os guardiões não eram apenas protetores; eles eram agentes de destruição, enviados para restaurar um equilíbrio que havia sido rompido há milênios.
Com o coração disparado, Aria soube que precisava agir rápido. Ela correu para o terminal ainda funcional em meio aos destroços e começou a acessar os arquivos de emergência, buscando qualquer informação que pudesse parar os guardiões. Mas a verdade se tornava cada vez mais clara: não havia nada nas bases de dados modernas que pudesse enfrentar o poder dessas entidades.
Enquanto as forças militares da cidade tentavam em vão conter os guardiões, Aria sabia que a chave estava no passado. Algo nos textos antigos, talvez um artefato, ou um conhecimento perdido, era a única esperança para Elysium.
Com uma determinação renovada, Aria reuniu o que restava de seus equipamentos e se preparou para deixar a cidade. Ela precisava encontrar o que os antigos heróis haviam deixado para trás, alguma maneira de selar os guardiões antes que toda Elysium fosse reduzida a ruínas.
Ao sair do laboratório, a cidade estava irreconhecível. Aetheria, uma vez o símbolo de progresso e civilização, agora era um campo de batalha, com destroços e corpos espalhados pelas ruas. Mas Aria não podia se dar ao luxo de lamentar. Ela sabia que a história de Elysium estava se repetindo, e desta vez, o mundo dependia dela para encontrar uma maneira de salvar todos.
Enquanto ela se afastava dos destroços de Aetheria, Aria olhou para trás uma última vez. O futuro de Elysium estava em jogo, e ela estava pronta para fazer o que fosse necessário para impedir que o mundo caísse nas trevas mais uma vez.