Chereads / O Enigma das Lâminas Sombrias / Chapter 19 - O Silêncio Antes da Tempestade

Chapter 19 - O Silêncio Antes da Tempestade

Os heróis retornaram ao Vale da Aliança, onde foram recebidos com uma celebração que ecoava por toda a região. O povo de Elysium comemorava a vitória sobre a escuridão com fogos de artifício, canções e danças que encheram as ruas de vida e cor. Mas, no coração dos que haviam enfrentado a entidade, havia um peso que as festividades não conseguiam dissipar.

Elara, Kaelion, Aldric, Miriel, e Rashid se encontraram na torre do castelo, longe do burburinho da celebração. O ambiente estava carregado de um silêncio contemplativo, quebrado apenas pelo estalo da lareira.

"Foi um triunfo," começou Kaelion, sua voz suave. "Mas não consigo me livrar da sensação de que isso é apenas o começo de algo maior."

"Você não está sozinho nessa," respondeu Elara, apoiando-se na parede de pedra fria. "A entidade pode ter sido selada, mas a sua influência foi sentida por todo o mundo. Há rachaduras em Elysium, tanto no sentido literal quanto figurativo."

"Precisamos estar preparados," disse Aldric, sua mão descansando sobre o punho da espada. "As forças que estavam adormecidas por tanto tempo não desaparecerão facilmente."

Miriel, sempre observadora, olhou para Elara. "E você, Elara? O que sentiu quando usou o Véu de Arannis? A conexão com a entidade parecia mais profunda do que imaginávamos."

Elara hesitou antes de responder. "Foi como se eu estivesse vendo não apenas a entidade, mas também as raízes de sua escuridão. O Véu era poderoso, mas ao usá-lo, tive vislumbres de algo ainda mais antigo... algo que não foi completamente selado."

Rashid, sempre pronto para dissipar a tensão, tentou mudar o tom da conversa. "Pessoal, vencemos uma batalha épica, banimos a escuridão e salvamos Elysium. Não é hora de pensar no que pode vir a seguir, mas de aproveitar o presente, mesmo que por um momento."

Elara sorriu, agradecida pela tentativa de Rashid de aliviar o clima. "Você tem razão, Rashid. Precisamos aproveitar o momento. Mas também precisamos nos preparar para o que está por vir. A paz que conquistamos hoje pode ser breve."

Eles decidiram descer e se juntar à celebração, mesmo que apenas para mostrar ao povo que estavam juntos nessa nova era. A presença dos heróis entre os cidadãos trouxe uma nova onda de entusiasmo, e, por um breve momento, puderam esquecer o peso de suas responsabilidades.

Na manhã seguinte, Elara foi chamada ao salão do trono pelo rei, que queria discutir os próximos passos. Ela foi recebida com honras e agradecimentos, mas logo percebeu que o rei estava preocupado.

"Elara," começou o rei, sua voz grave. "Embora tenhamos triunfado sobre a entidade, recebi relatos de distúrbios em outras partes de Elysium. Pequenas vilas relatando aparições sombrias, monstros antigos ressurgindo. O equilíbrio foi quebrado."

"Eu temia que isso acontecesse," disse Elara, suspirando. "A batalha pode ter terminado, mas as consequências estão se desenrolando. Precisamos organizar expedições para investigar essas áreas e conter quaisquer ameaças antes que se espalhem."

O rei assentiu. "Já enviei batedores, mas temo que seja necessário mais do que simples patrulhas. Os heróis de Elysium são necessários mais uma vez."

Elara, já antecipando isso, concordou com determinação. "Reunirei os outros. Vamos dividir nossos esforços e proteger Elysium onde for necessário."

Enquanto Elara saía do salão do trono, uma figura encapuzada surgiu à sua frente. Era um mensageiro, que entregou a ela um pequeno pergaminho selado. Ela abriu o selo e leu rapidamente as palavras escritas em tinta vermelha:

**"A escuridão ainda espreita nas sombras. O verdadeiro teste está por vir. Siga para o leste, onde os ventos sussurram segredos antigos. Lá, você encontrará respostas... ou um destino pior do que a morte."**

As palavras trouxeram um arrepio à espinha de Elara. Ela sabia que o pergaminho não era uma ameaça vazia, mas um aviso. Algo além da entidade que haviam enfrentado estava à espreita, algo mais profundo e mais antigo.

Voltando aos seus companheiros, Elara compartilhou o conteúdo da mensagem. "Temos que ir para o leste. Parece que nosso próximo desafio está nos aguardando lá."

"Então não há tempo a perder," disse Aldric, já se preparando para a jornada.

"E o que fazemos com o povo daqui?" perguntou Miriel, preocupada. "Se formos embora, e algo acontecer...?"

Kaelion sorriu para ela. "Deixaremos a defesa do Vale nas mãos do exército real. Eles são capazes de manter a ordem. Nossa missão agora é descobrir o que está causando esses distúrbios e cortar o mal pela raiz."

Rashid, sempre pronto para a ação, fez um aceno positivo com a cabeça. "Que comece a nova aventura, então. Tenho um pressentimento de que essa será ainda mais desafiadora."

Com os corações pesados, mas cheios de determinação, o grupo partiu novamente, seguindo a pista misteriosa que os levava para o leste. Eles sabiam que o futuro era incerto, mas estavam prontos para enfrentar qualquer desafio que viesse em seu caminho.

E assim, nas primeiras luzes da manhã, com o horizonte banhado pelo brilho dourado do sol nascente, os heróis de Elysium seguiram em direção ao desconhecido, cientes de que a verdadeira batalha ainda estava por vir.