Harry gostaria de poder esquecer o que vira no espelho de Ojesed tempos atrás, mas não conseguiu. Começou a ter pesadelos.
Tinha pesadelos repetidamente com os pais desaparecendo em um relâmpago de luz verde enquanto uma voz esganiçada gargalhava maldosamente, ao menos ele acreditava que eram pesadelos, mas que mais pareciam alucinações em certos momentos, momentos quando estava ele caminhando pelos corredores de Hogwarts, via a alegria estudantil a seu redor, o grupo de amigos, os professores caminhando, e até ruídos dos elfos domésticos trabalhando através dos corredores internos das paredes, e mesmo com toda sua atenção erguida a seu redor, imagens do assassinato de seus pais nublando sua visão e o atormentando pouco a pouco, lembranças que uma criança em tal idade não deveria ter com tamanha complexidade de compreensão, a mãe ficando paranoica em seu isolamento, o pai ausente quando saia junto a seus três amigos.
Harry como uma criança não entenderia as complexidades de tudo isso, mas sua mente era aprimorada desde os sete anos em prol dele saber e entender tudo o que rondava nele, entendia que seu pai o amava com base nas brincadeiras que ele fazia com aquela vassoura para crianças, como os amigos riam e brincavam quando se transformavam em rato, cachorro e outro ficava ao canto lendo um livro enquanto sorria pela interação dos amigos, entendia como a mãe sempre sorria alegre perto dele, mas falsamente perto do pai, como sempre que ele escolhia sair do isolamento com os amigos, como ela retornava a seu estudo do ocultismo, como lia, murmurava, buscava respostas e ficava paranoica dia após dia, principalmente quando uma noite apareceu ela coberta de sangue e o pai enfim parou de sair da casa segura, como ele olhava sua mãe de maneira estranha toda vez que ela levantava a voz, como se ele não visse mais nela a mulher por quem se apaixonou, e sim uma guerreira que estava arcando com todas as responsabilidades de segurança do filho, enquanto o outro só tentava viver e aproveitar sua vida como sempre fez.
E não era necessário um julgamento ou escolha de lados, ambos eram tão jovens e recém formados em Hogwarts, com sonhos e ambições próprias, o pai uma estrela do Quadribol, a mãe uma campeã Tri-Bruxo, um visando a popularidade e fama que o esporte o traria, a outra visando o conhecimento e poder que o governo proibia, sendo uma das feiticeiras mais poderosas da Era Contemporânea, e principalmente, a feiticeira mais temida dos comensais da morte, recém-responsável pela aniquilação de todo o círculo íntimo do Lorde das Trevas que perdeu em uma única noite mais da metade de suas forças armadas.
Eram memórias, flashes, tudo o que uma criança via no elo mais presente em sua vida, tudo que uma criança não deveria se preocupar e compreender, mas que compreendia quando via dia após dia sua amada mãe evoluir em poder e se tornar ainda mais paranoica, juntando as memórias de uma criancinha inocente com um fragmento amaldiçoado de algo que foi obtido em uma tragédia da qual levou a vida de ambos os pais, e fim da guerra bruxa.
Realmente Dumbledore estava certo, por mais que seja um verdadeiro mentiroso e manipulador aos olhos de Harry, ele era alguém poderoso e muito sábio, pois agora vendo como estava agindo, como estava se aprofundando em um estudo oculto na biblioteca de Hogwarts em isolamento, pudera realmente notar que algo o induzia forçadamente a proteger um objeto do qual nem mesmo era dele e se tornava cada vez mais paranoico e focado em algo que ele, nem mesmo sabia, igualzinho a mãe durante seu apogeu e sua queda.
- Está vendo? Dumbledore tinha razão, aquele espelho podia deixar você maluco. - Disse Ron, quando Harry lhe contou os sonhos, e por mais que Harry seja muito paciente com a inocência e birra de crianças, realmente incomodou esse tom de superioridade que o garotinho parecia transmitir com algo que de cara estava fazendo mal a Harry.
Harry estava tão longe de obter alguma conexão de Nicolau Flamel com Niklaus, que o mesmo passara somente a deixar isso de lado onde realmente nem se importava mais, sua mente estava se moldando dia após dia, noite após noite com base em seu estudo e memória fotográfica que consumia tudo o que havia dentro da biblioteca de Hogwarts, e até mesmo o ar de superioridade do ruivo que ele pensou em chamar de amigo, foi algo que ele em opinião própria já parou de tentar forçar, não seria intermediário dele entre Hermione, e sabia que uma hora ou outra acabariam se afastando, assim como muitos fizeram na sociedade No-mag.
Harry tinha ainda menos tempo do que os outros dois, tanto pelo trabalho na biblioteca, no treino de Quadribol que recomeçara após o brilhante jogo deles, quanto pelo fato do Potter ter muitas responsabilidades de seu título divergente a qual Minerva lhe passava tópicos e títulos de livros a serem estudados sobre a sociedade mágica.
Oliver estava puxando pelo time como nunca fizera antes. Até mesmo as chuvas intermináveis que substituíram as nevadas não conseguiam esmorecer a sua animação. Os Weasley reclamavam que seu capitão estava se tornando fanático, mas Harry o apoiava. Além do desejo de ganhar, Harry descobriu que tinha menos pesadelos quando voltava exausto dos treinos.
Então, durante um treino particularmente chuvoso e enlameado, Oliver deu uma notícia ruim ao time. Acabara de se enfurecer com os Weasley, que davam mergulhos violentos um sobre o outro e fingiam cair das vassouras.
- Vocês querem parar de se comportar feito bobos! - Berrou o capitão. - Isso é o tipo de atitude que vai fazer a gente perder o jogo! Snape vai apitar dessa vez e vai procurar qualquer desculpa para tirar pontos da Grifinória.
George Weasley realmente caiu da vassoura ao ouvir isso.
- Snape vai apitar o jogo? - Perguntou embolando as palavras com a boca cheia de lama. - Quando foi na vida que ele apitou um jogo de Quadribol? Ele não vai ser parcial se tivermos chance de passar à frente de Sonserina. - O resto do time pousou ao lado de Jorge para reclamar também.
- A culpa não é minha. - Disse Oliver. - Nós é que vamos ter de nos cuidar e jogar uma partida limpa, para não dar a Snape desculpa para implicar conosco. - Estava tudo muito bem, pensou Harry, mas ele tinha outra razão para não querer Snape por perto quando estivesse jogando Quadribol. Isso, pois Quirrell estava sempre na cola do professor como se tentasse puxar conversa com o mesmo, mas que o professor de poções praticamente o expulsava como uma praga, e isso incomodava muito Harry.
Sua cicatriz sempre doía de forma excruciante perto desse homem, seus sentidos o alertavam de perigo, e aquele jeito de gaguinho indefeso não enganava a Harry, algo que Harry achara que Dumbledore passara a desconfiar também, pois seus olhos por mais que estivessem ofuscados pelas lentes de seus óculos de meia-lua, sempre agora pareciam focados no gaguinho de Hogwarts, como se esperasse que ele atacasse no próprio salão principal, assim estando sempre pronto paras reagir no mesmo momento, ato indicado quando Harry percebeu que uma das mãos de Albus se encontrava sempre oculta pela manga de suas vestes, com o que com certeza deveria estar com sua varinha empunhada.
Os outros jogadores se demoraram conversando no final do treino como sempre faziam, mas Harry rumou direto para a sala comunal de Grifinória, onde encontrou Ron e Hermione jogando xadrez. Xadrez era a única coisa em que Hermione perdia, uma experiência que Harry achava que lhe fazia muito bem, pois a mantinha mais humilde e ele vinha planejando uma maneira de educar a menina mandona, que por mais que ele achasse engraçado a garotinha fofa fazendo birra, a longo prazo isso iria ficar feio e uma adolescente mimada era com certeza algo que ele não queria perto.
- Não fale comigo agora. - Pediu Ron quando Harry pretendia mais era tomar uma ducha. - Preciso me concentrar. - Ele dissera só para assim ver a cara do Harry.
- Que aconteceu com você? Está com uma cara horrível. - Hermione perguntou ao segurar ele pelo pulso mostrando que queria ele ali, falando baixinho para ninguém mais ouvir, Harry contou aos dois o desejo sinistro e súbito de Snape de ser juiz de Quadribol. - Não jogue. - Disse Hermione na mesma hora.
- Diga que está doente. - Aconselhou Ron.
- Finja que quebrou a perna - Sugeriu Hermione.
- Quebre a perna de verdade - Insistiu Ron.
- Não posso. - Respondeu Harry. - Não temos apanhador de reserva. Se eu fujo, Grifinória não vai poder jogar.
Naquele momento, Nevílle entrou aos tombos na sala comunal.
Como conseguira passar pelo buraco do retrato ninguém sabia, porque tinha as pernas grudadas pelo que eles imediatamente reconheceram ser o Feitiço da Perna Presa. Devia ter precisado andar aos pulos como um coelho até a torre de Grifinória.
Todo o mundo caiu na gargalhada, menos Hermione e Harry, a garota ficara em pé de um salto e fez o contrafeitiço. As pernas de Nevílle se separaram e ele se endireitou, tremendo.
- Que aconteceu? - Perguntou Hermione, levando-o para se sentar com Harry.
- Malfoy. - Disse Nevílle com a voz trêmula. - Encontrei-o na saída da biblioteca. Ele disse que estava procurando alguém em quem praticar o feitiço.
- Vá procurar a Professora Minerva! - Insistiu Hermione. - É proibido usar feitiços nos corredores.
- Não quero mais confusão. - Murmurou ele sacudindo a cabeça.
- Você tem de enfrentá-lo, Nevílle. - Disse Harry. - Ele está acostumado a pisar nas pessoas, mas não há razão para você se deitar aos pés dele para facilitar, ou isso com certeza não irá parar, fugir só vai dar mais motivos para ele mirar em você.
- Não precisa me dizer que não sou bastante corajoso para pertencer a Grifinória. Draco já fez isso. - Disse Nevílle engasgado.
Harry apalpou o bolso de suas vestes e tirou um sapo de chocolate, o último da caixa que Hermione lhe dera no Natal. Deu-o a Nevílle, que estava com cara de quem ia chorar.
- Você vale muito mais que isso. - Disse Harry. - O Chapéu Seletor escolheu você para Grifinória, não foi? Só precisamos te treinar para espancar os merdinhas. - A boca de Nevílle se contraiu num sorrisinho de concordância enquanto desembrulhava o sapo.
- Obrigado, Harry. Acho que vou para a cama... Você quer o cartão, você coleciona, não é?
Quando Nevílle se afastou, Harry olhou para o cartão:
- Dumbledore outra vez. Ele foi o primeiro que... - E soltou uma exclamação. Olhou para o verso do cartão. Em seguida, olhou para Ron e Hermione. - Puta merda. Encontrei Flamel... eu disse a vocês que tinha lido o nome dele em algum lugar. Li-o no trem a caminho daqui. Escutem só isso:
O Professor Dumbledore é particularmente famoso por derrotar Gellert Grindelwald, o Lorde das Trevas, em 1945, e ter descoberto os doze usos do sangue de dragão, e por desenvolver um trabalho de alquimia em parceria com Nicolau Flamel, o último membro vivo de sua extensa árvore genealógica. – Disse Harry e Hermione ficou em pé de um salto. Não parecia tão animada desde que eles tinham recebido as notas do primeiro dever de casa.
- Não saiam daqui! - Disse e saiu escada acima em direção aos dormitórios das meninas. Harry e Ron mal tiveram tempo de trocar um olhar intrigado e ela já estava correndo de volta, com um enorme livro velho nos braços.
- Nunca pensei em olhar aqui - Falou excitada. - Tirei-o da sessão restrita semanas antes das férias de natal para me distrair um pouco.
- Distrair? - Admirou-se Ron, mas Hermione mandou-o ficar quieto, enquanto procurava alguma coisa e começou a folhear as páginas do livro, ansiosa, resmungando para si mesma.
Finalmente encontrou o que procurava.
- Eu sabia! Eu sabia. - Disse ela eufórica.
- Já podemos falar? - Perguntou Rony de mau-humor.
Hermione não lhe deu resposta, assim se virando a Harry:
- Nicolau Flamel. - Sussurrou ela teatralmente. - É, ao que se sabe, a única pessoa que produziu a Pedra Filosofal.
A frase não teve bem o efeito que ela esperava. Pois disso Harry já sabia, o seu foco era a ligação com Niklaus, no qual ali parecia que não tinha como ser um mero irmão ou parente, desde que Nicolau Flamel aparentava ser o último de sua linhagem.
- Olhem, leiam isso aqui. Ela empurrou o livro para os dois, que leram:
"O antigo estudo da alquimia preocupava-se com a produção da Pedra Filosofal, uma substância lendária com poderes fantásticos. A pedra pode transformar qualquer metal em ouro puro ao simples toque. Produz também o Elixir da Vida, um ingrediente fundamental para que torna quem o bebe imortal.
Falou-se muito da Pedra Filosofal durante séculos, mas a única Pedra que existe pertence ao Sr. Nicolau Flamel o famoso alquimista e amante da ópera. O Sr. Flamel que comemorou o seu sexcentésimo sexagésimo quinto aniversário no ano passado, leva uma vida tranquila longe dos olhos da sociedade, sendo essa uma escolha tomada desde que o último de sua linhagem foi assassinado ainda no fim dos anos 50, com sua mulher, Perenell de seiscentos e cinquenta e oito anos ambos sumiram da sociedade magica após se despedirem do último de seus alunos, o famoso Magizoologista Newt Scamander."
O livro também continha uma ilustração de um homem idoso e de aparência frágil, porém eram os olhos dele que atraiam a atenção e Harry.
Olhos que só vira uma vez. Assim, com um sorriso triunfante, parecia que finalmente chegara à resposta que tinha que se provar.
- "Sim, muito velho, mas parece com o homem que me deu a maleta... É, esses olhos não dão para confundir." - Harry pensou com um som de trincado ressoando em seus ouvidos, só para arregalar os olhos na conclusão que se formava no seu mapa mental e ligava tudo ao dia em que ele embarcara no trem. Teorias se formando a mil, como se o mesmo estivesse sob algum tipo de entorpecente que não o fazia usar todo seu raciocínio para se obter a resposta que queria. - "Então Percy estava certo, existe mesmo um feitiço de intenção que atrapalha os sentidos mentais no terceiro andar, fazendo sua mente nublar ou perder o foco e não raciocinar direito no que reflete a Nicolau Flamel? Ou ao menos o que envolve ele que se situa atualmente no corredor proibido a qual Dumbledore avisou no começo do ano letivo." - Harry realmente riu audivelmente sob dúvida dos dois a seus lados, onde só Hermione percebia que Harry parecia estar obtendo conclusões em alta velocidade assim como ela fazia. - "É, devo concordar que é uma técnica brilhante de magia, talvez eu não conseguisse ter tal clareza se Hermione não mostrasse essa informação, sendo por isso que todos os livros sobre uma figura importante do ramo alquímico simplesmente sumiu de uma biblioteca tão famosa quanto a de Hogwarts e tudo que eu consigo descobrir sobre ele parece se manter em segundo plano na minha mente, como se não importasse e eu me distraísse com algo trivial. Dumbledore é bom, mas acho que ninguém é perfeito, e Hermione mal sabe que acabou de me dar todas as respostas, Quirrell realmente está atrás do que está no terceiro andar, da Pedra Filosofal, Snape é um dos guardiões, assim como Hagrid que forneceu uma besta mágica poderosa e tem que ser alimentada todas as noites, levando algumas vezes a um acidente, pois por mais que seja fofo, ainda é uma besta mágica classe S. Talvez somente uma forma de atrair atenção com aquele aviso do velho na seleção, junto ao feitiço no terceiro andar que faz todos os alunos aventureiros a serem confundidos a cair fora do local, o verdadeiro inimigo seria o único a continuar transitando por lá desde que se for tão poderoso, não seria um mero feitiço a impedi-lo, e é aí que está a verdadeira armadilha, pois daria foco a como transpassar o Cérbero, e também buscando maneiras de ultrapassar as próximas etapas, e por isso Quirrell está tentando obter amizade com Severus, a fim de obter uma vantagem nos próximos desafios."
- "Poderia ser qualquer professor, isso se eu estivesse pensando como um garoto inocente de onze anos, mas Severus é especial nesse contexto. Minerva é leal de mais a Albus e uma amiga incrível para não informá-lo de um mero funcionário buscando saber do que tinha no terceiro andar, Filius é poderoso demais para não questionar se ele não usaria de suas exímias habilidades em duelo e brutalidade Goblin para conter um perigo eminente, e os outros, claramente vendo externamente agora, Albus os mantinha sob fixa atenção desde o início das aulas, como se buscasse uma ação suspeita dos mesmos, bom, isso ao menos até eu desatar o turbante de Quirrell na partida de Quadribol, pois aqueles olhos realmente brilharam com um conhecimento antigo, e do nada seu foco nos outros funcionários ter se acabado era algo a teorizar de que talvez ele desconfiasse de todos, e estava num processo de seleção sob quem realmente queria roubar a Pedra Filosofal, situada abaixo do alçapão, que com certeza deve ter algumas armadilhas por camadas a fim de enviá-los ao subsolo." - Harry pensava a mil, ignorando seus amigos que o chamavam, pois atualmente estava ele sentado a uma poltrona em sua paisagem mental que se formava em uma biblioteca própria dele com todo o conhecimento adquirido de sua memória fotográfica, sendo enfim ela formada em potencial total e organização fixa. - "Sim, camadas de defesas não tão perigosas quanto um Cérbero perigoso, algo somente superficial para atrair atenção e enviar o inimigo cada vez mais abaixo, assim, chegando ao artefato de Flamel, onde com certeza Albus poderia confrontá-lo em poder total sem precisar se preocupar com os alunos, que estariam no momento sendo protegidos pelos funcionários e o local de confronto muito fundo no castelo para a área de efeito dos feitiços acertar algum inocente, sim... Hogwarts é realmente o local mais seguro do mundo, não por ser invulnerável ou perfeito, mas por ser extremamente difícil de escapar uma vez dentro dela, principalmente com o feiticeiro mais poderoso da Era Contemporânea estando ali como diretor do castelo." - Harry pensou com um riso. - "É, seja lá o que esse Feiticeiro está tentando fazer para se tornar um novo Lorde das Trevas, enquanto Dumbledore estiver de olho nele, vai estar tudo bem. Não preciso ser uma criança intrometida que só vai atrapalhar tudo e permitir a fuga de um criminoso, mesmo que tudo esteja tão entediante ultimamente."
- Viram? - Disse Hermione, quando Harry terminou seu longo raciocínio e ria com a genialidade do diretor, que aos olhos de qualquer um pareceria mais um velho senil colocando alunos em perigo, tendo que ter um trio de estudantes incapazes e intrometidos tendo que se meter para proteger um castelo, do qual já estava protegido. - O cérbero deve estar guardando a Pedra Filosofal de Flamel. Aposto que ele pediu a Dumbledore que a guardasse em segurança, porque são amigos e ele sabia que alguém andava atrás dela, esse é o motivo por que Dumbledore quis transferir a pedra de Gringotes, um local extremamente seguro, mas porque trazer a uma escola repleta de alunos?
- Armadilhas Hermione, Hogwarts é segura, mas com certeza deve ter brechas ou caminhos de ida e volta, até porque estamos em um castelo, e castelos comumente tem túneis de escape no caso de emergências, assim podendo atrair quem queria roubar a pedra e assim trazendo o inimigo direto para um local que Albus costuma reinar em poder total, ou seja, enquanto Albus estiver em Hogwarts, ele estará no controle de tudo isso. - Harry explicou para a menina que tinha um brilho no olhar pela explicação. - Enfim, agora que acabamos com as teorias da conspiração mundiais e tentativas de roubo de relíquias, acho que vou tomar um banho, estou suado e ainda tenho um encontro tão bom me esperando. - Harry disse se levantando, só agora notando que a menina havia usado ele como cama e se aninhado no colo do mesmo.
- E-eu não me importo. - Hermione disse baixinho sob olhar estranho de Ron.
- Mas eu sim. - Harry disse com graça beijando o topo da cabeça da menina. - Melhor cheiroso do que fedendo. Assim eu não espanto mulher nenhuma de perto de mim. - E assim subiu para seu dormitório, onde poderia enfim tomar um banho e relaxar a mente após tal raciocínio logico e sensação de alívio ao não ter sua mente sendo confundida ou coisa do tipo por mais tempo.
[ ... ]
Na manhã seguinte, na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, enquanto copiavam as diferentes maneiras de tratar mordidas de lobisomem, Harry e Ron continuavam a discutir o que fariam com uma Pedra Filosofal se tivessem uma. Somente quando Ron disse que compraria o próprio time de Quadribol foi que Harry se lembrou de Snape e da partida que se aproximava, e de como a garota com quem se encontrou noite passada o motivou de uma maneira que seus amigos jovens não estavam preparados para escutar suas façanhas.
- Eu vou jogar. - Disse a Ron e Hermione. - Se não fizer isso, o pessoal de Sonserina vai pensar que tenho medo de encarar Snape... fora que Quirrell com certeza estará lá, então vou mostrar a ele que não me intimido fácil e se for preciso, é só bater em todo mundo que o caos vai se generalizar fácil, fácil.
- Vamos tirar aquele sorriso da cara deles se vencermos. - Harry que dizia tudo com um sorriso confiante, prontamente escutou:
- Desde que a gente não acabe tirando você do campo. - Disse Hermione.
- Mas eu tenho minha pequena e genial incendiaria, que pode atear fogo a todos os funcionários de Hogwarts e o próprio diretor, não é, gracinha? - Harry fingiu flertar sob ruborização da garota.
À medida que a partida se aproximava, Harry foi ficando cada vez mais nervoso, mesmo que negasse isso para Ron e Hermione. O resto do time também não estava tão calmo assim. A ideia de passar à frente de Sonserina no campeonato das casas era maravilhosa, ninguém fazia isso havia quase sete anos, mas será que conseguiriam, com um juiz tão parcial?
Harry não sabia se estava ou não imaginando, mas parecia estar sempre encontrando Snape por todo lugar em que ia. Às vezes, ele até se perguntava se Snape não o estava seguindo, tentando apanhá-lo sozinho para conversar, ou seja, lá o que, mas o professor incrivelmente estava demonstrando uma afeição com ele que era até engraçado, isso com base no que ele descobriu que Severus e seu pai praticamente se odiavam no passado.
Porém, Harry sempre o evitava, pois Quirrell surgia em cada canto com aquele tom gago e irritante dele e a dor de cabeça era eminente na presença do mesmo.
Harry sabia que, quando lhe desejassem boa sorte à porta do vestiário na tarde seguinte, Ron e Hermione estariam se perguntando se o veriam vivo outra vez. Isto não era o que se poderia chamar de consolo. Harry mal ouviu uma palavra da conversa de Oliver para animar os jogadores enquanto vestia o uniforme de Quadribol e apanhava sua Nimbus 2000.
Entrementes, Ron e Hermione tinham encontrado um lugar nas arquibancadas junto a Nevílle, que não conseguia entender por que eles estavam tão sérios e tampouco por que haviam trazido as varinhas para o jogo. Mal sabia Harry que Ron e Hermione tinham andado praticando secretamente o Feitiço das Pernas Presas. Tinham tido essa ideia ao verem Draco usá-lo contra Nevílle e estavam preparados para usá-lo contra Snape se ele desse o menor sinal de querer machucar Harry, e contra Malfoy caso ameaçasse Nevílle.
Porém, mal sabiam eles que Harry dera uma boa lição de moral no Malfoy, que o fez simplesmente sumir de sua frente por um bom tempo, junto a seus comparsas que agora realmente mostravam medo de chegar perto dele.
- Agora não esqueça, é Locomotor Mortis. - Cochichou Hermione enquanto Ron escondia a varinha na manga.
- Eu sei! - Ron respondeu com maus modos. - Não chateia.
Ao mesmo momento que tal conversa ocorria, Harry suspirava pesadamente onde sentira Oliver puxá-lo para um lado:
- Não quero pressioná-lo, Potter, mas se há um dia em que precisamos agarrar o pomo logo de saída é hoje. Termine o jogo antes que Snape possa favorecer Lufa-Lufa demais.
- A escola inteira está lá fora! - Disse Fred, espiando para fora da porta. - Até mesmo, putz, Dumbledore veio assistir.
Harry poderia ter dado uma grande gargalhada de alívio. Não gostava do velho, mas tinha noção de seu poder. Ou seja, estava seguro, simplesmente não havia jeito de Quirrell ousar machucá-lo se Dumbledore estivesse assistindo.
Talvez fosse por isso que Quirrell parecia tão zangado, onde se escondia dos outros professorem em um canto.
Porém, Snape estava o mesmo e Harry vinha desconfiando que algo mal poderia ocorrer.
- Nunca vi Snape com uma cara tão feia. - Disse Hermione pensando se teria que usar seu lado sádico novamente, e atear fogo às vestes do professor.
- Olhe, começou. Ai! - Alguém cutucara Ron na cabeça. Era Draco.
- Ah, desculpe, Weasley, não vi você aí. - Draco deu um largo sorriso para Crabbe e Goyle. - Quanto tempo será que Potter vai se aguentar na vassoura desta vez? Alguém quer apostar? E você, Weasley? - Ron não respondeu, Snape acabara de achar uma penalidade na Grifinória porque George mandara um balaço nele e estava quase caindo da vassoura de tanto rir da face furiosa do mestre de poções.
Hermione, que mantinha todos os dedos cruzados no colo, apertava os olhos fixos em Harry, que circulava sobre os jogadores como um falcão, à procura do pomo.
- Sabe como eu acho que eles escolhem jogadores para o time da Grifinória? - Disse Draco bem alto alguns minutos depois, quando Snape aplicou nova penalidade em Grifinória sem a menor razão. - Escolhem as pessoas que dão pena. Vê só, o Potter, que não tem pais, depois os Weasley, que não tem dinheiro. Você também devia estar no time, Longbottom, você não tem miolos. - Nevílle ficou muito vermelho, mas se virou para encarar Draco.
- Eu valho muito mais que você, Malfoy. - Disse Nevílle recitando o que Harry sempre dizia sobre sempre ter amor-próprio, pois se depender da opinião dos outros, tu tá fodido.
Draco, Crabbe e Goyle rolaram de rir, mas Ron, que continuava sem coragem de despregar os olhos do jogo, disse:
- Isso mesmo, responda a ele, Nevílle.
- Longbottom, se miolos fossem ouro, você seria mais pobre do que Weasley e isso já é muita coisa.
Os nervos de Hermione já estavam esticados ao máximo de tanta preocupação com Harry, e não estava ajudando essa criançada ao redor dela fazendo uma cena.
- Estou lhe avisando, Draco... Mais uma palavra...
- Ron! - Disse Hermione de repente o interrompendo. - Harry! - Apontou ela a distância.
- Quê? Onde? - Indagou ele assim vendo Harry inesperadamente dar um mergulho espetacular, que provocou exclamações e vivas da torcida pelo garoto suicida que sempre que entrava em campo agia como se não se importasse com a própria vida, dando um espetáculo de manobras no processo. Hermione se levantou, os dedos cruzados na boca, enquanto Harry voava para o chão como uma bala.
- Você está com sorte, Weasley, Potter com certeza localizou dinheiro no chão. - Disse Draco rindo infantilmente.
Ron reagiu. Antes que Draco soubesse o que estava acontecendo, Ron partiu para cima dele e o derrubou no chão.
Nevílle hesitou inicialmente, porém depois pulou o encosto da cadeira para ajudar onde dera um belo soco no nariz de Crabbe.
- Vamos, Harry! - Hermione gritou, pulando em cima da cadeira para observar Harry se precipitar na direção de Snape, ela nem sequer reparou que Draco e Ron estavam embolados em baixo de sua cadeira, agarrados pelos cabelos e arranhando o rosto um do outro, nem nos pés arrastados e gritos que saiam do redemoinho de socos que era Nevílle, Crabbe e Goyle, onde o menor insistia em continuar batendo neles sob susto de cada um que não vira o suposto aborto tão sério e irritado os impedindo de se levantar e subjugar o menor descontrolado que batia com todo o corpo, o que no futuro entre os primeiranistas da Sonserina seria conhecido como o modo fúria Longbottom, que mesmo tomando uns tapas e socos, devolveu com dez desajeitados, mas que mostravam surtir bastante efeitos.
No alto, Snape virou na vassoura abruptamente para não ser atropelado pelo suicida Potter que ria quando o efeito do vento arrancou a capa do mestre de poções, bem em tempo de ver uma coisa vermelha passar veloz por ele, deixando de atingi-lo por centímetros, e no segundo seguinte, Harry saia do mergulho, o braço erguido em triunfo, o pomo seguro na mão.
As arquibancadas explodiram, tinha que ser um recorde, ninguém era capaz de lembrar do pomo ter sido agarrado tão depressa, e muito menos ameaçado se chocar tão velozmente contra um professor, principalmente o morcegão de Hogwarts.
- Ron! Ron! Cadê você? A partida terminou! Harry ganhou! Nós ganhamos! Grifinória está na frente! - Gritava Hermione, pulando da cadeira para o chão e dali para a cadeira e se abraçando com Parvati na fileira da frente.
Harry saltou da vassoura antes de chegar ao solo. Não conseguia acreditar. Agarrara o pomo. O jogo terminou, nem chegara a durar cinco minutos. Quando Grifinória invadiu o campo, ele viu Snape pousar ali perto com o que parecia ser um certo tremor em suas pernas e alivio por finalmente estar em terra firme, a cara branca e os lábios contraídos, depois Harry sentiu uma mão no seu ombro, ergueu a cabeça e deparou como rosto sorridente de Dumbledore.
- Muito bem. - Disse Dumbledore baixinho, de modo que somente Harry pudesse ouvir. - Que bom ver que você não ficou pensando naquele espelho... e novamente me desculpo por tudo o que ocorreu, fiquei preocupado que o espelho poderia te afetar tão negativamente ao ponto de acarretar um acidente hoje, mas vejo que você é mais poderoso que eu para não deixar algo assim te influenciar.
- Ainda a muito a se resolver, mas deixemos isso para o fim do ano letivo, por enquanto aproveite suas aulas que eu cuido do resto. - Harry não sabia se ele falava sobre suas demandas na noite em que desabafou sobre sua infância, ou se era sobre Quirrell, mas de certo modo pareciam ser os dois.
Snape cuspiu com amargura no chão ao ver o Potter piscando para ele sob risos dos outros professores que já conseguiam ver uma nova rivalidade surgindo nesses dois, e assim dera volta com sua capa ondulando dramaticamente no processo, que mesmo estilosa, estava coberta de lama e grama.
De costas Harry não pudera notar, mas Severus soltou um mínimo sorriso pela audácia do rapaz, e ao menos isso estava parecendo conquistar o professor que nunca pensara que iria considerar a cria de seu carrasco, com algo além de um aluno, tendo certa afeição por ele e como agia como adulto e não uma criança mimada igual ao pai quando era estudante nesse castelo, não dava para odiar alguém que tinha a personalidade idêntica à única mulher que ele já amou, mesmo que a aparência seja feia igual ao pai.
[ ... ]
Harry deixou o vestiário sozinho algum tempo depois, para levar sua Nimbus 2000 de volta à garagem. Não se lembrava de ter se sentido mais eufórico, adrenalina era realmente seu fraco e fazia seu coração bater a mil. Realmente fizera agora uma coisa de que poderia se orgulhar, ninguém poderia mais dizer que ele era apenas um nome famoso, ou que era privilegiado pelos professores, até porque era a segunda vez que mostrara verdadeiras habilidades e não pura sorte. O ar da noite nunca lhe parecera mais gostoso. Caminhou descalço pelas gramas úmidas como vinha sempre aproveitando e encarando o céu estrelado que era muito diferente do que o apresentado na sociedade No-mag.
Harry chegara à garagem. Recostou-se na porta de madeira e contemplou Hogwarts, com suas janelas avermelhadas pelo sol poente. Grifinória na liderança. Ele conseguira, mostrará a Snape... mostrara que podia ser tão inteligente quanto atlético no Quadribol, apesar de já estar pensando em ser uma aventura única esse ano, não queria destinar todos seus esforços ao esporte, somente honrar algo em nome de seu falecido pai e seguir com a vida.
Seja lá qual a rixa do mestre de poções com sua aparência, Harry se orgulhava de estar obtendo uma atenção aceitável do professor, desde que ele participara da criação de poções e tarefas, isso desde que Harry curara sua perna com um feitiço avançado.
E por falar em Snape:
Uma figura encapuzada descia rapidamente os degraus de entrada do castelo. Sem dúvida não queria ser vista, andava o mais depressa que podia em direção à floresta proibida. A vitória de Harry se apagou de sua mente enquanto o observava.
Reconheceu o andar predador da figura. Snape, escapulindo até a floresta enquanto todos jantavam, que estava acontecendo?
Harry tornou a montar a Nimbus 2000 e levantou voo não por querer ser intrometido na vida do professor, mas sim por querer manter essa sensação de adrenalina, que era uma das poucas que o fazia se sentir verdadeiramente vivo.
Planando silenciosamente sobre o castelo, viu Snape entrar na floresta correndo. Seguiu-o.
As árvores eram tão juntas que ele não conseguia ver aonde fora Snape. Voou em círculos cada vez mais baixos, roçando a copa das árvores até que ouviu vozes. Planou em direção a elas e pousou, sem ruído, em uma alta bétula.
Subiu com cuidado em um dos ramos, segurando-se firme na vassoura, tentando espiar por entre as folhas.
Embaixo, na clareira sombria, estava Snape, mas não estava sozinho. Quirrell estava com ele. Harry não conseguiu distinguir a expressão no seu rosto, mas a gagueira estava pior que nunca.
Harry apurou o ouvido para entender o que conversavam e se estava correto, teria suas dúvidas sanadas sobre o professor de turbante.
- ... Não sei por que você quis se encontrar logo aqui, Severus...
- Ah, quis manter o encontro sigiloso - Disse Snape, a voz gélida. - Afinal os alunos não devem saber sobre a Pedra Filosofal. - Harry se curvou para frente.
Quirrell balbuciou alguma coisa.
Snape interrompeu-o:
- Você já descobriu como passar por aquela fera do Hagrid? - Severus indagou presunçosamente como se soubesse todos os planos maquiavélicos do gaguinho.
- M... M... Mas, Severus, eu...
- Você não quer que eu seja seu inimigo, Quirrell. - Ameaçou Snape, dando um passo em direção a ele.
- N... N... Não sei o que você...
- Você sabe perfeitamente o que quero dizer. - Uma coruja piou alto e Harry quase caiu da árvore. Firmou-se em tempo de ouvir Snape dizer:
- ... As suas mágicas de araque. Estou esperando.
- M... Mas eu n... N... Não...
- Muito bem! - Interrompeu-o Snape. - Vamos ter outra conversinha em breve, quando você tiver tido tempo de pensar nas coisas e decidir com quem está a sua lealdade.
E jogando a capa por cima da cabeça saiu da clareira. Estava quase escuro agora, mas Harry pôde discernir Quirrell, parado muito quieto como se estivesse petrificado.
Porém, quando mais achara que Quirrell estava sendo usado e era a vítima da situação, quando sua mente parecia desconfiar agora de Severus como se ele estivesse tentando puxar o professor para isso, quando Harry se virara para ir embora com a ideia de que Snape era realmente o vilão. Ele pode enfim escutar:
- "Milorde... Acalme-se, pelo visto ele ainda é leal a ti e a nossa causa." - Foi o que Quirrell disse com uma face seria nunca vista, onde a cicatriz de Harry doera de forma excruciante. Fazendo-o sair dali de imediato com o professor de turbante olhando para sua antiga localização.
[ ... ]
- Harry, onde é que você esteve? - Perguntou Hermione com a voz esganiçada.
- Vencemos! Você venceu! Nós vencemos! - Gritou Ron, dando palmadas nas costas de Harry. - E deixei o olho de Draco roxo e Nevílle conseguiu quebrar o nariz de Crabbe e Goyle sozinho! Ele continua na enfermaria, mas Madame Pomfrey diz que ele vai ficar bom.
- Isso é que é mostrar a Sonserina. Todos estão esperando você na sala comunal, estamos dando uma festa, Fred e George roubaram uns bolos e outras coisinhas nas cozinhas.
- Deixem isso para lá. - Disse Harry, sem fôlego e massageando sua testa. - Vamos procurar uma sala vazia, esperem até ouvirem isso... - Ele verificou se Pirraça não estava na sala antes de fechar a porta, depois contou aos amigos o que vira e ouvira.
- Então tínhamos razão, é a Pedra Filosofal e Snape está tentando obrigar Quirrell a ajudá-lo a roubar. Ele perguntou se sábia como passar por Fofo, e falou alguma coisa sobre as mágicas de Quirrell. Imagino que haja outras coisas protegendo a pedra além de Fofo, uma porção de feitiços, provavelmente, e Quirrell deve ter feito algum contrafeitiço de que Snape precisa para entrar... - Ron ditava a tudo.
- Você quer dizer que a Pedra só está segura enquanto Quirrell resistir a Snape? - Perguntou Hermione alarmada.
- Não, Hermione, mais do que tudo, agora eu acredito totalmente que Quirrell possa estar se pagando de cordeirinho indefeso para roubar a pedra, não sei totalmente sobre Severus, mas o perigo real com certeza é Quirrell.
- Mas... não tem sentido algum depois de tudo que disse. - Hermione disse em completa dúvida.
- Escutem bem... Quando Snape saiu, o ar parecia se tornar mais sombrio, e Quirrell disse:
- "Milorde... Acalme-se, pelo visto ele ainda é leal a ti e nossa causa."
- Foi por isso que sai de lá o mais rápido que pude, minha cicatriz parecia que ia pegar fogo e eu perderia a consciência... E ele parecia estar falando com alguém..., mas não tinha ninguém. - Harry ditou se sentando numa poltrona.
- Harry! Isso é mal. - Hermione disse sob olhar atencioso dele. - Milorde... Isso não te lembra nada? - Por fim ela disse com todos encarando ao que ela se referia.
- Que porra, toda é essa agora? - Harry ditava confuso com tudo, onde sempre que conseguia uma resposta, outras dez perguntas surgiam no processo. - Era para ser somente um feiticeiro ambicioso querendo se tornar um novo Lorde das Trevas, e não um Lorde das Trevas morto surgindo de volta.
Seja o que iria ocorrer, Hagrid estava certo. Estavam se metendo em coisas realmente grandes, e começava a pensar que era hora de recuar, ou iria se meter num tabuleiro de xadrez e assim não conseguir mais sair.
E com isso dou fim ao décimo quarto capítulo da Changed Prophecy.
Espero que estejam gostando, e não se esqueçam de comentar.
Aos poucos as coisas vão se sanando, Harry entendendo mais das coisas, Nevílle se tornando mais corajoso e Draco mais irritante.
Estou buscando preencher furos que sinto que a autora real dos livros deixou, onde na obra canônica tivemos uma visão inocente das coisas, e aqui vemos algo mais maduro, onde Harry nota que há feitiços no corredor e como ele é complexo para manter alunos longe, como o espelho pode afetá-lo negativamente se for de mente fraca, como Harry tenta não julgar diretamente ao Severus, mas que as coisas não parecem ser todas inocentes.
E além de tudo, mesmo com seu desejo por adrenalina, Harry sabe que não deve se intrometer demais, pois ele não é nenhum herói, e a responsabilidade é de Albus para proteger seus alunos.
Comentem críticas, opiniões, ideias, só não se tornem leitores ghosts. Que somem e nunca falam nada.
Aguardo a todos na sessão de comentários.