Chapter 17 - O-Dragão-Norueguês.

Sempre que Harry passava por Quirrell nesses últimos dias, dava-lhe um sorriso como a encorajá-lo, e Ron começara a censurar as pessoas que riam da gagueira de Quirrell.

Hermione, no entanto, tinha mais no que pensar do que na Pedra Filosofal. Começara a programar suas revisões e a marcar em cores suas anotações de aula para classificá-las, sendo com vermelho coisas que não entendeu, amarelo coisas que estava aprendendo e verde coisas que já aprendeu. Sendo boa parte amarelo e verde, mas que em algumas partes vermelhas referidas a prática de feitiços, vinha focando em treinar com Harry que demonstrou uma aptidão incrível no manejo de feitiços.

 

 

- Hermione, os exames estão a séculos de distância.

 

 

- Dez semanas. - Retorquiu Hermione a Ron. - Não são séculos, é como um segundo para Nicolau Flamel.

 

 

- Mas nós não temos seiscentos anos... - Lembrou-lhe Harry com graça. - Talvez, quem sabe mais que isso. - Murmurou ele em finalização com um ar de mistério, fazendo a menina revirar os olhos e Harry os fazer brilhar misteriosamente igual ao de Albus.

 

 

- Em todo o caso, o que você está revisando se já sabe tudo? - Ron indagou tentando olhar por entre as anotações dela.

 

 

- Que é que estou revisando? Vocês já perceberam que precisamos passar nesses exames para chegar ao segundo ano? Eles são muito importantes, eu deveria ter começado a estudar há um mês, não sei o que deu em mim... - Infelizmente, os professores pareciam estar pensando da mesma maneira que Hermione. Passaram tantos deveres de casa que as férias da Páscoa não foram tão divertidas quanto as de Natal. Ficou difícil se descontrair com Hermione ao lado, recitando os doze usos do sangue de dragão ou praticando movimentos com a varinha. Aos gemidos e bocejos, Harry passara a maioria do tempo livre com ela, na biblioteca, tentando dar conta de todos os deveres extras.

 

Realmente a função toda deles estava os deixando exaustos, principalmente para Harry e Hermione, no qual usavam diariamente do presente secreto dado por Minerva, devido a ele ser um divergente e futuramente precisar arcar com certas responsabilidades.

 

 

[ ... ]

- Eu nunca vou me lembrar disso. - Desabafou Ron uma tarde, largando a pena de escrever na mesa e olhando desejoso pela janela da biblioteca. Era na realidade o primeiro dia bonito que tinham em meses. O céu estava claro, azul-miosótis e havia uma expectativa de verão no ar. - Rubeus! Que é que você está fazendo na biblioteca? - Hagrid veio arrastando os pés, escondendo alguma coisa às costas. Parecia muito deslocado com o seu casaco de pelo de toupeira.

 

 

- Só olhando... - Disse numa voz insegura que imediatamente despertou o interesse deles. - E o que vocês estão armando? - Ele pareceu repentinamente desconfiado. - Não continuam procurando o Nicolau Flamel, continuam?

 

 

- Ah, já descobrimos quem ele é há séculos - Disse Ron para impressionar. - E você sabe o que aquele cachorro está guardando, é a Pedra Filo...

 

 

- RON! / SHIII! - Harry e Hagrid censuraram o ruivo em conjunto, olhando à sua volta depressa para ver se alguém estava escutando. - Não saia gritando isso por aí, que foi que deu em você? - Terminou o guarda-caça.

 

 

- Mas, tem umas coisinhas que queríamos perguntar a você. - Disse Ron contra argumentando em voz alta. - Sobre as outras coisas que estão protegendo a Pedra além do Fofo...

 

 

- Porra, Ron. - Harry disse fazendo o garoto corar pela censura em não expor tais coisas sobre o terceiro andar. - Quer calar essa boca.

 

 

- Escutem, venham me ver mais tarde, não estou prometendo que vou lhes dizer nada, vejam bem, mas não saiam contando um segredo por aí, estudantes não devem saber disso. Vão achar que fui eu que contei a vocês. - Hagrid explicou sob consentimento do trio.

 

 

- Vemos você mais tarde, até mais Hagrid. - Concordou Harry com Hagrid saindo arrastando os pés.

 

 

- Que é que ele estava escondendo às costas? - Perguntou Hermione pensativa.

 

 

- Vou ver em que seção ele estava. - Prontificou-se Ron, já farto um minuto depois com uma braçada de livros e largou-os em cima da mesa. - Dragões... - Cochichou. - Rubeus estava procurando coisas sobre dragões! Olhem só estes: Espécies de dragões da Grã-Bretanha e da Irlanda, do ovo ao inferno, guia do guardador de dragões.

 

 

- Rubeus sempre quis um dragão, ele me disse isso da primeira vez em que nos vimos. - Comentou Harry.

 

 

- Mas é contra as nossas leis - Argumentou Ron. - Criar dragões foi proibido pela Convenção dos Bruxos de 1709, todo o mundo sabe disso. É difícil evitar que os trouxas reparem em nós se criarmos dragões no quintal. Em todo o caso, não se pode domesticar dragões, é perigoso. Vocês deviam ver as queimaduras que Charlie recebeu de dragões selvagens na Romênia.

 

 

- Mas, não tem dragões selvagens na Grã-Bretanha? - Perguntou Harry.

 

 

- Claro que tem! - Respondeu Ron revirando os olhos. - Os dragões verdes galeses e os negros das ilhas Hébridas. O Ministério da Magia tem um bocado de trabalho para mantê-los em segredo, posso lhe garantir. O nosso povo vive enfeitiçando trouxas que os viram, para fazê-los esquecer.

 

 

- Então o que será que Rubeus anda armando? - Perguntou Hermione.

 

 

- Cuidando da vida dele, e acho que deveríamos cuidar da nossa também, vamos, Jean? - Harry disse cortando o assunto e se levantando enquanto recolhia seus livros, seguido da mesma logo pegar sua mão e saírem juntos da biblioteca.

 

Pouco notando o olhar e feições ruborizadas da menina pelo apelido que Harry passara a usar, sendo esse o sobrenome dela, mas que ele insistia em dizer que logo a tornaria em alguém tão poderosa quanto a Phoenix negra, Jean Grey, dos quadrinhos que ele sempre conseguira ler escondido dos Dursley.

 

 

[ ... ]

Quando eles bateram à porta da cabana do guarda-caça uma hora mais tarde, ficaram surpresos de ver que todas as cortinas estavam fechadas. Hagrid perguntou "Quem é?' antes de deixá-los entrar e em seguida fechou depressa a porta assim que eles entraram.

Estava um calor sufocante no interior da cabana. E embora fosse um dia bem quente havia um fogaréu na lareira. Hagrid preparou chá para eles e lhes ofereceu sanduíches de carne de arminho, que eles recusaram.

 

- Então, vocês queriam me perguntar uma coisa?

 

 

- Queríamos - Disse Harry. Não havia sentido em perder tempo com rodeios. - Estivemos pensando se você poderia nos dizer o que mais está protegendo a Pedra Filosofal além de Fofo. - Hagrid amarrou a cara. - E não me olhe assim, eu já deixei o assunto por encerrado, mas esses dois não param de me encher com isso.

 

 

- Claro que não posso dizer. Primeiro, eu mesmo não sei. Segundo, vocês já sabem demais, de modo que eu não diria a vocês se soubesse. Aquela Pedra está aqui por uma boa razão. Quase foi roubada de Gringotes. Suponho que vocês já chegaram a essa conclusão... fico até espantado que saibam da existência de Fofo.

 

 

- Ah, vamos Rubeus, talvez você não queira nos dizer, mas você sabe tudo o que acontece por aqui. - Disse Hermione num tom caloroso e lisonjeiro. A barba de Hagrid mexeu e eles perceberam que estava sorrindo. - Só estávamos querendo saber realmente quem fez o feitiço de proteção - Continuou Hermione. - Estávamos querendo saber em quem Dumbledore teria confiado o suficiente para ajudá-lo, além de você. - O peito de Rubeus se estufou ao ouvir essas palavras. O rosto de Harry se abrira em sorriso para Hermione e pela genialidade dela em manipulação, mesmo que pouco, ela estava aprendendo.

 

 

- Bom, acho que não poderia fazer mal contar isso... Vamos ver... Ele pediu Fofo emprestado a mim, depois alguns professores fizeram os feitiços... a professora Sprout, o professor Flitwick, a professora Minerva... - Ele foi contando nos dedos. - O professor Quirrell, e o próprio Dumbledore também fez alguma coisa, é claro. Um momento esqueci alguém. Ah, sim, o professor Snape.

 

 

- Snape!? - Ron indagou em descrença.

 

 

- É, vocês não continuam insistindo naquela ideia, ou continuam? Olhem, Snape ajudou a proteger a Pedra, não está prestes a roubá-la.

 

 

Harry sabia que Ron e Hermione estavam pensando o mesmo que ele. Se Snape fora chamado para proteger a Pedra, devia ter sido fácil descobrir como os outros professores a tinham protegido. Ele sabia provavelmente de tudo, exceto, ao que parecia, o feitiço que Quirrell fizera e de que jeito passar por Fofo.

 

E principalmente Quirrell, no qual não deveria saber sobre como Snape criou a proteção dele.

 

 

- Você é o único que sabe como passar pelo Fofo, não é, Rubeus? - Harry perguntou, ansioso. - E você não diria a ninguém, não é? Nem mesmo a um dos professores?

 

 

- Ninguém sabe a não ser eu e Dumbledore. - Disse Hagrid orgulhoso. - É a regra da magia vinculativa, cada guardião oculta o segredo de como passar por sua armadilha, assim evitamos riscos.

 

 

- Bom, isso já é alguma coisa. - Murmurou Harry para os outros. - Rubeus, podemos abrir uma janela? Esses dois parecem que vão virar torresmo.

 

 

- Não pode, desculpe Harry - Disse Hagrid. Harry notou que ele olhava para o fogo. Harry olhou também.

 

 

- Que negócio é esse? - Mas Harry já sabia o que era. Bem no meio do fogo, debaixo da chaleira, havia um enorme ovo negro.

 

 

- Ah! - Respondeu Hagrid, mexendo, nervoso, na barba. - É... Ah...

 

 

- Onde foi que você arranjou isso, Rubeus? - Perguntou Ron, abaixando-se para o fogo para olhar o ovo mais de perto. - Isso deve ter-lhe custado uma fortuna.

 

 

- Ganhei, a noite passada. Eu estava na vila enchendo a cara, entrei num joguinho de cartas com um estranho. Acho que ele ficou bem contente de se livrar do ovo, para ser sincero.

 

 

- Mas o que você vai fazer com ele, quando chocar? - Perguntou Hermione.

 

 

- Bom, andei lendo um pouco... - Disse Hagrid, tirando um grande livro de baixo do travesseiro. - Apanhei este na biblioteca.

 

 

- A criação de dragões como prazer e fonte de renda. É meio desatualizado, é claro, mas está tudo aqui. Mantenha o ovo no fogo porque as mães sopram fogo em cima deles, sabe, e quando chocar dê-lhe um balde de conhaque misturado com sangue de galinha a cada meia hora. E vejam aqui: como reconhecer os diferentes ovos, e este aqui é um dragão norueguês. São raros esses, não tem potencial de crescer absurdamente como os lendários dragões antigos, mesmo assim pode muito bem chegar ao tamanho de minha cabana. - Ele parecia muito satisfeito consigo mesmo, mas Hermione não.

 

 

- Rubeus, você mora numa cabana de madeira. - Lembrou-lhe a menina. - Sabe, m-a-d-e-i-r-a.

 

 

- Hermione, isso não é problema. - Harry disse com um sorriso. - Se um dia Hagrid precisar de algum lugar para escondê-lo, pode me procurar, ficarei contente de mostrar um artefato bem interessante. - Ele terminou sob dúvida do guarda-caça, com certeza sua maleta engana trouxa ajudaria num ocorrido desses, e ele não se incomodaria nem um pouco de atualizar o bestiário com um filhote de dragão norueguês na coleção.

 

 

Mas Hagrid nem escutou mais. Estava cantarolando alegremente enquanto atiçava o fogo.

Então agora tinham mais uma coisa com que se preocupar: O que poderia acontecer a Hagrid se alguém descobrisse que estava escondendo um dragão ilegal em sua cabana.

Harry já até programava uma forma dele acolher o dragão caso fosse necessário, tudo menos deixar infeliz a primeira pessoa que ajudou Harry em sua antiga vida miserável e, no fundo, que Harry já o considerava um melhor amigo.

 

 

[ ... ]

- Como será ter uma vida tranquila. - Suspirou Ron, pois noite após noite eles lutavam para dar conta de todos aqueles deveres de casa suplementares que estavam recebendo. Hermione agora começava a programar as revisões de Rony também.

Estava deixando ele maluco, já Harry tinha um gosto por conhecimento.

 

 

Então, certo dia ao café da manhã, Hedwig's trouxe outro bilhete de Hagrid para Harry. Ele escrevera apenas duas palavras:

 

"Nosso filho tá nascendo, corre!"

 

Ron queria faltar à Herbologia e ir direto à cabana. Hermione nem quis ouvir falar nisso.

 

 

- Hermione, quantas vezes na vida vamos ver um dragão chocando de um ovo? - Ron indagou fazendo ela morder os lábios em nervosismo por realmente, no fundo, querer ver algo magico quanto isso.

 

 

- Temos aulas, vamos nos meter em confusão, e isso não vai ser nada comparado à situação de Rubeus quando descobrirem o que ele anda fazendo.

 

 

- Fiquem quietos os dois. - Cochichou Harry.

 

 

Malfoy estava a apenas alguns passos e parou instantaneamente para ouvir. Quanto teria ouvido? Harry não gostou nem um pouco da expressão que viu na cara de Malfoy.

Ron e Hermione discutiram todo o tempo a caminho da aula de Herbologia e, no final, Hermione concordou em dar uma corrida à casa de Hagrid com os dois no intervalo da manhã.

Quando a sineta tocou no castelo anunciando o fim da aula, os três largaram as colheres de jardineiro e atravessaram a propriedade correndo em direção à orla da floresta. Hagrid cumprimentou-os parecendo vermelho e excitado.

 

 

- Está quase nascendo. - Conduziu-os para dentro.

 

 

O ovo estava em cima da mesa. Tinha fundas rachaduras.

Alguma coisa se mexia dentro dele, fazia um barulhinho engraçado.

Todos puxaram as cadeiras para junto da mesa e observaram com a respiração presa.

De repente ouviram um som arranhado e o ovo se abriu. O dragão-bebê caiu molemente em cima da mesa. Não era exatamente bonito, Harry achou que parecia um guarda-chuva preto amassado. As asas espinhosas eram enormes em contraste como corpo preto e magro, tinha um focinho longo com narinas largas, tocos de chifres e olhos esbugalhados cor de laranja.

Espirrou. Aonde voaram fagulhas do seu focinho e os olhos brilhantes reluziram em esmeralda quando Harry foi a primeira coisa que ele viu.

 

 

- Ele não é lindo? - Murmurou Hagrid. Esticou a mão para afagar a cabeça do dragão. O bicho tentou morder seus dedos, deixando à mostra presas pontiagudas.

 

 

- Deuses o abençoe, olhe, ele conhece a mamãe! - Exclamou Hagrid.

 

 

- Rubeus. - Perguntou Hermione. - Exatamente com que rapidez um dragão norueguês cresce? - Hagrid ia responder quando a cor subitamente desapareceu do seu rosto, ele deu um salto e correu à janela.

 

 

- Que foi? - Harry indagou estranhamente enquanto sorria para o dragão buscando afeto manhoso em sua mão, do qual ele logo o acariciara feito um bichinho de estimação.

 

 

- Alguém estava espiando pela fresta nas cortinas, um garoto estava correndo de volta para a escola. - Harry se precipitou para a porta e espiou para fora. Mesmo a distância não havia como se enganar: Malfoy vira o dragão.

 

 

- "Ah, seu merdinha." - Harry praguejou mentalmente com a merda que Rubeus iria se meter com o maior fofoqueiro de Hogwarts. Pouco notando aos outros, que notaram seus olhos reluzir em puro poder esmeralda com o dragão arrulhando de forma fofa com a sensação de segurança que o Potter representava ali.

 

 

[ ... ]

Alguma coisa no sorriso que rondou a cara de Malfoy durante a semana seguinte deixou Harry, Ron e Hermione na defensiva. Passaram a maioria do tempo livre na cabana sombria de Hagrid, tentando argumentar com ele.

 

 

- Deixe o dragão ir embora. - Insistia Hermione. - Solte ele.

 

 

- Não posso... - Disse Hagrid. - Ele é muito pequeno, morreria antes de sair do terreno.

 

 

Eles olharam para o dragão. Aumentara três vezes de comprimento em uma semana. A fumaça não parava de sair de suas narinas. Hagrid não estava cumprindo suas tarefas de guarda-caça, pois o dragão o mantinha muito ocupado. Havia garrafas vazias de conhaque e penas de galinha por todo o chão.

 

 

- Decidi chamá-lo de Norbert - Anunciou Hagrid, olhando para o dragão com olhos sonhadores. - Ele realmente sabe quem eu sou, olhem. Norbert! Norbert! Onde está a mamãe?

 

 

- Ele pirou. - Cochichou Ron na orelha de Harry.

 

 

- Na verdade, eu te entendo Hagrid. - Harry explicou sob sorriso do guarda-caça.

 

 

- E-Eu sei que não vou poder ficar com ele para sempre, mas também não posso largá-lo assim, não posso.

 

 

Hermione de repente virou-se para Ron:

 

- Charlie. - Falou ela.

 

 

- Você também... - Respondeu Ron. - Eu sou Ron, está lembrado?

 

 

- Não, Charlie... seu irmão, Charlie. Na Romênia. Estudando dragões. Poderíamos mandar Norbert para ele. Charlie pode cuidar dele e depois devolvê-lo à floresta.

 

 

- Brilhante! - Exclamou Ron. - Que é que você acha Rubeus?

 

 

- Não! - Harry interrompeu bruscamente, antes do guarda-caça responder. - Eu posso ajudá-lo, porém, somente em último caso, Fred e George podem me ajudar em algo que somente nós sabemos. Esse dragão não vai ser tirado de perto, pode confiar em nós? - Harry indagou a Hagrid sem expor ao que se referia.

 

 

Tal chance deixará Hagrid deveras eufórico e animado, pois se os gêmeos tinham a ver, com certeza o dragão ficaria em segurança devido a genialidades deles, junto a de Harry que parecia ter algo perfeito para escondê-lo, mas ainda não sabia o que.

Ron sentia-se traído pelo seu amigo ter segredos com seus irmãos que ele nem sabia, porém, não era novidade, Ron não conseguia segurar um segredo sem expor na mesa da Grifinória, ou para o Malfoy em prol dele se mostrar superior.

E para Harry perder a chance de ter um dragão era inconcebível, principalmente um que vinha ganhando tanto o afeto do Potter.

 

 

[ ... ]

A semana seguinte se arrastou. A noite de quarta-feira encontrou Hermione e Harry sentados sozinhos na sala comunal, muito após todos terem ido se deitar. O relógio na parede acabara de bater meia-noite quando o buraco do retrato se abriu de repente. Ron se materializou ao tirar a capa da invisibilidade de Harry. Estivera na cabana de Hagrid, ajudando a alimentar Norbert, agora comendo caixotes de ratos mortos.

 

 

- Ele me mordeu! - Disse ele mostrando a mão, que trazia enrolada em um lenço ensanguentado. - Não vou conseguir segurar a pena de escrever durante uma semana. Vou lhe contar, aquele dragão é o bicho mais horrível que conheci, mas quem ouve Rubeus falar pensa que ele é um coelhinho fofo. Quando o dragão me mordeu, ele ralhou comigo por assustá-lo. E quando sai, estava cantando uma canção de ninar.

 

 

Ouviu-se uma batida na janela escura:

 

- Hedwig's? - Disse Harry, andando para deixá-la entrar.

 

 

Os três juntaram as cabeças para ler o bilhete que trazia:

 

"Caro Ron, Como vai? Obrigado pela carta, terei prazer em cuidar do dragão norueguês, mas não será fácil mandá-lo para mim. Acho que o melhor será mandá-lo por alguns amigos que estão vindo me visitar na próxima semana. O problema é que eles não podem ser vistos carregando um dragão ilegal.

Você poderia levar o dragão para a torre mais alta à meia-noite de sábado? Eles podem se encontrar com você lá e levá-lo enquanto continua escuro.

Mande-me uma resposta o mais breve possível.

Afetuosamente,

Charlie Weasley."

 

 

Eles se entreolharam. E Harry com certa raiva se prontificou de frente ao ruivo:

 

- Você notificou seu irmão com minha coruja sem meu consentimento?

 

 

- Qual o problema? Temos de manter o dragão em segurança. - Ron respondeu de forma até mesmo mimada por ele acreditar ter feito o certo, não gostando de ter sido contrariado na cabana de Hagrid quando Harry negou a ajuda de Charlie. 

 

 

Harry não pensara que o garoto poderia agir tão imaturamente só pelo fato dele ser mais amigo dos gêmeos do que do próprio Ron.

 

- Droga... Não parou para pensar que minha coruja pode ter sido rastreada? Só com uma atitude precipitada dessa o ministério da magia já deve saber que há um dragão em Hogwarts, sua besta. - Harry esbravejou. - Não só está colocando meu pescoço na reta, como o do próprio Hagrid por abrigar uma besta perigosa nos limites do castelo.

 

 

- Harry tem razão, Ron, tem que parar com essa birra, seus irmãos são amigos de Harry igual ele é contigo, só porque tem um segredo a mais ou a menos não te torna excluído de nada. - Hermione ditara enquanto Ron bufava irritado.

 

 

- Porra! - Harry disse subindo a seu quarto para estudar ao que faria com um dragão filhote em sua maleta engana trouxa, e como burlaria essa ideia de agora estar com certeza sendo rastreado.

 

 

- Temos nossa capa da invisibilidade. - Disse Ron. - Não deve ser muito difícil. Acho que a capa é bastante grande para cobrir dois de nós e o Norbert até o local que Charlie informou.

 

 

- Não, porra... eu tenho essa porcaria de capa, e deixei você usar acreditando que não seria burro suficiente a gritar para meio mundo que tinha algo assim... mas pelo visto você é idiota o suficiente para querer ficar se mostrando com ela na frente do Draco. - Harry gritou contra o garoto. - Merda, nem mesmo eu sei quem entregou essa capa e até hoje não consegui descobrir se tem algo de errado com ela, pois ninguém da presentes desse;

 

 

- Esqueça o Charlie, Ron... Harry agora é o primeiro suspeito caso o dragão suma, pois praticamente se alguém rastreia o correio de Hogwarts, terá a coruja dele como a única carregando mensagens sobre dragões... tudo está nas mãos dele ao que fara a respeito. - Hermione respondera enquanto puxava a capa de Harry, e levava a ele no dormitório, deixando para trás um ruivo bufando de forma mimada.

 

 

[ ... ]

Harry que pensara na semana não ser pior, além de vários estudos sobre trato de dragões, ocorrera um imprevisto.

Na manhã seguinte, a mordida do dragão fizera a mão de Ron inchar, ficando duas vezes o seu tamanho normal. Ele não sabia se era seguro procurar Madam Pomfrey, será que ela reconheceria uma mordida de dragão? À tarde, porém, não houve mais jeito. O corte adquirira uma feia cor verde. Dava a impressão de que as presas de Norbert eram venenosas.

Harry e Hermione correram para a ala do hospital no fim do dia e encontraram Ron acamado numa situação horrível.

 

 

- Não é só a minha mão. - Cochichou ele. - Embora ela pareça que vai cair. Malfoy disse à Madam Pomfrey que queria pedir emprestado um livro meu, para poder vir dar uma boa gargalhada. Ficou ameaçando contar a ela o que realmente me mordera. Eu disse que foi um cachorro, mas acho que ela não está acreditando. Eu não devia ter batido nele no jogo de Quadribol, é por isso que ele está agindo assim.

 

 

Hermione permanecera tentando acalmar Ron, e Harry tentando bolar algum plano.

 

 

- Tudo vai terminar à meia-noite de sábado. - Disse Hermione, mas isso não acalmou Ron nem um pouquinho. Pelo contrário, ele se sentou muito empertigado e desatou a suar.

 

 

- Meia-noite de sábado. - Disse com a voz rouca. - Ah, não... Ah, não... Acabei de me lembrar, a carta de Charlie estava no livro que Malfoy levou, ele vai saber que vamos nos livrar de Norbert.

 

 

Harry e Hermione não tiveram nem chance de responder. Madam Pomfrey apareceu naquele instante e fez os dois saírem, dizendo que Ron precisava dormir.

 

 

- Agora é tarde demais para mudarmos de plano. Não temos mais tempo para mandar outra coruja a Charlie, principalmente, pois o ministério ou algo que controle o fluxo de bestas magicas deve estar investigando.

 

- Se os amigos do Charlie não levarem nada, serão detidos igual a mim, se eu levar o dragão longe daqui Hagrid sofrerá por isso... tem que ter alguma maneira de ficar com o dragão e ainda parecer tudo uma brincadeira de adolescentes ou coisa do tipo. - Tudo que Harry murmurava era algo que nem Hermione pensara, com certeza Harry sabia mais que ela sobre leis políticas do mundo bruxo, mas aí ficava a dúvida, o que ele faria? - Não importa, nunca me passou pela cabeça entregar a Charlie o dragão... Não com meu pescoço na reta para algum dos amigos dele me ferrarem ao ser descobertos. Eu vou dar um jeito. - Harry disse por fim enquanto tocara em seu blazer... só para sentir um pequeno formato retangular situado no bolso interno.

 

Tendo dito isso, Hermione se aliviara um pouco, pois confiava em Harry e sabia que ele escondia bastante coisas que poderiam melhorar as coisas.

 

 

[ ... ]

Eles encontraram, canino, o cão de caçar javalis, sentado do lado de fora da cabana com a cauda enfaixada, quando foram contar a Hagrid, que abriu a janela para falar com eles.

 

 

- Não vou deixar vocês entrarem. - Ofegou. - Norbert está passando uma fase difícil, nada que eu não possa cuidar sozinho. - Quando lhe contaram sobre a carta de Charlie, seus olhos se encheram de lágrimas, embora isso talvez fosse porque Norbert acabara de mordê-lo na perna. - Ai! Tudo bem, ele só mordeu minha bota. Está brincando, afinal é um bebezinho.

 

 

- Hagrid, não vou deixar Charlie levá-lo... confie em mim! Eu posso dar um jeito de escondê-lo e sempre o manter perto de você. - Harry explicou sob calmaria do guarda-caça. - Isso eu te prometo, você me ajudou quando mais precisei e me trouxe para Hogwarts, eu irei te ajudar da mesma forma e ninguém nunca vai ameaçar o filhote.

 

 

O bebê bateu com o rabo na parede, fazendo as janelas estremecerem. Harry e Hermione voltaram para o castelo achando que o sábado talvez não chegasse bastante rápido.

Eles teriam sentido pena de Hagrid quando chegou a hora de dizer adeus a Norbert, se não estivessem tão preocupados com o que tinham de fazer. Era uma noite muito escura e anuviada e se atrasaram um pouco para chegar à cabana de Hagrid porque precisaram esperar Pirraça desimpedir o caminho para o saguão de Entrada, onde estivera jogando tênis contra a parede.

 

Hagrid aprontara Norbert embalando-o num grande caixote.

 

- Coloquei muitos ratos e um pouco de conhaque para a viagem. - Disse Hagrid com a voz abafada. - E embalei junto o ursinho de pelúcia do garoto-que-sobreviveu para o caso de ele se sentir solitário. - Hagrid disse sorrindo pelo revirar de olhos de Harry, que não acreditava nas pessoas realmente fazerem bonecos e brinquedos da sua imagem.

 

De dentro do caixote vinha um ruído de pano rasgado que pareceu a Harry ser o dragão arrancando a cabeça do ursinho.

 

 

- Até mais, Norbert. - Soluçou Hagrid, quando Harry e Hermione cobriram o caixote com a capa da invisibilidade e entraram debaixo dela. - Mamãe nunca vai esquecer você.

 

 

- Hagrid! Eu te prometi que iria manter nossa filha a salvo e perto de você, e isso em nada mudou... Não perca as esperanças e confie em mim. Até mais. - A voz de Harry surgira no nada devido a estarem embaixo da capa, porém somente isso já fez o peito do guarda-caça se aquecer em esperança.

 

Harry não só era um bom bruxo, mas também um bom amigo, e se tinha uma coisa a quem ele mais sentia confiança do que Dumbledore, era no garoto que cativara sua atenção como um melhor amigo em tão pouco tempo de convivência.

Um sentimento recíproco, no qual assim como Hermione era sua melhor, Harry considerava Hagrid seu melhor amigo.

 

 

[ ... ]

Como foi que conseguiu levar o caixote de volta ao castelo sem uso de magia e ruídos, nunca diriam. Aproximava-se a meia-noite e eles subiram com Norbert pela escadaria do saguão de entrada e pelos corredores escuros. Mais uma escada, mais outra, nem mesmo um dos atalhos de Harry facilitou muito o transporte.

 

- Estamos quase lá! - Harry ofegou quando chegaram ao corredor sob a torre mais alta.

 

 

Então um movimento brusco à frente deles quase fez com que deixassem cair o caixote. Esquecendo que já estavam invisíveis, encolheram-se nas sombras, espiando os contornos escuros de duas pessoas que se debatiam a uns três metros. Uma lâmpada se acendeu.

A Professora Minerva, num robe de lã escocesa e rede no cabelo, segurava Malfoy pela orelha.

 

 

- Está detido! - Gritou ela. - E são vinte pontos a menos para Sonserina. Perambulando no meio da noite, como você se atreve.

 

 

- A senhora não compreende, professora, Harry Potter está vindo aí, vem trazendo um dragão.

 

 

- Que absurdo! Como você se atreve a contar tais mentiras. Vamos, vou conversar com o Professor Snape sobre você, Malfoy. Pode ser afilhado dele, mas sei que de todos é ele quem lhe dará uma verdadeira bronca, e seu papai não está aqui para ameaçar ninguém. - Dizia ela em censura quando o garotinho murmurava que seu pai saberia dessa audácia.

 

 

A íngreme escada em espiral até o alto da torre pareceu a coisa mais fácil do mundo depois disto. Somente quando saíram para o ar frio da noite foi que se livraram da capa da invisibilidade, felizes de poderem respirar direito outra vez. Hermione dançou uma espécie de jinga escocesa.

 

 

- Malfoy vai ficar detido! Eu seria capaz de cantar. - Dizia ela alegremente. - Agora é só esperar o irmão de Ron e tudo irá acabar.

 

 

- Acalma aí, Jean, pois eu não vou entregar o dragão. - Aconselhou Harry.

 

 

- Do que está falando? - Ela indagou, para só assim Harry sair debaixo da capa numa ação rápida.

 

 

Ele pegara algo do bolso interno de seu blazer, pôs sobre o chão no qual Hermione pode notar ser uma minúscula maleta.

 

- Harry... - Ela iria perguntar, porém, ele logo sacara sua varinha.

 

 

Engordio. - Harry ditara o feitiço, tornando a minúscula maleta em uma de aspecto comum.

 

Pegara o dragão aconchegado na caixa como se fosse um bebê e rapidamente abrira a maleta dando a visão de uma escada de madeira que ligava ao fundo onde tinha uma espécie de sala.

 

- Mantenha vigia, serei rápido e jogue faíscas vermelhas dentro da maleta caso escute alguém vindo. - Harry explicara a ela que nada sabia o que fazer.

 

 

[ ... ]

Demorara cerca de cinco minutos, cinco minutos extremamente curtos para Harry e eufóricos onde ele ajeitava o dragão em uma seção isolada e aconchegante que vinha estudando e preparando para o mesmo, porém deveras longo a garota preocupada e eufórica maleta afora, que a todo momento olhava para todos os lados, na fresta da porta, na janela e tentava vislumbrar maleta adentro, porém que só via um estilo de armazenamento de poções e comida.

 

Porém, tudo melhorara quando ela o vira saindo dali e fechando a maleta. Sua camisa estava rasgada dando certos vislumbres de algumas cicatrizes em seu tórax, mas nada recente e muito menos sangue.

 

 

Diminuendo. - Novamente ele ditara com a varinha empunhada, tornando a maleta minúscula como ela vira na primeira vez.

 

 

- Harry. Da para me explicar? Estou ficando assustada. - Ela disse a ele.

 

 

- Esse é um artefato raro, Jean. É uma maleta interdimensional criada por Newt Scamander... Há centenas de bestas das mais derivadas aí dentro, e agora, tenho um dragão norueguês na coleção. - Ele disse sorrindo animado como uma criança que ganhou um doce da mãe.

 

 

- Harry... Deveria entregar ao ministério, é um dos artefatos mais procurados nas últimas décadas. - Ela disse, para só assim ele a olhar com descrença na ideia mais ridícula que ele já escutara.

 

 

- Hermione Jean Granger. - Harry disse com a menina se encolhendo como quando sua mente a corrigia. - Foi um presente, um presente de Niklaus Flamel antes de eu embarcar no expresso de Hogwarts... Não vou simplesmente dar ao ministério para eles tratarem meus filhotes como cobaias, não agora que eles me tratam como mãe.

 

 

- Do Nicolau Flamel... por isso você disse que o conhecia? - Ela indagou.

 

 

- Niklaus, e sim, isso mesmo, esse é o único motivo de minha vontade de descobrir sobre Nicolau Flamel e a Pedra Filosofal, pois realmente ambos têm ligações e queria descobrir quem realmente era a pessoa que me deu algo tão incrível. - Harry explicou com ela pela primeira vez, notando como tudo que Harry vinha fazendo e estudando era para seu próprio bem e descobertas, não por algo nobre e de proteção aos alunos que Ron tanto dizia ser das aventuras do garoto-que-sobreviveu. Finalmente ela notava que Harry não estava agindo como um suposto herói que queria impedir um lorde das trevas de roubar um artefato, mas sim proteger o que era dele. - Agora quietinha que esse feitiço vai utilizar muito de mim. - Harry disse em ordem aonde ele voltara ao caixote que Norbert se encontrava pouco tempo antes.

 

 

Pegara uma estátua mediana de dragão feito de mármore, para só assim apontar sua varinha e começar a desenhar traços no ar:

 

Draconifors. - Sua última magia no dia foi conjurada com a estátua de um dragão se tornando um dragão real em aspecto físico e atitudes extremamente semelhantes à de Norbert.

 

 

- Dessa eu não sabia. - Hermione disse admirada enquanto via o animal idêntico ao Norberto, se mexer e aninhar-se no caixote estofado, com Harry arfando em puro dreno de magia pelo alto nível de transfiguração a qual ele não estava pronto para usar em perfeição.

 

 

- É temporário... não tem como se criar vida com magia, e isso é transfiguração muito avançada para eu tornar permanente. - Harry explicou. - Mas com certeza deve saber disso. - Ele terminou com ela corando em vergonha, pois realmente era a garota mais inteligente de seu ano, e talvez até mesmo dos seguintes.

 

 

Rindo agora de Malfoy ter sido pego, eles esperaram, enquanto o dragão se debatia dentro do caixote por brincar com um ursinho todo rasgado. Passados uns dez minutos, quatro vassouras surgiram da escuridão mergulhando em direção à torre.

 

 

Os amigos de Charlie formavam um grupo animado.

Mostraram a Harry e a Hermione os arreios que tinham trazido de modo a poder suspender Norbert entre eles.

 

 

Para somente assim Harry explicar:

 

- Ouve um equívoco sobre o dragão... como não tivemos tempo de notificar adiantadamente. - Harry explicou a eles que pareciam confusos, para só assim o líder entender que o dragão no caixote era falso em movimentos complexos de varinha. O mesmo até ficara com uma face irritada e finalmente arregalara os olhos quando vira a cicatriz na testa de Harry, mas que prontamente fora interrompido pela pressa de Harry.

 

 

Pegando cinco saquinhos sem fundo que dera um jeito de arrumar a poucos dias quando encomendara dos Goblins, Harry creditara 20 galeões em cada (R$ 2.000), onde logo disse:

 

- Isso é para vocês e para Charlie... deve bancar a viagem e um extra pelo sigilo. - Hermione estava surpresa com a alta quantia que Harry creditara nos saquinhos por meio de um cartão raro do banco Gringotes, porém, o que mais a surpreendeu foi o valor contido no saldo do cartão, chegavam a casa dos seis zeros.

 

Se um galeão já equivalia a cem reais, imagina o valor imensurável que seu cartão continha em conversão para o Real ou Dólares.

Todos ajudaram a prender o falso Norbert muito bem nos arreios e então Harry e Hermione apertaram as mãos de todos e lhes agradeceram muito. Podiam estar levando um dragão falso, porém o reembolso monetário de 20 galeões por cabeça os animou e muito. Imagina em uma só noite estar a serviço, e sem ao menos imaginar, dois mil reais creditados fáceis nos seus bolsos.

Finamente o dragão "estava indo"... E finalmente o pescoço de Harry e Hagrid estava livre de qualquer enrascada, com um acréscimo de um dragão na coleção.

Eles desceram a escada espiral sem fazer barulho, os corações leves como as mãos, agora que Norberto fora tirado delas. Nada de dragão, Malfoy detido, o que poderia estragar essa felicidade?

 

A resposta à sua pergunta estava esperando ao pé da escada.

Quando chegaram ao corredor, a cara de Filch assombrou-os, emergindo da escuridão.

 

 

- Ora, ora, ora... - Sussurrou. - Estamos encrencados. - Ele disse como se fizesse parte da dupla.

 

 

Tinham deixado a capa da invisibilidade no alto da torre. Harry se martirizava com um erro tão simples após planejar tudo a que faria, bem, não era em si culpa dele, a capa sempre vinha até ele quando o mesmo se afastava muito, mas não se lembrar era outra coisa.

- "Memoria fotográfica o cacete, porra... tenho que parar de deixar o momento me afetar tanto." - Praguejou ele mentalmente por sua euforia o fazer esquecer de algo tão importante.

Mas ao menos sua maleta engana trouxa estava bem escondida em seu blazer, só precisava não dar as caras sobre isso.

- Vem, querida. - Harry ditou em um suspiro, onde uma capa imediatamente viera flutuando e se mexendo como se fosse senciente, do qual propriamente se vestiu no Potter e ainda o acariciou levemente no rosto, que estava meio suado. - Vamos, Filch? Temos uma detenção a agendar. - Harry disse grudando os braços com o de Filch e o arrastando sob protestos do homem que não acreditava em tal audácia, e uma Hermione que estava em choque pela capa ter voado.

 

 

- Vocês estão encrencados... muito encrencados. - O zelador dizia como se isso fosse ganhar na loteria para ele. Mas que logo calara a boca quando sua gata se aninhara no ombro de Harry e ele passara a ignorar o homem sob acompanhamento de Hermione que não sabia se ria ou chorava por serem pegos.

 

 

Mas uma coisa era fato, essa era a primeira vez que ela e Harry tiveram sua aventura sozinhos, e um calor de pura adrenalina se ascendeu em seu peito com a mesma sorrindo minimamente numa sensação de conforto e aceitação, de ter pela primeira vez um amigo para brincar e fazer besteira, nas quais mesmo sendo pegos, não conseguia deixar de gostar dessa maior proximidade com seu melhor amigo.

E com isso dou fim a mais um capítulo da Changed Prophecy.

Espero que estejam gostando, seja do enredo, escrita, mudanças que vão ocorrendo pouco a pouco em volta de Harry.

Sim, Harry ficou com o dragão e para uma visão futura, imaginem que o dragão poderá se tornar um tipo de Banguela no futuro, o Fúria da Noite de Como Treinar seu Dragão.

Hermione aos poucos está desenvolvendo um lado aventureiro, e não tão certinho, pois gente, ela pode ser mandona e mimada..., mas é uma criança, e como qualquer outra criança, quer brincar e coisas do tipo.

Também a uma conversão de galeões a Reais brasileiros que coloquei na obra para não terem dúvidas de valores, então deixarei abaixo uma lista da conversão de moedas para quem se interessar.

Estarei aguardando a todos na seção de comentários, não se esqueçam de passar por lar e dar um apoio foda de textões.

Isso realmente ajuda na motivação de continuar, e estou perto de terminar esse primeiro livro. Quando terminar ele, criarei outra história, sendo tal o segundo livro.

Mas não se preocupem, o link irá ser exposto no último capítulo da história, por enquanto aproveitem o clímax da história e divirtam-se. Vocês são muito foda. XD