Bom, aqui estamos - Disse Harry em um sussurro aos outros. - Porra, Quirrell já passou por Fofo. - Disse ele vendo o alçapão escancarado com o cérbero adormecido.
Harry se virou para os outros. Ainda mantendo a ideia de preservação de ambos, pois realmente não queria os forçar a isto, sendo somente Tonks uma exceção, desde que a mesma reclamara muito da monotonia neste fim de ano dela, e queria poder ir embora com chave de ouro.
- Se vocês quiserem voltar, o ideal é agora. Podem levar a capa, não vou precisar dela agora.
- Não seja burro. - Respondeu Neville, com seu jeito único que surpreendia a todos por não verem isto nele antes.
- Vamos com você. - Disse Hermione, convicta de se manter ao lado de seu melhor amigo após tudo o que ele fez e confrontou para protegê-la neste ano todo.
Vendo um acenar de cabeça de Ron, e um sorriso na face de Tonks, Harry somente pudera suspirar em frustração pela maluquice que estavam prestes a entrar.
Quando o primeiro passo fora dado na direção do alçapão, Harry notara que havia uma harpa no fundo da sala, e para confusão dele, a melodia de poucos segundos antes, não mais era tocada.
Chegando aos seus ouvidos somente rosnados. Os três focinhos do cachorro farejaram furiosamente enquanto se levantavam. Dando um passo atrás, Harry logo notara a feição carinhosa nas três cabeças dos cães.
Pisando a frente: Um rosnado.
Passo atrás: uma feição de cachorrinho dócil.
Passo a frente: Um rosnado e ameaça de avançar.
Passo atrás: Um abanar de rabo contente.
- Então esse é o limite, Harry, o que devemos fazer? - Tonks indagou, já pensando em sacar sua varinha, porém a mão de Potter a impediu de tal.
- O que é isso está fazendo aqui? - Sussurrou Hermione na direção da harpa. Que com certeza não se situava na última vez que viera.
- Parece uma harpa mágica. - Respondeu Ron enquanto Harry aproveitava para acariciar o cão em seu limite de segurança. - Snape deve tê-la deixado aí.
- Estava tocando enquanto conversávamos minutos atrás. Ele acorda no momento que se deixa de tocar, talvez algum feitiço para se desativar a harpa quando alguém tentasse entrar. - Disse Harry nem dando bola para o Weasley que ainda acreditava nisso ser um plano maléfico da Sonserina. - Bom, usar nossas varinhas ou qualquer magica será respondido com um ataque... vamos lá então: - Harry explicou enquanto lentamente colocava a mão no bolso de sua calça sob olhar minucioso de três enormes cabeças prontas para qualquer sinal de ameaça.
Puxara um objeto levemente comprido que ganhara de Hagrid no natal, levara aos lábios e soprou. Não era realmente uma música complexa que a flauta emitia, mas sim uma trilha sonora lenta e calma que sempre ouviam Hagrid tocar.
A fera de três cabeças balançava levemente sua cauda ao ritmo da música enquanto lentamente ela se deitava, seus olhos pendiam lenta e calmamente enquanto Tonks aproveitava para realizar um carinho no cão de três cabeças, permitindo assim que a mesma cochilasse levemente.
Lentamente, os grunhidos do cachorro cessaram, com somente um som de respiração tripla.
- Continue tocando. - Ron preveniu a Harry enquanto dessa vez seu corpo todo saia de baixo da capa. Indo na direção do alçapão.
- Acho que vamos conseguir abrir a porta. - Disse Ron, espiando por cima do dorso do cachorro. - Quer entrar primeiro, Hermione?
- Não, eu não!
- Tudo bem. - Ron cerrou os dentes e passou com cautela pelas pernas do cachorro. E abaixando-se puxou o anel do alçapão, que se abriu.
- O que você está vendo? - Perguntou Hermione, ansiosa.
- Nada... só escuridão... não tem como descer, teremos que nos jogar.
Harry, que continuava a tocar a flauta, fez sinal para atrair a atenção de Ron e apontou para si.
- Você quer ir primeiro? Tem certeza? - Disse Ron. - Não sei qual é a profundidade dessa coisa. Dá a flauta para Hermione manter Fofo adormecido.
Harry passou a flauta a ela. Naqueles minutinhos de silêncio, o cachorro rosnou e se mexeu, mas no instante que Hermione começou a tocar levemente desafinada por falta de prática como ela disse a ela que largou após vir a Hogwarts, ele tornou a cair em sono profundo, podia não ser uma melodia tão bem feita quanto a que Harry tocava, mas ainda estava funcionando.
Harry passou por cima de Fofo e espiou pelo alçapão. Não viu nem sinal de fundo.
Baixou o corpo pelo buraco até ficar pendurado pelas pontas dos dedos, então olhou para Ron no alto e disse:
- Se alguma coisa acontecer comigo e eu parar de falar, não me siga. Tonks é mais do que capaz de proteger a todos enquanto eu vejo o que tem lá embaixo. - Harry explicou com a garota citada sorrindo para o mesmo enquanto continuava a dar carinho ao cérbero. - Use-a caso for necessário... Vejo vocês daqui a pouco, espero... - Harry disse soltando o cinto que mantinha a bainha de sua espada.
- Certo. - Neville disse recebendo o cinto com a lâmina enquanto amarrava em sua cintura.
E Harry soltou. Um vento frio e úmido passou rápido por ele, que foi caindo, caindo, caindo, caindo e após sessenta segundos de uma veloz queda, enfim sentira algo sólido.
Com um baque engraçado e surdo ele bateu em alguma coisa macia. Sentou-se e apalpou à volta, os olhos desacostumados à escuridão. Parecia que estava sentado em uma espécie de planta.
- Tudo bem! - Gritou para a claridade do tamanho de um selo lá no alto, que era o alçapão aberto. - A queda é macia por magia, podem pular.
Ron seguiu-o imediatamente. Caiu esparramado ao lado de Harry:
- O que é isso? - Foram suas primeiras palavras.
- Sei lá, uma espécie de planta. Suponho que esteja aqui para amortecer a queda, mesmo que não faça sentido. - Harry explicou. - Venha, Neville.
Pulando rapidamente, Harry pode notar o mesmo se ajeitar de seu lado, somente para a música lá em cima enfim parar com um duplo grito feminino, um assustado e outro eufórico.
Junto a um alto latido triplo, Hermione e Tonks enfim caíram com Harry vendo as duas a sua frente completamente bem.
- Devemos estar a quilômetros abaixo da escola. - Comentou Tonks.
- É realmente uma sorte que esta planta esteja aqui. - Disse Ron.
- Sorte!? - Gritou Hermione. - Olhem só para vocês dois.
Ela se levantou de um salto e lutou para chegar à parede úmida. Teve de lutar porque, no momento em que chegou ao fundo, a planta começou a se enroscar como as gavinhas de uma trepadeira em volta dos seus tornozelos. Quanto a Harry e Ron, suas pernas já tinham sido bem atadas por longos galhos sem eles notarem.
Hermione conseguira se desvencilhar antes que a planta a agarrasse para valer. Agora observava horrorizada os dois meninos lutarem para se livrar da planta, mas quanto mais se esforçavam, mais depressa e mais firme a planta se enrolava neles.
Tonks parecia extremamente calma na situação, e Neville analisava tudo como se tentasse lembrar de algo.
- Parem de se mexer! - Mandou Neville. - Sei o que é isso. É visgo do diabo! - Ditou ele, com Tonks rindo pelo pensamento lógico do menino.
- Ah, fico tão contente que você saiba como se chama, é uma grande ajuda - Resmungou Ron, tentando impedir que a planta se enroscasse em seu pescoço.
- Cala a boca, estou tentando me lembrar como sair vivo dela! - Disse Neville.
- Bom, anda logo aí amigo, vou morrer desse jeito. - Ofegara Harry em pura ironia com somente sua cabeça liberta da planta e um olhar de puro tédio.
- Visgo do diabo, visgo do diabo... O que foi que a Professora Sprout disse? Gosta da umidade e da escuridão...
- Então incendeie tudo! - Engasgou-se Harry, agora temendo a planta, desde que ela estava fazendo sinais nada inocentes em relação a sua boca. - Puta merda, a planta é tarada.
- É... É claro..., mas não tem madeira... - Lamentou-se Hermione, mais longe deles.
- VAMO LOGO, NÃO ESTOU MAIS AGUENTANDO. - Ron exasperou-se quando viu Tonks ser puxada planta abaixo devido a mal se mexer.
- Neville... - Harry disse encarando a varinha dele.
- Ah, certo! - Disse Neville e, puxando a varinha, sacudiu-a, murmurou alguma coisa e despachou um jato de chamas azuis que Hermione reconhecera como a que usara em Snape no jogo de Quadribol.
Em questão de segundos, todos sentiram a planta afrouxar e se encolher para longe da luz e do calor. Torcendo-se, ela se desenrolou dos corpos dos meninos, que puderam se levantar.
- Que sorte que você presta atenção às aulas de Herbologia, Neville. - Disse Harry, massageando o pescoço levemente com uma nota mental de não deixar Herbologia como segunda opção.
- É. - Comentou Ron. - E que sorte que não teve pânico.
- Mas diz aí Tonks, por que foi puxada para baixo? - Harry indagou.
- Visgo do Diabo não é uma planta extremamente selvagem, você evita se mexer e mostrar ameaça, e ela afrouxa o aperto. - Tonks disse com um riso presunçoso. - Mas esquece, vamos por ali. - Disse ela, apontando um corredor de pedra que era o único caminho que havia.
- Selvagem, a planta é tarada, isso sim. - Harry disse bufando e caminhando atrás dela, que teve a metamorfomago se abraçando ao lado dele, em busca de conforto perante a plante que a poucos segundos atrás estava começando a querer deflorar a boca dele.
[ ... ]
Só o que podiam ouvir além de seus passos eram os pingos abafados da água que escorria pela parede. O extenso corredor começou a descer e Harry se lembrou de Gringotes. Com um sobressalto, lembrou-se do dragão que, segundo diziam, guardavam o setor de cofres-fortes no banco. Se topassem com um dragão, um dragão adulto... Aí, sim, a coisa ficaria louca.
Harry já estava se tornando um fanático por bestas, animais mitológicos e raros espécimes, imagina encontrar mais um dragão logo aqui, aí, sim, ele iria meter o loco e sair roubando tudo.
- Você está ouvindo alguma coisa? - Ron cochichou.
Harry apurou os ouvidos. Um farfalhar acompanhado de ruído metálico parecia vir de um ponto mais adiante, mas ainda mais longe podia escutar um rugido igual ao do Trasgo que ameaçara Hermione no passado, e um som seguido parecendo uma luta.
- Você acha que é um fantasma? - O ruivo continuou.
- Para mim parecem... asas. - Tonks comentou curiosamente.
- Há luz à frente, estou vendo alguma coisa se mexendo. - Harry disse enquanto era o membro principal a frente de todos.
Chegaram ao fim do corredor e depararam com uma câmara muito iluminada, o teto abobadado no alto. Era cheia de passarinhos, brilhantes como joias, que esvoaçavam e colidiam pelo aposento. Do lado oposto da câmara havia uma pesada porta de madeira.
- Você acha que nos atacarão se atravessarmos a câmara? - Perguntou Neville.
- Provavelmente. - Respondeu Harry. - Eles não parecem muito bravos, mas suponho que se todos mergulhassem ao mesmo tempo... Bom, vou à frente.
Tomou fôlego, cobriu o rosto com os braços e atravessou a câmara correndo. Esperava sentir bicos afiados e garras atacando-o a qualquer minuto, mas nada aconteceu. Alcançou a porta incólume. Baixou a maçaneta, mas a porta estava trancada.
- "Filho da puta, será que não poderia ter a merda de sorte dessa porta estar destrancada." - Harry praguejou consigo mesmo.
Os outros quatro o seguiram. Fizeram força para abrir a porta, mas ela nem sequer se moveu, nem mesmo quando Hermione experimentou o seu feitiço Alohomora ou Harry tentou derrubar na base do chute, ato repetido por Neville que tentou esfaquear a porta e quase tombou pelo peso da espada.
- E agora? - Perguntou Ron.
- Esses pássaros... não podem estar aqui só para enfeitar. - Disse Hermione.
Eles observaram os pássaros voando no alto, brilhando. E ao ver de Harry, algo de diferente se mostrava ali, não eram pássaros, tinham asas, mas eram outras coisas.
- Eles não são pássaros! - Harry exclamou de repente. - São chaves! Olhe com atenção. Então isso deve querer dizer... - E olhou à volta da câmara enquanto os outros quatro apertavam os olhos para enxergar o bando de chaves no alto.
- Olhe! Há algumas vassouras! Então... uma das chaves tem de ser a correta.
- Mas são centenas. - Tonks disse enquanto examinava algo de diferente.
Hermione examinou a fechadura e logo ditara:
- Estamos procurando uma chave bem grande e antiga, provavelmente de dourada, como a maçaneta.
Harry começando a teorizar algo em sua mente, logo pode notar uma conexão nos testes anteriores, mas ainda não sabia de nada, então visou apenas montar numa vassoura e dar impulso no ar, mirando o meio da nuvem de chaves.
Tentara agarrá-las, mas as chaves encantadas fugiam e mergulhavam tão rápido que era quase impossível apanhar uma.
Mas não era à toa que Harry era o mais jovem apanhador do século. Tinha um jeito para localizar coisas que os outros não tinham. Depois de um minuto trançando pelo redemoinho de asas, ele passou a procurar algo único, igual em um jogo de quadribol, porém aqui eram centenas de chaves e ele tinha de encontrar seu pomo de ouro.
Notou uma chave grande de prata que tinha uma asa dobrada, como se já tivesse sido apanhada e enfiada de qualquer jeito na fechadura. Reparara que era isso e logo se apressou a persegui-la enquanto imediatamente todas as chaves visavam-no seguir feito lâminas prestes a feri-lo.
- Aquela ali! - Gritou para os outros. - Aquela grandona... ali... não... lá... com as asas azul-forte. As penas estão todas amassadas de um lado.
Harry mergulhou, disparou para o alto, a chave desviou-se em cada manobra e Harry continuou partindo atrás dela, a chave correu para a parede, Harry se curvou para frente e, com uma pancada feia, prendeu-a contra a pedra com a mão. Os vivas de Ron e Hermione ecoaram pela câmara.
Porém, Neville e Tonks mantiveram-se de guarda alta, Harry continuava com seus perseguidores na cola.
Ele baixara seu voo velozmente contra o solo, porém sem ir retamente contra seus amigos, jogara a chave para Tonks que agarrara e partira contra a porta a destrancando.
Tudo que ocorrera fora em pouquíssimos segundos, com Harry realizando um último loop no qual ele pulara de sua vassoura na direção da porta aberta, que somente pode ser fechada com o som contínuo de centenas de chaves sendo brutalmente colididas com a porta.
- Uuf... isso foi intenso. - Harry dissera se levantando de imediato com Tonks pulando sobre ele de forma eufórica.
- Não tão intenso quanto o que irá ocorrer quando sairmos daqui. - A metamorfomaga sussurrou maliciosamente no ouvido dele, sob riso malicioso do mesmo.
- Quer continuar traumatizando as crianças? - Harry sussurrou a ela, que somente pudera rir pelo estado corado das outras três presenças.
Nisso, agora olhando para todos os lados, puderam notar que a câmara seguinte era tão escura que não dava para ver absolutamente nada. Mas, ao entrarem nela, a luz inundou inesperadamente o aposento, revelando uma cena surpreendente.
Estavam parados na borda de um enorme tabuleiro de xadrez atrás das peças pretas, que eram todas mais altas do que eles e talhadas em um material que parecia pedra. De frente para eles, do outro lado da câmara, estavam dispostas as peças brancas. Todos sentiram um leve arrepio com a visão das lâminas que os peões iniciais detinham, e segundo o que Ron teorizava, isso podia se tornar um massacre com base no que influenciaria esse início de jogo.
- Agora o que vamos fazer? - Sussurrou Harry.
- É óbvio, não é? - Falou Ron. - Temos que jogar para chegar ao outro lado da câmara.
Por trás das peças brancas eles podiam ver outra porta.
- Como? - Perguntou Hermione, nervosa.
- Acho que vamos ter que virar peças. - Ele se dirigiu a um cavalo preto e esticou a mão para tocar seu cavaleiro. No mesmo instante, a pedra ganhou vida. O cavalo pateou o tabuleiro e seu cavaleiro virou a cabeça protegida por um elmo para olhar Ron.
- Temos que nos unir a vocês para chegar ao outro lado? - O cavaleiro preto confirmou com a cabeça. Ron virou-se para os outros dois.
- Isto exige reflexão. Suponho que mais um de vocês tenha de montar no outro cavalo, enquanto o restante substitui algumas das peças. - Harry e Hermione ficaram quietos, observando Ron refletir. Finalmente ele disse. - Agora não vão se ofender, mas nenhum dos dois é tão bom assim em xadrez...
- Não estamos ofendidos. - Interrompeu Harry depressa. - Diga o que vamos fazer.
- Bom, Neville, você toma o lugar daquele Bispo e, Hermione, você fica mais ao lado dele substituindo a Torre mais próxima, Tonks, monte no outro Cavalo.
- E Harry, você terá de ser o Rei. - Ron ditara por fim enquanto já formulava alguma estratégia pelo jogo que ele conduziria.
As peças pareciam estar escutando, porque ao ouvir isso um Bispo, uma Torre, e o próprio Rei deram as costas às peças brancas e saíram do tabuleiro, deixando três casas vazias, que Harry, Ron e Hermione ocuparam com Tonks pulando sobre a peça restante do Cavalo.
- No xadrez as brancas sempre jogam primeiro - Explicou Ron, observando o tabuleiro. - E depois... nós jogamos
Um Peão branco avançara duas casas.
Ron começou a comandar as peças pretas. Elas se mexiam em silêncio indo aonde eram mandadas. Os joelhos de Hermione tremiam. E se perdessem?
De todos que se movimentavam e iam para os cada função, Harry era o único sem movimento algum. Mas de nada reclamaria, pois Ron era o especialista ali, seu jeito de comandar e raciocinar no jogo era deveras único e caso ele usasse isso no dia a dia, iria notar ser uma pessoa bem melhor do que o garotinho com ataques de ciúmes e inferioridade perante a seus irmãos.
- Neville, ande quatro casas para a direita em diagonal.
- Ron, você não acha que esse jogo vai ser realmente igual a um Xadrez de Bruxo de verdade, né? - Hermione indagou receosa do que ocorreria.
O primeiro choque de verdade que levaram foi quando a outra Torre foi comida. A Rainha branca esmagou-o no chão e arrastou-o para fora do tabuleiro, dando ênfase ao massacre real de um Xadrez de Bruxo.
- Sim, Hermione... Acho que é igualzinho ao Xadrez de Bruxo. - Disse Ron, parecendo abalado. - Vai lá, você está livre para comer aquele Bispo, Hermione, ande.
Todas às vezes que eles perdiam uma peça, as peças brancas não mostravam piedade. Dali a pouco havia uma coleção de peças pretas inertes encostadas à parede. Duas vezes, Ron reparou, em cima do lance, que Tonks e Hermione estavam em perigo. Ele próprio disparou pelo tabuleiro comendo quase tantas peças brancas quanto as pretas que haviam perdido.
- Estamos quase chegando - Murmurou de repente após mais uma peça destruída de seu lado. - Me deixem pensar... deixe-me pensar... - A brutalidade das peças brancas era algo a mexer com o raciocínio de qualquer um.
A Rainha branca virou o rosto vazio para ele.
- Espera aí... que negócio é esse? - Harry murmurou preocupado com o caminho que a rainha estava mirando.
- Você entendeu, não é, Harry? - Continuou ele baixinho. - Quando eu fizer o meu movimento, irei ser atacado.
- QUÊ! - Hermione, Tonks e Neville gritaram em coro.
- Isto é xadrez! - Retorquiu Ron. - A pessoa tem que fazer alguns sacrifícios! Dou um movimento à frente e ela me acerta, isso deixa Hermione livre para dar o xeque-mate no Rei.
- Mas... - Harry tentou dizer.
- Você quer deter que Quirrell pegue a pedra ou não? - O ruivo enfim disse pela primeira vez convicto de que não era Snape em busca da pedra. Seu preconceito contra Sonserina não movia sua intensidade no jogo.
- Ron... - Hermione murmurou assustada com tudo.
- Harry, é você quem tem que continuar, não sabemos mais quantos testes irão ter, quando isso acontecer irá precisar de Hermione, Neville e Tonks com você! - Ron dissera, o rosto pálido, mas decidido.
- Uuf... Cavalo na H-3 - Ron disse suspirando com sua peça indo em frente.
Míseros segundos pareciam séculos na visão de todos, chegando a seu posto, sua posição ainda se mantinha como alvo da Rainha inimiga, e logo ele ditara:
- Cheque!
A rainha branca até então parada, logo mudara de trajetória, seguira pelo tabuleiro na direção de Ron, o rosto pálido e assustado dele era notável, porém seus olhos mostravam sua coragem de não pular fora de seu papel ali.
Fora questão de um único golpe, um golpe da afiada lâmina no tórax do cavalo que visou o despedaçar com Ron caindo dos quatro metros de altura em que estava.
Os pedaços das peças caiam sobre ele praticamente o soterrando, fazendo todos notar em puro desespero que ele não se movia.
Trêmula, Hermione tentara se deslocar ao socorro do Weasley...
- Não! - Harry gritou para susto da garota. - Não mova para os lados, ainda estamos jogando.
- Vai Hermione, Você só tem que terminar o jogo e aí o resgatamos. - Harry explicou com a garota trêmula concordando enquanto passava a caminhar para frente até a posição do Rei inimigo.
Neville estava mais ao lado esquerdo, e Tonks mais ao direito, fazendo a garota logo ditar:
- Cheque Mate. - Ela disse convicta enquanto via a grande espada do Rei, abandonar suas mãos em uma pura queda.
Era isso. Eles tinham ganhado o jogo. As peças se afastaram para os lados e se curvaram, deixando o caminho livre para a porta em frente. Com um último olhar desesperado para Ron, eles logo saíram do tabuleiro enquanto retiravam os escombros de cima do mesmo.
- E se ele...? - Neville disse já pensando no pior.
- Ele vai ficar bem. - Disse Tonks, usando de uma magia de cura no garotinho. - Tivemos sorte que é só uma concussão. Vamos deixá-lo aqui no canto com um feitiço de proteção, quem sabe o que vier a frente possa ser muito pior e realmente o colocar em mais riscos.
- Que é que você acha que vai acontecer agora? - Hermione perguntou de forma tremula com Harry a acalmando ao segurar sua mão.
- Conhecendo bem a professora de Herbologia, acredito que tivemos a proteção da Sprout, o Visgo do Diabo. - Neville informou ao que pensava.
- Flitwick deve ter encantado as Chaves Aladas. Ele é um dos melhores professores de feitiços e duelista profissional. - Tonks explicou.
- Provavelmente Mcgonagall planejou o Xadrez de Bruxo. Sendo esse o motivo dela explicar que a Pedra estava tão segura. - Harry ditou se lembrando de tempo atrás.
- Falta o desafio de Quirrell e o de Snape. Isso se seguirmos a lógica de que são esses professores que estão cuidando das defesas da Pedra Filosofal. - Hermione disse tentando imaginar ao que viria, isso tudo enquanto caminhavam na direção da outra porta.
- Tudo bem? - Cochichou Harry a seus amigos, enquanto dava um último olhar a Ron que detinha de uma cúpula azulada de defesa a sua volta.
- Vamos. - Eles responderam, com Harry empurrando a porta para abri-la.
Um fedor horrível entrou por suas narinas, fazendo os dois puxarem as vestes para cobrir o nariz. Com os olhos lacrimejando, eles viram, bem à frente, caminhando sem muito rumo e bufando fortemente, um trasgo ainda maior do que o que Harry enfrentara quando teve sua primeira aparição de Obscurial.
Era possível de se notar uma ferida em seu braço, e o mesmo parecia muito irritado. E ao sentir a brisa vindo da porta aberta, conseguira inalar o odor dos perfumes de cada um dali, sendo que o mesmo se virara com uma face grotesca na direção de Tonks e Hermione.
- Nojento... - Tonks disse com uma carranca pela face maliciosa e doentia do monstro. - Vamos acabar logo com isso, não estou conseguindo respirar direito. - Ela continuou enquanto retirava sua varinha e já se aprontava para um confronto.
- Espere... - Harry ditou a uma de suas amizades colorida. - Leve Neville junto, quero que ele participe disso. - Harry explicou sob olhar preocupado do garoto.
- Harry, eu não sei se consigo. - Neville disse tentando imaginar que loucura seu melhor amigo estava tentando fazer. - Nem mesmo feitiços ofensivos eu estou acostumado.
- Acredito que você tem algo muito ofensivo contigo. - Harry disse em referência a lâmina que Neville carregava até agora. - Use-a... esse será um caminho para a justiça contra o atentado a seus pais.
- De mesmo modo que eu estou indo confrontar Voldemort por justiça ao que ele fez a meus pais, quero ver você confrontar seus medos e não esconder seu verdadeiro eu, por receio do que as pessoas vão pensar. - Harry explicou com um sorriso. - Vamos lá, eu já derrotei um, é fácil.
- Esqueceu de dizer que você se tornou uma massa obscura e destrutiva que voava, não é, Harry? - Hermione disse ironicamente, sob olhar fixo do Potter.
- Tem toda razão. - Ele respondeu irônico. - Mas o resultado foi que te salvei.
- Vai lá Neville, acaba com o trasgo, eu não quero morrer aqui. - Harry disse fingindo medo enquanto se sentava no chão. Sob riso de Tonks que atualmente mantinha o Trasgo imóvel no local por uma alçar brusco de varinha.
- Caramba... - Neville disse abismado pela forma de seu amigo agir.
Desembainhando a katana que se situava em sua cintura, o Longbottom logo inspirara e expirara o ar profundamente, numa forma dele controlar o tremor de suas mãos.
- Escute, Neville. - Tonks iniciou com sua varinha posta na direção do trasgo que atualmente fora liberto da contenção mágica. - Existem várias formas de deter um adversário grande como esse.
- Em particular, em cuidaria do porrete que ele carrega em mãos, nunca se sabe quando ele vai fazer graça em lançar isso em alguém a toda velocidade, porém... como estamos em dupla, faremos um trabalho bem rápido.
- Você corre para trás dele, o esfaqueia na parte traseira dos joelhos e se afasta. Provavelmente ele perdera o equilíbrio e caíra para frente, sendo aí a parte em que eu finalizo.
Vendo o garotinho acenar enquanto mostrava um grandioso nervosismo, Tonks pudera notar que Harry estava fazendo isso para que no futuro seu amigo não mostre tanto nervosismo com essa falta de confiança em suas habilidades.
- Muito bem... vamos lá! - Ela disse com o garotinho correndo para o outro lado da sala.
Respirando fundo mais uma vez, Neville afiara os olhos com o único pensamento de que isso o faria mais forte, e talvez um dia seus pais o poderiam ver como um homem poderoso.
Indo sorrateiramente até as costas do trasgo, que visava caminhar arrastando seu porrete na direção de Tonks e seus amigos, o Longbottom não perdera mais tempo algum, e com um longo golpe horizontal usando de toda sua força para não cair com a espada, fora possível de se notar a quão afiada esta lâmina era, pois mesmo sem prática alguma, o efeito foi enorme.
O trasgo grunhira alto e iradamente enquanto se ajoelhava no chão pela ferida excruciante que pegara da perna esquerda para a direita. Não fora uma habilidade marcial profissional, mas sim um golpe simples, porém que causara um grande dano com a lâmina correta.
- BOMBARDA MÁXIMA! - Fora o que Tonks conjurara com uma face muito alegre por usar de um grande feitiço.
E o resultado, é claro, foi inevitável. Escutando um estouro grotesco, logo Neville olhara para cima onde para seu susto que pensava no feitiço bombarda só causar uma mera explosão ou efeito colorido, vira uma cabeça inevitavelmente se explodir com muito sangue jorrando para todos os lados, e principalmente no local que ele se situava.
- Tá bom... isso foi inesperado. - Harry disse enquanto imaginava Tonks desacordar o trasgo, e não o assassinar explodindo sua cabeça.
- Foi mal heheh... - Tonks dissera coçando a parte de trás da cabeça, isso apenas para no primeiro passo dela longe do trasgo, a mesma enfim tropeçar e cair quando sua magia rara diminuiu alguns centímetros de uma das pernas.
- Ah... já estava na hora. Estava até estranhando que seu lado estabanado tinha sumido por alguns momentos. - Ele respondeu a ela, que o socara infantilmente no braço com uma face envergonhada.
- Gente! O Neville. - Hermione disse exasperada com todos ignorando o menino catatônico de pé.
- Está tudo bem, garoto? - Harry indagou o tocando no braço, já que o mesmo estava de cabeça baixa.
- Acho que sim... Vovô ficará orgulhoso que ajudei a matar um trasgo selvagem. - Ele disse baixamente.
- Que isso, cara, você também me salvou, salvou a Hermione... e bom, a Tonks fez o que ela faz de melhor. - Harry disse, com ela o abraçando comicamente.
- Eu te salvei? - Ele disse olhando para cima, e agora com os olhos brilhando, mesmo estando coberto de sangue.
Seus olhos reluziam em algo que Harry sabia muito bem o que era, algo que ele buscava muito antes de seu metabolismo mudar, olhos que buscavam qualquer sinal de esperança e aceitação, um olhar de que buscava a verdade em saber se realmente foi útil e não um estorvo.
Encarando Tonks que sorrira para ele, Harry logo respondeu:
- Claro, e isso é só o começo. Irei precisar de alguém com a coragem de enfrentar um trasgo para proteger minhas costas com base nos próximos anos... Nunca se sabe quando mais ameaças podem surgir quando entro no meu estado inerte de auto estudo, e confio em você para isso.
Vendo que o garoto logo sorrira para si com o que escutara, Harry viu que o mesmo entregara sua katana enquanto retirava o cinto que a segurava.
- Muito bem... ainda temos mais desafios a completar. - Harry explicou. - Tonks, por favor de um jeito nele, acho que ele nem notou. - O Potter terminou em um sussurro ao garotinho, que ainda mantinha os olhos brilhando em reconhecimento, pouco percebendo o estado encharcado de sangue e pedaços da cabeça do trasgo.
Caminhando ao lado de Hermione para a próxima porta, ela enfim disse:
- Foi muito legal o que fez a ele. - Hermione disse com Harry rindo internamente.
- Não sei do que está falando... eu somente pedi a ele para fatiar a perna de um trasgo. - Harry fugiu do assunto rindo, com Hermione o acompanhando.
Sentindo a garota pegar em suas mãos fortemente igual ao que ele fez no final do tabuleiro, ele esperou-a dizer algo enquanto retribuía o toque enlaçando seus dedos ao dela:
- Acha que vai ter algo ainda mais perigoso que um trasgo, aí dentro? - Ela perguntou receosa.
- Bem possível, mas seja lá o que tiver ali, quero que você veja se pode resolver... lembre-se que eu estou aqui, o Neville também, e até uma aspirante a Auror. - Harry explicou a puxando porta adentro.
Hermione mal se atrevia a olhar o que seguia, mas quando Harry pediu que ela confiasse nele e abrisse os olhos, pode notar que não havia nada muito assustador ali, apenas uma mesa e sobre ela sete garrafas de formatos diferentes.
- É o de Snape. - Disse Harry. - Então o anterior foi de Quirrell... Que maldito, então foi ele quem soltou o trasgo nas masmorras tempos atrás. - Harry explicou em puro raciocínio.
- O que temos de fazer? - Neville indagou curioso, tendo seu corpo limpo de todo o sangue, porém as roupas não.
Ao cruzarem a soleira da porta, imediatamente irromperam chamas atrás deles. E não eram chamas comuns, tampouco, eram azuis. Ao mesmo tempo, surgiam chamas negras na porta adiante.
Estavam encurralados e Harry entendia que somente uma criatura de fogo poderia passar por isso, sem problemas de poções ou defesas. Sentindo tal criatura remexer-se calmamente em seu bolso, logo riu com ao menos um plano de fuga para seu familiar sendo seguro.
- É Fogo Maldito... Harry, isso é mal. - Tonks disse assustada com chamas de cores tão distintas do costumeiro fogo maldito, dos quais já eram perigosos. - Caramba, as chamas são feitas por Dumbledore. - Ela disse com um mínimo sentimento nas chamas que reluziam a magia presente no diretor da escola.
- Hm... Dumbledore é? - Harry murmurou em dúvida se ele sabia sobre Quirrell.
- Olhe! - Hermione apanhou um rolo de papel que havia ao lado das garrafas. Harry espiou por cima do seu ombro para ler o papel:
"O perigo o aguarda à frente, a segurança ficou atrás,
Duas de nós o ajudaremos no que quer encontrar,
Uma dos sete o deixará prosseguir,
A outra levará de volta quem a beber,
Duas de nos conterão vinho de urtigas,
Três de nos aguardam em fria para o matar,
Escolha, ou, ficará aqui para sempre,
E para ajudá-lo, lhe damos quatro pistas:
Primeira: por mais dissimulado que esteja o veneno,
Você sempre encontrará um à esquerda do vinho de urtigas.
Segunda: são diferentes as garrafas de cada lado,
Aliás, se você quiser avançar, nenhuma é sua amiga.
Terceira: é visível que temos tamanhos diferentes,
Nem a anã, nem a gigante leva a morte no bojo.
Quarta: a segunda à esquerda e a segunda à direita
São gêmeas ao paladar, embora diferentes à vista."
Hermione deixou escapar um grande suspiro e Harry, perplexo, viu que ela sorria, a última coisa que ele pensava nela fazer logo ali.
- Genial! - Disse ela eufórica. - Isto não é mágica, é lógica, uma charada, a maioria dos grandes bruxos não tem um pingo de lógica, ficariam presos aqui para sempre.
- E nós também, não? - Tonks disse com um riso compartilhado por Harry, que realmente era a pior pessoa para desvendar uma charada.
- Claro que não. Tudo o que precisamos tá aqui neste papel. Sete garrafas: três contêm veneno, duas contêm vinho, uma nos ajudará a passar a salvo pelas chamas negras, e uma nos levará de volta através das chamas azuis.
- Mas como vamos saber qual delas beber? - Neville perguntou ainda confuso, pois realmente poções não era seu forte já que Snape somente o hostilizava em aula.
- Me dê um minuto. - Hermione leu o papel diversas vezes. Depois passou em revista a fila de garrafas, para cima e para baixo, resmungando de si para si e apontando para as garrafas. Finalmente, bateu palmas. - Já sei. A garrafa menor nos fará atravessar as chamas negras, rumo à pedra.
Harry mirou a garrafinha.
- Ali só tem o suficiente para um de nós. Não chega a ter um gole.
Eles se entreolharam e logo encararam Harry, com um olhar entendedor de que era ele a cobaia da vez.
- Qual é a que fará voltar pelas chamas azuis? - Ele indagou com Hermione apontando para uma garrafa arredondada na ponta direita da fila.
E ele pode notar que essa em questão era uma poção com maior quantidade, em específico, o suficiente para três pessoas. Algo que fez Harry afiar o olhar em suspeita do porquê ter essa quantia, tudo parecia estar muito bem manipulado para o gosto dele.
- Vocês bebem essa - Disse Harry sob protesto dos três. - Agora, escute, minha cicatriz está latejando somente num sinal de que algo realmente perigoso está lá dentro.
- Quero que voltem e recolham o Ron, apanhe as vassouras reservas na câmara das chaves aladas, elas levarão vocês para fora do alçapão e por cima de Fofo. Vão direto ao corujal e mandem Hedwig's a Dumbledore, precisamos dele para o que for o resultado disso aqui.
- Talvez eu possa segurar Quirrell por algum tempo, ou ferrar realmente com tudo. Mas não quero que no fim o que sair dali veja vocês três e um Ron desacordado, já me acompanharam mais do que o suficiente.
- Mas Harry, e se Você-Sabe-Quem estiver com ele? - Tonks indagou, sabendo como sua mãe vinha estando preocupada com essas dores de cabeça de Harry e como ele deixou uma carta de segurança com informações e pistas de tudo que levou ele a ir caçar Quirrell, com fortes suspeitas de ser o antigo Lorde das Trevas.
- Com certeza algo de Voldemort está ali, mas só irei descobrir sobre meu passado se ir confrontá-lo.
- Galera, não sou nenhum bruxo profissional, sou um primeiranista bombado com memória fotográfica. - Harry explicou ironicamente com um riso.
- Preciso ao menos que vocês completem isso, e tragam um feiticeiro competente enquanto eu tento segurar o que estiver tentando roubar a Pedra Filosofal. Fora que eu sempre sou bem sortudo, não é? - Falou Harry indicando a cicatriz. - Talvez tenha sorte outra vez num caso de vida ou morte.
A boca de Hermione estremeceu e ela correu de repente para Harry, o abraçando fortemente enquanto ele retribuía a isto.
- Hermione. - Harry tentou dizer.
- Harry, você é um grande feiticeiro, sabe?
- Não sou tão bom quanto você. - Disse Harry com ela em seus braços.
- Prometa que vai voltar para mim... você é meu melhor amigo. - Ela disse com lagrimas nos olhos enquanto se recordava de como muitos tentaram a tratar mal nesse primeiro ano de Hogwarts, porém Harry sempre a protegeu até mesmo contra Ron.
- Com certeza... já sobrevivi a morte, seja no mundo mágico ou no mundo não magico. - Harry explicou. - Vamos lá, quero ir logo chutar a bunda de Voldemort. - Harry disse irônico, com sua testa doendo ainda mais.
Tendo se soltado de Hermione, Harry logo recebeu outro abraço, porém agora com o acréscimo de um beijo bem intenso vindo de Nynphadora.
- Hm... isso foi bom. - Harry disse atordoado, com ela rindo.
- É só se concentrar de que terá muito mais de mim e minha mãe quando sair vivo daqui, e jogar na cara de Hogwarts inteira que você roubou a Pedra filosofal para impedir um ladrão de roubá-la. - A metamorfomaga respondeu dando mais um beijo, se afastando em seguida, com Harry continuando a achar graça dessa lógica deles em roubar algo para impedir um ladrão de roubar.
- Boa sorte, Harry. - Neville disse fechando o punho e estendendo para Harry. - Vê se não morre.
- Valeu amigão, te vejo mais tarde. - Ele disse retribuindo o choque de punhos.
- Vamos lá! Vocês bebem primeiro. - Harry disse a eles.
Fora bem rápido, cada um ali tomara uma quantidade da poção, com nada restando no frasco, foi notável o estremecimento de todos, onde Harry logo perguntou:
- Não é veneno? Né? - Perguntou ansioso e preocupado.
- Não..., mas parece gelo. - Hermione explicou. - Meu corpo está congelando.
- Bom... vão logo antes que o efeito passe.
- Boa sorte / Cuide-se / Arrebenta o lordezinho das trevas. - Hermione, Neville e Nynphadora disseram em ordem.
- Vejo vocês depois... - Harry disse a eles. - Adeus pessoal. - Ele murmurara por fim baixamente para si, com um sentimento de que as coisas poderiam realmente não o permitir sair dali com vida. E que no mínimo queria manter todos eles em segurança.
Hermione virou-se e passou direto pelas chamas azuis, com Neville e Tonks a seu lado.
Ao mesmo tempo, em que Harry tomava folego e apanhava a menor garrafa de todas.
Virou-se para encarar as chamas negras enquanto soltava um riso irônico.
- É bom não me matar, Albus. - Harry disse em referência ao Fogo Maldito. - Não até eu socar a cara desse desgraçado.
Esvaziara a garrafinha goela abaixo em um gole só.
Era, na verdade, como se o gelo estivesse invadindo seu corpo. Ele deixou a garrafa na mesa e avançou, enchendo-se de coragem, viu as chamas negras lamberem seu corpo, mas não as sentiu, por um instante não viu nada a não ser as chamas negras, então viu que estava do outro lado, na última câmara.
Havia alguém lá, mas não era Snape como Ron acreditava. Tampouco Voldemort em carne e osso como Harry podia até teorizar pelas figuras dos livros e criatura da floresta, estando agora, ali, de frente para si escadarias abaixo, enquanto sorria presunçosamente.
Seja lá o que iria ocorrer ali naquela noite, uma coisa era fato, ele iria vingar o que fizeram com sua mãe e pai, nem que isso o faça ir de encontro a eles.
E com isso dou fim a mais um capítulo da Changed Prophecy.
Espero que estejam gostando da forma que abordei os testes. Visei dar importância para cada um ali, mesmo que seja mínima ou grandiosa.
No capítulo seguinte teremos algumas citações extra da Oclumência que todos me ajudaram com ideias em capítulos passados, e espero mesmo que a obra esteja agradando.
Estamos perto do fim do primeiro livro, e logo teremos um segundo, na trajetória de um dia passar a contagem de dez livros.
Estarei aguardando a todos na seção de comentários. XD
Melodia que Harry Tocou para Acalmar o Cérbero: https://www.youtube.com/watch?v=h0Ce7GqNWdU